sexta-feira, 29 de junho de 2007

Mundial Sub-20 - Canadá 2007 [parte 6 de 6]

Grupo F

Nigéria
Atual vice-campeã, a Nigéria aparece como o mais forte entre os africanos, embora este time seja mais fraco que o de dois anos atrás. Tanto é verdade que os nigerianos perderam a final do Africano Sub-20 para o Congo, dono da casa. O único que sobrou de dois anos atrás foi o zagueiro Kingsey Salami, embora astros de 2005 como Mikel e Okoronkwo tivessem idade para viajar ao Canadá. Esta geração não disputou o último Mundial Sub-17, então é normal que as águias sejam vistas com olhares desconfiados, ainda mais após as fracas performances do qualificatório, que mostraram um time sem inspiração. Os nigerianos podem tanto cair na primeira fase quanto chegar às quartas-de-final. Uma verdadeira incógnita.
Olho nele: Ezekiel Bala (1,68m, 64kg, 20 anos) O sobrenome é sugestivo, pois Ezekiel é muito veloz. Entretanto, não se limita a correr com a bola e passá-la aos companheiros: é agil também nas finalizações. No FC Lyn Oslo, da Noruega, joga tanto de meia quanto de atacante. Disputou o Sub-17 da Finlândia em 2003, mas não fez parte da equipe vice-campeã Sub-20 na Holanda há dois anos, o que mostra a queda de qualidade do time.

Costa Rica
É praxe dizer que a Costa Rica é forte em seu continente, mas pouco expressiva mundialmente. De fato, os “Ticos” quase sempre vão ao Mundiais de base, mas caem na primeira fase. Entretanto, essa geração promete ser diferente: há dois anos, chegou às quartas-de-final do Sub-17 do Peru e só foi eliminada pelo México na prorrogação. O time se classificou em segundo no grupo B da Concacaf, ficando atrás da promissora geração mexicana apenas pelo saldo de gols (empataram em 1 a 1). Pode ser a vez dos costa-riquenhos repetirem sua melhor campanha em um Sub-20: as oitavas-de-final na Argentina, em 2001.
Olho nele: Jean Solorzano (1,81m, 71kg, 19 anos) Titular do Alajuelense, Solorzano possui muita explosão nas arrancadas e um chute potente. Titular da equipe do Sub-17 em 2005, marcou apenas um gol em quatro partidas, mas chamou a atenção. Pinta de craque ele tem, chamando a atenção com sua bandana. Resta saber se seu futebol chamará a atenção dos olheiros europeus.

Escócia
A Escócia foi a grande surpresa do Europeu Sub-19: eliminou a França nas preliminares e deixou Portugal, Turquia e República Tcheca para trás, sendo derrotada apenas pela forte Espanha na final. O técnico é o experiente Archie Gemmil, que foi o responsável pela vitória escocesa sobre a Holanda na Copa de 78, talvez o maior momento do país em campeonatos de seleções. Os escoceses depositam todas as suas fichas nesta geração de jogadores, afinal a seleção principal não disputa nenhum torneio de ponta desde a Copa de 98. Tanto que até as televisões locais mudaram a programação para transmitir os jogos do Mundial.
Olho nele: Scott Cuthbert (1,88m, 84kg, 20 anos) O zagueiro do Celtic ainda não estreou no time principal, mas na seleção sub-20 é capitão e líder do time. Apesar de menor que seu companheiro de zaga (Andrew Cave-Brown tem 1,96m), Cuthbert é muito bom no jogo aéreo e relativamente rápido com a bola no chão.

Japão
Esta é a sétima participação consecutiva do Japão no Mundial Sub-20, mas dificilmente a equipe de Yasushi Yoshida conseguirá repetir o feito de 1999 na Nigéria, quando surpreendeu a todos chegando até a final. O time não teve muitas dificuldades para garantir a vaga para o Canadá, mas a derrota na final para a Coréia do Norte, ainda que nos pênaltis, põe em dúvida a capacidade da equipe avançar às fases mais agudas da competição. Jogadores como Umesaki (com passagem pela seleção principal), Ushida e Atomu Tanaka são titulares em suas equipes na J-League, mas talvez isso possa não ser suficiente.
Olho nele: Yosuke Kashiwagi (1,74m, 68kg, 19 anos) Artilheiro do time no qualificatório asiático, marcou três gols e participou da jogada da maioria dos outros tentos nipônicos. Mostrou habilidade marcando um golaço na final contra a Coréia do Norte, driblando dois oponentes para chutar firme de esquerda.

Palpite Grupo F: Grupo parelho, todos têm chances. Mas fico com Nigéria e Costa Rica.

Mundial Sub-20 - Canadá 2007 [parte 5 de 6]

Grupo E

Argentina

Atual campeã, maior vencedora da competição com cinco títulos e vitoriosa em quatro das últimas seis edições. Com esse histórico, é desnecessário dizer que a Argentina chega para, no mínimo, disputar a final. Essa geração não disputou o Sub-17 do Peru em 2005, mas não se engane: jogadores como Insua, Banega, Zárate e Escudero já são conhecidos internacionalmente e representam mais uma talentosíssima nova safra de hermanos. O futebol apresentado no Sul-Americano Sub-20 não foi dos melhores, mas a equipe estava desfalcada e, mesmo assim, conseguiu ficar em segundo para abocanhar uma vaga nas Olimpíadas. É bom secar desde já.
Olho nele: Sergio Aguero (1,70m, 69kg, 19 anos) Assim como Alexandre Pato, Sergio “Kun” Aguero dispensa muitas apresentações. Cotado para compor o grupo argentino que disputa a Copa América, acabou sendo chamado para seu segundo Sub-20 e não reclama. Surgiu no Independiente e, aos 15 anos, se tornou o jogador mais jovem a estrear profissionalmente no Campeonato Argentino. Sua transferência para o Atlético de Madri foi a mais cara do futebol argentino e já marcou gols decisivos em sua primeira temporada.

República Tcheca
Uma muralha intransponível. Assim se apresenta o time da República Tcheca, que tem na maior média de altura do Mundial (1,83m) e na sua forte defesa a chave para tentar ir longe na competição. A equipe de Miroslav Soukup chegou às semifinais do Europeu Sub-19 e só não disputou a final com a Espanha graças à uma derrota na semifinal para os surpreendentes escoceses por 1 a 0. Presentes nos Mundiais de 2001 e 2003, mas ausentes na última edição, os tchecos querem provar que têm capacidade de revelar outra geração como a de Nedved e Poborsky, que está se aposentando.
Olho nele: Marek Strestik (1,88m, 76kg, 20 anos) As principais (senão todas) as jogadas ofensivas dos tchecos passarão pelos pés de Strestik, praticamente a única gota de talento em um mar de jogadores defensivos. Strestik é um meia-atacante talentoso que sabe tanto armar quanto finalizar e joga pelo modesto Brno, em sua terra natal.


Coréia do Norte
Não se deixe levar pela falta de tradição do país no futebol: a Coréia do Norte é, talvez, a maior candidata a zebra da competição. Esta geração quer reeditar aquela de 1966, que derrotou os italianos na maior surpresa da história das Copas do Mundo. O time não é de todo desconhecido: surpreendeu chegando às quartas-de-final do Mundial Sub-15 do Peru há dois anos e foi derrotada pelo Brasil apenas na prorrogação. E quem achava que era golpe de sorte, os norte-coreanos foram simplesmente campeões asiáticos Sub-20, batendo o Japão nos pênaltis. Tudo isso com uma das menores médias de idade do torneio. É bom abrir os olhos pra eles.
Olho nele: Kum-Il Kim (19 anos) Uma das revelações do Asiático Sub-20, o meia é capitão da equipe e marcou quatro gols em seis jogos, tendo recebido o prêmio de melhor jogador da competição. Outro destaque é o atacante Chol-Myong Ri, apelidado no país de “Ronaldo coreano”.

Panamá
O Panamá tem investido bastante no futebol nos últimos anos, especialmente em infra-estrutura, e o trabalho já começa a colher frutos: os panamenhos chegam ao seu terceiro Mundial Sub-20 consecutivo. Sede do qualificatório, ficaram em segundo em seu grupo, atrás dos poderosos estadunidenses. Talvez a maior estrela esteja no banco :o lendário Julio Dely Valdez, maior jogador da história do país. Apesar de ser seu primeiro trabalho importante como técnico, Dely Valdez promete empenho na busca do primeiro ponto do Panamá na história do Mundial Sub-20. Promete também uma equipe ofensiva e alegre, exatamente como ele gostava de jogar.
Olho nele: Josue Jafeth Brown (1,86m, 77kg, 19 anos) O atacante do Atletico Veraguense é veloz, apesar do porte físico avantajado. Os “caneleros” apostam em seu faro de gol (marcou dois dos três tentos panamenhos no qualificatório) para marcar seu primeiro ponto na história da competição.

Palpite Grupo E: Argentina e República Tcheca, mas a Coréia do Norte pode aprontar

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Mundial Sub-20 - Canadá 2007 [parte 4 de 6]

Grupo D

Brasil

É difícil fugir dos clichês quando se fala do Brasil, mas fato é que a seleção é sim favorita ao título. E muito. A campanha no Sul-Americano não começou muito boa, mas o time cresceu no momento necessário, mostrando que tem capacidade de produzir sob pressão. A virada do grupo se deu na vitória por 3 a 1 sobre o Uruguai, com grande partida de Alexandre Pato. Há quem diga que é a melhor geração em muito tempo, e realmente parece ser. O grupo tem três adversários bem diferentes, o que pode ser ideal para esta equipe embalar, afinal experiência não falta – a maioria é titular em seus times.
Olho nele: Alexandre Pato (1,79m, 71kg, 18 anos) Ok, não dá pra falar “olho nele” no Brasil, afinal todo mundo conhece os jogadores. Lucas também seria um nome a apontar, mas foi cortado às vésperas da estréia por contusão. Portanto, é de Pato que se espera muito. O garoto não deve sentir a pressão e também é forte candidato a estrela do torneio.

Coréia do Sul
Presença constante nos Mundiais Sub-20, a Coréia do Sul dificilmente passa da primeira fase. E, embora o time de Dong Hyun Cho possa render alguns bons frutos para os profissionais nos próximos anos, ainda falta rodagem para os jogadores. As atenções no país se voltam mais para a geração do Sub-17, que sediará o Mundial deste ano, e apesar de uma campanha irrepreensível na primeira fase do qualificatório, os coreanos foram eliminados pelo Japão na semifinal, após disputa de pênaltis.
Olho nele: Young Sung Shim (1,78m, 70kg, 20 anos) Artilheiro do time no Asiático Sub-20 com cinco gols em cinco jogos. A expectativa sobre este atacante é grande, e ele ainda nem marcou seu primeiro gol como profissional no Jeju United. Outra aposta é Tae Goon Ha, um parrudo atacante de 1,87m que estreou bem no time do Suwon Bluewings nesta temporada.

Polônia
A Polônia sediou o Campeonato Europeu Sub-19 no ano passado, que serviu de qualificatório para o Mundial. Mesmo assim, sequer passou da primeira fase e só garantiu a vaga no Canadá por ter ficado em terceiro lugar no grupo. Olhando por este panorama, os poloneses poderiam ser considerados meros figurantes. Mas alguns dos comandados de Michal Globisz já despertaram interesse de grandes times da Europa: o atacante Krzysztof Krol já é do Real Madri e o goleiro Wojciech Szczesny possui contrato com o Arsenal. Dá pra sonhar com uma vaga nas oitavas.
Olho nele: Dawid Janczyk (1,81m, 80kg, 19 anos) É quase unanimidade que Janczyk é o astro da companhia. Campeão polonês com o Legia Varsóvia, marcou três gols na única vitória polonesa no Europeu Sub-19 (4 a 1 sobre a Bélgica). Seu posicionamento e habilidade de finalização já o renderam comparações à lenda polonesa Boniek e uma convocação para amistoso na seleção principal já em março de 2006.

Estados Unidos
Já é chover no molhado dizer que o futebol estadunidense evoluiu. Mas o fato é que, nos últimos anos, os resultados das categorias de base são extremamente animadores. No que pese a pouca experiência internacional (que aos poucos vai sendo ampliada, com alguns jogadores já aparecendo na Europa), os Estados Unidos ficaram em primeiro em suas chaves na primeira fase dos Mundiais Sub-17 e Sub-20 de 2005, desbancando times como Itália e Argentina. Falta o passo adiante, pois ambas caíram no primeiro mata-mata. Mas boa parte da equipe do Sub-17 vai para o Canadá, além da eterna promessa Freddy Adu, que aos 18 anos chega para disputar, acreditem, o seu terceiro Mundial Sub-20 – um recorde. Time pra avançar, o técnico Thomas Rongen tem. Resta saber até onde vai.
Olho nele: Freddy Adu (1,72m, 66kg, 18 anos) Brincadeiras à parte, Adu é o jovem mais veterano do futebol mundial. A expectativa em cima do garoto é enorme desde seus 15 anos, e de candidato a estrela os holofotes quase o transformaram em eterna promessa. Adu definitivamente ainda não “estourou”, é muito garoto e sua habilidade é proporcional à expectativa e à cobrança impostas a ele, chegando ao absurdo de o Sub-20 do Canadá ser considerado a última chance de um garoto de apenas 18 anos, que normalmente deveria estar iniciando a carreira.

Palpite do Grupo D: Brasil e Estados Unidos

Mundial Sub-20 - Canadá 2007 [parte 3 de 6]

Grupo C

México

O México é um dos times mais falados deste Mundial Sub-20. A equipe é basicamente a mesma que conquistou o Sub-17 dois anos atrás no Peru. O técnico, Jesus Ramirez, “subiu” de categoria junto com a garotada e a geração, considerada a mais promissora da história, foi apelidada de “ninos heroes”. A classificação foi tranqüila e o trabalho é sólido. Resta saber como esses jovens talentos vão lidar com a pressão por um bom resultado, afinal qualquer coisa pior que um lugar entre os semifinalistas vai ser vista como decepção.
Olho nele: Giovanni dos Santos (1,73m, 77kg, 18 anos) Filho de brasileiro, Giovanni é um exemplo da nova ordem do futebol: assim como Messi e outros, surgiu já fora do país de origem, nas categorias de base do Barcelona. Eleito segundo melhor jogador do Mundial Sub-17, é extremamente habilidoso e já foi comparado a Ronaldinho Gaúcho (graças, também, ao porte físico parecido). Mesmo dois anos mais novo que a maioria dos jogadores, é uma das boas apostas a estrela da competição.

Portugal
Apesar de ter revelado uma safra nova de bons jogadores nos últimos anos, como Cristiano Ronaldo, Hugo Almeida e outros, Portugal ficou de fora dos últimos três Mundiais Sub-20. Em que pese a eterna comparação de cada nova geração com aquela do final da década de 80 que revelou Figo, Rui Costa & cia., a equipe possui razoável experiência internacional em jogadores como Bruno Gama, Hélder Barbosa e João Pedro. A campanha no europeu sub-19 que garantiu a classificação ao Mundial não foi muito brilhante, mas os jogadores ganharam rodagem nesta temporada e podem render mais do que na Polônia no ano passado.
Olho nele: Bruno Gama (1,77m, 72kg, 19 anos) Remanescente do time que conquistou o Europeu sub-17 em 2003, Bruno Gama é bastante técnico e possui um ritmo interessante de jogo. Arma muito bem as jogadas, embora também possa ser utilizado na faixa direita do campo. No Braga, já pôde mostrar que possui um bom chute (pega bem com os dois pés).

Gâmbia
Pouca gente conhece esse time de Gâmbia, mas não devia ser assim. Caso você não se lembre, os africanos derrotaram o Brasil na primeira fase do Mundial Sub-17 do Peru em 2005 (respeitáveis 3 a 1) e só não foi para as quartas-de-final por causa do saldo de gols. O aporte financeiro é grande de diversas autoridades do país, tudo para fazer com que os escorpiões disputem sua primeira Copa do Mundo em 2010, na África do Sul. A base é a mesma de dois anos atrás e a classificação não chegou a ser uma surpresa, por mais que Costa do Marfim fosse considerada favorita no grupo do qualificatório. Trocadilhos à parte, se um africano pode pintar como zebra, esse é Gâmbia.
Olho nele: Ousman Jallow (1,81m, 72 kg, 18 anos) Artilheiro do Africano Sub-20 com três gols em cinco jogos, marcou de pênalti o terceiro da vitória de Gâmbia sobre o Brasil em 2005. É forte, possui boa presença de área e é o único a jogar fora do país, no Raja Casablanca, do Marrocos.

Nova Zelândia
A Nova Zelândia estréia em Mundiais Sub-20 e deve ser, a partir de agora, uma presença constante. Isso porque, ao contrário do que acontece na Copa do Mundo, a Oceania tem uma vaga garantida e, com a mudança da Austrália para a AFC, neo-zelandeses devem reinar soberanos na região. A classificação veio sem tropeços, mas qualquer coisa além da primera fase parece um sonho distante para os comandados de Stu Jacobs. As esperanças de ao menos alguma alegria serão depositadas no meia Chris James, único a jogar fora do país.
Olho nele: Chris James (1,69m, 68kg, 19 anos) Apesar de meia, James foi o artilheiro da Nova Zelândia no qualificatório e já foi convocado quatro vezes para a seleção principal, tendo inclusive jogado no amistoso pré-Copa contra o Brasil no ano passado. Nascido na Nova Zelândia, mudou-se para a Inglaterra com os pais quando criança e é contratado do Fulham, embora ainda não tenha jogado no time principal.

Palpite do Grupo C: México e Portugal, mas Gâmbia pode pegar uma vaga de terceiro lugar.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Mundial Sub-20 - Canadá 2007 [parte 2 de 6]

Grupo B

Espanha
A Espanha chega ao Canadá credenciada à conquista do título não só por ter sido campeã do Europeu Sub-19 do ano passado na Polônia, mas também pelas boas atuações que teve no qualificatório, quando terminou com o melhor ataque e de maneira invicta. Ginés Meléndez tem em mãos uma equipe de toque de bola rápido e envolvente, que prima mais pela força do conjunto do que pela habilidade individual. Tradição na categoria, o futebol do país já tem: venceu o torneio de 99 na Nigéria e perdeu duas finais para o Brasil (85 e 2003). Pelo menos no sub-20, os espanhóis não podem ser chamados de amarelões.
Olho nele: Juan Manuel Mata (1,74m, 65kg, 19 anos) Embora seja difícil apontar um destaque em um grupo tão coeso, o meia Manuel Mata, que foi contratado pelo Valencia, mostrou habilidade e um belo entrosamento com o artilheiro Alberto Bueno. Uma dupla mortal para as defesas adversárias. Vale destacar também Adrian Gonzalez, filho do lateral-direito Michel que disputou a Copa de 86.

Uruguai
O Uruguai é, dos países mais tradicionais do futebol, o que talvez passe por um processo de renovação mais sofrido. Presente em apenas uma das últimas quatro Copas do Mundo, as esperanças do renascimento da celeste olímpica passam pelos pés destes garotos, comandados pelo jovem técnico Gustavo Ferrin, de 47 anos. O time foi bem no Sul-Americano Sub-20 e por pouco não se classificou às Olimpíadas pela primeira vez em 80 anos. Boa parte da equipe disputou o Mundial Sub-17 no Peru em 2005, o que pode significar uma geração talentosa ou simplesmente que esses garotos são tudo o que o Uruguai possui.
Olho nele: Edinson Cavani (1,88m, 78kg, 20 anos) Alto e encorpado, Cavani não é apenas um centro-avante típico: tem boa técnica e é extremamente frio na hora de finalizar. Marcou doze gols em sua primeira temporada como titular no Danúbio, ajudando a equipe a conquistar o título nacional. Logo após sagrar-se artilheiro do Sul-Americano Sub-20 com seis gols, assinou com o Palermo e teve uma boa estréia na Série A.

Zâmbia
Embora pouca gente conheça, o futebol zambiano não fará sua estréia em Mundiais Sub-20 no Canadá. Há oito anos, na Nigéria, o time começou bem mas sucumbiu diante do Brasil e da Espanha, que se sagraria campeã. O país tem bons resultados dentro do continente e até já disputou Olimpíada, em Seul-88. A classificação para o Mundial foi sofrida: o gol da vitória sobre Camarões aconteceu já nos acréscimos. Até por isso, os africanos querem mais é fazer festa no Canadá. E o que vier, é lucro. Mas um fator chama a atenção: o jogador mais alto da equipe é o zagueiro Kachinga, com incríveis 1,71m. Todos os outros têm, em média, 1,61m.
Olho nele: Clifford Mulenga (1,61m, 62kg, 19 anos) Meia criativo, já possui certa experiência por estar nas seleções de base desde os 17 anos. Seu futebol já chamou a atenção da Europa e ele deve defender o Caen, da segunda divisão francesa, na próxima temporada. Acredita-se até que Mulenga possa superar Kalusha Bwalya, maior ídolo da história do esporte no país.

Jordânia
A primeira experiência de impacto da Jordânia no mundo do futebol foi alcançar as quartas-de-final da Copa das Nações Asiáticas de 2004. A campanha despertou o interesse do país e os investimentos colhem seus primeiros frutos nesta estréia no Mundial Sub-20. A vaga no Canadá veio com uma surpreendente vitória sobre a China nas quartas de final do Asiático Sub-20. O responsável pelo trabalho? Jan Poulsen, experiente treinador de 60 anos que fazia parte da comissão técnica dinamarquesa no título da Eurocopa 92. A equipe é ingênua e sem rodagem internacional, portanto só chegar ao Canadá já é motivo de comemoração.
Olho nele: Abdallah Salim (1,70m, 71kg, 20 anos) Mais uma cria da escola árabe de futebol: leve, ágil e de toques rápidos, Salim é o dono da equipe. Quando joga pelo meio, costuma colocar os atacantes na cara do gol com seus passes, mas também faz bons cruzamentos pelos flancos. Teve participação decisiva nos dois gols da vitória sobre a China que garantiram a vaga.

Palpite do Grupo B: Espanha e Uruguai.

Mundial Sub-20 - Canadá 2007 [parte 1 de 6]


Ainda pouco valorizado no Brasil, o Mundial Sub-20 que começa no sábado, no Canadá, é considerado pela própria Fifa como a segunda competição de seleções mais importante depois da Copa do Mundo. O torneio já revelou inúmeros talentos - Messi, da campeã Argentina em 2005, é só um exemplo. Considerando as revelações sobem cada vez mais cedo aos times principais, é pertinente prestarmos (muita) atenção no que acontece em gramados canadenses durante este mês. Afinal, o mínimo que se pode dizer é que a geração brasileira que disputa esse Mundial é uma das melhores desde a primeira edição, em 1977.

Seguem apresentações dos grupos, dois por dia, até sexta. Cravar palpites é difícil nesta categoria, ainda mais quando a cobertura da mídia é pequena. Mas é possível apontar, sempre considerando a margem de erro, favoritos aqui e ali.

São seis grupos de quatro times, com os dois primeiros de cada chave, mais os quatro melhores terceiros, avançando às oitavas. A partir daí, mata-mata até a final. Aponto, portanto, meus dois maiores candidatos à vaga em cada chave. (Confira a tabela completa da competição no site da Fifa.)


Grupo A

Canadá

É costume apontar os países-sede, quando eles não têm muita tradição, como candidatos a surpresa apenas devido ao fato de jogar com a torcida. Mas o Canadá disputou quatro dos últimos cinco Mundiais Sub-20 – fruto de um investimento pesado nas categorias de base do esporte no país, que faz com que dez dos 21 convocados já atuem na Europa (especialmente Inglaterra e Alemanha). Em 2003, nos Emirados Árabes, os canadenses caíram apenas na prorrogação das quartas-de-final para a Espanha, que ficaria com o vice-campeonato. Em 2005 na Holanda foram eliminados na primeira fase. Mas uma vitória por 3 a 1 sobre o Brasil em um amistoso no ano passado mostra que o time tem potencial.
Olho nele: David Edgar (1,90m, 78kg, 20 anos) Zagueiro do Newcastle, esteve presente nas campanhas de 2003 e 2005 e já participa da seleção principal. Bom nas bolas aéreas e sabe atacar – marcou um gol no empate de 2 a 2 com o Manchester United nesta temporada.

Áustria
Assim como para outras equipes, a simples classificação para o Mundial já é motivo de comemoração para a Áustria, que participou pela última vez da competição em 1983, no México (pra se ter uma idéia, Polster fazia parte daquele time). A falta de experiência internacional da equipe ainda pesa: apenas o meia-atacante Martin Harnik joga fora do país (acaba de assinar um contrato com o Werder Bremen após uma temporada na equipe B). Ainda assim, o conjunto austríaco se mostrou sólido no europeu sub-19 da Polônia, que serviu de qualificatório. Uma vitória de 4 a 1 sobre a Bélgica carimbou o passaporte para o Canadá, mas uma derrota por 5 a 0 para os espanhóis na semifinal mostrou que o time é, sim, limitado. O grupo é complicado, mas um terceiro lugar e uma eventual classificação às oitavas seria excelente.
Olho nele: Erwin Hoffer (1,76m, 72kg, 20 anos) Considerada a principal promessa do país, o atacante do Rapid Vienna marcou quatro gols em três jogos na primeira fase do europeu sub-19. Possui boa precisão e força nos chutes, o que compensa a estatura abaixo dos padrões para a posição.

Chile
É fato que o futebol chileno tenta se renovar desde aquele time da Copa de 1998. Entretanto, por mais que o país tenha participado de duas das últimas três edições do Mundial Sub-20 (2001 e 2005), esta geração sim parece ser mais promissora. A safra é boa e além da estrela principal da companhia, Alexis Sanchez, outros jogadores fizeram uma boa campanha no Sul-Americano Sub-20 do Paraguai, em que o quarto lugar assegurou a vaga ao Mundial: o meia Arturo Vidal e o atacante Nicolas Medina apareceram entre os principais artilheiros da competição e Nicolas Larrondo é garantia de segurança na defesa. A superação no empate em 2 a 2 arrancado do Brasil na fase final, com um homem a menos, é uma demonstração de que essa equipe pode ir além das oitavas-de-final de dois anos atrás.
Olho nele: Aléxis Sanchez (1,68m, 70kg, 19 anos) Revelado pelo Cobreloa, Aléxis Sanchez é jogador da Udinese, mas está emprestado ao Colo-Colo. Meia extremamente habilidoso, já possui rodagem internacional: disputou Libertadores e faz parte de todas as seleções de base do Chile desde os 16 anos.

Congo
Sede do Africano Sub-20 que serviu de classificatório, Congo foi campeão continental batendo a vice-campeã mundial Nigéria e fará no Canadá sua estréia na categoria. A Federação Congolesa possui laços estreitos com o Auxerre, da primeira divisão francesa: quatro jogadores atuam pelo clube e o técnico, Eddie Hudanski, foi recomendado pelo vice-presidente da equipe, Gerard Bougoin. A base é a mesma que assegurou a vaga em fevereiro dentro de casa, com uma defesa vulnerável mas um trio de ataque interessante, formado por Nkounga, Tchilimbou e Fabrice Ondama, o astro da companhia.
Olho nele: Fabrice Nguessi Ondama (1,75m, 75kg, 19 anos) Melhor jogador do Africano Sub-20, Ondama (ou Nguessi, como deve aparecer na camisa durante a competição) é bastante veloz, o que já lhe rendeu comparações com o nigeriano John Utaka.

Palpite do Grupo A: Canadá e Chile.

terça-feira, 26 de junho de 2007

Copa América 2007


Começa nesta terça a 28ª edição da Copa América, a ser sediada pela primeira vez na Venezuela. A quem quiser, indico os perfis sempre competentes da Trivela sobre as seleções, e mais algumas curiosidades sobre os países participantes no blog do Bindi. Quanto aos times, deixo minhas impressões:

A Argentina aparece como principal favorita por ter uma seleção mais completa que a do Brasil. De fato, os resultados de Dunga em 2007 não foram tão bons quanto os de 2006. O Brasil parece ter a defesa acertada, mas o ataque preocupa. México e Estados Unidos não vêm com sua força máxima, enquanto as outras seleções sul-americanas se vêm às voltas com desfalques ou maus momentos de seus principais jogadores.

No grupo A, a Venezuela pode surpreender e chegar até as semifinais, graças ao sorteio dirigido. Se terminar em primeiro do grupo, só pegaria Argentina, Brasil ou Uruguai em uma eventual final. A equipe mostra claros sinais de evolução e uma competição como sede vai por à prova até onde pode chegar. O Uruguai não consegue revelar novos talentos e vai na base da camisa, com nomes já conhecidos como Forlán e Recoba. Ainda assim, deve passar. O Peru, com um bom ataque, pode passar em terceiro se fizer bom saldo, já que a Bolívia deve perder as três partidas.
Palpite: Venezuela, Uruguai e Peru.

O grupo do Brasil é o mais equilibrado, e por isso devem passar apenas dois. Dunga não possui laterais e um centro-avante de confiança, mas mesmo assim a seleção não deve sofrer para passar em primeiro. Mas aí fica a dúvida: o México não foi bem na Copa Ouro e teve a dispensa de três titulares; o Equador não conta com Kaviedes e Delgado e perdeu para a Colômbia em amistoso recente (tudo bem que jogar em casa para o Equador é essencial, mas eles foram bem na Alemanha); e o Chile tem o melhor time desde 98, mas ainda é uma incógnita - se continuam batendo tanto quanto naquele amistoso contra o Brasil, devem ter vida curta. Além do mais, depender de Valdívia é muito pouco.
Palpite: Brasil e Equador ou México (com ligeira vantagem para o Equador)

E no grupo C a Argentina passa fácil. Vem com o time completo e Riquelme parece estar inspirado. O time reserva dos Estados Unidos não deve oferecer perigo e Paraguai e Colômbia passam, brigando pra ver quem fica na frente. Enquanto os paraguaios continuam tentando renovar a equipe (olho no jovem atacante Oscar Cardozo, recém-contratado pelo Benfica junto ao Newell's Old Boys), a Colômbia começa a mostrar jogadores muito interessantes e pode surpreender.
Palpite: Argentina, Colômbia e Paraguai

O problema é que nesse quadro, Argentina e Brasil se enfrentariam na semifinal. E na possível final, teríamos ou Venezuela ou algum time pequeno...realmente amiga nossa essa tabela! De acordo com os palpites da coluna, as quartas-de-final ficariam assim:

Venezuela x Paraguai/Peru
Paraguai/Peru x Equador

Brasil x Colômbia
Argentina x Uruguai

Realmente um osso duro de roer. Mas vamos lá, com Hugo Chavez, estádios não-acabados e narrações antológicas de Galvão Bueno (Sportv e Espn Brasil também transmitem), acompanhar mais uma edição da competição de seleções mais antiga do mundo.

domingo, 24 de junho de 2007

Brasileirão: 7ª rodada

O que vi dos jogos de domingo nesta sétima rodada:

Santos 0x2 SP
Gostei do Hernanes no time do São Paulo, e me impressionou a passividade da defesa do Santos no segundo gol. Não gosto do Aloísio mas hoje ele esteve bem. O Santos tinha Zé Roberto e lhe faltava um atacante. Agora o tem com Kléber, mas o meio-campo parece um deserto de criatividade.

Palmeiras 0x2 Atlético-PR
Caio errou no esquema com três zagueiros. O treinador sabia que sofreria os contra-ataques, se armou para isso e mesmo assim levou gols exatamente desta maneira. E quando tentou consertar, foi tarde demais. Edmundo não pode levar o time nas costas, mas ao meu ver o que mais falta nesse time é confiança. Talvez por isso os péssimos resultados dentro de casa, com a cobrança da torcida.

Cruzeiro 4x2 Atlético-MG
Que jogão! O Cruzeiro apostou na velocidade e se deu bem. Renan protegeu muito bem a defesa, que vinha sofrendo até aqui, e o Galo depende muito de Coelho. Destaque para a defesaça do Gatti (esse pênalti não achei perdido, mas defendido). E fica sempre a menção honrosa para o Raposão, meu ídolo. Obs.: Gosto muito do Guilherme.

América-RN 0x1 FluminenseVi apenas os melhores momentos, mas o goleiro do Flu fez duas defesas fenomenais.

Do Grenal, vi apenas os gols e vi que Mano improvisou Lúcio no meio. Entendo que os elogios vêm porque o time venceu. Tivesse o Grêmio sido derrotado, talvez Mano seria criticado. Ou até poder-se-ia dizer que foi culpa dos desfalques, ou ainda do "peso" da derrota para o Boca. Na próxima rodada, não tem licença poética para o Tricolor.

E de Náutico 0x2 Goiás, também vi apenas os gols. Mas Harley fez um defesaço em falta do Acosta, e torço pela recuperação do Fabrício Carvalho.

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Os novos galáticos


Em se confirmando a transferência de Henry para o Barcelona, este será o momento de uma virada simbólica no futebol espanhol: a alcunha de "galáticos" deixa Madri e aporta em Barcelona. Afinal, o que dizer de um time que tem em seu elenco os melhores jogadores de França, Brasil, Argentina e Portugal? Henry, Ronaldinho Gaúcho, Messi e Deco não devem nada a Zidane, Beckham, Raúl e Ronaldo. Pelo contrário, podem levar o apelido a uma nova dimensão, já que a constelação merengue virou sinônimo de muita mídia, mas pouco futebol.

Excluo da lista Eto'o, o melhor camaronês, por acreditar que ele deva realmente se transferir ao futebol italiano com a chegada de Henry. Brinca um amigo que este quarteto sim é o fantástico, esse quadrado sim o mágico, e que é melhor até que Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe. Muita calma, é claro, afinal ainda não se sabe como (ou se) o francês encaixará na equipe. Mas que já cria uma tremenda expectativa, isso cria.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Lesões de joelho, um fantasma à espreita

O zagueiro Teco, do Grêmio, foi a última vítima de uma lesão que se tornou corriqueira nos gramados de uns tempos pra cá: o rompimento do ligamento cruzado do joelho. Uma lesão grave, que afasta o atleta dos campos por um período de, no mínimo, seis meses. Tentando descobrir a causa, o Domingo Esportivo conversou com o Doutor Sidney Schapiro, especialista em lesões do joelho e traumatologia do esporte. O ortopedista apontou as razões que consideram determinantes no aumento desse tipo de contusão e falou sobre o GPS, um sistema que promete reduzir o tempo de recuperação pela metade. Acompanhem a entrevista realizada por Gustavo Antoniassi, companheiro de Rádio Azul Celeste:

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quarta-feira, 20 de junho de 2007

1º Forum ESPM de Marketing Esportivo


Peço desculpas pela ausência prolongada, mas estive em São Paulo nos últimos dois dias acompanhando o 1º Forum ESPM de Marketing Esportivo. Uma oportunidade muito interessante de conhecer cases de sucesso e as tendências do mercado. Dentre os palestrantes, Julio Casares, Diretor de Marketing do São Paulo, Erich Beting, do ótimo Máquina do Esporte e Fábio Medeiros, da TV Esporte Interativo.

Um dado interessante apresentado por Roger Garcia, da Pro Entertainment Licenciamentos, é que, ao contrário do que muita gente pensa, a torcida do São Paulo não é tão elite assim. De fato, em São Paulo, a maior torcida nas classes A e B é justamente a do Corinthians. Algo a se pensar, afinal muita coisa tem sido falada na base do "achismo".

Marcos Yano, da Tática Marketing Esportivo, falou algo que também achei interessante: existe ainda uma idéia de que partocínio esportivo é uma ajuda, mas não é. Patrocinar equipes e projetos esportivos é um investimento altamente lucrativo, e os números comprovam isto.

Celso Schvartzer, Diretor de Planejamento dos Jogos Pan-Americanos Rio 2007, apresentou a campanha de marketing por trás do Pan e foi sabatinado com perguntas referentes à imagem do evento, abalada pelo superfaturamento e atraso das obras. Já Erich Beting mostrou dados muito concretos de como um evento esportivo de tamanha magnitude traz benefícios e lucros para o país organizador - resta ao Brasil apoveitar esta chance de ouro que tem com o Pan e, muito provavelmente, terá com a Copa 2014.

Por fim, a principal lição que fica para quem trabalha na área ou quer entrar nela: o esporte hoje é, antes de mais nada, um negócio. Existe sim a bola, a corrida ou a natação, mas é tudo uma oportunidade de LUCRO. Engraçado que todos os palestrantes falaram que o esporte tem o valor da PAIXÃO, que pode ser muito utilizado para atrair o consumidor e, conseqüentemente, o patrocinador. Mas, ao virar negócio, o esporte perde muito da sua paixão. Um círculo nada virtuoso.

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Entrevista com Luiz Fernando Bindi, o distinto

Acompanhe um trecho da conversa que tive o prazer de ter com Luiz Fernando Bindi, no Domingo Esportivo da semana passada. Bindi fala sobre as curiosidades e a história por trás dos dinstitivos dos clubes brasileiros e internacionais. Um papo deveras agradável.

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Se não conseguiu ouvir, clique aqui. Para conhecer mais o trabalho do Bindi, visite seu site sobre distintivos e seu blog.

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Fogão cheio de gás


O já veloz time do Botafogo teve sua velocidade aumentada face à morosidade deste time do Vasco. Impressionante como Celso Roth extirpou aquele contra-ataque rápido do Vasco de 2006 em nome da estabilidade defensiva, ainda mais com Renato, muito lento, no lugar de Morais. Perto do fim da primeira etapa, já não havia possibilidade alguma do Vasco sequer diminuir o placar. Quem venceu o Botafogo este ano deixou a lição: marcação no campo do adversário e compactação do meio-campo.

Agora, duas observações que pouca gente há de concordar comigo:

1) Disse ontem e repito. A barreira atrapalha o goleiro, ainda mais da distância que o Juninho cobrou a falta do segundo gol. Serve apenas como referência para o batedor e como tampão para a visão do guarda-metas.

2) Podem falar que é balela, mas toda vez que o Vasco joga no Maracanã, ou o Santos joga no Morumbi, vejo a mesma dificuldade: as duas equipes estão acostumadas com os gramados menores de seus estádios e quando jogam em campos assim abertos, têm dificuldades.

E parabéns ao Botafogo. Foi superior em todo o jogo. Cuca mostra que realmente pegou jogadores desacreditados e conseguiu transformá-los em peças de um time envolvente. Quanto ao Vasco, Celso Roth parece finalmente ter conseguido ressuscitar aquele time morto de 2005, que se arrastava em campo feito um zumbi, assistindo aos adversários jogarem. O fantasma do rebaixamento já assombra.

terça-feira, 12 de junho de 2007

SeleNão


Sinceramente não lembro quem inventou este termo, mas o onze nacional deixou de ser a seleção brasileira para ser uma "seleção de brasileiros". Isso porque quando os técnicos podem contar com força máxima, dificilmente aparece alguém de um clube brasileiro nas convocações.

As causas são conhecidas: o êxodo cada vez maior de jogadores, gerado pela mercantilização do futebol e uma cultura de desvalorização do nacional, ou seja, um complexo de vira-lata requentado. É lugar comum, mas o futebol deixou de ser futebol há tempos e virou negócio. A gente vibra, torce, mas nossa reação é a mesma de quem trabalha na bolsa de valores: agonia e êxtase que rendem apenas aos cabeças, que não aparecem.

O problema é que agora esse fenômeno já atinge as categorias de base: dos 25 convocados para o Mundial Sub-20 do Canadá, cinco já jogam fora. Número que parece pequeno, mas que antes sequer era estatística. A precocidade dessa saída em busca do El Dorado poderá ser mais bem sentida ao final do campeonato, quando certamente mais alguns desses jovens talentos serão negociados.

Entretanto, nem entrei ainda no assunto que motivou estas linhas. A seleção brasileira deixou de ser prêmio e passou a ser punição. Quem é convocado, faz de tudo para não jogar. Acontece que a seleção parece ser hoje um trampolim para atravessar o Atlântico: a garotada toda quer ser convocada. Com isso, arregala os olhos dos europeus, que vêm com seus dólares e os levam para seus clubes. A partir daí, o discurso muda: "é o clube que paga meu salário, devo satisfações a eles e acho melhor ficar de fora".

Tudo bem, a Copa do Mundo ainda é uma exceção, porque todo mundo AINDA quer jogar. Mas corre-se o risco de, em breve, os atletas também desdenharem dela. Culpa dos inúmeros amistosos agendados pela CBF: em 2006, nenhuma seleção jogou tanto quanto o Brasil. Culpa da mercantilização do futebol, que fez a convocação deixar de ser comemorada para ser lamentada. Virou obrigação, mais ou menos como visitar a sogra: ninguém gosta, mas tem que fazer.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Matando no ninho

Acompanhei neste sábado uma partida do campeonato paulista sub-17 entre Rio Branco e Paulínia. O resultado do jogo, um 0 a 0 fruto da afobação dos atacantes, pouco importa. O que me deixou estarrecido foi a declaração do técnico Hélio (me perdoem por não lembrar o sobrenome), do Paulínia. Após a partida, ele afirmou que estava contente com o resultado porque sua equipe era inferior e ele havia ido até Americana para marcar, não para vencer. E disse mais: "o futebol de hoje é conjunto. Não há mais espaço para a individualidade".

Fico imaginando um discurso desses entrando na cabeça da garotada. O moleque vê sua criatividade tolhida antes mesmo de iniciar a carreira. E se depender dessa mentalidade, ao meu ver nem iniciá-la ele vai. Vale lembrar que o Paulínia atuou em um 3-5-2. Vejo complexidade demais para um grupo de 16 anos em média.

Aceito que atualmente a cobrança é cada vez maior e se antes revelações apareciam com 20 anos nos clubes, hoje o menino-prodígio tem 17, 18. Essa pressão se justifica pelo êxodo cada vez maior de jogadores para o exterior, o que faz com que as bases tenham de suprir os elencos. E os jovens se destacam e acabam sendo vendidos precocemente. É uma bola de neve, um círculo vicioso.

Entendo, contudo, que um jogador só amadurece lá pelos 24 anos em média, excetuando-se um ou outro caso. Portanto, em um sub-17 é muito mais importante trabalhar os fundamentos (que ambas equipes erraram razoavelmente) e incutir na cabeça dessa molecada um espírito diferente de jogo, pois já existem a catimba, a firula e o anti-jogo.

O que mais me preocupa é que o pensamento do técnico do Paulínia não é uma exceção, e sim algo muito próximo de se tornar regra no futebol brasileiro. O conjunto é, sim, importante, mas de maneira que possa fazer com que os atletas coloquem em prática suas melhores habilidades individuais. Do contrário, um clube como este só irá revelar zagueiros e bonitudos, quando muito.

Percebi garotos com habilidade, mas que estavam visivelmente engessados com as preocupações táticas do treinador. Isso é importante, mas um pouco mais pra frente, porque do contrário, estaremos matando vários talentos no ninho.

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Evair, o matador

Apresento hoje, pedindo desculpas pela demora, entrevista que tive o prazer de realizar com o matador Evair no último Domingo Esportivo. Foi um papo muito legal, de mais de 20 minutos que emocionou muitos palmeirenses ligados na audência. Dentre outras coisas, falou sobre os tempos de Palmeiras, a vontade de ser técnico de futebol e os melhores momentos da carreira. Acompanhe:

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quarta-feira, 6 de junho de 2007

Debutante

Fiori Giglioti disse, após uma de suas últimas transmissões, que em todas elas ele aprendia um pouco. Imagine então o quanto tenho de aprender, eu que fiz ontem minha primeira transmissão de uma cabine no estádio. O jogo não era lá aquelas coisas, Ponte x Barueri pela Série B, mas como disse o Dassler, melhor que São Vicente x Palestra de São Bernardo.

O jogo em si não foi lá aquelas coisas, e vendo a torcida da Ponte chego a pensar em uma coisa: tem gente que fala o tempo inteiro que a torcida não vai ao estádio porque o nível do futebol está muito baixo. Mas também, para o tipo de torcedor brasileiro, esse futebolzinho aí está bom demais.

De qualquer maneira, a emoção do novo é contagiante, mesmo em uma fria Campinas terça à noite. Estar ali, lado a lado com feras como Jota Junior (que fez questão de nos cumprimentar), Reinaldo Porto e, porque não, Carlos Batista e Alberto César, é muito legal. Talvez seja por isso que digamos que o futebol não pode morrer, porque se lá no campo ele é nada mais que 22 jogadores atrás de uma bola, em volta dele existe muita coisa. E coisa boa.

terça-feira, 5 de junho de 2007

Brasileirão: 10%


Passadas quatro rodadas, pouco pode-se dizer sobre qualquer coisa. Sobre candidatos a X ou Y então, menos ainda. Deixando a futurologia de lado, pode-se fazer uma análise do começo do campeonato, agora que cada equipe jogou duas vezes fora e duas em casa. Já aviso que as análises não compreendem Santos, Grêmio, Fluminense e Figueirense, que permanecem focados em outras competições.

Quem acompanhou o futebol apresentado pelo Botafogo não se surpreende com a liderança do time de Cuca. Um dos únicos invictos do campeonato (além de Corinthians e Vasco), o Fogão tem 100% de aproveitamento em casa e não deve sofrer muito com o desmanche que se aproxima. O Paraná sim ainda é uma incógnita, principalmente pelo técnico que contratou. Pintado não é nem de longe treinador de série A.

A surpresa mais positiva é mesmo o time do Corinthians, porque conseguiu exatamente isso: ser um time. Carpegiani tem um esquema que funciona melhor fora do que dentro de casa e se mantiver o ritmo, pega no mínimo uma Sulamericana. Já o Vasco, não sei. Dois pés atrás é pouco com o time mais violento da competição.

O Palmeiras mostrou que depende demais de Valdivia e o São Paulo, que ainda não se encontrou. Esperava mais do Flamengo, mas o time sofre da falta de um homem de frente em boa fase (se bem que quem não sofre, não é mesmo?). Também esperava mais do Galo e do Atlético-PR, times muito incostantes.

Náutico, Juventude, Goiás e América-RN aparecem ondem deveriam estar, embaixo. E Cruzeiro e Inter são as decepções até agora, mas venceram a primeira no final de semana. Parece-me que falta tranqüilidade a mineiros e gaúchos para subirem na tabela.

Destaques: Josiel, atacante do Paraná com 5 gols e Felipe, goleiro do Corinthians que sofreu apenas um.

Perebas: A zaga do Cruzeiro e o ataque do América de Natal.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Balanço da temporada - Campeonato Alemão


Os campeonatos europeus começaram suas temporadas com poucas perspectivas de mudança: Barcelona, Bayern de Munique e Chelsea vinham de bicampeonatos e dificilmente o quadro mudaria em 2006/07. Entretanto, muito mudou, principalmente na Alemanha.

Pode parecer pouca coisa o quarto lugar dos bávaros, mas é uma verdadeira revolução. A última vez que ficaram de fora da Champions League foi na temporada 1994/95, conquistada pelo Borussia Dortmund, quando amargaram a sexta posição. Talvez essa revolução impetrada pela má campanha do Bayern sirva até de metáfora para o próprio processo de reformulação por que passa o futebol alemão como um todo, com o surgimento de uma nova safra de bons jogadores - coisa que parecia difícil de acontecer tempos atrás. O boom da Copa do Mundo fez com que a Bundesliga se tornasse o campeonato com maior média de público do mundo (cerca de 40 mil pessoas por jogo).

O Werder Bremen foi quem contratou mais e melhor, trazendo o bom camaronês Womé da Inter de Milão, dando uma chance a Diego, encostado no Porto, e reforçando a defesa com Mertesacker, titular do Nationalelf na Copa. Diego brilhou desde o início, o time começou muito bem e não fosse um gol de Messi nos acréscimos, teria avançado às oitavas da UCL em um grupo dificílimo, que tinha Barcelona e Chelsea. Mas as contusões de Klasnic, Baumman e Boowski, aliadas aos problemas pessoais de Klose e às ofertas que pipocaram por toda a Europa fizeram o desempenho da equipe despencar, culminando com a eliminação na semifinal da Copa da Uefa perante o Espanyol e o terceiro lugar na Bundesliga.

Já o Bayern de Munique sofreu com a perda de seu astro, Michael Ballack, para o Chelsea. Embora com dinheiro em caixa, os bávaros não conseguiram atrair jogadores de ponta para uma equipe recheada de medalhões e sucumbiu cedo no campeonato nacional, apostando suas fichas na Liga dos Campeões. Mas Podolski e Schweinsteiger não renderam o que deles se esperava, Felix Maggath caiu e Ottmar Hitzfeld assumiu. Embora tenha feito o Bayern melhorar o futebol apresentado, foi tarde demais. Para evitar o vexame, os cofres foram abertos para trazer Luca Toni, da Fiorentina e Jensen, do Borussia Mönchengladbach e da seleção. Sem contar que Zé Roberto pode voltar.

Parecia que seria dessa vez que o Schalke desencantaria e levaria novamente o prato pra casa após 50 anos. A equipe foi quem mais liderou a competição ao longo da temporada, graças à volta de Kuranyi à boa fase. Mas uma suspensão de Lincoln e a irregularidade do brasileiro-panamenho-alemão fizeram com que os azuis reais caíssem de produção e fossem ultrapassados na penúltima rodada justamente após uma derrota para os arqui-rivais do Borussia Dortmund no Westfalenstadion.

E por fim, o Stuttgart apareceu como quem não queria nada e acabou faturando. O técnico Armin Veh, que assumiu após uma atrapalhada passagem de Giovanni Trappatoni, apostou em jovens valores como Hitzlspeger, Mario Gomez e Lauth e contou com a estrela do brasileiro Cacau para, com um futebol eficiente, alcançar a liderança há apenas duas rodadas do fim. Foi o primeiro título desde a temporada 1991/92, quando o time chegou a ser treinado por um técnico pouco conhecido: Joachim Löw, hoje meister da seleção.

Hamburgo, Herta Berlim, Borussia Dortmund e Bayern Leverkusen decepcionaram mais uma vez. Nenhuma surpresa entre os rebaixados (Mainz, Alemania Aachen e Borussia M'Gladbach), mas vale ressaltar a boa campanha do recém-promovido Bochum, que terminou em oitavo. O artilheiro foi novamente um desconhecido, o grego Theofanis Gekas do Bochum, que se aproveitou da seca por que passaram Klose, Makaay e Kuranyi. Enfim, uma temporada de renovação na Bundesliga. E que venha agosto!