quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

2007: o esporte em números


0 pontos fez Rubens Barrichello na temporada da Fórmula 1
2 a 1 foi o placar da vitória do Milan sobre o Liverpool na final da UCL
3 a 0 foi o placar da vitória do Brasil sobre a Argentina, na final da Copa América
4 medalhas no Pan perdeu Rebeca Gusmão pelo doping constatado
6 vitórias por ippon teve Tiago Camilo rumo ao ouro no Mundial de Judô
7 ligas mundiais de vôlei tem o Brasil, com a conquista na Polônia
8 medalhas conquistou Thiago Pereira na natação do Pan, sendo 5 de ouro
10 gols fez Kaká, artilheiro da UCL 2006/07
12 estádios quer ter o Brasil na Copa 2014; a Fifa prefere dez
17 gols fez o Brasil, vice-campeão da Copa do Mundo de Futebol Feminino
20 gols marcou Josiel, do Paraná, artilheiro do Brasileiro
30 de outubro, data do anúncio do Brasil como sede da Copa de 2014
31 milhões de reais pagou o Bayern de Munique por Breno, do São Paulo
34 gols fez Afonso Alves, artilheiro do campeonato holandês pelo Heereven
40 medalhas de prata conquistou o Brasil no Pan
44 pontos fez o Corinthians, 17º lugar e rebaixado no Brasileiro
49 títulos acumulou Janeth em sua carreira, que se encerrou no Pan
54 medalhas de ouro conquistou o Brasil no Pan
67 medalhas de bronze conquistou o Brasil no Pan
69 pontos fez o Coritiba, campeão da Série B
77 pontos fez o São Paulo, pentacampeão Brasileiro
110 pontos fez Kimi Raikkonen, campeão mundial de Fórmula 1
150 jogos investigados pela ATP no escândalo de apostas e resultados
161 medalhas acumulou o Brasil nos jogos panamericanos
+ 1002 gols foi a marca atingida por Romário
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2007

Feliz 2008 cheio de conquistas a todos!

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Para não fechar*


O que têm em comum Mineiro, Flávio Conceição, Marcos Assunção, Marcelinho Paraíba, Macedo e Anaílson? Todos, entre muitos outros, foram revelados pelo Rio Branco de Americana. Tradicional clube do interior de São Paulo, o Tigre era o pequeno há mais tempo na primeira divisão do futebol paulista – o rebaixamento em 2007, com uma campanha melancólica, interrompeu um período de 17 anos na série A-1.

Como em todo descenso, uma combinação de fatores resultou na queda da equipe. O principal deles, sem dúvida, foi a lapidação sofrida nas últimas administrações, que tinham milhões em caixa graças à venda de jogadores e transformaram este capital em dívidas. Não obstante, hoje o Rio Branco tem fama de mau pagador – basta perguntar a qualquer empresário ou jogador do interior do estado.

Mas nem sempre foi assim. Com grandes campanhas na década de 90, o Tigre lotava o estádio Décio Vitta e era conhecido como um grande celeiro de craques. Quem montou toda a estrutura das bases foi Cilinho, o mesmo que anos antes havia apresentado ao Brasil os ‘menudos’ do Morumbi. Receita de sucesso, mas também chave do problema: nada, ou muito pouco, foi atualizado e o clube parou no tempo, chorando a dura realidade profissional da Lei Pelé.

Ainda assim, as bases do Rio Branco conseguiram render alguns frutos recentes, nas boas campanhas da Copinha: o atacante Thiago Ribeiro e o goleiro Fabiano, ambos negociados com o São Paulo, são a prova de que o talento resiste até em solos pouco férteis. O time sub-20 foi vice-campeão paulista no ano passado e a equipe da Copa São Paulo 2008 é considerada uma das mais fortes já montadas na cidade. E é bom que seja, pois o presente – e não mais o futuro – do clube depende desses garotos.

Tigrinhos na cova dos leões

Sem dinheiro para contratar, o Rio Branco pode acabar disputando a série A-2 com um time formado apenas pelos garotos da base reforçados de, no máximo, quatro ou cinco atletas profissionais que ainda possuem vínculo com o clube. A chance é grande, depois que propostas de investidores não foram concretizadas, mas não é nova: em abril, logo ao final do Paulistão, a diretoria já admitia que não teria condições de seguir com o futebol por conta própria.

De lá para cá, oito meses se passaram e nada foi feito. Para piorar, 2007 foi ano de eleição e o departamento de futebol não se mexeu, sob a alegação de que o trabalho teria que começar com a nova presidência. Ninguém se candidatou e nove conselheiros formaram um colegiado para assumir a bomba.

Falou-se em não disputar o campeonato, o que decretaria o rebaixamento automático para a quarta divisão. Há pouco mais de um mês para a estréia, nem técnico – e muito menos time – o clube tem. A solução, ao que parece, será mesmo confiar tudo aos garotos, que correm um sério risco de se queimarem com um rebaixamento para a A-3.

Não que não possuam qualidade, mas nem mesmo o time do Cruzeiro campeão brasileiro sub-20 agüentaria a pressão e a dificuldade de se jogar uma segunda divisão no meio de profissionais. Sinal do tempo, afinal no futebol brasileiro atual, carente de craques, a garotada tem sido cada vez mais importante. E caminha para virar a salvação da pátria.


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* Coluna publicada originalmente no Olheiros.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Novos heróis?*


Retomo aqui um assunto abordado primeiramente pelo amigo Leandro Guimarães, em sua coluna inicial no Olheiros: a facilidade com que o Corinthians revela bons valores – e a facilidade enorme com que estas pedras brutas são descartadas ainda pouco lapidadas. Ampliamos, entretanto, devido ao rebaixamento da equipe à série B do Campeonato Brasileiro: o Corinthians tem, chegando ao profissional, uma das gerações mais vencedoras do famoso Terrão. Qual o futuro dessa molecada?

Terra do fogo

Com os altos e baixos vividos pelo clube nos últimos quatro anos, muitos garotos com capacidade de vingar acabaram sendo queimados. Ou tinham poucas chances na equipe da MSI – e quando entravam não agradavam porque o nível de exigência do torcedor era alto –, ou pesava sobre eles o peso de salvar o time de situações perigosas, como em 2004 e até mesmo agora, em 2007.

Assim, jogadores de potencial como Abuda, Jô e Bobô foram praticamente expulsos do Parque São Jorge. Ainda que se discuta a qualidade de todos, Jô vai muito bem (obrigado) na Rússia e Bobô até já marcou em jogo da Champions League pelo Besiktas. O mesmo pode acontecer agora com Lulinha e Dentinho: em um time sem referências, eles assumiram uma responsabilidade que não cabia a eles.

Considero este, aliás, fator primordial pelo qual as últimas revelações do Terrão não têm dado tão certo. Uma coisa é apostar na base quando o ambiente fora das quatro linhas é sério mas sem pressão exagerada, como o trabalho feito pelo Atlético-MG no ano passado, quando venceu a Série B utilizando vários garotos revelados na base. Outra é um “moleque” de 18 anos ter seu treino interrompido por pseudotorcedores com dedo em riste.

Pra apagar o incêndio?

Por isso, é fundamental que a nova comissão técnica encabeçada por Mano Menezes controle com pulso firme a influência do extra-campo sobre o elenco profissional, ao passo que avalia a nova geração que pode já render frutos para a cruzada corintiana da Série B. Sem Lulinha, já promovido ao profissional, a equipe sub-17 acaba de conquistar, de maneira invicta, o Paulista da categoria com números impressionantes.
24 vitórias, dois empates, 71 gols marcados e 19 sofridos. Invencibilidade de 56 partidas e quatro derrotas em 105 jogos. A campanha do time assusta até mesmo o técnico da base, José Augusto – que já sentiu o amargo sabor da pressão no time de cima.

Desta equipe, que atua junta há dois anos e conquistou o Paulista Sub-15 em 2005, despontam André, Renato, Marcelinho, Lucas e Sasha, além do artilheiro do time no sub-17, Fernando Henrique, com 14 gols. Na final, vitórias de 2 a 1 e 2 a 0 sobre o Pão de Açúcar.

Alguns destes garotos receberão os holofotes pela primeira vez em pouco mais de um mês, quando começar a Copa São Paulo. Mais uma vez, a pressão será enorme – e agora ainda maior, afinal não há dinheiro para grandes contratações e após Palmeiras, Botafogo, Grêmio e Atlético voltarem logo no primeiro ano de Série B, o acesso imediato virou obrigação. Mais um teste dificílimo para mais uma geração promissora do Corinthians. Assim como outras, talento eles têm. Resta saber como serão aproveitados.

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Coluna publicada originalmente no Olheiros.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Baila comigo

Voltamos, amigos, após o blog tirar uma semana de férias forçadas. Ao passo que prometo para semana que vem a análise final do campeonato brasileiro (fizemos nove até o momento), tenho vários assuntos que considero válidos para, ao menos, um pitaco. Mas fazemos isso aos poucos.

Algo que chamou-me muito a atenção neste final de temporada foi o grande salão de festas que se tornou o futebol brasileiro, com um enorme baile de formatura digno das noites de Cinderela. A dança dos técnicos é maior que nunca.

Pode parecer uma situação comum, afinal entre metas não cumpridas e pedidos de salários milionários, muita gente acaba saindo do conforto do banquinho. Mas o tal planejamento que todo mundo prega, e que quase ninguém faz, pode finalmente estar começando a dar o tom da dança.

Dos doze grandes, metade trocou de técnico - e o número pode subir se Luxemburgo sair mesmo do Santos, como parece. Tantos treinadores de nível disponíveis ao mesmo tempo mexe demais com o mercado, que fica maluco e afeta outros nichos. (não que todos sejam excelentes, mas são profissionais reconhecidos, afinal estão onde estão).

Entretanto, o que acontece é que saídas como as de Nelsinho, Espinosa e Leão já eram esperadas. O que muda é a mentalidade de outras equipes como Cruzeiro, Grêmio e Palmeiras, que mesmo com anos de razoáveis para bons, botaram os comandantes para dançar.

Talvez seja uma mostra de que o perfil de técnico ideal esteja mudando: de boleiro, especialista apenas em treinamentos ou táticas, para manager - como gosta Luxa -, planejador, com formação e visão longo prazo. Não à toa, o mercado internacional já é maior que há alguns anos para os treinadores brasileiros. Tomara que o nível continue a crescer, mas que, ao contrário dos jogadores, os clubes possam segurá-los.

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Nota rápida 1: Ao corintiano leitor deste espaço, o Timão disputa a Série B e volta, sem problemas. Não por competência da diretoria, mas pelo homem que ela escolheu para comandar o time e os jogadores que ele trará. Afinal, cair não é nenhum desespero e nos campeonatos europeus, quase todo mundo já jogou a segundona.

Nota rápida 2: Recomendo a sensacional brincadeira do amigo Filipe Lima, em seu blog: em um exercício de futuro-do-pretéritologia, imaginou como seriam os últimos campeonatos se houvesse mata-mata. Vale a pena.