quinta-feira, 31 de maio de 2007

Rothweiler


Rottweiler é uma raça de origem alemã, de porte médio e compleição robusta e musculosa. São excelentes cães de guarda e companheiros, pois são fiéis, obedientes e dóceis com os donos. Possuem um ataque rápido e uma mordida poderosa. O nome completo da raça, Rottweiler Metzgerhund (açougueiro de Rottweiler), se deve à cidade onde surgiu, pois eram usados pelos açougueiros locais para o trabalho.

Esta é a definição que a Wikipédia dá para a raça Rottweiler, mas poderia ser também para um certo time de futebol e seu técnico. Chama a atenção a agressividade do time do Vasco nas três primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro. Com uma absurda média de 30,7 faltas por jogo, os comandados de Celso Roth lideram as estatísticas negativas de cartões, com 12 amarelos e três vermelhos. Números ainda mais alarmantes se considerarmos que, no Brasileirão do ano passado, o Vasco ganhou o Troféu Fair Play. E não é culpa da mudança de jogadores, pois o sistema defensivo manteve quase todos os titulares do ano passado. O responsável é o homem no banco.

Celso Roth foi rotulado de retranqueiro desde o início de sua carreira, no Rio Grande do Sul. O último trabalho, no Botafogo, dissipou um pouco esta imagem negativa. O penúltimo, no Goiás, mais ainda (valeu, Dassler!). Mas o início no Vasco já despertou os inimigos do futebol-força. O time ataca rápido e a mordida é poderosa. Júlio Santos recebeu dois cartões amarelos no primeiro minuto da partida contra o Náutico e, em nenhuma das faltas, pôde ser alegado exagero do árbitro.

Se Roth é um açougueiro ou não, só a seqüência do trabalho pode dizer. Fato é que qualquer treinador (de filosofia defensiva ou não) que assumisse o Vasco sabia que a retaguarda era o principal problema da equipe. A mudança é nítida e os próprios jogadores destacam isso, com uma mentalidade diferente. "Não adianta entrar em campo, ser o time mais disciplinado e não ganhar nada”, disse o volante Amaral.

Realmente não adianta. Mas é preciso saber separar garra de violência, e prova viva disso é o time do Grêmio. O Vasco de 2006 soube vencer sendo rápido e procurava o ataque a todo momento. O de 2007, defende antes e, se conseguir, vai à frente. Cabe ao comandante da nau decidir qual estratégia de navegação adotar. Cabe a ele, principalmente, adestrar seus cães de guarda.

Feira Livre II

Diego, goleiro do Galo, recebeu proposta da Lazio. Anderson foi contratado pelo Manchester.

Coincidência?

Fator campo II

Em um determinado momento do jogo de ontem, cheguei a pensar que ao Grêmio decidir em casa era sim fundamental, pois a pressão não era tão grande como havia sido contra o Defensor. Mas principalmente depois do segundo tempo, ficou claro que o Grêmio é diferenciado e, neste caso, pouco importa.

Ao Santos, também parece importar pouco, já que vai enfrentar uma equipe fortíssima na defesa. E a pressão da torcida na Vila é menor. Talvez tivesse sido melhor jogar a primeira em casa, assim o Grêmio não se fecharia tanto como agora, que tem o resultado na mão, e o Peixe poderia vencer. Agora, acho difícil. Mas não impossível.

quarta-feira, 30 de maio de 2007

O fator campo

Mauro Beting levantou o assunto em seu Blag, Tostão comentou em sua coluna da Folha e, como eu já tinha intenção de abordar o tema, dou minha parcela de contribuição. Como no futebol até a forma esférica da bola é relativa (sim, tudo depende! E a gente se mata tentando prever tudo isso), essa história de que decidir em casa é vantagem parece-me, se não equivocada, ao menos passível de confrontação.

Ao Grêmio, decidir em casa parece vital. Ao Boca, pouco importa. E ao Defensor, jogar a primeira em casa era ideal, porque se defender era a prioridade e, com um placar bom em casa no jogo de ida, podia fazer fora de casa o que sabe melhor: se defender.

Interessante. E, como tudo, relativo. Sempre disse que a peculiaridade do mata-mata é que as equipes tendem, na partida decisiva, a mudar sua maneira de atuar conforme o resultado do jogo de ida. Se o Grêmio vencer o Santos por 2 a 0 hoje, joga de um jeito na Vila. Se perder por 1 a 0, joga de outro, e assim também será com o Santos.

Concordo com o Mauro quando diz que o time com melhor campanha deve decidir se faz a primeira partida em casa ou fora. Depende da filosofia de jogo, das intenções do treinador. Podemos analisar de duas maneiras: na primeira partida o jogo começa igual (coisa que dificilmente acontece na volta) e teoricamente é mais fácil conseguir uma vantagem do que ter que correr atrás de um resultado com toda a pressão e o emocional jogando contra. Por outro lado, muitas vezes é bom decidir em casa por já se saber o resultado necessário e, com a força da torcida, ir atrás.

É relativo demais, não dá pra estabelecer um ponto final. Depende das características de cada time, do adversário, enfim, de tudo. Einstein se gabava de sua teoria da relatividade. Mas ele não devia conhecer o futebol. E você, o que acha?

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Feira livre


"Olha o zagueiro, tá acabando, quem vai querer...moça bonita não paga, mas também não leva!". É mais ou menos isso o que virou a seleção brasileira desde que Dunga assumiu. Sob o argumento de testar jovens jogadores para a seleção olímpica, Dunga tem convocado garotos que se destacam nos principais times brasileiros. Mas será que é isso mesmo?

O goleiro Cássio, do Grêmio, foi convocado para os amistosos contra Chile e Gana com a mesma desculpa, e não entrou em campo um minuto sequer. Adquirir experiência? Sinceramente, além do goleiro Roger, do Santos, não conheço nenhum reserva que seja experiente em alguma coisa que não seja saber sentar no banco de uma forma mais confortável.

Se é pra testar jogadores para os Jogos Olímpicos, que convoque uma seleção olímpica e faça um amistoso. Agora, da forma como é feita, só há uma explicação: a seleção brasileira virou um balcão de negócios. Uma feira livre. Vale lembrar que logo nas primeiras convocações, Dunga chamou Jônatas, do Flamengo. E lá foi ele para o Espanyol. Convocou Marcelo, do Fluminense, e ele assinou com o Real Madrid. Será diferente com Diego, goleiro do Galo, Thiago Silva, zagueiro do Fluminense, ou Carlos Eduardo, meia-atacante do Grêmio? Acho que não.

Porque uma convocação abre os olhos dos clubes europeus. O pensamento é simples: "seleção brasileira é o crème de la crème. Se foi convocado, é top. Vou comprar". Muito me preocupa essa história toda. E nem questiono se alguém está levando algum nessa - se bem que SEMPRE alguém leva algum.

Mas a seleção, que já virou uma espécie de Dream Team que só se apresenta na Europa, pode perder cada vez mais o status de equipe nacional para se transformar em uma equipe de aluguel, que embarca em caravanas de negócios em busca dos infindáveis dólares dispostos a comprar qualquer brasileiro. E quem pagar mais, leva.

domingo, 27 de maio de 2007

"Eu deixava o Zidane jogar"

Foi o que me disse, entre outras coisas, o zagueiro Antônio Carlos, do Santos, em entrevista concedida ao quadro "Papo de Boleiro" do Domingo Esportivo deste dia 27. Zago fala também da contusão sofrida, de sua carreira e da vontade de ser técnico de futebol. A conversa durou cerca de 12 minutos e você confere na íntegra.

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sexta-feira, 25 de maio de 2007

Uma espera interminável


Sexta-feira é um dia bom para reflexões, por ser talvez o dia mais morto para o futebol. E nestes dias frios, pensava eu cá com os botões do casaco marrom herdado de meu avô: mania ingrata essa do ser humano de viver mais na expectativa que na realização.

Porque nós da imprensa, que moldamos nossa rotina em função do esporte, passamos os dias fazendo análises pré e pós-jogo. Falamos da história e tentamos adivinhar o que vai acontecer, baseando-se em fatos já consumados, em um evento tão passível de variações quanto um jogo de xadrez.

Veja a ansiedade por uma Copa do Mundo, por exemplo. E falo principalmente por mim, mas também pelo que se pode perceber às vésperas de um Mundial. Fala-se tanto, espera-se tanto, e quando a hora chega, passa rápido demais. Pouco se aproveita.

Nunca se teve tanto futebol na tevê. Há vinte anos, assistir uma partida do campeonato alemão era tão fácil quanto manobrar aqueles caminhões Mercedes-Benz sem direção hidráulica. E mesmo assim, é como se nunca tivéssemos TÃO POUCO futebol para assistir. Porque é tudo tão mega, que a bola rolando vira mini.

Talvez essa sensação venha pelo fato de que o nível não tem sido lá aquelas coisas. Mas será mesmo? Às vezes parece que o futebol caiu porque a oferta é muito grande. Sabe como é, toda hora perde a graça. Era mais legal quando demorava. A espera valia a pena.

Fiquei intrigado com uma colocação de Oliver Seitz, colunista do Cidade do Futebol, em conversa recente durante entrevista para o Domingo Esportivo. Disse ele que o futebol em si não é tão importante no Brasil. O jogo. O que vale mais é o status de fenômeno social que atingiu. Por isso que falar de futebol parece mais importante que vê-lo. Por isso que, segundo ele, o mercado brasileiro para futebol não é tão grande como se pensa.

Vivemos por causa do jogo, mas o jogo é o menos importante. Vale mais a discussão antes e depois, a expectativa, a espera. Uma espera interminável.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Que quarta. Que noite!

A quarta-feira teve futebol para todos os paladares, carregada de emoção. O que parecia o prato principal, a final da Champions League, acabou vindo antes e servindo de aperitivo para o que aconteceria mais à noite.

Parecia que não ia dar, mas deu. O Liverpool foi melhor durante todo o primeiro tempo, mas Pippo Inzaghi fez um gol como sabe fazer melhor: sem querer. Impressionante como o italiano marca gols com a bola sobrando ou simplesmente batendo nele. No segundo tento, mostrou toda a sua habilidade ao marcar olhando somente para a bola e conseguindo, mesmo assim, driblar o goleiro e tocar para o gol vazio (vejam bem, não disse que ele era habilidoso. Disse que ele mostrou tudo o que sabia, o que não é muito).

Parecia que não ia dar, mas deu. O Grêmio enfrentaria um time uruguaio chamado Defensor. Se existe retranca maior que essa, desconheço. Mas o Grêmio tem muito mais cancha e com uma dupla de dois esquilos operários - Tcheco e Teco -, foi aos pênaltis e àquela altura já se sabia que o Grêmio teria outra façanha da qual se orgulhar.

Parecia que não ia dar, mas deu. O Santos se complicou e, em um determinado momento, a classificação parecia perdida. Mas o Peixe nadou, nadou e não morreu na praia em uma aquática Vila Belmiro. Será uma semifinal histórica. Mais emoção pra quarta que vem.

Sem contar é claro as semifinais da Copa do Brasil, que se em Taguatinga deixou a desejar, no Maracanã foi emoção pura. Certeza de que o futebol é apaixonante por ser exatamente como é, sem firulas.

Esta quarta-feira nos deu muita emoção. Parecia que não ia dar, mas deu.

Vendetta!


Ninguém admite abertamente, mas é nítido o sentimento de vingança que paira nas cabeças rossoneras para logo mais. Não faço um preview da final porque deixo para gente mais competente (confira no Papo de Craque), mas uma coisa é certa: é o jogo do ano. Vai dizer que não? Vale mais que final de Libertadores, Copa América e até Mundial de Clubes.

Kaká, moço polido que sempre é, disse que não pensa naquela noite de 2005 em Istambul. Mas com tanta gente em campo hoje que estava lá na Turquia, não tem como não olhar praquele espanhol gordinho no banco ou aquele zagueirão ruivo e pensar "maledizione, questa notte il UCl sarà il nostro!".

Sinceramente não queria ser o Gerrard quando tiver que enfrentar o Gattuso sedento por sangue - vermelho, como os Reds. Tal qual um touro acuado, o ícone da fibra milanista (empresto aqui um termo do Dassler) fica deveras possesso quando algum pano vermelho se movimenta na frente dele.

Sorte dos ingleses que o Milan é do norte da Itália. Se a vingança é tão esperada pelos simpáticos italianinhos da capital da moda, imagina o que seria se fossem enfrentar uns sicilianos engravatados e que fumam charuto. Seria um serviço limpo e sem suspeitos. Una vendetta completa!

terça-feira, 22 de maio de 2007

Ganhar é perigoso


Deu no Cidade do Futebol:



"Uma equipe da universidade de Cardiff, no País de Gales, realizou um estudo com torcedores de rugby e constatou que os que viram o seu time ganhar, ou pelo menos empatar com o adversário, saíam do estádio mais agressivos do que os que viram seu time perder ou mesmo aqueles que foram entrevistados antes dos jogos.

O estudo foi divulgado pela publicação especializada “Criminal Behavior and Mental Health” e o fator que pode ter levado a esta constatação é a euforia de uma vitória e a perda do senso de perspectiva."


Aí eu pergunto, como diria Marcelo Rezende: como resolver um problema desses? Porque eu concordo que o espírito de conflito existente em um jogo de futebol ressalta traços adormecidos de agressividade de algumas pessoas. Nem cito aqui os marginais que se degladiam ANTES de clássicos, como é comum ver no Rio e em São Paulo. Estes não são torcedores.

Mas o que dizer do vandalismo praticado nas ruas da capital paulista quando o São Paulo foi campeão da Libertadores? É certo que a maioria era composta por pessoas que já tinham uma certa inclinação para a violência, mas também é certo que alguns simplesmente "entraram na onda" eufórica de uma vitória.

Acima de tudo, é uma questão de (falta de) educação. E além disso, tem também o estado lamentável dos banheiros dos estádios brasileiros (só quem já foi urinar no banheiro da geral do Maracanã sabe do que eu estou falando), a (in)cultura idiota de jogar lixo no chão e muitas outras atitudes pequenas que se transformam em algo grande.

E a Copa do Mundo vem pro Brasil. Que medo!

domingo, 20 de maio de 2007

Mil vezes ele


Não tem como não falar dele. Por mais que milhares de linhas sejam escritas, milhares de palavras sejam faladas e a mesma imagem seja mostrada milhares de vezes. Não dá pra deixar passar em branco.

E assim foi a carreira dele: dificilmente passava em branco, apesar do tamanho. Um baixinho gigante, que mexia tanto conosco através dos gols que fazia ou das declarações polêmicas que dava. Mil vezes ele, milhares de vezes ele.

Foi assim em outros momentos. Será assim agora, e já o é. Amanhã, no trabalho, na escola, a pergunta que fica é a seguinte: onde você estava quando ele fez o milésimo gol? Foi assim em momentos ímpares da história, como a morte de Senna ou a tragédia das Torres Gêmeas. Mas este é um momento feliz.

Que se dane que foi contra o Sport. Que foi de pênalti. Que não foi no Maracanã. Que ele contou ene gols das épocas de amador. Ele é ele. Mil vezes. Eternas vezes ele.

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Domingo Esportivo

Estréia no próximo domingo (que coincidência!) uma nova atração nas jornadas esportivas dos 1440 kHz da Rádio Azul Celeste, de Americana. Trata-se do Domingo Esportivo, um programa cheio de histórias do futebol, curiosidades, entrevistas e a participação do ouvinte, com muitos prêmios.

Com a apresentação deste que vos bloga, o Domingo Esportivo é a roupagem local da Azul Celeste para o famoso programa da Rede Bandeirantes de Rádio, da qual a Azulzinha faz parte. Na primeira edição, contaremos com as presenças de Mauro Beting no quadro "Extra-Campo", que fala do futebol fora das quatro linhas, e do zagueiro Fábio Luciano no "Papo de Boleiro".

A participação do ouvinte se dará de duas formas: respondendo a pergunta do dia, que sempre incentivará os torcedores a darem sua opinião, concorrendo a prêmios; e se inscrevendo para o "Chuta ou passa?", um game show onde dois ouvintes se enfrentam para ver quem sabe mais - também com direito a prêmios.

Dentro em breve, a Azul Celeste disponibilizará seu áudio na internet. Por enquanto, a transmissão se restringe à Região Metropolitana de Campinas. Mas prometo que coloco um trecho na próxima semana.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Carta aberta ao futebol brasileiro

Jogadores, técnicos, torcedores, dirigentes, narradores, repórteres, comentaristas, empresários, olheiros, preparadores físicos, treinadores de goleiros. Esta carta é endereçada a vocês, e a quem mais possa interessar.

Venho por meio desta fazer um pedido. Não, um apelo. Simplifiquem. É, simples assim. Não compliquem. O futebol é uma coisa tão simples, e vocês inventam fórmulas, táticas, palavras difíceis. Transformam o campo em um jogo de xadrez. Eu sinto que vocês pensam mais em evitar o gol do que buscá-lo! Mas afinal, não é o gol a razão disso tudo?

Eu sei que meus antepassados vieram da Inglaterra. Mas eu sou simples, nasci aqui, vim lá do interior. Do chão de terra batida. Quando criança, um par de meias velhas bastava. Ou um couro velho de boi. Simples. Hoje, só tecnologia! Parece que esqueceram de mim. Não sou mais tão importante, só um detalhe. Isso magoa.

Eu me lembro, não faz muito tempo, gostavam mais de mim. Me chamavam de você. Me conheciam pelo nome. Bons amigos! Pelé, Maradona, Zico, Cruyff, Puskas...mas as amizades vêm e vão. Hoje só me maltratam! Pisam em mim. Tudo bem, eu não reclamo, fazer o quê.

Mas eu só peço isso. Simplifiquem. O simples, muitas vezes, é mais bonito. Eu pelo menos gosto, porque sou simples.

Respeitosamente,

A Bola.

terça-feira, 15 de maio de 2007

Afinal, futebol é momento?

Conforme prometido, retomo aqui uma discussão iniciada na semana passada. Afinal, futebol é momento?

Há quem lance mão deste argumento para justificar vitórias de times que, nas bolsas de apostas das mesas-redondas, não são favoritos. Como a do Grêmio sobre o São Paulo, por exemplo. Ninguém discute que os paulistas têm um elenco melhor que os gaúchos, mas para os defensores do "futebol-momento", o São Paulo passava por uma má-fase e o psicológico acabou pesando.

E o fator psicológico é o mais importante nesta discussão, afinal o "momento" aqui citado vem carregado de bagagem emocional: se o time acumula vitórias, o clima é bom e tudo dá certo; se não deslancha, surgem as crises internas e o chute antes certeiro pega na canela.

Por outro lado, alguns acreditam que o futebol possui fatores específicos demais para se deixar influenciar pela emoção (aí pergunto eu: o que é o futebol, se não a emoção?). Fatores como táticas, treinamento de fundamentos, trabalho fisiológico que, confrontados dentro de campo, apontam um vencedor.

Chavões à parte, futebol não é nem de longe ciência exata. Acredito eu ser o emocional um fator preponderante no resultado dos jogos, afinal a motivação transforma um jogador comum em alguém muito melhor; faz de limitados atletas, exemplos de garra. Portanto, fico com a opinião de que o "momento" da equipe é fundamental na definição de como se sairá em campo.

E você, o que acha? Futebol é momento?

segunda-feira, 14 de maio de 2007

O jogo que ninguém viu


O melhor público da primeira rodada do Brasileirão não viu um bom jogo. Não viu porque o jogo foi muito fraco tecnicamente. Não viu porque o sistema de iluminação do Machadão deixou os goleiros em uma escuridão sepulcral.

Portanto, ninguém viu a estréia de Silvio Luiz, seguro nas saídas, embora pouco exigido. E não viu a bola na trave de Allan Kardec aos 7. Quase um gol espírita. Ninguém viu o Vasco jogar coisa alguma, pos tinha dificuldades em sair jogando - não por pressão do adversário, mas por falta de objetividade. No ataque, Morais era acionado constantemente, mas não conseguia suprir André Dias com chances de gol. Já o América ia no embalo, mas a deficiência técnica era evidente. Depender de Souza parece ser muito pouco para permanecer na Série A.

A tônica do segundo tempo, quem deu foi Allan Kardec: segundo ele, Roth estava contente com a marcação. Mas é fácil marcar um time que não ataca. E buscar o gol? Como fica? O 3--2 de Lori Sandri conseguia embolar todos os setores do campo ao mesmo tempo.

O jogo dava sono e muitos, cochilando, não devem ter visto o gol de André Dias, aos 20 minutos, completando cruzamento após contra-ataque. Vale ressaltar as dificuldades de finalização, dado o péssimo estado do gramado, que prejudicou o andamento da partida.

Não que alguém tenha reparado. Porque foi um jogo que ninguém viu.

sábado, 12 de maio de 2007

Brasileirão 2007 - começou!

Havia pensado em fazer um preview do Campeonato Brasileiro, apresentando os times, mas seria um post extremamente longo. Deixo, então, a dica para passarem no blog do Dassler, onde ele aborda com mais profundidade (e mais competência também) cada uma das 20 equipes. Deixo aqui, então, meus pitacos para conferência posterior.

Tentando dividir os times em forças, aponto como candidatos ao título quatro equipes, na ordem de favoritismo: São Paulo, Santos, Grêmio e Inter. O atual campeão tem o elenco mais forte do país e vai se jogar de cabeça na competição. Santos e Grêmio dividirão as atenções com a Libertadores e, dependendo dos resultados, podem abandonar a disputa em um eventual título sul-americano ou um desmanche. Já o Inter é uma incógnita, mas ainda é forte.

Depois, brigando por uma vaga na Libertadores, aponto Flamengo, Botafogo e Atlético-MG. Ney Franco faz um excelente trabalho, o Botafogo é o time mais envolvente do momento e o Atlético deve surpreender, com a base que montou.

Um nível abaixo, vejo um Fluminense forte com a vinda de Renato Gaúcho; um Atlético-PR bom com Vadão, Dênis Marques e Alex Mineiro, um Cruzeiro que Dorival Júnior dará jeito e um Palmeiras que vai começar com tudo, mas deve cair de rendimento e ficar na zona da Sul-Americana.

Na zona da pasmaceira, Paraná e Goiás devem fazer campeonatos regulares, embora o sinal amarelo esteja aceso no centro-oeste. O Sport deve se manter na Série A, embora sem muito brilho. E dos 12 grandes, vejo Vasco e Corinthians como os piores, pelo menos hoje e pensando no que pode acontecer. Celso Roth (e o elenco cruzmaltino)me assustam e o Corinthians dá medo de ver jogar. Pode melhorar, mas acho difícil.

Por fim, brigam para não cair Figueirense, Juventude, Náutico e América de Natal. o Figueira deu sorte na Copa do Brasil, assim como o Náutico; o Juventude tem um time inferior ao dos anos anteriores e o América só manteve Souza e Paulo Isidoro, muito pouco para continuar na elite.

Só lembrando que há o desmanche do meio de ano, técnicos vão e vêm e é um campeonato que dura sete meses. Ou seja, muita coisa pode mudar. Mas, analisando as equipes em seu momento atual, é mais ou menos isso que se pode prever. E você, o que acha?

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Fábio Luciano vai acertar com o Cruzeiro

EXCLUSIVO: Fábio Luciano assina até semana que vem um contrato com o Cruzeiro. O zagueiro estava no Colônia, da Alemanha, mas pediu a rescisão para voltar ao Brasil, conforme este blog antecipou. O tempo de contrato ainda é desconhecido, bem como o valor da negociação.

O zagueiro de 32 anos decidiu voltar porque sente falta da família, que mora no interior de São Paulo. Recebeu quatro propostas: São Paulo, Palmeiras, Inter e Cruzeiro. Rejeitou os paulistas porque, segundo ele, tem más lembranças da época de Corinthians, onde a pressão é muito grande e "não pode sair na rua segunda-feira após uma derrota".

A do Inter era a mais atrativa financeiramente, mas a opção foi pelo Cruzeiro por se identificar mais com o perfil do clube. Pode formar com Gladstone ou Luizão uma das duplas mais fortes do Campeonato Brasileiro.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Uma alternativa para o São Paulo

O São Paulo caiu diante do Grêmio, mas caiu de pé e o resultado pouco importa. "COMO?", podem me perguntar. "Simples", respondo. Porque, sem perceber, Muricy encontrou o que procurava: uma alternativa para o modo do time jogar.

Quando jogava no 3-5-2, o time do São Paulo ficou tão "manjado" em determinado momento que a solução foi mudar. Foi quando Muricy voltou para o 4-4-2. Ontem, no Olímpico, armou a equipe no 4-3-1-2 no segundo tempo, ou um 4-4-2 com um losango no meio, para simplificar. Com algumas mudanças, chega-se ao São Paulo que considero ideal.


Josué fixo marcando; Jorge Wagner pela esquerda e Fredson pela direita: dois jogadores com qualidade na saída de bola e que, ao mesmo tempo, podem cobrir os avanços dos laterais. E Hugo à frente, armando para Dagoberto e Borges. Este é o time que ainda quero ver jogar.

O desafio de Muricy é tirar seus três xodós: Souza, Leandro e Aloísio. Acho Borges mais matador e, neste esquema, o papel de pivô de Chulapa torna-se dispensável. Entre Jadílson ou Richarlyson na lateral-esquerda, fica em aberto. Muricy poderia fazer como Ancelotti, que escala um lateral que sobe e um que fica fixo. Assim, só Ilsinho subiria. Praticamente um 3-4-3.

Desesperado para acertar, Muricy teve a ousadia de colocar a equipe, pela primeira vez, para jogar de uma maneira assaz interessante. Cabe a ele perceber se é realmente a formação ideal do São Paulo e aplicá-la no Brasileirão, competição cuja conquista virou motivo de honra no Morumbi.

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Futebol é momento. Ou não?

Prometo que ainda esmiuço melhor esta máxima do futebol. Mas fato é que defensores e críticos puderam adicionar argumentos às suas cartilhas após a noite desta quarta.

Justa a classificação do Grêmio, melhor em maior parte dos 180 minutos. Pra quem diz que futebol é momento, o tricolor gaúcho deu armas à discussão: o time do São Paulo é sim melhor que o do Grêmio, mas a tradição coperia e, principalmente, a virada histórica frente ao Caxias deram moral para a equipe superar suas dificuldades. E o São Paulo sentiu a desclassificação no Paulistão. Ou seja, FUTEBOL É MOMENTO.

Bastava ao Atlético-PR não sofrer gols na Arena da Baixada, onde sempre tem feito - e muitos - nesta Copa do Brasil, que avançava. Reverteu duas desvantagens de maneira heróica e pegou um Fluminense ainda em farrapos, sem padrão tático, tentando sair da má fase. E deu Flu de Renato Gaúcho, 1 a 0. Furacão tem mais time, mas passou o Tricolor. Ou seja, FUTEBOL NÃO É MOMENTO.

Em tempo: Renato teve noite memorável, nas não foi suficiente. O Fla não perdeu para o Defensor e sim para si mesmo, quando Ney Franco cedeu à pressão de Juninho escalando-o no Uruguai e a equipe empalideceu.

Em tempo 2: Já começou a aparecer o efeito "Renato Gaúcho" no Fluminense. Impressionante o Portaluppi.

terça-feira, 8 de maio de 2007

Pra que servem os estaduais?

Sério. Pra quê? Deixo claro que adoto uma postura analítica, e não crítica, focando apenas os clubes grandes. Os pequenos, está claro que consideram a competição mais importante do ano – quando não a única –, onde fazem caixa, enfrentam os grandes e sobrevivem graças a uma ou outra revelação.

Fato que estaduais acirram a rivalidade, aumentam a sala de troféus e engordam os bolsos dos campeões. Mas e os grandes que, sabidamente, não entram em condições de disputar o título? Como o Corinthians, por exemplo? Os estaduais não seriam mais prejudiciais que benéficos?

Porque estes campeonatos não classificam pra nada. A não ser a Copa do Brasil, mas isso só interessa aos pequenos, já que os grandes se classificam automaticamente pelo ranking e, no fundo, não querem participar dela – visam mesmo é a Libertadores.
Se por um lado a conquista do estadual pode servir para embalar o time na disputa do nacional, uma derrota pode custar todo o trabalho planejado no início do ano. Vejamos os exemplos de Goiás e Cruzeiro. Derrotados nas finais, perderam seus técnicos EXATAMENTE por causa dessas derrotas. Geninho e Autuori tinham trabalhos sólidos em seus clubes e planejavam o quê? O Campeonato Brasileiro. Mas os insucessos nos estaduais pesaram demais.

Não vencer o Brasileiro é aceitável, mas perder o estadual é um erro muito grave, porque as equipes entram com obrigação de serem campeãs. Mesma coisa Abel Braga no Inter, que caiu principalmente por causa da Libertadores, mas o Gauchão mais atrapalhou que ajudou.

Assim, concordo com Paulo Calçade quando diz que no Brasil a tradição de demissão dos técnicos passa pela cultura de diversidade de forças: a cada Brasileirão, os doze grandes entram com a obrigação de ser campeão. Quando o resultado não vem, o técnico é o primeiro a cair. Tivessem metas mais modestas, como na Europa, e os clubes não penariam tanto.

Pode ser também que o Estadual sirva como um termômetro do trabalho do treinador: se não deu certo em uma competição teoricamente mais fácil, não funcionará no Brasileirão e é a hora de mudar. Certo. Pode até ser. Mas não é arriscado avaliar o trabalho de uma temporada inteira somente em seu início? Aí surge outra questão: a cultura do planejamento no futebol brasileiro, como conhecemos na Europa, ainda engatinha.

É uma questão complexa. Muitos fatores devem ser analisados. Mas e você, o que acha? Para que acha que servem os Estaduais?

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Ora, Copas!

Apresento esporadicamente, a partir de hoje, trechos do livro-reportagem "Ora, Copas!", elaborado em conjunto por mim, Carlos Giacomeli e Rafael Felippe como trabalho de conclusão de curso na Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas. Conta as experiências de onze jornalistas esportivos na cobertura de Copas do Mundo. Um trabalho muito legal de ser feito que compartilho, às pílulas, com os leitores deste blog.


Começa o jogo

Todos os dias quando chega da escola, João Pedro almoça rapidamente e, tão logo escova os dentes, vai para a sala. Não quer perder o noticiário esportivo. Faltam poucos meses para a Copa do Mundo e ele, um aficionado pelo futebol e, em especial, pela Copa, quer saber das últimas sobre as seleções. O colega de classe, Eduardo, passa tardes a fio concentrado no jogo de futebol de botão com os amigos da rua e, mesmo quando só observa, gosta de narrar as partidas e o faz de forma adorável. Tem alguns bordões ensaiados, como “rola a bola e gira o ponteiro”. Ricardo gosta mesmo é de ir ao estádio. Todo final de semana, veste a camisa do time do coração e vai com o pai e os tios acompanhar mais um jogo sem se preocupar com a longa viagem até à capital.

Gabriel, o caçula, é um menino mais moderno: disputa os campeonatos de futebol no videogame. É o craque da rua com o controle na mão. Contudo, quando rola a pelada no campinho do terreno baldio a duas quadras de onde mora, normalmente é o último a ser escolhido e não tem muito domínio com a bola no pé. Felipe sim é bom jogador e deixa os adversários com raiva, pois canta as jogadas que vai realizar. Como um jogador de sinuca profissional, coloca a bola onde quer em apenas uma tacada, um toque preciso. Os companheiros de pelada, Vinícius e Henrique, são torcedores de times rivais e nunca jogam do mesmo lado. Um sempre quer vencer o outro.

Mais um apaixonado pela redonda é Bruno, que acompanha o pai, jornalista esportivo, em muitas reuniões de pauta. Conhece vários jogadores pessoalmente por conta disso e quer seguir a profissão quando crescer. O pai é um fiel torcedor que, desde pequeno, acompanha o futebol no rádio e no campo. Fernando, da mesma classe, coleciona tudo sobre futebol: revistas, matérias de jornal, videotapes de jogos e álbuns de figurinha. Quando chega a Copa, reserva boa parte da mesada para comprar pacotinhos e mais pacotinhos para completar logo o livro ilustrado. Na escola, troca as repetidas com os colegas e disputa animadas partidas de “bafo” no intervalo das aulas, tentando “rapelar” os adversários. Gírias da mania de dar tapas nas figurinhas para tentar virá-las e, com isso, ficar com elas. O craque do bafo é Daniel, que completou metade do álbum só com figurinhas que ganhou dos outros.

Onze histórias fictícias, mas que explicam em poucas palavras a infância de onze jornalistas apaixonados pelo futebol. Nem todas contadas acima correspondem necessariamente a um desses personagens. Mas assim como os colegas de classe, os protagonistas deste livro se relacionam todos os dias por uma razão. Lá, a escola; aqui, a profissão. O álbum de figurinhas de Fernando ganha agora mais um time para ser completado com onze personalidades. Uma seleção do jornalismo esportivo. Como em todo escrete, tem mais jovens e mais experientes.

Há também os especialistas em passe, chute e cabeçada – aqui caneta, microfone e máquina fotográfica. Além das técnicas são, principalmente, exímios conhecedores da arte em questão. Como a maioria dos brasileiros é um pouco técnico de seleção, porque não convocar esses onze para serem os nossos representantes na Copa do Mundo do jornalismo esportivo? Vamos, então, à escalação.


Mais nos próximos dias.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Procura-se um camisa 9

"Procura-se: atacante de área, alto, finalizador experiente e especialista em gols de cabeça. Desejável conhecimento em chutar tanto com o pé direito quanto com o esquerdo. Enviar currículo sob a sigla ‘camisa 9’". Com uma ou outra alteração, este é o anúncio que todos os clubes do Brasil publicam nos classificados do mercado da bola nestes dias que antecedem o início do Brasileirão.

Há tempos venho com esta convicção de que o futebol brasileiro está carente de centro-avantes, os típicos camisa 9. E não me limito às fronteiras tupiniquins: mesmo na Europa os brazucas que brilham não são matadores de ofício. Basta ver os titulares da seleção desde que Dunga assumiu. Vágner Love, Fred e Ricardo Oliveira não se firmaram e a briga pela posição ainda está aberta a pouco mais de um mês da Copa América.

O artilheiro do Brasileirão passado foi Souza, com 17 gols. Uma marca muito abaixo dos anos anteriores. Para o Brasileirão 2007, os nomes que aparecem são Aloísio, Finazzi, Tuta, o próprio Souza, Leandro Amaral, Dodô...todos titulares em suas equipes, mas longe de empolgarem os torcedores. Não é à toa que jogadores como Hugo, Renato e Zé Roberto são artilheiros de seus clubes na temporada e o principal nome do Brasil hoje é Kaká, um meia que sobe ao ataque, mas não um camisa 9.

Curiosamente, a fracassada dupla da Copa 2006 apresenta os últimos resquícios de uma espécie quase em extinção. Adriano foi a última revelação com pinta de centro-avante, mas sua má fase dura tanto tempo que chega a parecer que este é o verdadeiro Adriano e aquilo foi só uma boa fase.

E Ronaldo, após muitos problemas, parece ter encontrado seu lugar no Milan e é, hoje, o camisa 9 brasileiro que melhor tem atuado (sem considerarmos o desconhecido Afonso Alves, artilheiro do pouco conhecido campeonato holandês). Dunga já deixou claro que o Fenômeno não vai à Copa América, mas que é talvez o último centro-avante legítimo, isso é.

Conscientes desta realidade, os treinadores brasileiros começam a montar esquemas com um só atacante, como o 3-6-1 ou o 4-5-1, tão difícil que é montar uma dupla às antigas. O país de Pelé, Jairzinho, Reinaldo, Roberto Dinamite e tantos outros parece passar por uma entressafra. E tomara que seja apenas isso, uma má fase.

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Uma final merecida


A final entre Milan e Liverpool não era esperada no início da temporada (como todo ano, praticamente), mas é merecida.

Merecida porque o Liverpool teve a segunda melhor campanha da primeira fase, atrás apenas do Lyon, em um grupo fraco, é verdade. Mas que passou a ser provável após a - muito - surpreendente vitória em pleno Camp Nou que culminou com a eliminação do super-favorito Barcelona. Outra vitória inquestionável frente ao PSV (adversário da primeira fase) na Holanda por 3 a 0 levou os Reds à semifinal, vencida brilhantemente por Rafa Benitez em mais um duelo tático contra José Mourinho.

Rafa Benitez que foi campeão em 2005 frente ao mesmo Milan, com a mesma filosofia: jogadores pouco baladados e que brilham muito mais pelo conjunto que pela individualidade. Mas ao contrário da final de Istambul, os Reds chegam com um leve favoritismo. Favoritismo que estava do lado do Milan naquela final, e que parecia justificado após os 3 a 0 do primeiro tempo em uma atuação de gala de Shevchenko. Mas veio o segundo tempo e todos sabem o final.

Mas a final também é merecida pela chegada do Milan, que se chegou com a camisa, esta foi a 22 de Kaká. Artilheiro da competição com 10 gols, o brasileiro parece ter ultrapassado Cristiano Ronaldo como o melhor jogador da atualidade. No duelo entre os dois na semifinal, deu Kaká disparado. Foi ele quem marcou o gol da classificação nas oitavas, contra o Celtic, na prorrogação. E para não se cansar de levar o time nas costas, tem a companhia de Seedorf, que voltou a jogar bem no decisivo jogo contra o Bayern, nas quartas.

Uma final merecida, com duas equipes cujos técnicos se preocupam antes em defender e, só depois, em atacar. Se o Liverpool é melhor taticamente, o Milan tem a genalidade e a imprevisibilidade de Kaká, que pode acabar com qualquer sistema tático. Uma final que não era esperada no início da temporada, mas que é muito esperada após as atuações das equipes ao longo da temporada.

terça-feira, 1 de maio de 2007

O caminho para o El Dorado

Começa na noite desta quarta-feira, com cinco partidas, a terceira fase da Copa Libertadores. Este blog faz uma rápida análise dos confrontos, tentando o máximo possível NÃO ficar em cima do muro. Vamos aos jogos:

Santos x Caracas - Caraca, que zebra!

Dono de uma campanha impecável na primeira fase - 6 vitórias e 100% de aproveitamento -, o Santos não tem com que se preocupar diante de um time venezuelano, certo? Bem, não exatamente. O Caracas é a maior zebra desta Copa Libertadores e deixou pra trás LDU e River Plate (tendo inclusive ganhado na Argentina por 1 a 0). Se antes o time de Luxemburgo já devia prestar atenção nos Rojos, as últimas atuações do Peixe mostram que a zebra venezeuelana tem chances de galopar mais longe.
Destaques: Zé Roberto (SAN) / Guerra (CAR, meia)
Palpite: Santos 80% x Caracas 20%

Flamengo x Defensor Sporting - Deu pro gasto

O Defensor já está mais do que satisfeito por chegar nas oitavas-de-final. Tudo bem que pegou um grupo baba como o do Santos (e perdeu as duas para o Peixe, por 1 a 0 no Brasil e 2 a 0 em casa), mas o pior entre os 16 classificados sabe que não tem condições de enfrentar o muito bem arrumado Flamengo de Ney Franco. E nem vai conseguir. Jogo mais fácil dos oito.
Destaques: Renato (FLA) / Ithurralde (DEF, zagueiro)
Palpite: Flamengo 95% x Defensor 5%

Libertad x Paraná - Os paraguaios que dão dor de cabeça

Já estava praticamente certo que o Paraná enfrentaria o São Paulo nas oitavas. Chegaria como azarão, mas em um duelo doméstico tudo pode acontecer. E lá foi o São Paulo empatar com o Audax e estragar a festa. Diferente dos famosos whiskies falsificados, estes paraguaios são originais e darão muita dor de cabeça para Zetti. Semifinalista em 2006, o Libertad tem uma defesa forte, decide em casa e é favorito.
Destaques: Sarabia (LIB, zagueiro) / Dinelson (PAR)
Palpite: Libertad 75% x Paraná 25%

Toluca x Cucuta-COL - Duelo do norte

Mexicanos e colombianos se enfrentam no jogo mais ao norte destas oitavas-de-final. O Toluca, melhor dentre os três mexicanos, é considerado o rei do mata-mata. Pior para o Cúcuta, que embora seja o atual campeão nacional, possua o vice-artilheiro da competição e tenha deixado o Cerro Porteño para trás na fase de grupos, não deve ser páreo.
Destaques: Zinha (TOL, meia) / Blás Perez (CUC, atacante)
Palpite: Toluca 75% x Cúcuta 25%

Necaxa x Nacional-URU - Alguém arrisca um palpite?

Não, nem este blog. O Nacional provou ser uma equipe duríssima ao derrotar o Inter no Uruguai e arrancar um empate em Porto Alegre. Da mesma forma, os mexicanos acabaram com uma invencibilidade de quase cinco meses do São Paulo. Duas equipes que deixaram para trás os finalistas da edição passada. Se existe uma vantagem, é dos mexicanos decidirem em casa.
Destaques: Salgueiro (NEC, atacante) / Delgado (NAC, volante)
Palpite: Necaxa 55% x Nacional 45%

Velez x Boca - Bom pra nós

Os times brasileiros devem ter adorado este confronto, afinal o Velez é uma das melhores equipes do continente e o Boca, bem, é o Boca. Saber que uma das duas equipes vai cair já nas oitavas é uma bênção, menos para a torcida do Paraná, que se conseguir passar pelo Libertad pega uma pedreira ainda maior. O Fortín tem mais time, mas o Boca, bem, é o Boca.
Destaques: Zárate (VEL, atacante) / Palacio (BOC, atacante)
Palpite: Velez 55% x Boca 45%

Grêmio x São Paulo - Para entrar pra história

Outro clássico nacional, tem tudo para ser o duelo mais eletrizante das oitavas e entrar pra história. Em cirunstâncias normais, o São Paulo seria favorito, mas está em baixa após a eliminação no Paulistão e o empate contra o Audax e pega um Grêmio ainda em formação, mas embalado após a história classificação para as finais do Gauchão, com toda a tradição de um time copeiro e com Mano Menezes no banco.
Destaques: Lucas (GRE) / Dagoberto (SAO)
Palpite: Grêmio 50% x São Paulo 50% (desculpem, mas não dá!)

Colo Colo x América-MEX - Por um lugar ao sol

Duelo muito interessante. O América fez mais pontos que o Colo Colo, mas decide fora por causa do regulamento. Tudo bem que teve uma chave mais fácil que os chilenos, mas o atacante Cabañas exagerou na dose e disparou na artilharia com 9 gols. O Colo Colo tem boas promessas no elenco e quem passar pode aprontar e ter vida longa na competição.
Destaques: Suazo (COL, atacante) / Cabañas (AME, atacante)
Palpite: Colo Colo 45% x América-MEX 55%