quinta-feira, 29 de maio de 2008

Herói e vilão

Publicado também no blag do Mauro.

Não pode o torcedor vascaíno culpar Edmundo pela dolorosa desclassificação em casa, após tamanha epifania ao final do jogo. Afinal, não fosse ele, o Vasco sequer teria chegado às penalidades. Talvez não devesse realmente bater o pênalti. Mas como barrar o animalesco atacante? Nem mesmo Lopes, quem melhor se dá com ele, delega tal poder.

Em seu retorno a São Januário, Magrão cobrou a conta de ter sido o anti-herói do gol mil: sua defesa aos 14 minutos, em cabeçada de Leandro Amaral, valeu mais que muitos gols de peladas contabilizados por Romário. Quiseram as indefiníveis forças ocultas do futebol que ele fosse vazado em mais quatro pênaltis, no gol oposto. Mas, agora, não só ele converteu o seu como viu a bola de Edmundo voar para bem longe, para encontrar talvez aquela isolada na final do Mundial Interclubes.

O jogo
Nem parecia que era o Vasco quem precisava da vitória. Desde o início, o Sport jogou adiantado, tocou a bola e conteve a esperada pressão inicial cruzmaltina, que sequer existiu. Os vascaínos erravam a saída de bola a não criavam.

Com César Lucena no lugar de Romerito, Nelsinho Baptista liberou os laterais e compactou a equipe. Igor colou em Leandro Amaral e impediu que o atacante recebesse em profundidade, como sempre faz muito bem. Morais, sumido, obrigou Edmundo a recuar para armar o jogo e o Vasco parecia tão perdido quanto Antônio Lopes à beira do campo, gritando sem muita convicção.
Com Wagner Diniz preso, a equipe da casa afunilava o jogo pelo meio e não achava espaços para finalizar. Faltou, acima de tudo, movimentação para vencer a bem postada – porém alta e lenta - defesa do Sport.

Acima de tudo, faltou espírito de entrega para o Vasco no primeiro tempo. Para cada vascaíno na arquibancada, havia pelo menos um rubro-negro em campo, correndo, lutando e se doando.

Lopes fez no intervalo o que deveria ter feito antes do jogo começar. Recuou Jonílson e avançou os laterais, mas mesmo assim o Vasco não produzia. Bem fechado, o Sport só daria chances em chutes de fora da área ou em bolas paradas. Assim, Magrão fez defesa monumental em cabeçada de Leandro Amaral, após cobrança do rápido Madson, que deu novo ânimo à equipe.

Da mesma forma, cinco minutos depois Leandro Bomfim, apagado como de costume, cobrou falta na cabeça de Leandro Amaral, na pequena área, reacender a chama cruzmaltina.

Contudo, a nau parecia afundar quando Luizão foi expulso infantilmente. Pior que o zagueiro, só Lopes, que sacou Madson para a entrada de Rodrigo Antônio, preocupado em recompor o sistema defensivo em um jogo que precisava atacar.

O Sport, percebendo que era temido pelo Vasco, foi ao ataque e Enílton, o causador da expulsão de Luizão, foi parado pela trave.

Quando a esperança já havia se esvaecido, o último suspiro saiu dos pés de Pablo, que muito tentou e nada acertou durante toda a noite. Ou quase nada, pois a única bola que Magrão não segurou, Edmundo fez dois a zero.

O resto é história. Que durmam os jogadores do Sport, extasiados após classificação mais que merecida. Que durma Edmundo, nesse eterno jogo de herói e vilão instantâneo.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Seleção da 3ª rodada

Hora da seleção da terceira rodada do Campeonato Brasileiro, feita em conjunto com o amigo Dassler Marques, embora sempre haja uma ou outra diferença. Na semana que vem, uma análise mais profunda do Brasileirão após 10% já disputados.

Cornete, opine, critique, escale a sua. Participe!

Magrão (SPO): Pegou um pênalti aos 46 do segundo tempo e fez no mínimo mais duas defesas difíceis.

Jonathan (CRU): Ótimo no apoio, dois passes em jogadas de gol.
Léo (GRE): Fez um gol e ajudou a defesa gremista a continuar invicta.
Rever (GRE): Tão bom quanto Léo no geral, mas ainda melhor na marcação.
Marcelo Cordeiro (VIT): Duas assistências e participação em outro gol.


Eduardo Luiz (VAS): Zagueiro de origem, jogou improvisado e foi o melhor do time, marcando o gol vascaíno.
Ramires (CRU): O mesmo excelente futebol de sempre: preciso na marcação, eficiente no apoio.
Wagner (CRU): Ditou o ritmo cruzeirense na goleada sobre o Santos.
Jackson (VIT): Além do gol, criou várias chances durante o jogo.

Dinei (VIT): Marcou duas vezes na goleada sobre o Figueirense.
Guilherme (CRU): Dois gols e chegou à artilharia

Técnico: Caio Júnior (FLA): Mudou o time no intervalo e virou o jogo nos dez minutos iniciais.

Entrevista com Mauro Beting

Papo com Mauro Beting no quadro "Extra campo" do Domingo Esportivo da Rádio Azul Celeste de Americana.

Entrevista veiculada no dia 25/05/2008. Mauro fala sobre o Campeonato Brasileiro, Libertadores, Copa do Brasil e calendário do futebol.







Caso você não consiga ouvir, clique aqui.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Semifinais inéditas

A Copa Libertadores chega a seu momento decisivo e poucas pessoas podem dizer que imaginavam tais equipes nas semifinais. Aparte o Boca, Fluminense, América e LDU não figuravam entre os candidatos sequer a possíveis surpresas da competição. Por mais que o tricolor tenha investido pesado, a falta de experiência internacional e um grupo complicado eram apontados como fatores essenciais para uma possível eliminação precoce.

Contudo, o Flu igualou o São Paulo na garra e conseguiu a vitória pela diferença técnica entre as duas equipes, pouco questionada. Agora, entra como azarão diante de um Boca forte como sempre e de quem nunca se pode duvidar. Independente do resultado final, serão dois jogos extremamente equilibrados e muito emocionantes, em que exatamente isso - o equilíbrio emocional - pode ser a diferença entre passar ou não. Uma classificação épica em um Maracanã bem diferente do que viu o Flamengo ser eliminado pelo América.

América que, empurrado por Cabañas e beneficiado pelo erro de arbitragem da primeira partida, conseguiu eliminar o Santos. Diferente do que aconteceu no Maracanã, mesmo quando vencia por 1 a 0 o Santos não dava a impressão de que conseguiria o segundo. Interessante perceber essas situações: é impossível detectar, pelo contexto do jogo, se uma equipe irá conseguir reverter o resultado. Entretanto, parece mais simples perceber quando isso não será possível. De qualquer modo, o Peixe foi muito mais além do que sua torcida imaginava. De um início de temporada temeroso, Leão descobriu que tem um grupo que pode até mesmo, porque não, repetir a boa campanha do ano passado no Brasileirão.

Por fim, a LDU aparece como a maior surpresa da edição 2008, repetindo o feito do Deportivo Cúcuca no ano passado. Os excelentes resultados fora de casa contra os argentinos Lanús e San Lorenzo não deixam margem de dúvida sobre a capacidade de um elenco mediano, mas bastante consciente de suas limitações e capacidades. Um dos destaques da equipe é o inteligente Guerron, que também possui um porte físico invejável e um belo chute de fora da área. Novamente, os equatorianos decidem em casa e podem fazer história.

Palpites? Difícil dizer. Mas pelo que vi até aqui, Boca e LDU.

E você, o que achou da Libertadores 2008?

Em tempo: Atendendo a sugestão dos amigos e refletindo melhor, passo a eleger também o técnico da rodada do Brasileirão. Seguem, portanto, os dois primeiros eleitos:

1ª) Celso Roth (GRE): Tirou leite de pedra com o elenco que tem e conseguiu uma sempre dificílima vitória no Morumbi.
2ª) Roberto Fernandes (NAU): Armou bem a equipe na defesa e conseguiu um belo resultado no Maracanã.


segunda-feira, 19 de maio de 2008

Seleção da rodada

Segue a seleção da 2ª rodada do campeonato brasileiro, feita em conjunto com o amigo Dassler Marques, ainda que existam algumas diferenças entre ambas. Pitacos são bem-vindos!

Bruno (FLA): Responsável pelo empate sem gols no Olímpico.

Rafael (SAP): Grata surpresa no empate com o Furacão.
Danilo (ATP): Firme na defesa, ainda marcou gol de cabeça.
Espinoza (CRU): Mais uma partida segura. Terceiro maior ladrão de bolas do campeonato.
Júnior (SAP): Controlou o jovem time tricolor e deu o gol para Éder Luís.

Fabrício (CRU): Eficiente na marcação e rápido nas saídas de bola.
Pierre (PAL): O carrapato de sempre no meio-campo.
Cleiton Xavier (FIG): Dois gols e o dono do jogo na vitória sobre o Coritiba.
Denílson (PAL): A melhor partida desde que chegou no Palmeiras.

Edmundo (VAS): Entrou no intervalo e comandou a vitória vascaína com dois gols.
Kleber Pereira (SAN): Três gols e uma atuação de gala.

Convido, ainda, a acessarem minha coluna de sábado no Olheiros, em que falo sobre a renovação da seleção alemã.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Libertadores - Quartas-de-final

Definidos os confrontos das quartas-de-final da Copa Libertadores, é hora de analisar os resultados. Dos oito apontados pelo blog como favoritos a avançar, cinco se classificaram. Os argentinos Estudiantes e Lanus decepcionaram, enquanto o Flamengo derrubou todos os prognósticos. Mas vamos aos duelos das quartas:

São Paulo x Fluminense

Técnica versus garra, alma versus coração. Um duelo super-comentado e sobre o qual resta pouco a dizer, além do óbvio: muito equilíbrio. O Fluminense é, hoje, superior, mas mesmo assim difícil de confiar. Jogo ótimo para definição nos pênaltis.
Palpite: São Paulo

Boca Juniors x Atlas

Duelo repetido da primeira fase. O Atlas decide em casa, o que não é vantagem alguma contra o Boca. Na fase de grupos, 3 a 0 em La Bombonera e 3 a 1 no México, mas o Atlas jogou muito bem na Argentina - o que mostra o quão difícil é a missão. Se repetir o bom futebol das oitavas, terá muito mais chances que o Cruzeiro de vencer o Boca.
Palpite: Boca

América-MEX x Santos

O Santos, que continua surpreendendo por seu crescimento, pega um time que cresceu de repente e surpreendeu o Flamengo que festejava. Como agora decide em casa, resta saber como o Peixe vai se portar no México no primeiro jogo, pois contra o Cúcuta o jogo foi decidido na Vila. Se conseguir um bom resultado, tem tudo para superar em MUITO as expectativas e alcançar a semifinal, já que a Vila é uma grande arma - que tende a ser menos importante conforme o time vai subindo de produção.
Palpite: Santos

San Lorenzo x LDU

Os argentinos, no ano do centenário, conseguiram uma classificação heróica diante do River, mas que não precisava ser tão sofrida pela qualidade do time. A LDU surpreendeu o, para mim, candidato ao título Estudiantes, e tem em Guerron um excelente jogador, além de decidir em casa.
Palpite: San Lorenzo.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Pitacos do fim de semana

Estive sábado no Pacaembu para comentar a vitória corintiana. Tudo muito bonito, arquibancadas pintadas, mas faltou mais uma vez o respeito à imprensa: várias rádios aglomeradas e, no andar de cima, espaço vago proibido de ser utilizado. Lamentável. Em campo, um Corinthians pouco vibrante, Douglas pouco participativo e uma defesa muito desatenta nas bolas aéreas. Time tem para subir, e com folga. Mas falta mais entrega de uma equipe que já mostrou que tem capacidade para tanto. A entrada de Diogo Rincón no lugar de Lulinha deve melhorar um pouco isso.

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Boa recuperação de Massa na Fórmula 1. Tem sido constantemente mais rápido que Kovalainen e, não fossem as duas pataquadas no início da temporada, poderia ser o líder. Duas vitórias e um segundo lugar nas últimas três corridas deixam o brasileiro de novo na briga - que será interna, porque ou os engenheiros da McLaren tiram um coelho da cartola, ou será a temporada mais tranqüila para a Ferrari desde a aposentadoria de Schumacher..

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Confira a seleção da primeira rodada do Brasileirão:

Fábio (CRU): Segurou a pressão do Vitória com um jogador a menos. Fez no mínimo seis defesas difíceis.

Paulo Sérgio (GRE): Cobrou a falta para o gol de Pereira.
Sidnei (INT): Muito seguro, marcou o gol da vitória sobre o Vasco.
Felipe Santana (FIG): O time sofreu cinco, mas ele marcou dois e garantiu o empate.
Juan (FLA): Uma assistência e um gol na vitória por 3 a 1.

Eduardo Costa (GRE): Anulou Éder Luiz.
Ramires (CRU): Bem nos desarmes, levou perigo e quase marcou o seu.
Marcinho (FLA): Marcou um gol e deu passe para outro.
Michael (COT): Comandou a vitória sobre o Palmeiras. Um gol e uma assistência.

Hugo (COT): Um gol e uma assistência.
Geraldo (NAU): Fez os dois da vitória sobre o Goiás.

E você, o que achou do início do Brasileirão?

Convido a todos a acessarem também minha coluna desta semana no Olheiros, em que falo sobre a temporada dos destaques dos Mundiais Sub-17 e Sub-20 do ano passado.

Por fim, para quem gosta de Copa do Mundo, um convite a acessarem o Febre Mundialista.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Achando o caminho


Postado também no Blag do Mauro Beting.

Comemorou muito o torcedor vascaíno que lotou São Januário pela primeira vez no ano. E tem motivos para tanto. O Vasco venceu bem demais o ótimo Corinthians de Alagoas, que mostrou ter eliminado com méritos Atlético-PR e Juventude em suas melhores fases. Não poderia, portanto, ser considerado mais uma surpresa em fase tão avançada da competição.

Ainda assim, o time de Gilmar Batista surpreendeu ao de Antônio Lopes por não se intimidar, adiantando a marcação da saída de bola no campo adversário com três – e às vezes até quatro – homens. Não à toa, com dois minutos já estava na frente.

Após linha de impedimento bisonha da zaga vascaína, o ótimo Reinaldo Alagoano fuzilou de esquerda, sem deixar a bola quicar. O centro-avante, um dos artilheiros da Copa do Brasil, mostrou ser diferenciado e fez interessante dupla com Fábio Neves, este muito oportunista e habilidoso. Dificilmente ambos continuarão em Maceió por muito tempo.

O Vasco não se encontrava, mas achou um gol aos 21, com Jota se atrapalhando após desvio de cabeça de Leandro Amaral. O atacante, reestreando na equipe, foi bem acolhido pela torcida e demonstrou falta de ritmo, mas muita vontade. Esta foi, aliás, a tônica do jogo na primeira etapa: um ritmo alucinante das duas equipes. Aos 36, o sempre veloz Wagner Diniz lançou Edmundo para virar o placar.

Os motivos para a efusiva comemoração vascaína começaram a aparecer no segundo tempo. O Vasco voltou com o mesmo pique. O Corinthians, não. Batista recuou o volante Du para auxiliar Rogerinho na marcação a Wagner Diniz. Esqueceu-se do outro ala, uma novidade de Lopes para a partida: o franzino Madson, que retornara de empréstimo para ser titular. Ótima aposta a do delegado. Com ele, o time tem agora dois alas extremamente velozes. Dele, o passe para o gol de Morais.

A boa postura tática alagoana se desfez com o terceiro gol. A equipe foi ao ataque de forma desordenada e deu espaços para os contra-ataques vascaínos. Edmundo, novamente em noite inspirada, parecia ter em Leandro Amaral companheiro de longa data. Ambos fecharam a noite com um gol cada, servindo e sendo servidos.

Leandro Amaral voltou jogando o que sabe. Edmundo fez dois, é o artilheiro da Copa do Brasil e jogou como há muito não jogava. E Madson pode fazer com Wagner Diniz a mais veloz dupla de alas do futebol brasileiro.

Realmente, há motivos para o torcedor vascaíno comemorar. Entretanto, há ressalvas: os espaços para contra-ataques são grandes, Leandro Bomfim não dá combate algum e o físico de Edmundo não deve agüentar a maratona que se avizinha.

Se Lopes resolveu alguns problemas, encontrou outros. Mas menores que os anteriores.

Em tempo: Difícil explicar o que aconteceu ao Flamengo. Talvez o antigo bordão de que no futebol tudo é possível. Só não é possível entender como um time entra em campo e deixa a alma no vestiário.

Por fim, lamentável o espaço dado ao caso Isabella Nardoni. Que os culpados paguem, mas que a imprensa aprenda seu verdadeiro papel.

sábado, 3 de maio de 2008

Domingo Esportivo especial - final do Paulistão 2008

Convido aos amigos a acompanharem o Domingo Esportivo especial sobre a final do Campeonato Paulista 2008.

Vamos relembrar dos títulos paulistas de 93 e 96 do Palmeiras, com gols e entrevistas.

Teremos também gols históricos das finais paulistas disputadas pela Ponte Preta.

Ainda, retrospectiva da semana com os principais fatos e um raio-x completo do duelo entre Verdão e Macaca.

E também muitos prêmios no nosso palpitão.

Jornada esportiva especial - final do campeonato paulista 2008. Não perca!

Domingo Esportivo

Todo domingo, das 12h às 14h, na Rádio Azul Celeste AM 1440 - ou pelo site www.azulceleste.com.br

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Ufa!



Sufocante! Como se pensava – ou até mais.
Assim como foi claudicante a arbitragem do chileno Rubén Selman, conivente com a violência, especialmente no segundo tempo. Ao menos Fábio Santos e Cadarcio mereciam ser expulsos. Ao final, o resultado foi satisfatório pelo ambiente, mas o São Paulo poderia ter tentado mais e sair vencedor pela falta de qualidade do adversário.

A partida esteve equilibrada até os 25 do primeiro tempo, com o Tricolor chegando bem através de Jorge Wagner e Adriano. O Nacional pouco tentou a alardeada bola aérea para Richard Morales e quando tentou, o atacante sequer finalizou corretamente, bem marcado que estava por Alex Silva.

A pressão finalmente se pronunciou entre os 27 e os 32, com cinco minutos de bola nos pés dos uruguaios. Entretanto, o máximo que se conseguiu foi um chute à queima roupa de Fornaroli que Rogério quase aceitou, mas Pirulito afastou.

Na segunda etapa, Muricy trocou Zé Luís por Fábio Santos e segurou mais os alas. O Nacional intensificou os cruzamentos e o posicionamento de Hernanes na cabeça de área, em duas oportunidades, gerou contra-ataques que por pouco não resultaram em gols. Adriano, apagado, ao menos segurou dois zagueiros consigo.

O critério do árbitro era muito simples: a primeira pancada era por conta da casa. Nos três cartões amarelos que aplicou, fez questão de contar com os dedos as faltas que o jogador cometeu. Ao menos contar sabia. Fábio Santos entrou duro em Cadarcio, que revidou. A partir deste momento, a bola passou a ser um detalhe, tanto que Jorge Wagner foi substituído aos 20 minutos após falta violenta.

Gerardo Pessulo lançou o time todo ao ataque com as entradas de Bertolo e do jovem Vera, mas a partida tinha muito mais aparência de guerra do que verdadeiramente era. No fim, Borges poderia ter marcado em um contra-ataque, não tivesse demorado tanto para decidir se passava ou chutava.

Foi talvez a melhor apresentação são-paulina na Libertadores, tanto na parte tática quanto na fibra defensiva. Fica a confiança de que a atuação será superada na próxima quarta, quando a qualidade deve suplantar a violência. E que venha o Fluminense!