quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Calvário


Um empate bom para o Atlético por ter jogado fora e ruim para o Vasco por ter jogado em casa. Mas um empate ruim para o Atlético por ter sofrido o gol aos 43 minutos e bom para o Vasco por ter conseguido reagir mesmo sem qualidade alguma – um alento para as últimas rodadas.

Para o jogo, Renato Gaúcho sacou Eduardo Luiz do time titular e lançou Leandro Bonfim, saindo do esquema com três zagueiros e plantando Jonílson em frente à dupla de zaga, apostando na velocidade da saída de bola com Madson. Já Geninho manteve o trio de zaga que deu certo contra o Cruzeiro, fixou Pedro Oldoni no ataque e abriu Julio dos Santos e Ferreira para puxarem contra-ataques nas costas dos avançados laterais vascaínos.

Com a força da torcida, o Vasco foi para cima como esperado nos primeiros minutos, mas o ataque esbarrava na bem postada defesa atleticana. Aos poucos, o time paranaense passou a controlar a posse de bola e assustou em chutes de fora da área e bolas aéreas para Pedro Oldoni, único atacante do time.

Com Alex Teixeira e Edmundo insistindo em tabelas pelo meio e Leandro Bonfim totalmente fora de sintonia, o Atlético chegava com facilidade através de Júlio dos Santos e Ferreira, levando muito perigo e deixando a torcida impaciente já na metade da primeira etapa.

As melhores chances vascaínas haviam sido pela direita, com Madson e Baiano. E foi exatamente por lá, em uma saída rápida, que Mateus encontrou Valmir livre na grande área para tocar de leve e quase dar chance a recuperação para Galatto. A torcida voltou a incentivar, o Atlético se retraiu e o Vasco controlou o ritmo do jogo até o intervalo. Ainda assim, numa falha grotesca de Jorge Luiz, o visitante encontrou um escanteio e, no bate-rebate, Julio dos Santos empatou.

A saída de Edmundo, lesionado, não deixou o Vasco só sem a qualidade de seus passes e uma referência na área que Alan Kardec não conseguiu ser – deixou o time sem uma liderança dentro de campo. A equipe passou a pressionar mais na vontade do que na qualidade e pagou pelos erros no contra-ataque bem puxado e concluído por Pedro Oldoni.

E se o Vasco já parecia sem forçar para desempatar sem Edmundo, não demonstrou reação alguma após o gol. Renato ainda errou ao sacar o voluntarioso Mateus e deixar Leandro Bonfim em campo e o Atlético quase ampliou em mais duas lambanças da zaga cruzmaltina. O gol de Madson saiu da única maneira que poderia ter saído: um chute de longe, tamanha a falta de qualidade para jogadas trabalhadas.

Cruz pesada demais para ser carregada apenas por Edmundo e Leandro Amaral. E que apesar da força que todos os torcedores vascaínos têm dado, não resistirá ao seu próprio peso e parece fadada à queda.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

“Quero ser campeão antes de sair"


Conversei, para o Olheiros, com Ramires, destaque do Cruzeiro no Campeonato Brasileiro. Ele fala sobre sua carreira, expectativas para o futuro, passagem pela seleção olímpica e outros assuntos.

Imperdível, assim como o futebol do volante.

Confira!

http://www.olheiros.net

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Brasileirão - 80%

A oito rodadas do fim, o Campeonato Brasileiro nunca esteve tão indefinido na era dos pontos corridos. Cinco equipes ainda brigam pelo título e sete lutam para não cair - e tanto em cima quanto embaixo na tabela, todos os envolvidos têm chance. Vejamos mais uma análise, das rodadas 28 a 31.

Melhores: São Paulo, Cruzeiro, Flamengo, Grêmio e Santos
Piores: Ipatinga, Náutico, Goiás e Atlético-PR

É impressionante o equilíbrio nas duas pontas da tabela. Apesar de o Grêmio ter se favorecido com os resultados da rodada e aberto três pontos, esta é uma vantagem ilusória: São Paulo, com 56, e Cruzeiro, Flamengo e Palmeiras, todos com 55, estão firmes no páreo. Entretanto, enquanto o tricolor paulista, a raposa e o rubro-negro estão em fase de ascensão, o Grêmio continua oscilando e o Palmeiras teve um péssimo desempenho: duas derrotas e dois empates, sendo o time que mais caiu posições - quatro, da liderança para o quinto lugar.

Vale lembrar que nesta reta final acontecem ainda quatro confrontos diretos: Cruzeiro x Grêmio, Palmeiras x Grêmio, Flamengo x Palmeiras e Cruzeiro x Flamengo. Perceba-se, também, que dos quatro, o São Paulo é o único sem confrontos diretos e com a tabela mais fácil. O time de Muricy surge, portanto, como equipe com mais chances no momento. Sem contar o fato de ser o time que menos perdeu, ter o melhor ataque e a segunda melhor defesa. O São Paulo é, hoje, a equipe mais regular do campeonato.

Já na ponta de baixo, o Fluminense readquiriu a confiança e o bom jogo com Renê Simões. Com duas vitórias e dois empates, foi quem mais subiu no período, saindo da 19ª para a 14ª rodada. Saiu da zona de rebaixamento para não mais voltar. Por outro lado, o Ipatinga só somou um ponto e voltou à lanterna, ultrapassado pelo Vasco, que também foi muito mal e ficou dez rodadas, ou dois meses, sem vencer. O inesperado triunfo sobre o Goiás no Serra Dourada - Goiás que não é mais o melhor time do segundo turno - fez o time voltar a sonhar.

Se existem confrontos diretos pelo título, também há jogos decisivos na rabeira: Figueirense x Fluminense, Portuguesa x Ipatinga, Fluminense x Vasco, Vasco x Atlético-PR, Figueirense x Atlético-PR, Figueirense x Náutico, Náutico x Atlético-PR e Fluminense x Ipatinga. Emoção não vai faltar nesta reta final.

Meus palpites, considerados os resultados atuais:

Campeão: São Paulo / Vice: Flamengo / 3º: Cruzeiro / 4º: Grêmio / Palmeiras
Rebaixados: Ipatinga, Vasco, Atlético-PR e Portuguesa

Abaixo, estatísticas do período e, depois, a seleção da 31ª rodada.

Melhor ataque
2007 - Cruzeiro (65 gols)
2008 - Flamengo e São Paulo (51)

Melhor defesa
2007 - São Paulo (12)
2008 - Grêmio (25)

Pior ataque
2007 - América-RN (23)
2008 - Atlético-PR e Ipatinga (30)

Pior defesa
2007 - América-RN (64)
2008 - Vasco (62)

Artilheiros
2007 - Josiel (PAR): 18 gols
2008 - Kléber Pereira (SAN): 20 gols

Seleção da 31ª rodada

Renan (BOT): Apesar da vitória aparentemente fácil, foi bastante exigido e fez grandes defesas, além de sair bem do gol na bola aérea.

Leonardo Moura (FLA): Completando 30 anos, mostrou a mesma disposição de sempre, correndo e atacando. Fez o seu de pênalti, no rebote.
Thiago Silva (FLU): Ganhou todas as divididas e marcou bem, tanto Alex Mineiro quanto Kleber.
Luiz Alberto (FLU): Antecipou-se bem, ganhou a maioria na bola aérea e anulou o ataque verde.
Júnior César (FLU): Preso na defesa no início, aos poucos foi mais à frente e fez belo gol.

Rodrigo Souto (SAN): Marcou, tocou, rodou a bola e ainda fez um belo gol.
Diguinho (BOT): Lutou como sempre, marcou e foi premiado com um gol chorado.
Molina (SAN): Distribuiu bem o jogo e facilitou as coisas com o primeiro gol.
Alex Teixeira (VAS): Correu, driblou e levou perigo constante à defesa do Goiás. Chuta bem de qualquer lugar do campo.

Edmundo (VAS): Voltou com disposição após quatro jogos parado e foi decisivo, marcando dois gols.
Obina (FLA): A noite foi sua. Marcou um gol, deu assistência, sofreu pênalti, fez de tudo no Maracanã.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Seleção da 30ª rodada

Rogério Ceni (SAP): Apesar dos dois gols no final, fez um primeiro tempo perfeito, com no mínimo três defesas dificílimas.

Jonathan (CRU): Eficiente no ataque, marcou primeiro gol e ainda anulou Marques.
Durval (SPO): Mais uma vez mostrou sua eficiência subindo ao ataque e marcando um gol, além de atuar firme na defesa.
Ediglê (POR): Excelente partida na retaguarda, grudou em Pereira e ainda abriu o placar de cabeça.
Leandro (PAL): Mais uma vez decisivo, fez seu segundo gol de falta no ano.

Marquinhos Paraná (CRU): Firme no desarme e na cobertura. Parou muitos ataques atleticanos.
Ramires (CRU): Abriu mão dos avanços para marcar, e além de defender bem ainda quase marcou o seu.
Alex (INT): Belo passe para o gol de Nilmar, perigoso durante todo o jogo, marcou o seu.
Molina (SAN): Um golaço de falta, suficiente para vencer um jogo no qual os goleiros se destacavam.

Kleber (PAL): Brigou, lutou e sempre levou perigo. Premiado com um gol cheio de raça.
Nilmar (INT): Um tormento para Galatto e a defesa atleticana, guardou mais um.

Técnico: Adílson Baptista (CRU): Anulou os ataques do Atlético e venceu com tranqüilidade.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

O artilheiro triste


Com os dois gols que marcou contra o Sport, Leandro Amaral chegou a nove e enconstou em Edmundo na artilharia vascaína no Campeonato Brasileiro: foram 10 do Animal e 9 do camisa 11. No ano, Edmundo tem 21 em 36 jogos e Leandro 12 em 28 (16 nos mesmos 36, se somados os quatro que fez pelo Fluminense em oito jogos).

Nos números, este é o pior ano do atacante desde que ele chegou ao Vasco, em 2006, quando marcou sete vezes em doze jogos. Em 2007, fez 30. Em 2008, machucado seis partidas, poupado outras três, ficou sem jogar de 20 de fevereiro a 07 de maio, por conta da briga judicial em que foi envolvido.

Mas nas últimas semanas, Leandro Amaral transformou-se na única e última gota de esperança do já exasperado e fatigado torcedor vascaíno. Na seqüência negativa que o time entrou desde a vitória sobre a Portuguesa, esteve presente em seis destas oito partidas. Dos nove gols marcados nestes jogos, Leandro fez quatro - quatro dos últimos seis.

Não é só isso: com suas declarações quentes, mostra toda a indignação pela situação da equipe. Indignação que mostra dentro de campo, correndo, brigando e disputando bolas até quando a equipe está sendo goleada, como foi diante do Figueirense - mesmo com 0 a 4, brigou para marcar um gol de cabeça e correu para cobrar um escanteio em que Edmundo fez 2 a 4.

Quando chegou ao Vasco em 2006, Leandro Amaral estava esquecido e foi recuperado. O travessão na última rodada, em Florianópolis, negou a ele e ao clube a disputa da Libertadores de 2007. Por tudo que o clube fez, o atacante tinha uma dívida de gratidão. E por isso, agiu errado, mal orientado, quando foi para o Fluminense.

Aceitou a derrota na justiça, voltou e se empenhou como antes. Tem até proposta do Sport para jogar a Libertadores do ano que vem.

Agora, pode ir tranqüilo. Mesmo que seja rebaixado, o Vasco é quem deve a ele, por toda a entrega. Até agora, marcou 49 vezes com a camisa cruzmaltina. O artilheiro dos gols de honra. O homem que quando marca, não comemora: apenas pega a bola na rede e coloca na marca central.

Leandro ainda tem bola para gastar. E merece ser feliz em outra casa.


Abaixo, a seleção da 29ª rodada

Fábio (CRU): Seguro nas saídas do gol, salvou o time com duas defesas difíceis.

Felipe Mattioni (GRE): Apoiou com eficiência, deu bons passes e cruzamentos e ainda driblou bem.
Titi (NAU): Perfeito nas antecipações e desarmes pela direita.
André Luís (BOT): Sem culpa no gol do Vitória, foi bem na defesa e ainda marcou o seu.
Ricardinho (COT): Apoiou o tempo todo e foi a principal arma do Coritiba, especialmente no segundo tempo.

Serginho (ATM): Muito bem na marcação, deu bela arrancada e ótimo passe para o gol de Renan Oliveira.
Ramires (CRU): Fez o gol da difícil vitória cruzeirense sobre o Ipatinga.
Darío Conca (FLU): Habilidoso, comanda as ações ofensivas do time. Belo cruzamento para o terceiro gol.
Douglas Costa (GRE): Outra ótima partida do garoto. Correu, driblou, criou jogadas e merecia um gol.

Leandro Amaral (VAS): Grande talento e garra perdido em um time medíocre. Teve grande atuação no primeiro tempo e fez dois belos gols.
Washington (FLU): Três gols, ainda que dois tenham sido de pênalti, são certeza de grande atuação.

Técnico: Marcelo Oliveira (ATM): Anulou os pontos fortes do Flamengo e conquistou uma vitória imprevisível.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Zebra


Renato Gaúcho comemorou, Leandro Amaral elogiou a atitude da equipe, mas um resultado que em qualquer outra ocasião seria comemorado, deve ser lamentado – não só pelas circunstâncias como ele aconteceu, mas pelo momento que o time vive.

O Vasco jogou acertadamente como time pequeno, confessando sua inferioridade, fechando-se na defesa e esperando qualquer oportunidade. Renato Gaúcho corrigiu a escalação absurda do sábado, fechando o meio-campo com a volta de Jonílson, colocando Mateus para a saída de bola ao lado de Alex Teixeira e posicionando Leandro Amaral não à frente, isolado, onde pouco renderia, mas à direita, puxando os contra-ataques.

O Sport, com Júnior Maranhão e sem Andrade, tinha Kássio e Carlinhos Bala tentando as jogadas pelos lados, explorando a deficiente cobertura de Baiano e Valmir. Baiano que acertou o travessão com um minuto de jogo, em perigosa cobrança de falta, foi às redes aos 37. Escanteio pela direita, Valmir não acompanhou Kássio e o jovem meia chutou forte, de fora da área. A bola bateu em Baiano e enganou o bom Rafael, substituto de Roberto que se recuperava de uma gripe. O terceiro goleiro teve uma atuação de primeira, evitando mais uma goleada. Mas quando os ventos sopram contra, até desvios como o do lateral viram gol.

Já parecia o fim para o Vasco, apesar de todo o segundo tempo pela frente. Leandro Amaral, entretanto, mostrou sua garra de sempre – que tem faltado ao restante da equipe – e empatou dois minutos depois, após saída errada de Moacir, substituto de Andrade. No fim, com o Sport relaxado, outro contra-ataque e Baiano encontrou o camisa 11 vascaíno que, apesar de não ser Romário, fez um golaço de fora da área.

Para a segunda etapa, Nelsinho Baptista sacou Carlinhos Bala e lançou Sidny, para jogar mais incisivamente em cima de Valmir, e Fumagalli para melhorar a saída de bola. Não adiantou, e apesar da imensa superioridade na posse de bola, o Rubro-Negro não conseguia furar a impressionantemente bem postada defesa cruzmaltina. A entrada de Sandro Gaúcho mudou o esquema para um 4-2-2-2 e o ex-gremista ficou responsável pela saída de bola. A pressão aumentou e, mesmo com Ciro machucado, em campo apenas para fazer número, o Sport empatou com um gol também nos acréscimos.

Resultado merecido pelo volume de jogo, mas lamentável pela visível demonstração de garra e superação de um time que precisou de Odvan para se segurar. Em seu retorno, poderia ter cometido um pênalti se Seneme tivesse interpretado corretamente um jogo de corpo que, em seu caso, ganha proporções bem maiores.

Assim como maior é o desespero do torcedor a cada rodada. Com um clássico pela frente, a esperança é mais por um milagre do que por uma melhora. Difícil acreditar quando um resultado como o de ontem, para um clube como o Vasco, passa a ser zebra.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Brasileirão - 70%


Peço desculpa aos amigos, pois por puro erro de conta acabei deixando passar a sétima análise do Brasileirão na 27ª, achando que seria agora. Apesar de já termos passado a 28ª, vamos com a análise decorridos 70% do BR, para termos uma seqüência correta dos desempenhos.

Melhores: Goiás, Internacional, Palmeiras e São Paulo
Piores: Vasco, Grêmio, Botafogo, Figueirense e Fluminense

O Palmeiras assumiu a liderança do Brasileirão pela primeira vez, tirando o Grêmio da ponta após uma seqüência de 13 rodadas. Apesar da derrota em casa para o Sport, a primeira do campeonato, vitórias fora de casa como a sobre o Cruzeiro, adversário direto, garantiram ao Verde a primeira colocação, graças também ao pífio desempenho gremista: um empate e três derrotas.

Quem também teve bem desempenho foi o São Paulo, com três vitórias e um empate. Mas a manutenção dos pontos por Cruzeiro e Flamengo não permitiu que o Tricolor voltasse à zona da Libertadores, onde ficou apenas três vezes até aqui. A última rodada, aliás, devolvou são-paulinos, cruzeirenses e flamenguistas à briga pelo título, já que agora estão a apenas quatro pontos dos líderes.

Goiás e Internacional tiveram os melhores desempenhos, anotando nove pontos e subindo quatro posições cada. Hélio dos Anjos assumiu a equipe esmeraldina e reformulou o estilo de jogo, baseado principalmente nos laterais Vítor e Júlio César, em grande fase. Já o Inter colhe os frutos da subida de produção de D'Alessandro, que parece ter encaixado muito bem com Nilmar e Alex.

Por outro lado, a briga contra o rebaixamento fica mais agonizante. Os cariocas Vasco e Fluminense estão entre os piores das últimas quatro rodadas: os cruzmaltinos perderam todos os jogos e Tita foi embora, dando lugar a Renato Gaúcho. O time caiu cinco postos, de 14º para 19º. Já o Flu não conseguiu se arrumar com Cuca e continua sem vencer, amargando apenas um empate e aparecendo na lanterna. O Figueirense também vai mal e começa a ficar ameaçado.

Curiosamente, percebem-se três blocos distintos: do 1º ao 5º, diferença de quatro pontos e briga por título e Libertadores. No bloco intermediário, outros quatro pontos separam o Botafogo, 6º, de Sport, 11º. E na briga contra o rebaixamento, o Náutico, 13º, está a apenas quatro pontos do lanterna Flu. No meio desta confusão toda, o Atlético-MG aparece isolado com 34 pontos, mas ainda assim não muito tranqüilo.

Abaixo, estatísticas do período e, depois, a seleção da 28ª rodada.

Melhor ataque
2007 - Cruzeiro (63 gols)
2008 - Flamengo, São Paulo e Palmeiras (43)

Melhor defesa
2007 - São Paulo (8)
2008 - Grêmio (22)

Pior ataque
2007 - América-RN (20)
2008 - Atlético-PR (27)

Pior defesa
2007 - América-RN (54)
2008 - Figueirense (55)

Artilheiros
2007 - Josiel (PAR): 17 gols
2008 - Kléber Pereira (SAN): 19 gols

Seleção da 28ª rodada

Bruno (FLA): Ótimas defesas, especialmente no segundo tempo, quando foi muito exigido.

Leonardo Moura (FLA): opção de ataque durante todo o jogo, marcou um golaço para aliviar a pressão do Timbu.
Rodrigo (SAP): Firme na marcação, fez um importante gol de falta em momento complicado do jogo.
Fabiano Eller (SAN): Ganhou todas as divididas e ainda marcou seu gol.
Leandro (PAL): Efetivo como sempre no ataque, foi recompensado com um belo gol.

Zé Luís (SAP): Alternando no papel de zagueiro, marcou bem tanto atrás quanto no meio.
Rafael Carioca (GRE): Fez bem novamente o seu papel, de dar cobertura aos avanços dos alas e de oferecer saída de bola rápida da defesa.
Douglas Costa (GRE): Estreou com toda a ousadia que era esperada. Bela partida, belo gol.
Marquinhos (FIG): Fez dois na goleada em cima da frágil equipe vascaína.

Denílson (PAL): Em sua melhor atuação pelo Verde, entortou Aguiar no segundo gol e fez o terceiro.
Keirrison (COT): Dois gols na vitória sobre o Inter: um, o da virada; outro, o da garantia da vitória.

Técnico: Vanderlei Luxemburgo (PAL): Mostrou estrela ao colocar Denílson em campo e mudar a história do jogo.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

O mapa da mina (da Copa)


Publicado originalmente no
Febre Mundialista.

Terminou nesta terça, no Rio de Janeiro, o seminário das cidades candidatas a sedes da Copa de 2014. Dezoito postulantes apresentaram os detalhes de infra-estrutura e estádios ao Comitê Organizador e aos representantes da Fifa. Responderam ainda a questionamentos do caderno de encargos da entidade.

Na teoria, tudo muito bonito, ético e transparente. Na prática, palestras inúteis. Afinal, o que decidirá as sedes é a força política e o lobby com Ricardo Teixeira, presidente do Comitê Organizador e da CBF - pela primeira vez na história, a mesma pessoa ocupa as duas funções.

A principal dúvida é o número de cidades. A Fifa recomenda e quer dez, mas a CBF pede doze ou até quatorze. A decisão, que deveria acontecer em novembro, foi adiada para março a pedido de Ricardo Teixeira, que disse querer evitar um tom político na escolha, que aconteceria um mês depois das eleições municipais.

A partir daí, começa a briga. Cinco cidades já foram confirmadas por Teixeira, por mais que ele diga que é a Fifa quem escolhe: Rio de Janeiro, Porto Alegre, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília. As últimas três, inclusive, disputam o direito de sediar a abertura, já que a final deve ser no Maracanã.

No Nordeste, Salvador e Recife já estariam garantidos. Restariam três cidades se fossem dez sedes. Cuiabá, graças a proximidade do governador Blairo Maggi com Teixeira, seria a sede pantaneira. Manaus e Belém brigam pela sede amazônica, com vantagem para a capital paraense. E Fortaleza e Natal disputam a terceira sede nordestina, com vantagem para os cearenses.

As outras candidatas, e que deverão ficar de fora, são Florianópolis, Campo Grande, Rio Branco, Maceió e Goiânia. Curitiba, talvez a cidade com melhor infra-estrutura dentre todas as dezoito, está praticamente descartada. E não é por já haver quatro sedes no Sul/Sudeste. O comentário que se ouviu foi de que a capital paranaense é uma cidade praticamente pronta, e teria muito pouco a se fazer. Por isso, ficaria de fora.

O raciocínio é simples - para eles. De todas as cidades-sede, apenas Porto Alegre e São Paulo terão estádios que receberão investimento da iniciativa privada. Todos os outros serão construídos ou reformados com dinheiro público. Toda a infra-estrutura das cidades também será assim. Será uma Copa bancada pelo contribuinte. E para quê fazer a Copa em Curitiba se não haverá a necessidade de obras?

Mais obras, mais licitações, mais dinheiro.

Tudo isso poucos dias depois da divulgação dos primeiros números do Pan pelo Tribunal de Contas da União - e o rombo foi enorme. Tudo isso com Salvador anunciando que a Fonte Nova será reformada, e dirigida pelo mesmo Bobô que dizia que o estádio estava em boas condições antes da tragédia do ano passado.

Realmente, a Copa 2014 será uma festa.

Abaixo, o provável mapa das sedes brasileiras.