terça-feira, 22 de dezembro de 2009

História das Copas - Uruguai 1930 (parte II)

Nas semifinais, o Uruguai não teve dificuldades em vencer a Iugoslávia por 6 a 1, mesmo placar da outra semifinal, com a Argentina goleando os norte americanos. O interessante é que não houve disputa do 3º e 4º lugares, portanto Iugoslávia e Estados Unidos foram declarados terceiros lugares, embora as campanhas das duas seleções na primeira fase sejam levadas em conta, às vezes, para a elaboração do ranking.

O cenário de festa estava pronto e a primeira final de Copa do Mundo gerou muita expectativa do público local, afinal o time da casa certamente seria saudado por 80 mil empolgados espectadores, esperando ansiosamente por uma vitória e pelo título em casa.

Entretanto, as coisas não foram tão fáceis assim. Ao final do primeiro tempo, a Argentina liderava com 2 a 1 no placar, tendo virado o jogo com Peucelle e Stábile, após o gol inicial de Dorado. Não se sabe ao certo o que os uruguaios ouviram no vestiário naquele intervalo, mas eles voltaram com um ímpeto renovado e marcaram três gols em meia hora de jogo com Cea, Iriarte e Castro, vencendo o jogo por 4 a 2 e conquistando a primeira Copa do Mundo. A comoção foi tanta que o dia seguinte à conquista foi declarado feriado nacional. E assim começou a história das Copas do Mundo.

I Copa do Mundo - 1930 - Uruguai

Campeão: Uruguai
Vice: Argentina
3º lugar: Estados Unidos
4º lugar: Iugoslávia

Período: de 13 a 30 de julho de 1930
Total de jogos: 18
Gols marcados: 70
Média de gols: 3,89 por partida
Artilheiro: Stabile (Argentina) - 8 gols
Público total: 575.300 pagantes
Média de público: 31.961 pagantes

O Brasil: 6º lugar - 2 jogos (1V e 1D) / 5GP 2GC
Jogos: Iugoslávia 2x1 Brasil (Tirnanic e Beck (I) / Preguinho (B)
Brasil 4x0 Bolívia (Preguinho (2) e Moderato (2))

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Cadê você - Márcio Mossoró

O Paulista de Jundiaí surpreendeu a todos com a conquista da Copa do Brasil de 2005. Um dos principais nomes daquela equipe era Márcio Mossoró, baixinho meia-atacante de 1,69m que ficou conhecido por sua habilidade em conduzir a bola. Seu nome, na verdade, é José Márcio da Costa, e o apelido vem do local de nascimento: a cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte, onde nasceu em 04 de junho de 1983.

Mossoró começou a carreira no Ferroviário, do Ceará, e passou pelo Santa Catarina antes de chegar ao Paulista em 2002. O clube vivia ótimo momento e o jogador foi vice-campeão paulista em 2004 antes de vencer a Copa do Brasil no ano seguinte, marcando um dos gols da vitória por 2 a 0 sobre o Fluminense no Jaime Cintra.

Após a conquista, foi contratado pelo Internacional, sendo considerado uma das grandes esperanças do clube para 2006. Participou das campanhas vitoriosas da Libertadores e do Mundial de Clubes, mas sem o mesmo destaque. Emprestado ao Marítimo de Portugal em 2007, fez boa temporada com o clube, que terminou o nacional em quinto lugar.

Contratado pelo Sporting Braga em 2008, atualmente é titular e um dos principais nomes da equipe, que faz campanha surpreendente no Português, liderando o campeonato ao lado do Benfica.





Publicado no Jornal da Cidade de Americana

domingo, 20 de dezembro de 2009

Craques das Copas - Ferenc Puskas


Iniciamos hoje mais uma série de posts especiais sobre a Copa, trazendo a história dos maiores craques que desfilaram pelos gramados dos Mundiais. Começamos com um húngaro apontado por muitos como o maior jogador do mundo antes do surgimento de Pelé.
Considerado o melhor jogador húngaro da história e um dos melhores jogadores a disputar a Copa do Mundo, Ferenc Puskas foi a peça principal do grande time da Hungria que dominou o futebol internacional na década de 50. Nascido em Budapeste em 1927, começou a jogar bola no time de seu pai, o Kispest Budapeste. Aos 16 anos, já era titular e, aos 18, estreou na seleção nacional contra a Áustria.

De baixa estatura e forte, Puskas não tinha no jogo aéreo sua especialidade. Canhoto, possuía uma habilidade extremamente apurada e detém um recorde até hoje: em 84 jogos pela seleção, marcou 83 gols, a melhor média do mundo. Em 1952, o atacante então apelidado de "Major Galopante" liderou sua seleção à conquista da medalha de ouro nos jogos olímpicos de Helsinque, chegando à Copa de 54 na Suíça mantendo uma invencibilidade de quatro anos e candidatíssima ao título. Durante as eliminatórias, um jogo que entrou para a história: vitória dos húngaros por 6 a 3 sobre a Inglaterra em pleno estádio de Wembley.

Na Copa, a Hungria parecia confirmar seu favoritismo ao humilhar a Alemanha Ocidental por 8 a 3 na primeira fase e ao eliminar o Brasil num jogo duríssimo que ficou conhecido como "A batalha de Berna". Entretanto, na final, os húngaros perderam a revanche para os alemães e Puskas chorou sua mais amarga derrota. Puskas marcou quatro gols naquele mundial e viu seu companheiro de equipe, Kocsis, ser o artilheiro com 11, embora tenha sido ele o capitão e mentor do time vice-campeão.

Após a Copa, ele continuou jogando na mesma equipe - que agora tinha mudado de nome e se tornado o Honved, um time militar. A crise política na Hungria aumentava e Puskas, assim como muitos de seus colegas de time, se refugiaram na Espanha, sede do Campeonato Europeu de Seleções de 56. Lá Puskas ficou por um ano e meio sem voltar ao país natal, tendo sido então comprado pelo Real Madrid. Juntamente com Di Stefano, ele levou o time merengue a conquistar a Europa por 2 vezes em três anos, feito jamais repetido até hoje.

Puskas ficou de fora da Copa de 58 por ter fugido da Hungria, mas foi convidado a disputar o Mundial de 62, no Chile, pela seleção espanhola. Naquela época, os jogadores ainda podiam se naturalizar e jogar por uma seleção nacional mesmo após terem defendido outras cores, algo que não mais é permitido atualmente. Contudo, no alto de seus 35 anos, o atacante já não estava no melhor de sua forma e não conseguiu levar a seleção espanhola sequer às quartas-de-final do torneio. Jogou no Real Madrid até 1966, transferindo-se então para o Panathinaikos da Grécia, onde ainda chegou à final da Copa Européia. Virou técnico, mas parou logo. Voltou à Hungria apenas em 1993, com 66 anos de idade.

Nome : Ferenc Puskas
Data de nascimento: 02/041927
Local de nascimento: Budapeste, Hungria

Carreira:

Em clubes:
1943 a 1956: Kispest Budapest (depois Honved)
1958 a 1966: Real Madrid (324 gols em 372 partidas)
1966: Panathinaikos

Na seleção:
83 gols em 84 jogos (4 gols na Copa de 54)

Como técnico:
1970 a 1971: Panathinaikos
1975 a 1976: AEK Atenas
1976 a 1978: Colo Colo (Chile)

Títulos:
Campeão olímpico: 1952
Campeão húngaro: 1950, 1952, 1954 e 1955
Campeão espanhol: 1961, 1962, 1963, 1964 e 1965
Campeão da Copa da Espanha: 1962
Campeão da Copa Européia (atual Liga dos Campeões): 1959, 1960 e 1966
Artilheiro por 4 vezes do Campeonato Espanhol

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Os 10 piores times do mundo em 2009

Essa é para a torcida do Íbis morrer de inveja. Os rubro-negro pernambucanos estão seriamente ameaçados de perderem o título de "pior time do mundo" para esses dez clubes, que fizeram bonito na arte de fazer feio em 2009. Confira a lista:

Ajman (Emirados Árabes Unidos)

Se o Al Ahly, campeão do país sede da edição 2009 do Mundial de Clubes, deu vexame, imagine o nível do lanterna da edição 2009/10 da Premier League emirense. O Ajman Club perdeu os oito primeiros jogos da temporada. Se serve de consolo, ganhou a primeira partida da Emirates Cup.

Tornados de Humacao (Porto Rico)

Coincidência ou não, na temporada em que um forte tornado chegou a suspender a disputa do campeonato portorriquenho, o Tornados terminou com uma péssima campanha. O time da costa leste somou apenas três pontos em 16 jogos e terminou a liga com um saldo negativo de 41 gols.

Baloch (Paquistão)

O clube de Nushki é a principal atração da Premier League paquistanesa, mas pelos motivos errados: estacionaram na lanterna com duas vitórias, dois empates e incríveis 22 derrotas. Curiosamente, o placar favorito parece ser o 3 a 0: cinco das sete últimas derrotas terminaram assim.

Dingli Swallows (Malta)

O futebol de Malta, como se pode ver nas Eliminatórias, não é de longe um dos mais prodigiosos. Ainda assim, o DS, recém-promovido da segunda divisão (tem como existir mais de uma divisão em uma ilha com 1/5 do tamanho da cidade de São Paulo?), parece destinado a voltar à Segundona: ganhou um jogo e perdeu os outros oito até agora.

San Giovanni (San Marino)

Obviamente, um time do país que ostenta a fama de pior seleção do mundo não poderia ficar de fora. E como será o sentimento de ser o pior time do pior país em que se pratica o futebol profissionalmente? Pergunte ao San Giovanni, lanterna do Grupo A do Campionato com três pontos em onze jogos.

PDRM (Malásia)

Um time que não estará na Super Liga Malaia em 2010 é o PDRM. No campeonato de 2009, o clube foi humilhantemente rebaixado com apenas três empates em 26 jogos. Ah, eles também sofreram 76 gols - isso porque são o time da polícia, e deveriam ser mais respeitados que os demais, na teoria.

Milano (Macedônia)

O nome do clube lembra uma das cidades com maior tradição futebolística do mundo. Mas os macedônios certamente não são Milan ou Inter. Longe disso: com uma vitória e 16 derrotas, além de 63 gols sofridos, apenas um milagre mantém os seferi na Football League.

Panthrakikos (Grécia)

Após estrearem na primeira divisão em 2008/09, os gregos do Panthrakikos podem já ir dizendo adeus à elite. Apenas dois pontos em 14 jogos, sete gols marcados e 30 sofridos fazem do time de Albert Cartier um virtual rebaixado.

Hong Lok (Macau)

Com somente um ponto em 14 jogos e 54 gols sofridos - incluindo uma derrota de 10 a 0 em casa para os atuais campeões, Lam Pak, não há como negar que Hong Lok seja o pior time da pequena península chinesa.

Carpet Masters (Guam)

Este sim é motivo de preocupação para os Íbis e Tabajaras da vida. Que tal este retrospecto: dez jogos, dez derrotas, dois gols pró e 55 contra. Nesta temporada, os "mestres do carpete" já perderam de 9 a 0, 10 a 0 e até 11 a 0, para o incrível Quality Distributors. Tudo isso em um campeonato de uma ilha de 540 km², um pouco maior que Malta - e menor que Campinas. Não resta dúvida, este é de fato o pior time do mundo em 2009.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

História das Copas - Uruguai 1930 (parte I)

Começamos hoje a contar um pouco mais da histórias das Copas, com a primeira parte da história da primeira Copa do Mundo, realizada em 1930 no Uruguai.


A decisão da FIFA de sediar no Uruguai a primeira Copa do Mundo não foi bem aceita por todos, já que a Europa afundava numa crise econômica e participar da Copa envolvia uma longa e cara viagem de navio. Além disso, significava que os clubes teriam de dispensar seus melhores jogadores por quase dois meses.

O Uruguai havia sido escolhido como sede pelo fato da seleção do país ter se sagrado bicampeã olímpica em 1924 e 1928, ganhando o apelido de "Celeste Olímpica". Desta forma, a FIFA presenteou o melhor escrete da época com a sede da Copa - e com uma chance imperdível de se sagrarem campeões mundiais. Os uruguaios eram os favoritos.

Foi a única Copa cujos participantes foram definidos apenas por convite. Das 16 seleções convidadas, apenas 13 participaram. Foi uma mini Copa América, afinal apenas Iugoslávia, Bélgica, Romênia e França toparam fazer a dispendiosa viagem. Aliás, o sorteio das chaves só aconteceu quando todos os times já se encontravam em solo uruguaio, algo bem diferente do que acontece hoje em dia.

O primeiro jogo da história das Copas foi uma massacrante vitória de 4 a 1 da França sobre o México, que se tornaria a partir dali um saco de pancadas por décadas. Na primeira fase, os 13 times foram divididos em um grupo de quatro e três grupos de três times cada. Classificaram-se para as semifinais Argentina, Iugoslávia, Uruguai e Estados Unidos, vencedores de seus respectivos grupos.

O Brasil jogou mal e foi logo eliminado. Apesar disso, teve seu herói, o jogador Fausto, o “Maravilha Negra”, considerado o melhor jogador da Copa, mesmo tendo disputado só dois jogos. A seleção teve dois anti-heróis nessa Copa: um foi o frio do duro inverno uruguaio, e o outro foi a famosa “tremedeira” no primeiro jogo contra a Iugoslávia, perdido por 2 a 1. O próprio Fausto, na época, foi claro: “feio não é perder; feio é ter medo”. No segundo jogo, a goleada sobre a Bolívia de nada adiantou, pois a Iugoslávia também venceu seu jogo contra os sulamericanos e o Brasil foi eliminado.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Conheça os estádios onde o Brasil vai jogar na Copa de 2010

Ellis Park, Soccer City e Durban Stadium. Serão estes os palcos dos três jogos do Brasil na primeira fase da Copa de 2010 – e que não sejam os únicos, espera o torcedor. Aquecendo as turbinas (afinal, a África é logo ali), apresentamos os três estádios nos quais a seleção irá escrever mais um capítulo de sua grande história nos Mundiais:

15/06 Brasil x Coreia do Norte - Ellis Park

Os jogadores não poderão reclamar da falta de reconhecimento do gramado na estreia. Afinal, o Brasil jogou a semifinal e a decisão da Copa das Confederações no Ellis Park. As lembranças são boas: vitórias sobre África do Sul e Estados Unidos e o bicampeonato assegurado. Mas antes disso, o Brasil já havia pisado no estádio em duas oportunidades: em 1996, num amistoso de preparação da seleção olímpica que ficou mais marcado pelo aviãozinho de Zagallo que pelo resultado (3 a 2). E um ano depois, aí sim com a seleção principal, outro amistoso e a vitória por 2 a 1.

O Ellis Park será um dos estádios mais antigos a serem utilizados em uma Copa do Mundo: foi inaugurado em 1928, então exclusivamente para o rugby, esporte muito popular no país. Mas das arquibancadas originais não restou nada, já que em 1982 houve uma demolição e reconstrução completa. O nome é uma referência a JD Ellis, vereador de Joanesburgo que aprovou o uso de um terreno equivalente a cinco campos de futebol para abrigar o estádio –lá a política impera também.

Localizado no centro da cidade, recebeu diversas reformas e mais arquibancadas, aumentando a capacidade de 57 para 62 mil lugares. Sede do Orlando Pirates, um dos times de futebol mais populares do país, foi palco também da conquista sul-africana na Copa do Mundo de Rugby que sediou em 1995, o maior momento esportivo da nação. Recebeu também instalações de ponta para a imprensa, piscinas de hidromassagem, camarotes de luxo, melhor acesso para deficientes físicos e um “excelente sistema audiovisual para manter o público informado”, afirmam os entusiasmados construtores.

20/06 Brasil x Costa do Marfim - Soccer City

Do tradicional ao moderno. Na segunda partida da primeira fase, o Brasil nem muda de cidade e salta oitenta anos no tempo, saindo do antigo Ellis Park e indo direto para o Soccer City, sede da abertura e da final da Copa e um dos estádios mais impressionantes do mundo. Última das sedes do Mundial a ficar pronta, a arena lembra muito, em seu exterior, a Allianz Arena de Munique, circundada por painéis que escondem a arquibancada. A ideia, segundo os construtores, foi fazer com que a redoma lembrasse o calabash, um famoso pote de cerâmica do artesanato local.

Com capacidade para 94.700 pessoas, o Soccer City foi construído no local do antigo FNB Stadium, erguido em 1987. A estrutura do primeiro lance de arquibancadas foi aproveitada, construídos novos lances e reformado todo o setor de imprensa, alimentação e sanitários, além da cobertura e do painel em volta de todo o estádio. O lugar foi palco da maior conquista futebolística da África do Sul: a vitória sobre a Tunísia por 2 a 0 em 1996, na decisão da Copa Africana de Nações.

25/06 Portugal x Brasil - Moses Mabhida

Ter caído como cabeça de chave do Grupo G garantiu ao Brasil uma mordomia que pode ser importante para a sequência na Copa: ao lado da Argentina, a seleção brasileira fará as duas primeiras partidas em Johanesburgo, deixando a maior cidade da África do Sul apenas na terceira rodada, quando enfrentará Portugal no belíssimo Moses Mabhida Stadium.

Um dos quatro estádios construídos do zero para a Copa, tem capacidade para 70 mil pessoas e um arco sobressaindo-se na cobertura, representando, em uma visão aérea, a bandeira da África do Sul e a união dos povos que constituem o país em sua paixão pelo esporte. Os dois mastros do arco no lado sul do estádio se unem para formar uma única base no lado norte, simbolizando a nova unidade de uma nação anteriormente dividida. O curioso é que existe uma espécie de teleférico, que leva a uma plataforma de observação no topo do enorme arco de 350 metros de extensão, mais de 100 metros acima do gramado. A cobertura é ligada ao arco por cabos de aço com 95 mm de diâmetro.

A arena foi construída a poucos metros da praia, no local do antigo Estádio Kings Park, e foi nomeada em homenagem a um dos mais famosos militares do país. Moses Mabhida recebeu o convite de desenvolver o grupo armado do partido ANC, o Umkhonto we Sizwe (MK). Ele passou por treinamento militar e se tornou o principal instrutor político dos novos recrutas. Posteriormente, foi comandante do MK. Será sede de uma das semifinais, mas o Brasil só jogará lá de novo se chegar à semi como segundo lugar do Grupo G.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Cadê você - Renato

O torcedor flamenguista que comemora o título brasileiro vibra com a boa fase de Petkovic, mas lembra também do último bom meia que passou pela Gávea. Trata-se de Carlos Renato de Abreu, o Renato, nascido em São Paulo em 09 de junho de 1978.

Seu porte físico o fez jogar de atacante no início da carreira, no Marcílio Dias e no Joinville, de Santa Catarina. Aos poucos, passou a ser recuado pelos treinadores, tanto na passagem pelo União Barbarense, quanto no período em que esteve no Guarani, em 2000. Ficou conhecido no Bugre, quando marcou três gols em cima do Flamengo em uma partida da Copa do Brasil, em pleno Maracanã.

Contratado pelo Corinthians em 2001, venceu o Torneio Rio-São Paulo, a Copa do Brasil e dois Paulistas. Já um meia de destaque, foi para o Flamengo em 2005, tornando-se fundamental na fuga do rebaixamento.

As cobranças de falta eram sua especialidade, e marcou 43 gols em 135 jogos pelo Rubro-Negro. Eleito para a seleção do Brasileirão de 2006, foi campeão carioca em 2007 e rumou para o Al-Nasr, dos Emirados Árabes. Lá, ficou por uma temporada e atualmente defende o Al-Shabab, do mesmo país, atual campeão nacional.

* Publicado originalmente no Jornal da Cidade - Americana/SP

sábado, 12 de dezembro de 2009

As revelações da Série B 2009

Confira, na coluna publicada hoje no www.olheiros.net, os garotos que foram destaque na Série B 2009

Fora de Série

A Série B não é lugar pra meninos, certo? Nos apertados e mal iluminados campos da Segunda Divisão, são necessários apenas e tão somente jogadores experientes, acostumados à pressão e ao jogo intensamente físico. É, não é bem assim. Quando dois dos principais artilheiros da competição têm menos de 25 anos, temos um sinal bastante claro de que os garotos podem, sim, fazer a diferença em um campeonato tão equilibrado.

Élton, mais velho dos dois goleadores, foi um dos destaques do campeão Vasco ao lado de Carlos Alberto e Ramon, também jovens. Mas o Gigante da Colina foi o que mais utilizou garotos durante a temporada, mostrando que o equilíbrio entre juventude e experiência foi alcançado à perfeição. Com uma base formada pelos maduros Fernando Prass, Paulo Sérgio, Fernando e Amaral, Dorival Júnior teve a liberdade para aproveitar nomes promissores da novamente frutífera base vascaína.

Alex Teixeira foi o maior beneficiado. De perseguido pela torcida no ano passado, o meia cresceu no momento ideal, quando o time sofria com desfalques por contusão e caía de produção, e foi decisivo em resultados fundamentais, como abordado recentemente por esta coluna. Só não fez mais que cinco gols e três assistências porque ficou um mês com a seleção no Mundial. No Egito, foi protagonista de uma campanha quase perfeita e termina o ano como o principal nome sub-20 da Série B.

Também titular do Brasil, Souza já havia subido aos profissionais em 2008, mas foi neste ano que mostrou toda sua personalidade, marcando com eficiência, oferecendo saída de bola com qualidade e se transformando em um dos líderes do grupo mesmo aos 20 anos – puxou a oração de agradecimento ao final do jogo do título e declarou, mesmo com o rosto ainda marcado pelas espinhas que “sabia que não sairia mais do time quando entrasse pela primeira vez”. A “volância” rendeu também Allan, de 18 anos, de bom porte físico e ótimo poder de marcação.

Philipe Coutinho, por sua vez, finalmente estreou e, em doze exibições, somou apenas uma assistência. Ainda assim, fez algumas belas jogadas e recebeu apoio da torcida. Por mais que se esperasse um pouco mais dele, é difícil exigir grandes desempenhos de um garoto tão novo. Zezinho, seu companheiro de seleção sub-17, até apareceu e jogou mais, mas somente porque dependia em grande parte dele a luta do Juventude contra o rebaixamento. A queda comprovou que, por mais talentoso que seja o menino, muitas vezes ele ainda é apenas um menino. De qualquer forma, o meia espera o desfecho da negociação com o Arsenal.

Do quarteto que garantiu o acesso à Série A, Ceará e Atlético-GO valeram-se da máxima de equipes experientes. Apenas Misael, volante maranhense do Vovô, e Gil, zagueiro de 21 anos do Dragão, podem entrar no rol dos jovens talentos da atual edição da Segundona. O Guarani, por outro lado, teve mais chance de lançar garotos como o zagueiro Cássio, o lateral Murilo e o meia Mário Lúcio, além de aproveitar Caíque, já com alguma rodagem e contratado pelo Vasco.

Campeão da Copa São Paulo 2008, o Figueirense de elogiada base não fez o uso que se esperava dela. Talhetti, principal nome daquela conquista, teria em 2009 sua verdadeira primeira chance de mostrar uma boa performance, mas marcou apenas um gol e teve participação bastante discreta. Melhor foi Lucas, lateral que por muitas vezes atuou como meia e, em boa parte da campanha, foi o principal armador do Figueira. O grande nome, Rafael Coelho, finalmente despontou, terminando na artilharia ao lado do vascaíno Élton – clube para o qual vai se transferir. Ainda assim, não foi suficiente pra garantir o retorno.

O rápido Ananias, meia ’89 de 1,70m do Bahia, acabou aparecendo menos do que se esperava, devido à luta desesperada contra o descenso e a uma lesão na reta final do campeonato. Mas mesmo assim fez bons jogos, demonstrando agilidade e habilidade, como na vitória sobre o Campinense na 31ª rodada, que tirou o Tricolor da zona do rebaixamento para não mais voltar.

Mesma sorte não tiveram, contudo, os garotos do Fortaleza. Adaílton, grande promessa e heroi da permanência na Série B em 2008, envolveu-se em problemas pessoas e também com a diretoria, acionou o clube na Justiça e não marcou um gol sequer no campeonato deste ano. Deve, nos próximos dias, ser negociado para sanar os problemas financeiros do clube.

Bismarck, um dos destaques da conquista do tricampeonato estadual, foi bastante requisitado e, em muitas partidas, tornou-se esperança única de livrar o Leão de resultados negativos. Marcou dois gols, deu assistências importantes e foi um dos poucos poupados pela torcida, mas acabou por amargar também o rebaixamento. Já o atacante Bambam, mais novo dos três, foi negociado com o Inter em agosto e, desde então, integra a equipe sub-20 do Colorado.

Também não se destacaram tanto quanto se esperava o assediado meia Elvis, que assim como todo o elenco do Paraná Clube, fez campanha discretíssima; Tinga, de quem imaginava-se que a Ponte dependeria, e acabou decepcionando, assim como o próprio time; e Dairo, atacante do Guarani apontado como uma das promessas do Paulistão mas que marcou apenas um gol, apesar da ótima campanha bugrina.

Há, ainda, aqueles que foram negociados no começo do campeonato, como Luan e Patric, do São Caetano. De qualquer forma, a Série B 2009 pode ficar marcada por ser a edição que separou os homens dos meninos - a responsável pelo surgimento de vários bons jogadores da próxima geração, bem como de algumas eternas promessas, por que não. Ao menos, tem boas chances de ser lembrada por uma das que teve mais jovens fazendo a diferença, o que por si só já é um feito fora de série.

* Publicado originalmente no Olheiros

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

E se o Brasileirão 2009 fosse decidido no mata-mata?

Como seria? Confira: repetimos a brincadeira feita no ano passado e simulamos os jogos entre os oito primeiros colocados. A regra é simples: pega-se a classificação final do campeonato e arranja-se os oito primeiros na chave, da mesma forma que acontecia até 2002: 1º x 8º, 2º x 7º e assim por diante. Para sabermos os resultados, basta pegar os placares do primeiro e do segundo turno. Em caso de empate, prevalece a melhor campanha.

Vejamos como seria:

Quartas de final

Flamengo (1º) x Grêmio (8º)

Grêmio 4x1 Flamengo
Flamengo 2x1 Grêmio

O Flamengo fez uma campanha surpreendente e terminou a fase classificatória em primeiro lugar. Empurrado por Pet e Adriano, visitou o Grêmio, invicto como mandante e dono do melhor ataque. Mesmo com desfalques, o Tricolor abriu o placar com Perea, em falha do goleiro Bruno. O Fla empatou e pressionou, exigindo grandes defesas de Victor. Mas em grande jogada de Rever, Bruno falha novamente. Depois, Jonas marca dois de pênalti para praticamente classificar o time gaúcho. Na partida de volta, o técnico Marcelo Rospide deu-se ao luxo de poupar vários titulares e, apesar de um Maracanã lotado, o Flamengo venceu por apenas 2 a 1 e deu adeus ao título – mais um sinal de que nem sempre o melhor dos pontos corridos é o melhor do mata-mata.

Internacional (2º) x Atlético-MG (7º)

Atlético-MG 0x1 Internacional
Internacional 3x0 Atlético-MG

Inter e Galo se enfrentaram em momentos distintos: o Colorado vinha de uma reta final incrível e o Alvinegro, caindo de produção após liderar o campeonato. No jogo de ida, as mais de 40 mil pessoas lotaram o Mineirão viram um Internacional fechado na defesa encaixar um contra-ataque logo aos 15 minutos de jogo e, após grande jogada de Alecsandro, Giuliano completar para as redes. Diego Tardelli, artilheiro do campeonato não conseguiu furar a retranca gaúcha e, no Beira Rio, os donos da casa impuseram seu futebol ofensivo depois de um primeiro tempo truncado, com Edu (duas vezes) e D’Alessandro marcando os gols da vitória.

São Paulo (3º) x Avaí (6º)

Avaí 0x0 São Paulo
São Paulo 2x0 Avaí

Muito se falou sobre a sorte de campeão do São Paulo ao enfrentar o rival teoricamente mais fácil da segunda fase, já que a duas rodadas do fim o Tricolor estava na primeira colocação. A sorte, entretanto, não esteve presente no duelo na Ressacada: um jogo equilibrado, extremamente brigado no meio-campo e de poucas oportunidades, em que Eduardo Martini e Denis (substituindo Rogério Ceni, machucado) foram os destaques. Para o jogo do Morumbi, Ricardo Gomes apostou em uma formação mais ofensiva, com Marlos na criação. O primeiro tempo foi tenso, com o Avaí dominando as ações e forçando ao Tricolor abusar das bolas aéreas. E foi assim que veio o gol, no início do segundo tempo: Júnior César cruzou e a bola sobrou para Dagoberto abrir o placar. Com o gol, o Avaí partiu para o ataque e, num contragolpe, Dagoberto colocou na cabeça de Hugo para selar a classificação.

Cruzeiro (4º) x Palmeiras (5º)

Palmeiras 3x1 Cruzeiro
Cruzeiro 1x2 Palmeiras

Considerado por muitos o duelo mais equilibrado das quartas de final, Cruzeiro e Palmeiras fizeram dois jogos marcados pela polêmica da arbitragem. No Parque Antarctica, Bernardo colocou os visitantes em vantagem numa cobrança de falta, mas Marcão empatou pouco depois em uma cabeçada que não entrou, mas foi validada por Leandro Vuaden. Abatido, o time mineiro não se encontrou mais e permitiu a virada, com dois gols de Keirrison. A volta no Mineirão foi ainda mais polêmica: Thiago Ribeiro abriu o placar aos 8 minutos, mas Diego Souza empatou logo depois em linda cobrança de falta. No início da segunda etapa, Vagner Love dribou Fábio para garantir a passagem à semifinal, mas os cruzeirenses pressionaram o restante da partida e reclamaram – com razão – de três pênaltis não marcados.


Semifinais

Grêmio (8º) x Palmeiras (5º)

Grêmio 2x0 Palmeiras
Palmeiras 1x1 Grêmio

O Palmeiras perdeu a classificação à final ainda no jogo de ida, graças ao destempero do time, evidenciado pela briga entre Obina e Obina no intervalo. Tudo porque os dois discutiram após o primeiro gol do Grêmio, marcado por Rafael Marques após rebote de Marcos. Os palmeirenses foram expulsos e, com dois a mais, o tricolor gaúcho até poderia ter aberto maior vantagem, ficando apenas nos 2 a 0, graças a um gol de Máxi Lopez no segundo tempo. No jogo da volta, o Palmeiras abriu o placar aos 28 minutos do primeiro tempo com Cleiton Xavier, mas os gremistas se fecharam na defesa e conseguiram segurar a pressão inicial. O banho de água fria veio três minutos depois, quando Souza cruzou rasteiro e de novo Maxi Lopes, decisivo, empatou. Na etapa final, o Verdão tentou pressionar, mas foi o Grêmio que levou mais perigo à meta alviverde.


Internacional (2º) x São Paulo (3º)

São Paulo 1x0 Internacional
Internacional 2x2 São Paulo

Considerada por muitos a final antecipada, a semifinal entre Inter e São Paulo teve dois jogos muito tensos. No Morumbi, Bosco fechou o gol e Hernanes, encarregado da armação, parou na marcação adversária. Com uma proposta tática eficaz, Mário Sérgio travou o Tricolor com um 3-5-2, mas nos acréscimos Washington apareceu no segundo pau, após cobrança de escanteio, e garantiu a vantagem mínima para o jogo da volta. E que jogo! Alecsandro marcou duas vezes no primeiro tempo, ambas em impedimento, para desespero dos são-paulinos. Nos acréscimos, Lauro defendeu pênalti batido por Washington e um Gre-Nal na decisão do campeonato parecia próximo. Mas logo na volta do intervalo, Washington fez o papel de pivô e rolou para Hernanes, que arrematou com perfeição. O duelo ficou equilibrado até que, aos 24, Jean tentou cruzar na área e encobriu Lauro. O Tricolor estava de novo na final!


Final

São Paulo (3º) x Grêmio (8º)


Grêmio 1x1 São Paulo
São Paulo 2x1 Grêmio

A decisão teve tons de heroísmo para o torcedor do São Paulo. No Olímpico lotado, o time da casa abriu o placar com cabeçada certeira de Rafael Marques, mas a fama de recuperações eficazes foi comprovada pelos paulistas: oito minutos depois, Hernanes cruza na área, Dagoberto domina e chuta para empatar. O jogo ficou brigado no segundo tempo e Borges e Dagoberto foram expulsos em um intervalo de poucos minutos, levando o Grêmio para cima. Ao final, Jean também recebeu cartão vermelho, e o empate foi comemorado como vitória pelos são-paulinos ao apito final.

No Morumbi, Dagoberto jogou mesmo tendo sido expulso – fato similar ao que aconteceu com Edmundo na final entre Vasco e Palmeiras em 97. E o atacante foi novamente decisivo: marcou um gol em cada tempo para dar ao Tricolor seu sétimo título nacional, o quarto consecutivo. No primeiro, Hernanes levantou linda bola dentro da área e Dagol apenas completou. No segundo, puxou o contra-ataque, tabelou com Jorge Wagner e ampliou. A torcida gritava “olé” e “o campeão voltou” quando Tcheco diminuiu de pênalti, mas era tarde demais e o São Paulo foi novamente campeão.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Balanço da Série B - parte 2

A análise da temporada dos dez melhores clubes da Série B 2009, com números, estatísticas e o quê deu certo ou errado em cada campanha. Confira na íntegra o texto publicado na coluna da Trivela, e reproduzido parcialmente aqui no blog:

Vasco

Colocação final: Campeão, com 76 pontos
Técnico: Dorival Junior (da 1ª à 38ª rodada)
Maior vitória: Vasco 4x0 Ipatinga (19ª rodada)
Maior derrota: Paraná 3x1 Vasco (4ª rodada)
Maior série de vitórias: 4 (da 23ª à 26ª rodada)
Maior série de derrotas: 2 (37ª e 38ª rodada)
Maior série invicta: 9 (da 28ª à 36ª rodada)
Maior série sem vencer: 6 (da 4ª à 9ª rodada)
Principal jogador: Carlos Alberto (meia)
Decepção: Aloísio (atacante)
Artilheiro: Élton, 17 gols

O torcedor comemorou, soltou o grito de campeão, declarou amor ao clube e aplaudiu Dinamite no Maracanã lotado. Mas o Vasco não fez mais que a obrigação ao voltar à primeira divisão com o título da Série A. Afinal, dos grandes que caíram recentemente apenas o Botafogo não conseguiu tal façanha, mas isto porque caiu junto ao Palmeiras. Após um Estadual promissor e uma participação positiva na Copa do Brasil, o time-base do primeiro semestre se desfez por contusões e o baque da Segundona foi sentido, com o acúmulo de cinco empates seguidos e seis partidas sem vitória. Mas a subida de garotos como Souza, o entrosamento entre Carlos Alberto e Alex Teixeira e os gols de Élton garantiram ao Vasco um segundo turno impecável, em alguns momentos igualando a campanha corintiana em 2008. A equipe termina o ano com a melhor defesa e uma base montada, mas um alerta: o elenco não é forte o suficiente para a Série A e com as saídas de Dorival Junior (confirmada) e Élton (muito provável), o trabalho pode ter que recomeçar do zero.

Guarani

Colocação final: Vice-campeão, com 69 pontos
Técnico: Vadão (da 1ª à 38ª rodada)
Maior vitória: Guarani 3x0 Campinense (22ª rodada)
Maior derrota: Juventude 4x1 Guarani (19ª rodada) e Atlético-GO 4x1 Guarani (34ª rodada)
Maior série de vitórias: 5 (da 1ª à 5ª rodada)
Maior série de derrotas: 3 (da 14ª à 16ª rodada)
Maior série invicta: 11 (da 1ª à 11ª rodada)
Maior série sem vencer: 6 (da 11ª à 16ª rodada)
Principal jogador: Walter Minhoca (meia)
Decepção: Adriano Gabiru (meia)
Artilheiro: Ricardo Xavier, 14 gols


Nenhum time mereceu mais o acesso que o Guarani: o Bugre conseguiu a proeza de manter-se no G-4 durante as 38 rodadas do campeonato, caindo no máximo para a quarta colocação durante uma queda de produção no final do primeiro turno que somou seis jogos sem vitória. Mas a gordura acumulada no início surpreendente, com oito vitórias em dez partidas, garantiu a Vadão o respaldo para encaminhar o clube campineiro de volta à elite. Após o rebaixamento no Paulistão, o acesso era muito improvável, e mesmo sem honrar a tradição de aproveitar jogadores da base nos melhores momentos de sua história, o Guarani conseguiu, impulsionado por nomes como Walter Minhoca, Ricardo Xavier e Fabinho, um vice-campeonato surpreendente. Resta saber como montar uma base para disputar a A-2 do Paulista e, em seguida, a Série A do Brasileiro.

Ceará

Colocação final: 3º lugar (promovido), com 68 pontos
Técnico: Zé Teodoro (1ª e 2ª rodada), Edmundo Silveira (interino, 3ª) e Paulo César Gusmão (a partir da 4ª)
Maior vitória: América-RN 1x5 Ceará (19ª rodada)
Maior derrota: Atlético-GO 4x1 Ceará (35ª rodada)
Maior série de vitórias: 5 (da 10ª à 14ª rodada)
Maior série de derrotas: 2 (2ª e 3ª rodada)
Maior série invicta: 11 (da 6ª à 16ª rodada)
Maior série sem vencer: 6 (da 1ª à 6ª rodada)
Principal jogador: Geraldo (meia)
Decepção: Sérgio Alves (atacante)
Artilheiro: Geraldo, 13 gols

O Ceará não estava cotado entre os candidatos ao acesso no início do campeonato. Vivendo uma fase de reestruturação, o clube alvinegro quase caiu no ano passado e planejava se manter na Série B neste ano, para então investir em 2010. Mas a conquista do tri estadual pelo Fortaleza foi a melhor coisa que aconteceu ao Vovô: colocou a mão no bolso, trouxe PC Gusmão e nomes de peso como Mota e Wellington Amorim e, principalmente, passou a pagar em dia. Foi a motivação necessária para o grupo que, de lanterna na sexta rodada, sofreu apenas uma derrota em 17 partidas (a melhor sequência do campeonato) e chegou ao G-4 na 16ª rodada, para não mais sair. Os destaques foram o meia Geraldo, o atacante Mota e a torcida, dona da segunda maior média de público – 22.617, menor apenas que a do Vasco. Se conseguir equacionar as contas, o Vozão já dá o primeiro passo para surpreender novamente em 2010.

Atlético-GO

Colocação final: 4º lugar (promovido), com 65 pontos
Técnico: Mauro Fernandes (até a 27ª rodada) e Artur Neto (a partir da 28ª)
Maior vitória: Atlético-GO 5x0 Paraná (10ª rodada)
Maior derrota: Duque de Caxias 5x1 Atlético-GO (33ª rodada)
Maior série de vitórias: 4 (da 12ª à 15ª rodada)
Maior série de derrotas: 2 (29ª e 30ª rodada)
Maior série invicta: 5 (da 6ª à 10ª rodada)
Maior série sem vencer: 3 (da 3ª à 5ª e da 21ª à 23ª rodada)
Principal jogador: Robston (volante)
Decepção: Anaílson (atacante)
Artilheiro: Marcão, 14 gols


Nos últimos anos, tem sido comum o chamado “efeito elevador”: clubes que engatam mais de um acesso ou rebaixamento seguido, como foram os casos de América-RN, Vitória e Santa Cruz. O mais novo a vestir a carapuça é o Atlético-GO, que chegou à Série B com pinta de azarão mas, desde o início, adotando o discurso da briga pela vaga. E foi assim em todas as 38 rodadas: apesar da pouca presença de público, um time muito forte dentro de casa (melhor campanha como mandante, com apenas uma derrota) e um ataque fulminante. Foram ao todo 73, marcados por 19 jogadores diferentes. Marcão, artilheiro da Série C passada, foi novamente o goleador, e na melhor sequência, foram 26 gols anotados em 10 jogos de invencibilidade. Mesmo com um segundo turno pior, culminando com a saída de Mauro Fernandes e até mesmo a ameaça de não subir, três goleadas seguidas no Serra Dourada – duas delas contra Guarani e Ceará – selaram o acesso do Dragão, de volta após 23 anos.



segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Brasileirão: 100%


Ao final do campeonato brasileiro, fazemos uma análise dos números da competição e, especificamente, da reta final, compreendida pelas últimas quatro rodadas.

Destaques (rodadas 35 a 38): Recuperação do Fluminense, que conseguiu escapar do rebaixamento, séries de Flamengo e Inter, que terminaram nas primeiras posições. Boa fase de Washington, que marcou seis gols.

Perebas: Atlético-MG, que perdeu quatro seguidas e ficou fora da Libertadores, e as defesas de Náutico e Santo André, que sofreram 10 e 12 gols, respectivamente.

O Brasileirão 2009 ficará marcado como o campeonato mais equilibrado da era dos pontos corridos, além da melhor média de gols (foram 1.094, 2,87 por jogo), da recuperação dos atacantes (Adriano e Diego Tardelli foram os artilheiros) e da luta incessante, qualquer que seja o objetivo.

A reta final do Brasileirão 2009 foi a mais emocionante da história dos pontos corridos - melhor até que a de 2004, quando a liderança mudou na penúltima rodada. Desta vez, foram quatro times que chegaram à última partida com chances de título, e até os 24 minutos do segundo tempo o Inter era campeão. O Flamengo tropeçou em casa contra o Goiás, mas teve o segundo melhor aproveitamento das quatro rodadas decisivas, com três vitórias e um empate, e foi beneficiado pelas duas derrotas fora de casa do São Paulo, assumindo a liderança na 37ª rodada.

A melhor sequência final foi do Inter, que na 34ª rodada aparecia na sexta colocação e, com 12 pontos conquistados em 12 disputados, ficou com o terceiro vice-campeonato em cinco anos. Não fosse uma série de tropeços ao longo da competição, como derrotas em casa para Botafogo, Cruzeiro e Corinthians, e o Colorado seria tetra no ano do centenário.

Centenário que ficará para sempre manchado para o Coritiba, que após 19 rodadas - todo o segundo turno - fora da zona de rebaixamento, acabou caindo novamente. Foram apenas nove rodadas entre os quatro últimos, fruto de um início ruim (a primeira vitória veio apenas na sexta rodada) e uma reta final irregular, em que os quatro pontos somados não foram suficientes, perante às reações de Botafogo e Fluminense. Foi o primeiro time a cair com 45 pontos nos pontos corridos com 20 clubes.

Falando em Fluminense, o Tricolor viveu o céu e o inferno neste Brasileirão. Amargou a lanterna por 13 rodadas - o maior período do campeonato mas, mas últimas 11 partidas, não perdeu nenhuma e venceu sete. Foi sem dúvida a maior recuperação da história dos pontos corridos, superando até mesmo a famosa arrancada do Goiás rumo à Libertadores.

Na reta final do Brasileiro, se os cariocas Fluminense e Flamengo comemoram conquistas até antes impensáveis, os paulistas São Paulo e Palmeiras terminaram com sabor amargo. Tropeços inesperados nos jogos finais custaram a ambos a disputa pelo título na última rodada e, no caso do Verdão, nem sequer a Libertadores veio. Nos dois casos, a falta de jogadores à altura para repor as perdas por contusão e suspensões foi fundamental para o insucesso da temporada. Também terminou melancólica a campanha do Atlético-MG, que ficou 24 rodadas no G-4 (oito delas na liderança) e, grças a uma tabela dificílima e a quatro derrotas consecutivas, amargou uma insossa sétima posição.

Por outro lado, a torcida cruzeirense teve muito que comemorar: o time lutou demais, se recuperou do baque da derrota para o Estudiantes e, após terminar o primeiro turno na 14ª colocação, fez a melhor campanha do segundo turno para entrar na zona de classificação para a Libertadores apenas na última rodada, ficando à frente do Palmeiras somente no número de vitórias. Também comemora o Avaí, que com a vitória sobre o já rebaixado Náutico terminou na sexta colocação, superando a campanha do Figueirense em 2006 para ser o melhor catarinense em uma edição do campeonato.

Há, ainda, a turma que apenas cumpria tabela: Corinthians, Santos, Vitória, Barueri, Goiás e Atlético-PR. Mesmo assim, em muitos casos eles foram decisivos no campeonato, como a derrota corintiana para o Flamengo, combinada à vitória goiana sobre o São Paulo; ou ainda a derrota santista para o Cruzeiro, tirando o Palmeiras da Libertadores na última rodada. Para todos eles - e para você, também! - um feliz 2010 e até o Brasileirão do ano que vem.

38ª rodada

Melhor ataque

2009: Grêmio (67 gols)
2008: Flamengo (67)
2007: Cruzeiro (73)
2006: São Paulo (66)

Melhor defesa
2009: São Paulo (42 gols)
2008: Grêmio (35)
2007: São Paulo (19)
2006: São Paulo (32)

Pior ataque
2009: Atlético-PR (42 gols)
2008: Ipatinga (37)
2007: América-RN (24)
2006: São Caetano (37)

Pior defesa
2009: Náutico, Sport (71 gols)
2008: Figueirense (73)
2007: América-RN (80)
2006: Santa Cruz (76)

Gols e média
2009: 1094 (2,87)
2008: 1035 (2,72)
2007: 1056 (2,77)
2006: 1030 (2,71)

Artilheiros
2009: Adriano (Flamengo) e Diego Tardelli (Atlético-MG) - 19 gols
2008: Kléber Pereira (Santos), Kerrison (Coritiba) e Washington (Fluminense) - 21 gols
2007: Josiel (Paraná) - 20 gols
2006: Souza (Goiás) - 17 gols

Séries

Série de vitórias atual: Internacional (4)
Série invicta atual: Fluminense (11)
Série de derrotas atual: Atlético-MG (5)
Série sem vencer: Sport (8)

Maior série de vitórias do campeonato: São Paulo -7 (da 14ª à 20ª rodada)
Maior série invicta do campeonato: Avaí e Fluminense - 11 (da 11ª à 21ª e da 28ª à 38ª rodada)
Maior série de derrotas: Náutico - 6 (da 5ª à 10 rodada)
Maior série sem vencer: Náutico - 13 (da 4ª à 16ª rodada)

domingo, 6 de dezembro de 2009

17 dos 48 jogos da primeira fase da Copa já aconteceram em outros Mundiais

Dos 48 jogos da primeira fase da Copa 2010, 17 deles já aconteceram em outros Mundiais. Confira a lista completa, grupo a grupo, com os resultados e links para as fichas técnicas de cada partida:

Grupo A


Por ter sido quase o mesmo grupo 1 da Copa de 66, este é o grupo com mais jogos repetidos. Mas a partida mais marcante foi em 2002: Uruguai e França, derrotados na estreia, se enfrentaram em Busan já sabendo do empate entre Dinamarca e Senegal. Quem perdesse, estaria eliminado. Um jogo tenso, em que Henry foi expulso aos 25 minutos do primeiro tempo por agressão, e o 0 a 0 significaria o adeus aos dois campeões mundiais ainda na primeira fase. Veja um compacto daquele jogo:

11/06 Uruguai x França
15/07/1966 - Uruguai 2x1 França (Rocha, Cortés / De Bourgoing) (ficha)
06/06/2002 - França 0x0 Uruguai (ficha)


17/06 - França x México
13/07/1930 - França 4x1 México (Laurent, Langiller, Maschinot (2) / Carreno) (ficha)
19/06/1954 - França 3x2 México (Vincent, Cardena (c), Kopa / Lamadrid, Balcazar) (ficha)
13/07/1966 - França 1x1 México (Hausser / Borja) (ficha)

22/06 - México x Uruguai
19/07/1966 - México 0x0 Uruguai (ficha)

22/06 França x África do Sul
12/06/1998 - França 3x0 África do Sul (Dugarry, Issa (c), Henry) (ficha)

Grupo B


O grupo B também é parecido com outro: o grupo D de 1994. Jogos de muita história: os 4 a 0 da Argentina sobre a Grécia, na famosa partida de um Maradona enfurecido comemorando um gol. Os 2 a 1 sobre a Nigéria, marcando a última partida de Diego em Copas. E a estreia argentina na Copa de 86 contra a Coreia do Sul - a Copa do bicampeonato. Veja resumos dos três jogos citados:

12/06 Argentina x Nigéria
25/06/1994 - Argentina 2x1 Nigéria (Rocha, Cortés / De Bourgoing) (ficha)
02/06/2002 - Argentina 1x0 Nigéria (Batistuta) (ficha)


17/06 Grécia x Nigéria
30/06/1994 - Grécia 0x2 Nigéria (Finidi, Amokachi) (ficha)

17/06 Argentina x Coreia do Sul
02/06/1986 - Argentina 3x1 Coreia do Sul (Valdano (2), Ruggeri / Sun Park) (ficha)


22/06 Grécia x Argentina
21/06/1994 - Argentina 4x0 Grécia (Batistuta (3), Maradona) (ficha)


Grupo C


Um dos jogos mais famosos da história das Copas acontecerá novamente: em 1950, no estádio Independência, em Belo Horizonte, os Estados Unidos, formados por um time completamente amador, venceram os ingleses, inventores do futebol e àquela época considerados o melhor time do mundo - tanto que, nas primeiras Copas, o país recusou-se a participar. O gol da vitória foi marcado pelo haitiano Gaetjens, único negro na equipe estadunidense.

12/06 Inglaterra x Estados Unidos
29/06/1950 - Estados Unidos 1x0 Inglaterra (Gaetjens) (ficha)


Grupo D


A partida entre Alemanha e Sérvia entrará para a história: como o retrospecto da seleção iugoslava é herdado pelos sérvios, este será o sétimo encontro entre as duas equipes, igualando-se a Brasil e Suécia como a partida que mais vezes aconteceu em todos os Mundiais. Curiosamente, nas três vezes em que a Alemanha foi campeã, encontrou a Iugoslávia pelo caminho. O jogo mais lembrado é o da Copa da Suíça, quando os alemães venceram nas quartas de final e rumaram para o primeiro título. Abaixo, cenas dos dois últimos jogos, em 1990 e 98:

18/06 Alemanha x Sérvia
27/06/1954 - Alemanha 2x0 Iugoslávia (Horvat (c), Rahn) (ficha)
19/06/1958 - Alemanha 1x0 Iugoslávia (Rahn) (ficha)
10/06/1962 - Iugoslávia 1x0 Alemanha (Radakovic) (ficha)
26/06/1974 - Iugoslávia 0x2 Alemanha (Breitner, Muller) (ficha)
10/06/1990 - Alemanha 4x1 Iugoslávia (Matthaus (2), Klinsmann, Voeller / Jozic) (ficha)
21/06/1998 - Alemanha 2x2 Iugoslávia (Mihajlovic (c), Bierhoff / Mijatovic, Stojkovic) (ficha)



Grupo F


Praticamente não há registros do único jogo já realizado pelo Grupo F. Itália e Paraguai se enfrentaram no Pacaembu com os italianos já eliminados e os paraguaios precisando vencer para avançarem ao quadrangular final. Com a vitória da Azzurra, a Suécia classificou-se para a próxima etapa.

14/06 Itália x Paraguai
02/07/1950 - Itália 2x0 Paraguai (Carapellese, Pandolfini) (ficha)

Grupo G


Dois jogos de muita história remontando à Copa de 1966: a vitória portuguesa sobre o Brasil no último jogo da fase de grupos, eliminando os então atuais bicampeões mundiais - o Brasil sem Pelé, machucado após ser caçado pelos búlgaros. E nas quartas de final, a surpreendente Coreia do Norte abriu 3 a 0 no primeiro tempo, mas com três gols de Eusébio os portugueses avançaram às semifinais.

21/06 Portugal x Coreia do Norte
23/07/1966 - Portugal 5x3 Coreia do Norte (Eusébio (4), José Augusto / Zin Pak, Woon Li, Kook Yang) (ficha)


25/06 Portugal x Brasil
19/07/1966 - Portugal 3x1 Brasil (Simões, Eusébio (2) / Rildo) (ficha)


Grupo H


Outro grupo com vários jogos que já aconteceram, mas todos na primeira fase das respectivas Copas. Destacamos, então, Espanha 1x1 Honduras - a estreia espanhola no Mundial por ela sediado e um jogo muito complicado: Zelaya marcou para os estreantes em Copas logo aos 7 minutos e o empate só veio aos 23 do segundo tempo, graças a um gol de pênalti de Ufarte.

16/06 Espanha x Suíça
15/07/1966 - Espanha 2x1 Suíça (Sanchis, Amancio / Quentin) (ficha)

21/06 Chile x Suíça
30/05/1962 - Chile 3x1 Suíça (Sanchez (2), Ramirez / Wuethrich) (ficha)

21/06 Espanha x Honduras
16/06/1962 - Espanha 1x1 Honduras (Lopez Ufarte / Zelaya) (ficha)


25/06 Chile x Espanha
29/06/1950 - Espanha 2x0 Chile (Basora, Zarra) (ficha)