terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Ranking Olheiros - Dezembro 2010

Campeão brasileiro sub-20, Cruzeiro é maior pontuador do ano e diminui vantagem do Inter

Publicado no Olheiros.net

A conquista do bicampeonato do Brasileiro Sub-20 fez o Cruzeiro diminuir a vantagem do líder Internacional e se consolidar na segunda posição do Ranking Olheiros das categorias de base. Na última e mais completa atualização do ano, o tradicional ranking só não teve uma redução maior na margem colorada devido ao título conquistado pelo Inter na Copa Sub-23, uma das novidades desta edição, que conta também com doze campeonatos estaduais, a inclusão da SC Cup Sub-16 e mudanças profundas no Top 10.


>>> Veja como está o Ranking após a nova atualização




Cruzeiro: o melhor de 2010

Com o encerramento de todas as competições nacionais de base no ano, é possível contabilizar também os maiores pontuadores de 2010. Neste quesito, o Cruzeiro sai como o grande vencedor do ano, somando 173 pontos no total graças às conquistas do Brasileiro Sub-20, da Copa Promissão e da Dallas Cup, além do vice-campeonato mineiro júnior e das boas campanhas na Copa São Paulo e na Taça Belo Horizonte. A Raposa foi a única equipe, além do Palmeiras, a pontuar nas três principais competições de base do ano (Copa SP, Taça BH e Brasileiro Sub-20).

Vendo sua vantagem ligeiramente diminuída (de 145 para 126 pontos), o Internacional continua alcançando ótimos resultados. Em 2010, foram mais 130 pontos somados, graças aos títulos na Copa Sub-23, Copa Brasil Sub-17 e Copa Santiago.

Em seguida, uma dupla alviverde que se recuperou e deu o que falar: Coritiba (108) e Palmeiras (107) acumularam diversos resultados expressivos e entraram de vez no Top 10. O Coxa foi campeão da Taça BH e vice estadual, enquanto o Verdão ficou com o vice do Brasileiro Sub-20 e do Paulista Sub-20, além de ter caído nas semifinais da Copa São Paulo. Vasco, Vitória (ambos com 95), Grêmio (91), Juventude (90), Corinthians (87) e Atlético-MG (75) fecham a lista dos dez maiores pontuadores no ano.

Vale lembrar que os pontos consideram apenas os que foram acumulados em 2010, e não os de anos anteriores, que sofreram depreciação em virtude de novas edições realizadas.

Mudanças no Top 10

Com tantas competições acontecendo no fechamento do ano, era esperado que houvesse uma movimentação intensa de posições no Top 10 do Ranking Olheiros das categorias de base, o que acabou se comprovando: nada de novo nos quatro primeiros, mas a partir daí as novidades são muitas. Com a conquista do estadual júnior e as idas à semifinal da Copa Sub-23 e às quartas do Brasileiro Sub-20, o Atlético-MG voltou à quinta colocação, ultrapassando o Fluminense que ficou para trás: o tricolor teve um ano ruim nas principais categorias e caiu para o oitavo lugar.

Quem se aproveitou disso foi o Corinthians, vice-campeão da Copa Sub-23, que também subiu uma posição. O Vitória, que aparecia em novo, chegou ao sétimo lugar graças à boa campanha no Brasileiro Sub-20. O Coritiba permaneceu na décima colocação, mas o Palmeiras aparece como o novo integrante da lista, chegando à nona colocação. Foram 49 pontos acumulados desde a última atualização, em setembro.

Por outro lado, quem mais perdeu com a atualização foi o Santos, que teve depreciados os pontos do título paulista sub-20 do ano passado. Apesar do vice da Copa São Paulo, o Peixe foi mal na Taça BH, no Brasileiro Sub-20 e na Copa Sub-23, caindo sete posições e perdendo espaço.

Novidades: Copa Sub-23 e SC Cup Sub-16

Mais duas competições se juntam ao Ranking Olheiros das categorias de base a partir desta atualização de dezembro. A recém-inaugurada Copa Sub-23 já é incluída em sua primeira edição, dada a relevância dos clubes participantes e a renovação da atenção dada pelos clubes à categoria, até pouco tempo esquecida, e a SC Cup Sub-16, disputada desde 1998, entra no Ranking por ser uma das principais competições da categoria no país.

Quem mais lucrou com essas inclusões foi o Inter, campeão da Copa Sub-23 e semifinalista da SC Cup. O Colorado também somou pontos pelo vice do ano passado no torneio sub-16, que tem as pontuações desde 2008 computadas para o geral. Grêmio, campeão deste ano, e Atlético-PR, duas vezes semifinalista, também acresceram pontos preciosos. Corinthians, Atlético-MG e Vasco, outros semifinalistas da Copa Sub-23, não pontuaram na SC.

Estaduais: estreantes e sobe e desce

Como acontece em todas as atualizações, os campeonatos estaduais são a principal fonte de novidades e mudanças no Ranking Olheiros das categorias de base. O encerramento de nada menos que doze deles (quase a metade de todo o país) promove muitas alterações. A maior delas foi a escalada da Ponte Preta, que graças à boa participação no Paulista Sub-20, em que parou nas semifinais, somou 20 pontos, galgou incríveis 74 postos e chegou ao 47º lugar.

Quem também subiu bem graças ao Paulista foi a Portuguesa, campeã de 2010, que somou 40 pontos e subiu 22 posições, ficando exatamente em 22ª. Outros a subirem bastante graças aos estaduais foram o Joinville (terceiro colocado no Catarinense Junior, 20 pontos, 34 posições até o 41º lugar) e o Botafogo-PB (campeão paraibano junior, 20 pontos, 37 posições até o 57º lugar).

Por outro lado, houve quem não repetiu em 2010 os feitos recentes e acabou ultrapassado. Além de alguns clubes que deixaram de figurar no Ranking por não pontuarem desde 2007 (ano a partir do qual os pontos são zerados), outros caíram vertiginosamente, como o Marília, do Maranhão, que perdeu os pontos do título maranhense de 2007, ficou com apenas 7 no total e despencou 54 posições, aparecendo em 112º lugar. Também caíram bastante Paraná Clube (35 posições, até o 67º lugar), Piauí (35 posições, até o 112º lugar) e Engenheiro Beltrão-PR (19 posições, até o 65º lugar).

Os estaduais proporcionaram ainda dez estreias no Ranking: os campeões Izabelense (PA), Guarany (PB), Buriti (TO), Fluminense (PI), Ji-Paraná (RO), Juventude (MA), Roraima (RR) e Sete de Setembro (MS), além de Cascavel, semifinalista no Paranaense Junior, e Contagem, quarto colocado no Mineiro da categoria.

Sempre vale o lembrete: trata-se de um levantamento estatístico realizado para analisar exclusivamente o desempenho recente dos clubes nas principais competições amadoras do país, sem a pretensão de avaliar qual tem de fato a melhor infraestrutura ou capacidade de revelar talentos em sua base. Ainda assim, acreditamos que o Ranking fornece um panorama bastante preciso da realidade sub-15 a sub-20 no Brasil.

Para outras explicações, como o critério utilizado para chegarmos ao resultado final e a relação completa dos pontos acumulados por equipe a cada competição, visite nossas páginas adicionais do Ranking.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Filho da globalização

Atuando na França, filho de ídolo camaronês pode defender seleção sub-17 mexicana

Milão, 8 de junho de 1990. Numa das maiores zebras da história das Copas, a ainda pouquíssimo conhecida seleção de Camarões chocava o mundo ao derrotar a Argentina de Maradona no jogo de abertura. O gol da vitória foi marcado por François Oman-Biyik, então atacante do Stade Lavallois, da França. Vinte anos depois, a família Omam-Biyik, originária do subúrbio de Yaoundé, capital camaronesa, volta ao noticiário.

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Isto porque o filho de François, Emilio Omam-Biyik, pode defender a seleção mexicana no Mundial Sub-17 que acontece no país, em junho do ano que vem, mesmo sem ter jamais chutado uma bola naqueles gramados. Mas o que tem a ver com o México o filho de um ex-jogador camaronês que passou a maior parte da carreira em clubes franceses? Para a alegria dos amantes do futebol globalizado, tudo. Emílio nasceu na Cidade do México em 12 de março de 1995, quando seu pai defendia o América - ficou por lá de 1994 a 1997, antes de defender o Atlético Yucatán e o Puebla.

Mexicano de nascimento, o garoto tem a cidadania camaronesa da família e também a francesa, afinal foi para lá que seguiu com o pai quando François encerrou a carreira no Châteauroux, em 2000. E foi exatamente no clube da segunda divisão francesa que o menino de quinze anos começou a seguir a carreira e o exemplo do pai.

O interesse em contar com o jogador para o mundial que sediará em junho foi manifestado pelo técnico da seleção sub-17, Raúl Gutiérrez, em novembro. “É um garoto que temos acompanhado e obviamente precisa ser considerado, porque é mexicano. Já conversamos com seu pai, sabemos que existe a possibilidade de atuar pela nossa seleção, então daremos prosseguimento para ver o que acontece”, disse.

De fato, Emilio não descartou defender a equipe mexicana, mas também afirmou que poderia vestir a camisa francesa ou a camaronesa. “Não sei por qual gostaria de jogar, porque gosto das três. Gosto do México porque foi onde nasci, da França porque tem um futebol de bom nível e de Camarões porque é o país de meus pais. Mas ainda nenhuma seleção me chamou”, disse, em francês, durante entrevista ao portal mexicano Mediotempo – por ter se mudado aos quatro anos, não fala o idioma espanhol.

De excelente porte físico (mede 1,88m aos 15 anos de idade, um monstro perto de seus companheiros), o segundo Omam-Biyik da linhagem possui ótima velocidade e facilidade para finalizações, principalmente de cabeça, puxando o pai. Entretanto, joga um pouco mais recuado, no meio-campo. Até por isso, costuma ele mesmo se comparar a Abou Diaby, do Arsenal.

Contudo, a convocação para a seleção mexicana pode não passar de rumores. A renúncia de Nestor de La Torre da Comissão de Seleções da Federação Mexicana, e a chegada de José Manuel de la Torre (que não é irmão do primeiro) à seleção principal provocou uma onda de incerteza entre os treinadores das seleções de base sobre a continuação de seus trabalhos. Desta forma, caso Gutiérrez seja sacado, o processo de convocação possa ser abortado.

Mas certamente Emílio aguarda também alguma manifestação da federação francesa, cuja equipe sub-17 disputa as eliminatórias europeias para o Mundial. Caso decida-se em breve por uma das três seleções, já se sabe ao menos que não poderá defender no Mundial a mesma camisa camaronesa que seu pai envergou, uma vez que os leõezinhos indomáveis já foram eliminados da classificatória africana. De qualquer forma, Emílio não se diz preocupado com isto no momento. Enquanto sabe que tem o interesse ao menos da seleção mexicana, se diz focado no trabalho nas bases do Châteauroux. E é o que deve fazer, para que possa ser convocado sim por seu futebol, e não por seu sobrenome.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

E se o Brasileirão 2010 fosse decidido no mata-mata?

Como seria? Confira: repetimos a brincadeira feita nos últimos anos e simulamos os jogos entre os oito primeiros colocados. A regra é simples: pega-se a classificação final do campeonato e arranja-se os oito primeiros na chave, da mesma forma que acontecia até 2002: 1º x 8º, 2º x 7º e assim por diante. Para sabermos os resultados, basta pegar os placares do primeiro e do segundo turno. Em caso de empate, prevalece a melhor campanha.

Quartas de final

Fluminense (1º) x Santos (8º)

Santos 0x1 Fluminense
Fluminense 0x3 Santos

O primeiro confronto já resulta em uma baita surpresa. Campeão nos pontos corridos com a melhor defesa e menor número de derrotas, o Fluminense seria eliminado pelo oitavo colocado Santos já de cara. Com grande campanha na primeira fase e jogando por dois resultados iguais, o Flu parecia virtualmente classificado ao vencer por 1 a 0 em plena Vila Belmiro, graças ao gol de Alan. Mas, em noite inspirada de Zé Eduardo, que marcou três, o Peixe venceu em pleno Engenhão e repetia o feito de 2002, quando eliminou o São Paulo nas quartas de final após se classificar em oitavo.

Cruzeiro (2º) x Internacional (7º)

Internacional 1x2 Cruzeiro
Cruzeiro 1x0 Internacional

Focado na disputa da Libertadores e do Mundial de Clubes, o Inter daria-se ao luxo de mandar um time misto para a partida de ida no Beira Rio, acabando derrotado por 2 a 1, com gols de Kleber, que depois acabaria indo para o Palmeiras. Podendo até perder por um gol de diferença, a Raposa administraria a vantagem no jogo de volta, vencendo por 1 a 0, gol de Éverton.

Corinthians (3º) x Botafogo (6º)

Botafogo 2x2 Corinthians
Corinthians 1x1 Botafogo

Na busca pelo título nacional no ano do centenário, o Corinthians contaria com a estrela de Bruno César e com uma pitada de sorte para passar pelo Botafogo. Na primeira partida, no Engenhão, o camisa 10 corintiano abrira o placar, mas a equipe sofreria a virada no segundo tempo, graças a Renato Cajá e Lúcio Flávio. O empate viria no último lance, numa jogada improvável: escanteio de Defederico, cabeçada de Paulo André. Na volta, Pacaembu lotado para testenhumar a classificação, que aconteceria mesmo com um empate. A festa parecia garantida com o golaço de Bruno César logo a três minutos, mas graças ao gol de cabeça de Loco Abreu, aos 26, o jogo ganhou contornos dramáticos. O Corinthians foi para cima tentando assegurar a vantagem, mas o Botafogo se fechava na retranca e apostava nos contra ataques. Ao final, classificação suada, no melhor estilo corintiano.

Grêmio (4º) x Atlético-PR (5º)

Atlético-PR 1x1 Grêmio
Grêmio 3x1 Atlético-PR

Duas equipes que terminaram a etapa de pontos corridos em grande fase, Atlético-PR e Grêmio protagonizaram dois jogos distintos. Na Arena da Baixada, cada equipe dominou um tempo e o empate foi consequência natural: 1 a 1, com gols de Maikon Leite e Vilson. Na volta, o Grêmio, empurrado pela torcida, nem precisou dos gols do artilheiro Jonas para vencer por 3 a 1 numa partida nervosa, com pênaltis para os dois lados. Neuton abriria o placar, mas Paulo Baier empataria logo em seguida, de pênalti, para desespero da torcida gremista. No segundo tempo, entretanto, Douglas e Diego concretizariam a classificação às semifinais.

Semifinais

Grêmio (4º) x Santos (8º)

Grêmio 1x2 Santos
Santos 0x0 Grêmio

O Santos continuaria surpreendendo a todos ao eliminar o Grêmio com uma vitória em pleno estádio Olímpico. Liderado por Neymar, que marcou um gol e perdeu pênalti, o Peixe venceria por 2 a 1 graças a um gol de Rodriguinho aos 48 do segundo tempo. Até então herói da campanha, Jonas tornaria-se vilão com a expulsão no jogo de volta, minando as chances de virada gremista, que por causa da atuação de Victor não deixou a Vila Belmiro com uma goleada.

Cruzeiro (2º) x Corinthians (3º)

Cruzeiro 1x0 Corinthians
Corinthians 1x0 Cruzeiro

Muita polêmica, reclamações dos dois lados, protestos contra a arbitragem e cruel eliminação corintiana. A semifinal teve emoção do início ao fim: em Uberlândia, a Raposa abriria o placar logo aos três minutos, com um chute de Montillo que Júlio Céar não alcançaria. Três minutos depois, pênalti polêmico marcado para o Corinthians, mas Fábio defenderia a cobrança de Bruno César. No segundo tempo, foi a vez dos corintianos reclamarem suposto pênalti não marcado no meia. No jogo de volta, com Ronaldo em campo e a Fiel lotando o Pacaembu, o Cruzeiro surpreendeu no início jogando no ataque, ao contrário do que se imaginava, pela vantagem de poder até mesmo perder por um gol de diferença. A partida seguiu nervosa, com as duas equipes criando chances, até que aos 43 minutos do segundo tempo o árbitro Sandro Meira Ricci, curiosamente o mesmo do jogo de ida, marcou pênalti de Gil em Ronaldo, para desespero de Cuca. O Fenômeno converteu a cobrança, mas era tarde demais. O Cruzeiro faria a final contra o Santos.

A decisão

Cruzeiro (2º) x Santos (8º)

Cruzeiro 0x0 Santos
Santos 4x1 Cruzeiro

A final envolvia os dois primeiros campeões da era dos pontos corridos, e teria duas partidas bastante distintas: no Mineirão, mesmo jogando em casa, o Cruzeiro seria bombardeado pelo ataque santista, o melhor da temporada, tendo de se esforçar para segurar o empate. Na Vila, entretanto, a tática não daria resultado e a vantagem da melhor campanha seria pulverizada. Com um segundo tempo perfeito, o Santos marcaria quatro gols com Edu Dracena, Alex Sandro, Marcel e Neymar, coroando um ano perfeito e conquistando a tríplice coroa, feito alcançado até então somente pelo Cruzeiro. Festa para Neymar, o melhor do Brasil em 2010.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Análise: Brasileirão 100%


Liderado por Conca, Fluminense conquista seu segundo título brasileiro

Ataques ganham jogos, mas defesas conquistam campeonatos. Uma das máximas do futebol provou-se verdadeira novamente nos pontos corridos do Brasileirão em 2010. Pela terceira vez nos últimos três anos, o time da defesa menos vazada sagrou-se campeão brasileiro, em um ano marcado pela baixa média de gols e indefinição do campeão até os últimos instantes. Mais do que isso, a marca do Brasileiro 2010, o oitavo por pontos corridos, foi a da irregularidade das equipes e a definição clara, bem antes do que em outros anos, do que cada time buscava no campeonato: a divisão bem demarcada de forças, consequência de repetidas temporadas sob este regulamento, começa a mostrar sua cara.

Sprint final: Flu e Cruzeiro fazem sua parte, Corinthians bobeia

De nossa última análise, passaram-se três rodadas que viram, no transcorrer delas, muitas alterações de posições na ponta. Durante determinados momentos dos jogos, a liderança passava de mão como um bastão de revezamento 4 x 100m. Mas no sprint final, Fluminense e Cruzeiro foram superiores e deixaram o Corinthians com o bronze.

Flu e Cruzeiro tiveram três rodadas finais perfeitas, somando nove pontos. Enfrentando fora de casa dois rivais do Corinthians, o tricolor carioca teve novamente grandes atuações de Darío Conca, craque do campeonato, para chegar ao seu segundo título nacional, após 26 anos.

Com uma tabela teoricamente mais complicada, o Cruzeiro venceu bem o Vasco em casa e saiu ganhador da partida mais difícil, contra um Flamengo que ainda lutava para fugir do rebaixamento. Duas viradas seguidas sobre Fla e Palmeiras, entretanto, garantiram à Raposa de Cuca o vice-campeonato e a passagem direta à fase final da Libertadores.

O Corinthians, por sua vez, continuou mostrando as dificuldades de jogar bem fora de casa, e perdeu a liderança em um empate com o Vitória, em Salvador. O triunfo fácil sobre o Vasco no Pacaembu manteve acesas as esperanças, mas graças a uma falha de Júlio César, que vinha crescendo de produção na reta final, o duelo no Serra Dourada terminou apenas empatado. Se serve de consolo, nem mesmo a vitória adiantaria, já que o Flu fez a parte dele.

Libertadores: Grêmio seca o Goiás

Quem também somou 100% de aproveitamento nas últimas três rodadas foi o Grêmio, com vitórias contundentes sobre Atlético-PR, Guarani e Botafogo. Vencendo dois confrontos diretos na briga pela quarta vaga à Libertadores, o tricolor chegou aos 43 pontos no segundo turno, alcançando a melhor campanha de uma equipe em um turno do Brasileirão: 75,43% de aproveitamento, deixando a 16ª posição ao final da 19ª rodada
para terminar no quarto posto.

O Grêmio terminou ainda o campeonato com o melhor ataque (67 gols), igualando sua marca do ano passado e ultrapassando Fluminense, Corinthians e Santos na reta final, em que marcou nove gols em três jogos - os 23 gols de Jonas, artilheiro com mais gols desde Washington e seus 34 em 2002, certamente ajudaram e muito. Entretanto, de nada adiantará o esforço se o Goiás conquistar a Sul-Americana na quarta-feira, por isso o suspense permanece.

Turma do meio: coadjuvantes

Foram raras as vezes nos últimos anos em que tão pouco esteve em jogo na última rodada. Com três rebaixados já conhecidos - e o último saindo de um confronto direto - e a briga à Libertadores reduzida também a um confronto direto, 13 dos 20 times chegaram à rodada 38 apenas para cumprir tabela. Já classificados para o torneio continental em 2011, Santos e Internacional aproveitaram as rodadas finais para fazer testes visando a próxima temporada ou mesmo os ajustes finais para o Mundial Interclubes. Para são-paulinos e palmeirenses, ao menos a graça foi torcer para seus times perderem para o Fluminense e estragar o centenário corintiano.

O desempenho da turma do meião nas rodadas finais mostra bem a irregularidade das equipes ao longo do ano: a média de pontos da turma (que vai, na classificação final, desde o Inter, 7º, ao Avaí, 15º) foi de 4,5 de nove disputados, exatamente 50%. A maioria dos times manteve a posição de três rodadas atrás, com exceção de Avaí, que conseguiu escapar do rebaixamento com uma rodada de antecedência graças a uma virada sobre o Santos na Ressacada, e o Atlético-MG, que encerrou a corrida pela recuperação, impulsionado por Dorival Júnior, para beliscar ainda uma vaga na Sul-Americana. E não será só o Grêmio a torcer contra o Goiás: o Flamengo também, torcendo para que o Grêmio pegue a vaga na Libertadores e sobre para ele, Fla, a última vaguinha da Sul-Americana.

Rebaixamento: recuperações e surpresa

Foi a luta contra o rebaixamento mais sem graça dos últimos anos, não apenas por não envolver times grandes, mas também porque Grêmio Prudente, Goiás e Guarani já terem chegado à última rodada enforcados. A emoção foi grande, sim, no Barradão, onde o surpreendente Atlético-GO, lanterna por onze rodadas e que havia arrancado na reta final com vitórias importantes como a conquistada sobre o Corinthians em pleno Pacaembu, segurou o ataque do Vitória po 90 minutos para se manter na primeira divisão. Tristeza rubro-negra, alegria tricolor, já que o Bahia será o representante do estado em 2010 na Série A.

Destaques: Darío Conca (meia, Fluminense), Jonas (atacante, Grêmio) e Henrique (volante, Cruzeiro)

Perebas: Júlio César (goleiro, Corinthians), Jefferson (goleiro, Botafogo), ataque do Vitória

Brasileirão 2010 - 38ª rodada: números finais

Melhor ataque
2010: Grêmio (67)
2009: Grêmio (67)
2008: Flamengo (67)
2007: Cruzeiro (73)
2006: São Paulo (66)

Melhor defesa
2010: Fluminense (36)
2009: São Paulo (42)
2008: Grêmio (35)
2007: São Paulo (19)
2006: São Paulo (32)

Pior ataque
2010: Guarani (33)
2009: Atlético-PR (42)
2008: Ipatinga (37)
2007: América-RN (24)
2006: São Caetano (37)

Pior defesa
2010: Goiás (68)
2009: Náutico, Sport (71)
2008: Figueirense (73)
2007: América-RN (80)
2006: Santa Cruz (76)

Gols e média
2010: 978 (2,57 gols por jogo)
2009: 1094 (2,87)
2008: 1035 (2,72)
2007: 1056 (2,77)
2006: 1030 (2,71)

Artilheiros
2010: Jonas (Grêmio) - 23 gols
2009: Adriano (Flamengo) e Diego Tardelli (Atlético-MG) - 19 gols
2008: Kléber Pereira (Santos), Kerrison (Coritiba) e Washington (Fluminense) - 21 gols
2007: Josiel (Paraná) - 20 gols
2006: Souza (Goiás) - 17 gols

Séries

Série de vitórias atual: Cruzeiro, Fluminense e Grêmio (3)
Série invicta atual: Corinthians e Fluminense (9)
Série de derrotas atual: Palmeiras (4)
Série sem vencer: Ceará, Goiás (7)

Maior série de vitórias do campeonato: Botafogo - 5 (da 12ª à 16ª rodada)
Maior série invicta do campeonato: Fluminense - 17 (da 4ª à 18ª rodada)
Maior série de derrotas: Goiás - 6 (da 14ª à 19ª rodada)
Maior série sem vencer: Goiás - 12 (da 8ª à 19ª rodada)

sábado, 4 de dezembro de 2010

Petrodólares compram talento?

Sedes de 18 e 22, Rússia e Catar precisam reverter histórico ruim em competições de base

A FIFA chocou o mundo ao dar suas Copas de 2018 e 2022 para Rússia e Catar. Ampliando o discurso de levar o Mundial a lugares antes não contemplados – ou novos mercados, como são África do Sul, Brasil e os dois escolhidos dessa semana –, a entidade máxima do futebol deixou muita gente de nariz torcido por não conceder a organização dos torneios a centros mais tradicionais, como Inglaterra ou Espanha. Donos dos maiores orçamentos entre os candidatos, russos e catares prometem torneios de modernos e belos estádios, o verdadeiro futebol do futuro. Entretanto, qual será o futuro do futebol das duas próximas sedes da Copa do Mundo?

Publicado no Olheiros

A oito anos do seu Mundial, a Rússia já pode olhar para suas seleções de base e imaginar quem poderá estar em campo defendendo seu país. Se Andrei Arshavin, astro da candidatura, foi bastante político ao dizer que pretende, aos 37 anos, capitanear sua equipe, há companheiros dele que podem, sim, pisar no Luzhiniki Stadium no dia 8 de junho de 2018 para a provável partida de abertura do 21º Mundial.

Um deles é Alan Dzagoev, meia titular do CSKA Moscou que, aos 20 anos, já é recorrente na seleção desde os 18. Se repetir o que fez nas bases e em seus primeiros anos como profissional, terá tudo para, aos 28, ser a principal estrela dos donos da casa. Seu companheiro de clube, Georgi Schennikov, tem tudo para ser o lateral esquerdo daquela equipe: estreou no time de cima aos 17 e, aos 19, é titular da seleção sub-21.

Sub-21 que, se pensarmos num prazo de oito anos, poderá ser responsável por fornecer a maior parte do pé de obra. O elenco, formado de maneira bastante heterogênea, sem predomínio da base de nenhum clube, não conseguiu se classificar para a fase final do Europeu, a ser disputado na Dinamarca em 2011. Consequentemente, esta geração, que já não participou de Mundial Sub-20, também não disputará uma Olimpíada.

A participação nos principais campeonatos internacionais, aliás, tem sido rara na base russa. A última participação no Sub-20 foi em 1995, curiosamente no Catar, e o melhor resultado foi um título na primeira edição, em 1977, ainda como União Soviética. A separação fez mal à Rússia, que desde então só participou em 95 mesmo. No Mundial Sub-17, situação ainda pior: depois do título conquistado ainda como seleção soviética, em 1987, os garotos russos não voltaram ao torneio.

No cenário continental, a cena se repete. No Sub-21 e Sub-19, títulos apenas na época da União Soviética. Conquista russa, mesmo, apenas no Sub-17 de 2006, curiosamente com essa mesma geração que agora falhou em se classificar ao Sub-21. Nomes como Aleksandr Sapeta, Anton Vlasov, Aleksandr Prudnikov e Dmitri Ryzhov se destacaram aos 17 anos, mas já não mantiveram o desempenho cinco anos depois. Finalmente, as atuais seleções sub-17 e sub-19 (que também não conseguiu se classificar para os últimos europeus da categoria) têm dois nomes de destaque: Igor Kireyev e Alexsandr Kozlov, respectivamente meia e atacante do Spartak. Para uma seleção que, de tradicional na época da União Soviética passou a participante esporádica em Copas (esteve apenas em 1994 e 2002), ainda é muito pouco.

Catar: dinheiro compra tudo?

A escolha do Catar como sede para 2022 foi ainda mais criticada especialmente pela falta de tradição futebolística do país. De fato, dentre tantos representantes do Oriente Médio, o Catar é o que tem o futebol mais modesto: enquanto Arábia Saudita, Kuwait, Irã, Iraque e Emirados Árabes já participaram de Copas e o Bahrein bateu na trave nas últimas duas eliminatórias, o mais longe que os catares chegaram foi a fase final em diversas oportunidades, inclusive para 2010, mas jamais pontuando próximo de sequer sonhar com a repescagem.

O país tenta, sem sucesso, chegar à Copa do Mundo desde 1978, e poderá acabar fazendo sua estreia somente quando for sede. Na Copa das Nações Asiáticas, o melhor desempenho foi em 2000, quando chegou às quartas de final. Para a edição de 2011, a participação está garantida, pois será sede.

Na base, o país sediou o Mundial Sub-20 de 1995, conquistado pela Argentina de Sorín sobre o Brasil de Caio e Zé Elias. Os anfitriões não passaram da primeira fase, caindo curiosamente no grupo de Brasil e Rússia. Ainda assim, os catares protagonizaram uma das maiores zebras da história do torneio, ao chegarem à decisão contra a Alemanha, dirigidos por Evaristo de Macedo. A evolução não foi percebida, entretanto, e a última participação foi mesmo quando sede.

No sub-17, a equipe campeã asiática de 1990 chegou às semifinais do Mundial no ano seguinte, na Itália. Em 1999, os vice-campeões continentais caíram nas quartas de final do Mundial realizado na Nova Zelândia, e a última participação ocorreu em 2005, no Peru, em que o time ficou na última colocação. Daquela equipe pouco foi aproveitado, tanto que o atual capitão da seleção, o atacante Yusef Ahmed, tem os mesmos 22 anos dos remanescentes da campanha e, à época, não era convocado. Internacional catar mais experiente, terá 36 anos em 2022.

O sub-17 atual sequer passou da primeira fase das eliminatórias do asiático da categoria, ficando atrás de Síria, Iraque e Iêmen. Difícil vislumbrar algo para daqui a doze anos, mas uma federação que literalmente recruta estrangeiros para se naturalizarem – o brasileiro Fábio Montezine, revelado pelo São Paulo, aceitou o desafio –, precisa rever seus conceitos de investimento na base se não quiser se juntar à África do Sul como únicos anfitriões eliminados na primeira fase de um Mundial.

Por mais que tenham petrodólares sobrando para investirem em estádios, infraestrutura e suntuosos orçamentos para sediar a Copa, russos e catares não podem esquecer que é necessário também investir na base. E que o futebol é muito mais que o dinheiro que movimenta.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Oferecendo mala branca, Corinthians esquece participação em rebaixamentos do Guarani



Um milhão, dois milhões de reais, acordo para empréstimo de jogadores em 2011. Independente do valor ou do que for combinado, o incentivo corintiano chegará a Campinas para que o Guarani, já rebaixado, dificulte ao máximo a vida do Fluminense na última rodada do campeonato brasileiro.

Entretanto, o que muitos bugrinos não lembram e a maioria dos corintianos quer esquecer para que a oferta seja aceita é que o Corinthians teve participação importante em dois rebaixamentos recentes do Guarani.

Em 2006, o campeonato paulista era disputado em turno único, com pontos corridos. A três rodadas do fim, o Corinthians já estava longe da briga pelo título e apenas cumpria tabela, focado na Libertadores – ocupava a sexta colocação, dez pontos atrás do líder e futuro campeão Santos. O Guarani, por sua vez, agonizava na 16ª posição, brigando ponto a ponto com a Portuguesa Santista para escapar da degola. Caso vencesse, ficaria muito próximo da permanência. O jogo no Pacaembu teve um Corinthians misto, mas mesmo assim por pouco o Timão não venceu: Goeber marcou o gol do empate bugrino aos 47 do segundo tempo. A partida terminou 2 a 2 e, com os dois pontos a mais dessa vitória que não veio, o Guarani teria escapado (veja no vídeo abaixo).



A situação foi semelhante em 2009, em que ambos se enfrentaram também a três rodadas do fim. O empate sem gols no Brinco de Ouro praticamente sacramentou a sexta queda bugrina em oito anos, já que o time precisava vencer as três partidas restantes – acabou perdendo para Mirassol e Bragantino e ficou com 14 pontos, a cinco de escapar. Contudo, desta vez a “ajuda” corintiana não poderia acontecer de fato, já que o time ainda brigava para se classificar às semifinais. Ainda assim, se tivesse acontecido, o ponto a menos não faria falta ao Corinthians, que se classificaria em terceiro da mesma forma, para então ser campeão.

Na década de 90, duas memórias tristes para o torcedor bugrino envolvendo o Corinthians: em 1999, na melhor campanha em brasileiros desde o título de 1978, o Guarani foi eliminado nas quartas de final pelo alvinegro: empate sem gols no Brinco, vitória corintiana por 2 a 0 no Morumbi no segundo jogo (com expulsão de André Gomes no segundo tempo) e empate em 1 a 1 na terceira partida, também na capital.

E no Paulista de 1997, conquistado pelo Timão, uma das maiores goleadas sofridas pelo Guarani em toda sua história: 8 a 2, pela segunda fase, com gols de Henrique, Túlio (2), Mirandinha (2), Marcelinho (2) e André – Nenê e Gallo descontaram. (veja os gols no vídeo abaixo)




Rivalidade e falta de ajuda anterior à parte, a situação financeira do Guarani indica que o incentivo para o jogo deste domingo será muito bem aceito no Brinco de Ouro.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Dez promessas botafoguenses que não vingaram

O torcedor botafoguense não se vangloria à toa de sua rica história. Afinal, ser o clube que mais cedeu jogadores para a disputa da Copa do Mundo na seleção mais vitoriosa do planeta é certeza de participação importantíssima na história do Brasil através dos Mundiais. E saber que grandes nomes do futebol, como Nilton Santos, Jairzinho, Paulo César Caju e Zagallo deram seus primeiros chutes ainda entre os amadores do seu time é motivo de baita orgulho.

Publicado no Olheiros.net


O que dizer então do nascimento de um anjo de pernas tortas, acompanhado por todos os presentes em General Severiano naquele 10 de junho de 1953, que, embasbacados, viram o atrevido moleque deitar em rolar em cima da Enciclopédia. Garrincha é talvez, até hoje, o jogador mais associado à expressão “revelado por tal clube”, pela forma como foi descoberto no Botafogo.

Contudo, este celeiro de jogadores perdeu muito de sua luz ao passar dos anos, tornando-se uma solitária estrela de brilho ínfimo. Nas décadas de 80 e 90, o Botafogo deixou de revelar atletas não só para a seleção brasileira, como também para o próprio consumo interno, perdendo espaço no cenário nacional, que antes dividia com o Santos, para equipes como Internacional, Flamengo e Atlético-MG, grandes reveladores do período. Não à toa, a média de botafoguenses convocados para as Copas caiu de quatro nomes, nas décadas de 60 e 70, para zero nos últimos três mundiais – Bebeto e Gonçalves, os últimos lembrados, em 1998, não foram revelados lá.

Mas há sim uma luz no fim do túnel. Após anos e anos sendo ofuscado pelos rivais do estado, o Botafogo reestruturou as categorias de base e começa a trazer mais jogadores para o time de cima e a participar mais ativamente das convocações das seleções sub-15, sub-17 e sub-19. Nos últimos anos, nomes interessantes surgiram e buscaram seu espaço. Infelizmente, não são todos que conseguem alcançar o sucesso nos profissionais, e são esses os que abordamos aqui. Confira então, agora, as dez principais revelações do Botafogo nos últimos anos que prometeram, mas não cumpriram.

Leandro Eugênio
Aos 19 anos, ele destruiu o São Paulo nas oitavas de final da Copa do Brasil de 1999 – e só. Leandro, lateral esquerdo que iniciou sua carreira no Matsubara, do Paraná, em 1996, viveu seus 15 minutos de fama intensa e pagou o preço depois, jamais conseguindo repetir aquela atuação. Após empate em 1 a 1 no Morumbi (em que ele foi reserva de Ronildo), Leandro foi escalado pelo técnico Gilson Nunes para a partida de volta. Incisivo e muito veloz no apoio, marcou um gol e deu assistências para Bebeto e Reidner. Tornou-se titular e disputou os dois jogos da final, perdida para o Juventude. No segundo semestre, entretanto, retornou ao time júnior e fez parte da equipe campeã da Taça Belo Horizonte. Ao final da temporada, foi negociado com o Sport e começou a rodar, passando por América do Rio e até Twente, da Holanda. O sobrenome Eugênio passou a fazer parte do dia-a-dia quando retornou ao Bota em 2000, para diferenciá-lo de Leandro Ávila. Contudo, tornou-se um carma, e após passar pelos outros três grandes do Rio sempre como reserva, e por Paysandu, Marília e Figueirense, chegou ao Ipatinga em 2007, onde passou a ser chamado de Leandro Soares.

Nome Completo: Leandro Eugênio Soares
Data de Nascimento: 06/10/1979
Posição: lateral esquerdo
Ano em que surgiu: 1999
Por que não vingou?: Criou grande expectativa após atuação de gala contra o São Paulo, mas nunca mais exibiu o mesmo futebol

Rodrigo Fernandes
O baiano Fernandes, como era conhecido na base, chegou ao Botafogo aos 13 anos de idade, vindo de Feira de Santana. Teve uma extensa carreira nas seleções amadoras, sendo campeão da Copa Amizade Brasil-Japão Sub-15 em 1998, e participando da fraca campanha no Mundial Sub-17 de 2001, em que o Brasil caiu diante da futura campeã França na segunda fase. Falhou, entretanto, ao dar sequência e não fez parte do título mundial sub-20 dois anos depois. Curiosamente, Fernandes começou como lateral esquerdo mas, ao chegar aos profissionais, passou a atuar mais pela direita. Alternando períodos de titularidade com outros na reserva, permaneceu no Botafogo até 2005, amargando o rebaixamento, participando da campanha da Série B e sendo finalmente titular absoluto no Brasileirão de 2004. Finalmente, foi negociado com o Paysandu para o Brasileirão de 2005, e aí começou sua peregrinação: defendeu Mogi Mirim, Duque de Caxias, Tigres e Boa Vista, até acertar com o Formiga para a disputa do Módulo II do Campeonato Mineiro deste ano.

Nome Completo: Rodrigo Vaz Fernandes
Data de Nascimento: 05/06/1984
Posição: lateral-direito
Ano em que surgiu: 2002
Por que não vingou?: Surgiu nos profissionais num ano complicado, em que a equipe acabou rebaixada. Oscilou entre titular e reserva e acabou não se destacando como nas categorias de base.

Felipe Tigrão
Campeão estadual junior em 1997, Felipe Conceição, mais conhecido como Felipe Tigrão, surgiu como grande promessa em 98, integrado ao elenco que disputava o Brasileirão por Paulo Autuori. Ofuscado pela dupla Túlio e Bebeto, teve chances apenas como substituto, mas que foram suficientes para garantir-lhe convocações para a seleção sub-20. Em 99, chegou a fazer dupla com Ronaldinho Gaúcho na equipe campeã da Copa do Rei, na Tailândia, mas acabou não sendo chamado para o Mundial da categoria. Nos anos seguintes, passou a sofrer com diversas pequenas lesões, que o impediram de obter uma sequência na equipe, e que eventualmente lhe custaram o espaço. Chegou a formar dupla com Dodô no Rio-São Paulo de 2002 antes de ser negociado com o Juventude, onde também não se firmou. Passou a atuar por equipes pequenas como Tombense, Portuguesa-RJ, Tupi-MG e chegou a ser contratado pelos portugueses do Vitória de Guimarães, mas logo foi emprestado. Em 2010, defendeu o Liaoning Whowin, da China, cujo mascote é, curiosamente, um tigre.

Nome Completo: Felipe de Oliveira Conceição
Data de Nascimento: 09/07/1979
Posição: atacante
Ano em que surgiu: 1998
Por que não vingou?: Recorrentes pequenas lesões não lhe permitiam adquirir sequência. Passou a ser emprestado a equipes pequenas do Rio, até que deixou o clube em 2002.

Magno
Natural do Espírito Santo e tido como uma das principais revelações do clube nos últimos anos, Magno chegou ao Bota em 2004 e foi despertando a atenção após ótimas apresentações nas equipes amadoras, graças principalmente à habilidade e velocidade. Sua estreia entre os profissionais aconteceu no Brasileirão de 2006, em que entrou no segundo tempo de uma vitória sobre o São Caetano por 2 a 1. Em 2007, disputou novamente o estadual junior, mas marcou apenas um gol e a equipe ficou na penúltima colocação. Com Cuca, teve algumas chances durante o ano, sempre entrando no segundo tempo. Finalmente, passou a ser emprestado para adquirir mais ritmo de jogo e experiência: em 2008 defendeu o América no Estadual e o Metropolitano, de Santa Catarina, na Série C do Brasileiro. No ano passado, foi emprestado ao Macaé para o Carioca e finalmente teve contrato encerrado com o Botafogo. De volta à sua terra natal, assinou com o Vilavelhense para a disputa do Capixaba 2010, mas acabou saindo em fevereiro para o Santa Helena, onde foi reserva na surpreendente campanha do vice-campeonato goiano. Desde maio, está sem clube.

Nome Completo: Magno Santos de Almeida
Data de Nascimento: 30/12/1987
Posição: meia
Ano em que surgiu: 2006
Por que não vingou?: Emprestado a equipes menores para ganhar ritmo de jogo, não encontrou mais espaço quando retornou e deixou o clube

Wellington Junior
Após passagens pelas divisões de base de Fluminense e CFZ, Wellington Junior chegou ao elenco de juniores do Botafogo em 2007. Titular da equipe semifinalista da Taça OPG, foi puxado por Cuca ao elenco profissional no ano seguinte. Sua estreia foi na Taça Guanabara, em partida que o Bota, já classificado para as semifinais, entrou com time misto. Resultado: derrota para o Madureira e Wellington acabou substituído. Um mês depois, daria a volta por cima na vitória sobre o Volta Redonda, quando marcou seu único gol com a camisa alvinegra. Duas semanas depois, no clássico contra o Flamengo, ele faria sua última partida no ano. A saída de Cuca minou suas chances, e ele voltou à equipe sub-20. Em 2009, com Ney Franco, jogou apenas três vezes, e após a expulsão no jogo contra o Resende pelo Estadual não apareceu mais em campo. Ainda assim, começou a ser convocado para a seleção sub-19 e, chamado para compor elenco no Mundial Sub-20 do Egito, acabou sendo titular da lateral-direita na semifinal, já que Douglas estava suspenso. De início promissor, acabou negociado com o desconhecido Spartak Trnava, da Eslováquia.

Nome Completo: Wellington Cândido da Silva Junior
Data de Nascimento: 20/06/1989
Posição: volante
Ano em que surgiu: 2007
Por que não vingou?: Promovido por Cuca, perdeu espaço com a saída do treinador. Chegou à seleção sub-20, mas sem chances em uma temporada turbulenta, foi negociado com o primeiro clube interessado.

Simões
Considerado uma grande promessa para o setor defensivo do Botafogo, Simões despontou nas categorias de base por seu porte físico, alto e mais forte que os garotos da mesma idade. Logo se destacou e ganhou até convocação para a seleção brasileira sub-17. Após ser relacionado para algumas partidas no Estadual e início do Brasileirão de 2006, seu empresário, Reinaldo Pitta, insatisfeito com a demora para a formulação de um contrato profissional, entrou na justiça para tentar tirar o garoto do clube. Após a briga, o Bota ficou com apenas 30% dos direitos federativos de Simões, que acertou com o Cruzeiro. Lá, foi reserva na campanha da conquista da Copa São Paulo de 2007, e ganhou uma chance no time profissional durante o campeonato mineiro. Entretanto, uma atuação horrível na primeira partida da final selou seu destino: entrou ainda no primeiro tempo, substituindo o lesionado Fellype Gabriel. Na segunda etapa, o Atlético-MG fez quatro gols, mas Simões só acompanhou dois deles dentro do gramado: fez falta dura em Danilinho e levou o segundo amarelo em cerca de 45 minutos, sendo expulso. Com dois homens a menos, Cruzeiro perdeu por 4 a 0, Paulo Autuori pediu demissão e Simões nunca mais teve chance – segue empréstimo atrás de empréstimo, tendo passado por Itaúna, Cabofiense, Ituiutaba, Guarani e finalmente o Nacional, onde disputa o Módulo III do Campeonato Mineiro.

Nome Completo: Bruno Simões Teixeira
Data de Nascimento: 04/07/1988
Posição: zagueiro
Ano em que surgiu: 2006
Por que não vingou?: Forçou a saída do clube e foi campeão da Copa São Paulo com o Cruzeiro, mas atuação tétrica na final do Mineiro selou seu destino

Gláucio
Artilheiro alvinegro em todas as categorias do clube, onde chegou aos 11 anos, Gláucio tinha personalidade forte e era capitão desde os tempos de infantil. Estreou no time principal no Estadual de 2002, sob o comando de Abel Braga. Tratado como jóia rara, era constantemente relacionado para partidas do profissional, atuando aos 19 anos em partidas também da Copa do Brasil e do Brasileiro. Em 2004, ficou marcado pelo gol que fez contra o São Paulo, em Caio Martins, aos 46 do segundo tempo, que livrou o Bota do rebaixamento. A falta de humildade, entretanto, acabou falando mais alto. “O Flamengo foi o time que eu marquei mais gols na base, acho que fiz uns dez”, disse certa vez antes de um clássico. Entretanto, a pouca disposição nos treinos e a irritação com a falta de oportunidades fizeram com que o atacante deixasse o time em 2005, sem nunca ter se firmado. Passou então por Volta Redonda, Americano, Mineiros-GO e Jataiense-GO. Em 2010, disputou a Segundona carioca pela Portuguesa.

Nome Completo: Gláucio Rodrigues dos Santos Bastos
Data de Nascimento: 25/07/1984
Posição: atacante
Ano em que surgiu: 2002
Por que não vingou?: Considerado grande promessa, era super protegido e passou a criar caso quando não tinha oportunidades

Leozinho
Se para um garoto da base do Flamengo a pressão já é grande quando começa a ser comparado com Zico, quando o menino é do time rival então, nem se fala. Leozinho, afinal, reunia todas as características do camisa dez clássico: ótima visão de jogo, toque de bola refinado, habilidade e perfil de liderança com os companheiros. Foi dessa forma que ele liderou o Botafogo na conquista do bicampeonato de juniores, em 1998, da Taça BH no ano seguinte. Não à toa, gerou grande expectativa quando foi promovido aos profissionais por Valdir Espinosa. Voltou aos juniores para, novamente, ser campeão estadual sub-20 em 2000, mas quando finalmente chegou sua vez, não mostrou a mesma qualidade dos tempos da base. Dispensado em 2002, foi para o Bangu, onde se vingou do Bota no Carioca de 2003, ao marcar o gol da vitória logo na primeira rodada. Em 2005, jogou por América, Volta Redonda e Cabofriense, para finalmente se reencontrar no Resende. Lá desde 2007, é o dono da camisa dez e teve boas atuações, como na semifinal da Taça Guanabara de 2009, quando a equipe eliminou o Flamengo em pleno Maracanã, mas jamais foi o mesmo.

Nome Completo: Leonardo Ramalho Rodrigues
Data de Nascimento: 03/07/1980
Posição: meia
Ano em que surgiu: 1999
Por que não vingou?: Gerou grandes expectativas quando surgiu, não correspondeu e acabou esquecido

Índio
Um dos primeiros frutos da nova categoria de base do clube, reformulada por Bebeto de Freitas após a queda para a Série B, Índio despontou na Taça OPG de 2007 e subiu ao time profissional junto com o goleiro Renan, no início de 2008, promovido pelo técnico Cuca. Sua estreia foi logo na Copa Peregrino, torneio amistoso disputado na pré-temporada contra equipes da Noruega e vencida pelo Fogão. Veloz e bom no apoio, substituiu o titular Alessandro quando este se lesionou durante o Estadual e fez parte do elenco campeão da Taça Rio. Entretanto, justamente quando vinha se firmando, sofreu uma grave lesão nos ligamentos cruzados do joelho esquerdo e teve de ser operado, perdendo o resto da temporada. “Foi em uma jogada do treino. Sozinho. Meu pé ficou travado na grama e o joelho rodou”, contou à época. Recuperado, foi emprestado ao Anápolis, time de sua cidade natal, mas voltou a sofrer a mesma lesão, precisando de uma nova cirurgia e perdendo novamente o ano todo.

Nome Completo: Tázio da Silva Henrique
Data de Nascimento: 31/07/1988
Posição: lateral direito
Ano em que surgiu: 2008
Por que não vingou?: Duas graves lesões seguidas atrapalharam seu desenvolvimento

Thiago Xavier
Apesar de carreira sólida na base, Thiago Xavier apareceu tarde nos profissionais do Botafogo: sua estreia, contra o Paraná Clube, foi somente no Brasileiro de 2004, quando já tinha 21 anos. Apesar disso, foi muito bem. Sendo utilizado sempre como opção, perdeu quase todo o ano de 2005 devido a uma lesão, mas como a impressão inicial tinha sido boa, a torcida aguardava seu retorno. E ele só ocorreu em 2006, com a saída de Jonílson, titular incontestável da posição. Ganhando a confiança de Carlos Roberto, Thiago ganhou a titularidade no Carioca e foi campeão estadual. Mas veio o Brasileirão, o time não ia bem e Carlos Roberto foi substituído por Cuca, que barrou o volante, que já começava a ser perseguido pela torcida e não teve mais espaço. Em 2007, foi emprestado à Cabofriense para a disputa do Estadual e depois, negociado com o Châteauroux, da segunda divisão francesa. Foi titular na primeira temporada, mas desde então continua no clube, atuando apenas esporadicamente.

Nome Completo: Thiago Xavier Rodrigues Corrêa
Data de Nascimento: 27/12/1983
Posição: volante
Ano em que surgiu: 2004
Por que não vingou?: Com a saída de Carlos Roberto, técnico que o deu oportunidade nos profissionais, perdeu espaço e acabou negociado