No post anterior, falamos sobre o panorama da Conferência Americana. Hoje falamos sobre o cenário na NFC. Confira:
NFC
Tudo embolado. Esta é a melhor maneira de resumir a NFC, que tem nove de suas 16 equipes separadas por apenas uma vitória: enquanto os líderes New York Giants e Atlanta Falcons têm uma campanha de cinco vitórias e duas derrotas, cinco equipes (Chicago Bears, Washington Redskins, New Orleans Saints, Green Bay Packers e Philadelphia Eagles) aparecem com quatro vitórias e três derrotas.
Sim, o cenário está embolado porque ainda estamos chegando à metade da temporada, mas também porque os principais favoritos têm falhado em alcançar campanhas mais consistentes – com sete rodadas e nenhum time só com uma vitória, parte da imprensa americana tem chamado a NFC de “medíocre” em 2010.
Atual campeão, o New Orleans Saints tem estado muito aquém do ótimo jogo da temporada passada e já perdeu três, incluindo uma surpreendente derrota em casa para o Cleveland Browns (que havia vencido apenas uma em seis) por 30 a 17, graças a quatro interceptações de Drew Brees – duas delas convertidas em touchdown. Sem Reggie Bush e Pierre Thomas, machucados, o ataque terrestre é um dos piores da liga. O Sunday Night Football deste domingo promete ser imperdível, pois os Saints recebem o Pittsburgh Steelers e uma vitória é fundamental para não acender a luz vermelha na Louisiana.
Dono da melhor campanha da conferência até o momento, o New York Giants (5-2) deu uma demonstração de força no último Monday Night Football ao vencer o problemático Dallas Cowboys (1-5) em um duelo da divisão leste, graças a quatro passes para TD de Eli Manning (seu recorde pessoal) e 126 jardas corridas por Ahmad Bradshaw, líder da NFL em jardas até aqui (foram 708). Mesmo com duas interceptações e um retorno de punt para touchdown no primeiro quarto, os Giants mesclaram uma forte defesa (Osi Umenyiora já tem 8 sacks) com um ataque intenso para reviver o time que surpreendeu a todos na temporada de 2007. Pior para os Cowboys, que perderam o quarterback Tony Romo com uma fratura na clavícula, e que dificilmente jogará de novo este ano.
Com isso, o caminho ficou livre para Washington Redksins e Philadelphia Eagles (ambos 4-3) sonharem com os playoffs. Os Eagles vêm crescendo a cara rodada e dão-se ao luxo de escolher qual o QB titular, já que tanto Kevin Kolb quanto Michael Vick têm jogado muito bem. A defesa continua dando sustos na torcida, mas como Jeremy Maclin já anotou seis TDs em recepções e LeSean McCoy cinco em corridas, dá para sonhar com a pós-temporada. O time descansa no final de semana e depois tem uma sequência duríssima: recebe os Colts, enfrenta os Redskins em Washington num confronto direto, e depois recebe os Giants.
O Washington, por sua vez, começou a temporada com certa expectativa por conta do trio McNabb-Portis-Moss, mas a defesa continuou sendo a mesma mãe de sempre (levou 170 jardas terrestres do Colts, o time que menos corre com a bola). Entretanto, a vitória sobre os Bears em Chicago no último domingo, graças a incríveis quatro interceptações de DeAngelo Hall (recorde da liga) e quatro sacks sobr Jay Cutler, acendeu uma luz de esperança na capital.
Também sofrendo com contusões, o Green Bay Packers (4-3) tem em Clay Matthews um dos melhores defensores da temporada, mas o ataque simplesmente não produz – Aaron Rodgers só conseguiu converter 31 de 80 terceiras descidas. Com uma tabela bem complicada (jogos fora contra Jets, Patriots, Falcons e Vikings), os cabeças de queijo podem acabar ralados ao final da temporada. Isso abre espaço para o Chicago Bears (4-3), mesmo com um cada vez mais atrapalhado e arrogante Jay Cutler, vislumbrar uma pós-temporada. Para isto, basta a linha ofensiva parar de conceder sacks aos adversários (Cutler já foi sacado 31 vezes), e assim o bom jogo terrestre voltará a produzir. Na defesa, o time de Brian Urlacher se garante – a tabela é razoável, já que os adversários mais fortes jogarão no Soldier Field.
Finalmente, falamos da divisão mais fraca desta conferência – a NFC West. Aliás, os times do oeste precisam se benzer, pois a AFC West também não assusta ninguém. O San Francisco 49ers (1-6) é o pior time da NFC e o segundo pior da NFL, ficando á frente apenas do Buffalo Bills. Some um ataque inoperante à uma defesa de filme de terror e você terá um time que dificilmente vencerá outra partida no ano (bom, eles ainda recebem os Rams). O St. Louis Rams (3-4), aliás, já pode dar férias aos jogadores e comemorar: com três vitórias, já tem o número de triunfos que acumulou nas últimas três temporadas. Como ainda recebem Carolina Panthers e os 49ers em casa, podem terminam o ano com honrosas cinco vitórias – agradeçam a Sam Bradford, calouro que tem mostrado potencial para levar o time mais além no futuro.
O Arizona Cardinals (3-3), por sua vez, mostra a cada ano que será difícil voltar a disputar um Superbowl como fez em 2009. O QB novato Max Hall ainda tem muito o que aprender e a defesa tem sido tétrica contra o jogo terrestre, e como um Larry Fitzgerald só não faz um verão, este não deverá ser o ano dos cardeais. Portanto, a NFC West deve sobrar, por eliminação, ao Seattle Seahawks (4-2), que vem subindo de produção a cada rodada, graças à uma fortíssima defesa contra o jogo terrestre e a bons jogos de Matt Hasselbeck. Ainda assim, muito pouco para passar da primeira rodada dos playoffs.
Cenário dos playoffs
NY Giants, Chicago, Atlanta e Seattle. Os atuais líderes de divisão devem avançar aos playoffs, e sinceramente hoje é difícil imaginar algum time, a não ser os Giants, que possa ameaçar o campeão da AFC (seja ele quem for) no Superbowl XL. New Orleans irá se recuperar e pode ser o principal candidato a este posto, ao passo que o Philadelphia é minha aposta para a sexta vaga. Green Bay, Minnesota, Arizona e Washington correm por fora. O que rolar além disso será tema para o comeback team of the year.