segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Novos heróis?*


Retomo aqui um assunto abordado primeiramente pelo amigo Leandro Guimarães, em sua coluna inicial no Olheiros: a facilidade com que o Corinthians revela bons valores – e a facilidade enorme com que estas pedras brutas são descartadas ainda pouco lapidadas. Ampliamos, entretanto, devido ao rebaixamento da equipe à série B do Campeonato Brasileiro: o Corinthians tem, chegando ao profissional, uma das gerações mais vencedoras do famoso Terrão. Qual o futuro dessa molecada?

Terra do fogo

Com os altos e baixos vividos pelo clube nos últimos quatro anos, muitos garotos com capacidade de vingar acabaram sendo queimados. Ou tinham poucas chances na equipe da MSI – e quando entravam não agradavam porque o nível de exigência do torcedor era alto –, ou pesava sobre eles o peso de salvar o time de situações perigosas, como em 2004 e até mesmo agora, em 2007.

Assim, jogadores de potencial como Abuda, Jô e Bobô foram praticamente expulsos do Parque São Jorge. Ainda que se discuta a qualidade de todos, Jô vai muito bem (obrigado) na Rússia e Bobô até já marcou em jogo da Champions League pelo Besiktas. O mesmo pode acontecer agora com Lulinha e Dentinho: em um time sem referências, eles assumiram uma responsabilidade que não cabia a eles.

Considero este, aliás, fator primordial pelo qual as últimas revelações do Terrão não têm dado tão certo. Uma coisa é apostar na base quando o ambiente fora das quatro linhas é sério mas sem pressão exagerada, como o trabalho feito pelo Atlético-MG no ano passado, quando venceu a Série B utilizando vários garotos revelados na base. Outra é um “moleque” de 18 anos ter seu treino interrompido por pseudotorcedores com dedo em riste.

Pra apagar o incêndio?

Por isso, é fundamental que a nova comissão técnica encabeçada por Mano Menezes controle com pulso firme a influência do extra-campo sobre o elenco profissional, ao passo que avalia a nova geração que pode já render frutos para a cruzada corintiana da Série B. Sem Lulinha, já promovido ao profissional, a equipe sub-17 acaba de conquistar, de maneira invicta, o Paulista da categoria com números impressionantes.
24 vitórias, dois empates, 71 gols marcados e 19 sofridos. Invencibilidade de 56 partidas e quatro derrotas em 105 jogos. A campanha do time assusta até mesmo o técnico da base, José Augusto – que já sentiu o amargo sabor da pressão no time de cima.

Desta equipe, que atua junta há dois anos e conquistou o Paulista Sub-15 em 2005, despontam André, Renato, Marcelinho, Lucas e Sasha, além do artilheiro do time no sub-17, Fernando Henrique, com 14 gols. Na final, vitórias de 2 a 1 e 2 a 0 sobre o Pão de Açúcar.

Alguns destes garotos receberão os holofotes pela primeira vez em pouco mais de um mês, quando começar a Copa São Paulo. Mais uma vez, a pressão será enorme – e agora ainda maior, afinal não há dinheiro para grandes contratações e após Palmeiras, Botafogo, Grêmio e Atlético voltarem logo no primeiro ano de Série B, o acesso imediato virou obrigação. Mais um teste dificílimo para mais uma geração promissora do Corinthians. Assim como outras, talento eles têm. Resta saber como serão aproveitados.

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Coluna publicada originalmente no Olheiros.

6 comentários:

Anônimo disse...

Revela em grande quantidade, e perde com tanta facilidade que da ate para desconfiar!Abração e te aguardo na Liga Pitacos!Abração

Zêro Blue disse...

Esse tem sido nosso problema, os novos valores estão indo embora muito cedo, algo tem de ser feito e rápido.

Sds. Celestes

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Zêro Blue disse...

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Sds. Celestes

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Rodrigo Carreiro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

É lamentável o tratamento que nossos dirigentes (em 90% dos casos) dão aos novos valores. Só salvando nossos valores salvaremos nosso futebol de verdade. O Brasil vive hoje, infelizmente, de restos que grandes potências, e agora até países médios como Ucrânia e Rússia. Devolvam meu futebol, por favor!

Gerson Sicca disse...

A penúria financeira faz com q os clubes tentem vender a qqer custo seus garotos, antes q eles possam dar alguma contribuição ao clube. e o Corinthias, no período MSI, não tinha um projeto de valorização da produção própria.
Aliás, de onde o corinthians está tirando dinheiro para as contratações q está fazendo? Estranho.