terça-feira, 31 de março de 2009

Tudo sobre as Eliminatórias


Acompanhar os resultados de Brasil e Argentina nas Eliminatórias é fácil, mas como saber quais as zebras nos continentes asiático e africano? E quais os desfalques de El Salvador para a partida contra os Estados Unidos?

No
Febre Mundialista, todas as informações, resultados, classificações atualizadas e próximos jogos das eliminatórias para a Copa de 2010, além da história das Copas, grandes craques e muito mais.

A África é logo ali, a um clique de distância.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Quebrando a cuca

O principal problema de Cuca no Flamengo é que ele parece ter acabado com a única solução do time: a eficientíssima jogada pelas laterais, com Léo Moura e Juan. Em que pese a contusão do lateral-esquerdo, que sete das 13 partidas sem jogar, o desempenho dos dois é infinitamente inferior em relação a 2008 - quando ambos foram até convocados para a seleção, ainda que em momentos diferentes.

Ao fazer suas famosas experimentações, Cuca decidiu por lançar Leo Moura no meio, apostando em sua habilidade. Era a verticalidade, entretanto, sua principal característica, que não pode ser explorada na profusão de homens que existe no meio-campo. Com Éverton Silva na ala direita, ele mata a jogada ofensiva, claramente o ponto fraco do lateral. Além disso, Juan tem ficado sobrecarregado nas jogadas abertas e acaba errando mais passes ou afunilando, o que justifica a cobrança da torcida.

Desde 2007, quando Joel começou a fazer a dupla funcionar, o Flamengo nunca teve um centro-avante titular, o homem-gol definitivo. Basta ver que em 2008 o artilheiro do time foi Marcinho, com 17 gols - e ele saiu em julho, na 11ª rodada do Brasileiro. Agora, Cuca até flerta com a linha de quatro, como fez no clássico de domingo. Assim, Ronaldo Angelim perde o fator surpresa quando aparecia no ataque. Ou seja: um time totalmente desequilibrado.

Após os erros recentes, Cuca ficou taxado de treinador que sabe montar elencos. Se cair tão cedo na Gávea, pode ser que ninguém queira contar com ele durante o resto do ano. Se não quebrar a cabeça agora e fazer o Flamengo voltar a jogar, poderá ter muito tempo livre para pensar no que quiser por um bom tempo.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Dez foguetes molhados do Vasco

A confirmação é uma das fases mais difíceis da vida. Garantem os médicos que os três primeiros três meses de gestação são os mais complicados e, passado este período, a gravidez é tranquila. Da mesma forma, o desafio de qualquer nova banda não é estourar um hit, mas continuar fazendo sucesso depois do primeiro álbum. No futebol, então, a cobrança pela afirmação acontece diariamente, a cada treinamento e em todos os jogos.

Novos garotos surgem todos os dias no Brasil, o Eldorado na formação de pé-de-obra. É impossível, entretanto, que o futebol profissional absorva toda essa demanda, ano após ano. Afinal, mais jovens deixam a base do que veteranos se aposentam. Por causa disso, não só aqueles que não se destacam na base perdem espaço. Muitos prodígios, devido às mais diversas razões, acabam por não confirmar no profissional o que prometiam na base.

Apresentar os maiores foguetes molhados dos grandes clubes brasileiros na última década serve, então, para mostrar que não só futebol exige uma constante confirmação de capacidade, como também o surgimento em um grande clube não dá garantias de que a carreira irá se desenvolver.

Começamos nossa série de especiais com o Vasco, poderoso revelador de talentos no início da década de 90, mas que nos últimos anos tem ficado no posto de coadjuvante, assistindo às conquistas estaduais seguidas de Fluminense e Flamengo. Forte no sub-15 e sub-17, o Gigante da Colina parece pecar em algum momento na transição do sub-20 para o profissional, tendo lançado nos últimos anos poucos nomes que efetivamente deram certo.

Confira, no Olheiros, as dez maiores promessas vascaínas que não se concretizaram de 1995 pra cá. >>

quarta-feira, 11 de março de 2009

Liga dos Campeões...da Inglaterra?


Não é novidade para ninguém a hegemonia dos clubes ingleses no futebol europeu e, por tabela, mundial. Se na virada do milênio quem dominavam eram os espanhóis - no caso, o Real Madrid -, que tiveram até final doméstica (Real 3x0 Valência, em 2000), e se a Itália teve um período dourado entre 85 e 96, com cinco títulos em dois anos, a impressão que se tem é que os ingleses conquistarão o terceiro troféu em cinco temporadas - e se tornarão o país com mais triunfos da história da Liga dos Campeões.

Desde 2004-05, a Inglaterra tem um representante na decisão. No ano passado, fez apenas a terceira final doméstica da história da UCL. E agora, assim como fez en 2007/08, coloca seus quatro representantes nas quartas-de-final - em 2006/07 foram três, pois o Arsenal caiu nas oitavas ante o PSV.

Não dá para colocar apenas o poder econômico como responsável pela hegemonia. O Real Madrid tem muito mais dinheiro e gasta bem mais que os concorrentes, mas não consegue montar times decentes e parou pelo QUINTO ano consecutivo nas oitavas.

Os times ingleses desenvolveram um jogo compacto, altamente competitivo e envolvente. Nada de chuveirinho ou passes laterais. O que vale é a movimentação, MUITA velocidade, entrega e a disciplina tática.

O preço que se paga é o fato de o Liverpool ter apresentado em campo mais espanhóis que o próprio Real Madrid. Enquanto isso, a seleção nacional não chega a uma semifinal de uma Euro desde 1996, quando foi sede, e de uma Copa desde 1990. Mas se tivermos novamente três ingleses entre os quatro semifinalistas, parece ter valido a pena.

Desempenho na UCL por país

Itália - 11 títulos / 14 vices
Espanha - 11 títulos / 9 vices
Inglaterra - 11 títulos / 5 vices
Alemanha - 6 títulos / 7 vices
Holanda - 6 títulos / 2 vices
Portugal - 4 títulos / 5 vices
França - 1 título / 5 vices

sábado, 7 de março de 2009

Vou, não vou*

*Publicado originalmente no Olheiros.

É difícil afirmar precisamente, mas neste sábado três jogadores brasileiros deverão ser negociados com o futebol internacional. Parece pouco? Esta é a média diária de transferências para fora do país. O número não surpreende, mas se dissermos que em 2008 foram 1.176 negociações para o exterior, os três por dia já não parecem tão pouco assim – na teoria, dá para formar 106 equipes completas e ainda sobra um time com um a menos.

E quem ainda não se convenceu da vocação exportadora de pé-de-obra adquirida pelo Brasil nos últimos anos, basta lembrar que, em 2006, foram negociados 851 atletas. O boom aconteceu em 2007, com 1085 transações – um aumento de 27,5%. São muitos números, cuja frieza muitas vezes não nos permite analisar as circunstâncias deste fenômeno. 

Mais difícil de afirmar, ainda, é qual o percentual de garotos, ou ainda de jogadores de no máximo 21, 22 anos, incutido nessas centenas de transferências – seria necessário analisar ficha por ficha no emaranhado site de registros da CBF. Fato é que se pudesse chutar, diria sem medo que perto de metade deste número envolveu jovens atletas que despontaram – ou não – nos gramados brasilis. 

Não são novidade os fatores que fizeram a procura aumentar: novos mercados com grana para contratar, clubes enfraquecidos sem recursos para bancar a permanência dos astros (e coadjuvantes, ou até mesmo reservas) e, principalmente, o vislumbramento com propostas do exterior, oriundo quase sempre da falta de conhecimento dos garotos sobre a realidade da vida longe de casa. O fato é que o menino de oito anos já joga pelada na rua com camisa do Ronaldo que não é o gaúcho ou o carioca, mas o português. 

Fruto da globalização? Sem dúvida. Mas é nestas horas que entra o papel fundamental do técnico, o “professor”, o exemplo que o garoto não tem em casa e que deve ajudá-lo a discernir realidade de utopia. O problema é que o mais comum é que os próprios treinadores aconselhem os meninos a buscarem sempre a transferência para o exterior, não importa para onde, sob quais condições ou por quanto tempo – só importa o valor. O motivo é claro: os “professores” são, muitas vezes, procuradores, empresários ou donos de parte dos “direitos federativos” de pré-adolescentes em idade de formação de personalidade e caráter. 

Para piorar, o jogador que começa a perceber um pouco de sucesso que seja já projeta a independência financeira que sempre prometeu aos pais ou a si mesmo – a vitória na vida através da bola. Tal vitória vem traduzida em dólares, petrodólares, euros, rublos ou ienes. O idioma local não importa, afinal a linguagem do dinheiro é universal. 

Até por isso, é louvável quando se vê um jovem como Keirrison, excelente jogador, de potencial absurdo e uma aposta quase certa para o futuro em um meio onde se é preciso provar seu valor a cada dia. K9 já declarou mais de uma vez que não tem vontade alguma de deixar o futebol brasileiro tão cedo. Propostas do Leste Europeu e do Oriente Médio já chegaram, mas não o seduziram. Um futebolista consciente e estudado, que sabe cuidar de sua própria carreira, é ainda, infelizmente, uma exceção. 

São muitos os exemplos dos garotos que arrumaram as malas no momento errado. E o destino nem precisa ser Moscou ou Dubai. Basta ver a sequencia das carreiras de Carlos Alberto e Roger, frutos do Fluminense, desde quando foram para Portugal e voltaram. O problema aí pode até ser mais o perfil do próprio jogador dentro de campo, inclusive, do que a hora em que a transferência se concretizou. Mas mesmo assim, não custa imaginar como poderia ter sido se, desde cedo, tivesse recebido orientação decente. 

E a idade já não é limite, pois vemos hoje garotos de quinze, dezesseis anos – ou até nove, como foi o caso de Caio na Roma – delineando suas carreiras bem longe. A questão, aqui, não é como impedir os clubes de fora de tirarem os jogadores cedo demais do Brasil. É, na verdade, como podemos convencê-los de que fiquem por aqui, joguem um pouco mais por estas bandas, se valorizem e aí sim sigam outros rumos. 

Com um assédio tão grande, condições tão ruins em nossos clubes e falta de ídolos no futebol local, atingir este objetivo parece mais difícil que a conta proposta no início da coluna. Por tudo isso, é muito importante saber escolher a hora certa de ir, para não acabar voltando logo em seguida, com saudade do arroz e feijão ou das temperaturas mais amenas. 

Bye, bye, Brasil 

Confira o número de transferências realizadas para o exterior nos últimos anos: 

2008 – 1176 
2007 – 1085 
2006 – 851 
2005 – 804 
2004 – 857 
2003 – 858 

Fonte: site oficial da CBF

domingo, 1 de março de 2009

Textos da semana

Convido os amigos a conferirem os textos publicados nesta semana por este que vos bloga:

No Olheiros, saiba quem está por trás da surpreendente campanha do FC Twente, vice-líder do campeonato holandês.

Na coluna Futebol Alpino da Trivela, os clássicos nacionais agitaram o reinício dos campeonatos suíço e austríaco.

E no Febre Mundialista, a segunda parte da história da Copa de 1958, com a consagração do Brasil e o nascimento de um mito.

Uma boa semana a todos!