segunda-feira, 23 de março de 2009

Quebrando a cuca

O principal problema de Cuca no Flamengo é que ele parece ter acabado com a única solução do time: a eficientíssima jogada pelas laterais, com Léo Moura e Juan. Em que pese a contusão do lateral-esquerdo, que sete das 13 partidas sem jogar, o desempenho dos dois é infinitamente inferior em relação a 2008 - quando ambos foram até convocados para a seleção, ainda que em momentos diferentes.

Ao fazer suas famosas experimentações, Cuca decidiu por lançar Leo Moura no meio, apostando em sua habilidade. Era a verticalidade, entretanto, sua principal característica, que não pode ser explorada na profusão de homens que existe no meio-campo. Com Éverton Silva na ala direita, ele mata a jogada ofensiva, claramente o ponto fraco do lateral. Além disso, Juan tem ficado sobrecarregado nas jogadas abertas e acaba errando mais passes ou afunilando, o que justifica a cobrança da torcida.

Desde 2007, quando Joel começou a fazer a dupla funcionar, o Flamengo nunca teve um centro-avante titular, o homem-gol definitivo. Basta ver que em 2008 o artilheiro do time foi Marcinho, com 17 gols - e ele saiu em julho, na 11ª rodada do Brasileiro. Agora, Cuca até flerta com a linha de quatro, como fez no clássico de domingo. Assim, Ronaldo Angelim perde o fator surpresa quando aparecia no ataque. Ou seja: um time totalmente desequilibrado.

Após os erros recentes, Cuca ficou taxado de treinador que sabe montar elencos. Se cair tão cedo na Gávea, pode ser que ninguém queira contar com ele durante o resto do ano. Se não quebrar a cabeça agora e fazer o Flamengo voltar a jogar, poderá ter muito tempo livre para pensar no que quiser por um bom tempo.

Um comentário:

Gerson Sicca disse...

Com Josiel, um monte de dívidas e péssima gestão, o Fla não vai chegar a lugar nenhum.
Abraço!