sexta-feira, 30 de abril de 2010

Sem acordo


Sem acordo entre as partes, audiência entre Oscar e São Paulo é remarcada

Foi adiado para o dia 14 de maio o julgamento em primeira instância do processo do jogador Oscar, que tenta se livrar do contrato com o São Paulo. Na audiência realizada na manhã desta sexta-feira na 40ª Vara do Trabalho de São Paulo, não houve acordo entre as partes.

No final do ano passado, Oscar conseguiu uma liminar conseguindo sua liberação, por questionar a validade do contrato com o clube. Mas um mandado de segurança foi expedido a favor do São Paulo e, desde então, as duas partes ainda não chegaram a um acordo.

Oscar chegou até a voltar a treinar e por pouco não foi inscrito na Copa Libertadores. Mas no início de fevereiro, o meia disse que não retornaria ao Morumbi com a atual diretoria. O lateral Diogo, que também havia entrado na Justiça, voltou atrás e acabou sendo inscrito na competição continental.

Publicado no blog do Olheiros

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Qual clube dá mais espaço para as bases em seu site?


Especial do Olheiros analisa os 20 integrantes da Série A do Brasileiro

Publicado no Olheiros

A internet transformou-se rapidamente no meio de comunicação mais completo e eficaz à disposição. Ainda que não atinja a maioria da população mundial (a expectativa é que apenas em 2012 o numero de pessoas com acesso chegue a 25%), a verdade é que a parcela mais representativa do planeta, aquela que consome informação diariamente também através dos meios convencionais como rádio, televisão e jornal, está plugada na grande rede.

E para quem quer saber mais sobre futebol não é diferente: os antes misteriosos e desconhecidos campeonatos internacionais – da Copa dos Campeões da Oceania ao campeonato senegalês – todos podem ser acompanhados com detalhes a alguns cliques de distância. Nós mesmos, do Olheiros, somos a prova viva deste fenômeno: somente a internet possibilita a reunião de tantas informações a respeito de campeonatos de base que, apesar de antes não terem cobertura da mídia, sempre despertaram interesse.

Atentos à busca cada vez maior dos torcedores por informações, os clubes passaram a investir, já na década passada, quando a internet ainda engatinhava no Brasil, em sites oficiais. Atualmente, as ações se concentram na interatividade e nas promoções, no conteúdo exclusivo e nas TVs oficiais, transformando as páginas em verdadeiros portais de informação sobre as equipes.

Além de procurarem saber da escalação da próxima partida ou de quem pode ser o próximo reforço, os torcedores querem também conhecer a nova geração em formação nas bases – se não houvesse tamanho interesse, sequer estaríamos aqui. Por isso, o Olheiros resolveu fazer o trabalho sujo para você, amigo leitor: visitamos os sites dos vinte clubes da Série A do campeonato brasileiro para ver quem oferece mais informações sobre as bases e montamos um ranking, pontuando as páginas que permitem o melhor acompanhamento dos garotos.

O Ranking

Da mesma forma que o Ranking Olheiros das categorias de base, nosso ranking dos sites foi elaborado através de análise minuciosa do espaço destinado às divisões inferiores em cada uma das vinte páginas oficiais dos clubes da primeira divisão. Para isso, foram estabelecidos três critérios: informações dos atletas (nome completo, data de nascimento, foto, ficha técnica, por quais clubes passou e etc.); resultados das competições (calendário, placar dos jogos, artilharia e tabela); e notícias (frequência de atualização, conteúdo, fichas técnicas dos jogos, fotos e etc.). Para cada critério, estabelecemos a pontuação de 0 a 10, recebendo a nota máxima aquele clube que tivesse a melhor apresentação de cada critério ou, ainda, o que tivesse todos os itens atendidos. Para diferenciação, a escala foi a seguinte: 10 – excelente; 7, 8, 9 – ótimo; 4, 5, 6 – regular; 1, 2, 3 – ruim; 0 – ausente.

Além disso, estabelecemos uma pontuação de 0 a 5 para os extras: informações sobre escolinhas de futebol, peneiras, infraestrutura dos centros de treinamento, títulos conquistados na base e outros. Desta forma, a pontuação máxima conferida a um clube poderia ser 35: nota 10 nos três critérios principais e 5 nos extras. Como veremos, ao passo que alguns clubes chegaram muito perto disso, outros passaram longe, muito longe.

Antes de passarmos aos números, entretanto, fica uma ressalva: nem sempre a falta de informações sobre as equipes amadoras ou seus atletas é sinal de falta de atenção para com os interesses do torcedor ou mesmo desorganização. Em muitos casos – mais até do que se imagina –, a falta de dados dos garotos é uma estratégia do clube, preocupado em não perder seus meninos, que afinal não possuem vínculo profissional algum nas categorias inferiores.

Veja o Ranking abaixo e confira a matéria completa no Olheiros, clicando aqui

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Preview: Barcelona x Inter


Guardiola espera que o Barcelona assuma a iniciativa desde o primeiro minuto na tentativa de reverter a desvantagem ante a Inter, que José Mourinho pretende levar à "concretização de um sonho"

O Barcelona recebeu instruções para "atacar ainda mais do que fez na partida de ida" por parte do seu treinador, Josep Guardiola, para reverter a vantagem da Internazionale e voltar a disputar a final da UEFA Champions League. E, se por um lado o técnico da equipe catalã espera contar com a motivação extra oferecida pelos torcedores que lotarão o Camp Nou, do outro José Mourinho quer que a Inter dê mais um passo rumo à concretização do sonho de conquistar o seu primeiro título de campeão europeu desde 1965.

"O Inter tem uma equipe extraordinária e é muito mais do que só Diego Milito. Falou-se muito de nós e pouco da Inter. Teremos de controlar a posse de bola e atacar mais do que na partida de ida. Estamos muito satisfeitos por ter pela frente um desafio como este", afirmou Guardiola, que ainda não sabe se terá Abidal em campo.

José Mourinho, por sua vez, espera contar com Sneijder 100% durante os 90 minutos. "Haverá jogos importantes depois deste, mas ainda assim teremos de arriscar e escalá-lo. A história está repleta de casos em que uma equipe que entra em vantagem acaba eliminada. Portanto, precisamos de tudo o que temos, pois o Barcelona é uma grande equipe", analisou.

Barcelona

Lesionado: Andrés Iniesta (coxa direita)
Dúvida: Eric Abidal (virilha)
Suspenso: Carles Puyol
Pendurado: Daniel Alves, Gerard Piqué

• Maxwell será titular caso Abidal não se recupere, enquanto Gabriel Milito é uma forte hipótese para ocupar o lugar Puyol, o que significa que poderá ter de marcar o seu irmão mais velho, Diego.

Inter

Lesionados: Davide Santon (joelho), Francesco Toldo (perna)
Dúvida: Wesley Sneijder (panturrilha), Goran Pandev (coxa)
Suspenso: Dejan Stanković
Pendurados: Samuel Eto'o, Maicon, Walter Samuel, Javier Zanetti

• O Inter conta que Pandev recupere da lesão sofrida na primeira partida a tempo de jogar enquanto Sneijder foi substituído no intervalo do jogo de sábado contra a Atalanta.

Resultados do fim-de-semana

24/04/10 Barcelona 3-1 Xerez CD
(Jeffrén 14, Henry 24, Ibrahimović 56; Bermejo 25)

• O Barcelona reagiu bem à derrota em Milão - a primeira por mais de um gol de diferença sofrida por Guardiola - e somou a sua 11ª vitória consecutiva em casa, ao bater o último classificado da Liga Espanhola, que terminou o jogo com nove atletas.

24/04/10 Inter 3-1 Atalanta BC
(Milito 24, Muntari 35, Chivu 78; Tiribocchi 5)

• A Inter, com seis alterações em relação ao time que bateu o Barcelona na semana passada, recuperou a liderança da Serie A, agora com dois pontos de vantagem sobre a Roma, a três rodadas do fim da temporada.

Retrospectiva

• Companheiros de grupo na primeira fase, esta será a quarta partida na atual UCL: o Barcelona foi o único a derrotar a Inter nesta edição, ao fazer 2 a 0 no Camp Nou. Se o resultado se repetir, levará os catalães a sua terceira final europeia em cinco anos.

• O Inter venceu apenas três das sete semifinais da UCL em que esteve presente, mas chegou à final nas duas ocasiões em que a primeira partida dessas semis foi disputada no Giuseppe Meazza - a última delas em 1971/72, contra o Celtic.

Curiosidades

• Samuel Eto'o marcou 129 gols em 200 jogos pelo Barcelona, enquanto Ibrahimović, por quem o camaronês foi trocado, marcou 66 vezes em 116 partidas com a camisa nerazurra.

• Se Diego e Gabriel Milito jogarem, será apenas a quarta ocasião em que dois irmãos estarão frente a frente em partidas das competições europeias, e a primeira vez que isso acontecerá na UEFA Champions League.

• A Inter venceu a partida de ida em casa em 43 mata-matas de competições europeias, e em apenas quatro delas acabou eliminado. Contudo, o Barcelona perdeu por 22 ocasiões em jogos de ida disputados como visitante e, ainda assim, conseguiu avançar em 11 desses embates.

BARCELONA: 1-Valdés; 2-Daniel Alves, 3-Piqué, 18-Milito e 15-Keita; 24-Yaya Touré, 6-Xavi e 16-Busquets; 17-Pedro, 9-Ibrahimovic e 10-Messi. Técnico: Josep Guardiola

INTERNAZIONALE: 12-Júlio César; 13-Maicon, 6-Lucio, 25-Samuel e 4-Zanetti; 19-Cambiasso, 8-Thiago Motta, 9-Eto'o, 10-Sneijder e 27-Pandev; 22-Milito. Técnico: José Mourinho

Árbitro: Frank de Bleeckere (Bélgica)

terça-feira, 27 de abril de 2010

Craques das Copas - Michel Platini

Ele nunca ganhou a Copa do Mundo. Na verdade, esse é o único troféu que falta em sua estante, mas certamente isso não faz dele menos importante: sua habilidade apurada e frieza na cara do gol fizeram dele um dos maiores jogadores de todos os tempos.

Platini começou a jogar bola no Joeuf, time pequeno de sua cidade natal. Com 18 anos, transferiu-se para o Nancy-Lorraine, maior time da região. Já na seleção, não conseguiu classificar seu país para a Copa de 74, mas alcançou o feito em 78, mesmo ano em que conqusitou seu primeiro título, a Copa da França - algo excepcional para seu clube, de porte médio. Na sua primeira participação em Copas, já aos 23 anos, sequer conseguiu fazer com que a França passasse da primeira fase. Mas vale lembrar que no grupo estavam a Argentina e a Itália e Platini ainda marcou um gol contra os futuros campeões do mundo. Naquela época, ele era uma gota de talento em um oceano de mediocridade. Mas ele daria a volta por cima.

Em 79, mudou-se para o Saint-Etienne, então o melhor clube francês. Lá, foi campeão francês em 81 e, após a Copa de 82, transferiu-se para o Juventus, da Itália. Mas falemos da Copa de 82. Foi uma Copa privilegiada, contando com craques como Zico, Maradona e, claro, Platini. Diferentemente de 82, a França tinha uma geração de ouro com Tigana, Giresse e Tresor, além do craque maior da companhia, o camisa 10. Platini liderou os "Le Bleus" até a semifinal contra a Alemanha, onde foi derrotada nos pênaltis após um sensacional empate por 3 a 3. Platini marcou um gol na semifinal e a França, abatida pela derrota, perdeu também a decisão do terceiro lugar para a forte Polônia de Lato.

Campeão da Copa da Itália em 83 e artilheiro do campeonato italiano três vezes seguidas (de 83 a 85), sua maior conquista foi em sua terra natal: a França conquistou brilhantemente a Eurocopa de 84 aproveitando-se do fator campo e de sua bela geração de jogadores. No mesmo ano, sua melhor temporada no futebol, ainda levou a Juventus ao título italiano e ao título da Copa dos Campeões. Platini chamaria, mais tarde, aquele time de "o melhor do mundo". Em 85, venceu a Copa da Europa (atual Copa da UEFA) e foi campeão italiano também em 86, ano da Copa do México, sua última participação em mundiais.

Mais uma vez, a França chegou às semifinais e, mais uma vez, enfrentou a Alemanha. Embora dessa vez o jogo não tenha ido para os pênaltis, o vencedor foi o mesmo. Os alemães eram uma pedra no sapato de Platini, que marcou dois gols naquela Copa. Desta vez, entretanto, conquistou o terceiro lugar contra a Bélgica, fechando o ciclo da geração de ouro do futebol francês, que só se classificaria novamente para uma Copa em 98, quando sediou o evento.

Platini encerrou sua carreira no ano seguinte na Juventus, após seguidas contusões, assumindo em 88 o comando da seleção francesa. Falhou em classificar o time para a Copa da Itália em 90, e após a irregular campanha na Eurocopa de 92, abandonou o comando dos 'bleus'. Participou ativamente do Comitê Organizador da Copa de 98 e foi presenteado, em sua terra natal, com o título mundial numa final dos sonhos contra o Brasil. Assim como ele havia presenteado a nação francesa com o título europeu 14 anos antes.

Nome: Michel Platini
Data de nascimento: 21/06/1955
Local: Joeuf, França

Carreira:

Em clubes:
1966 a 1972: AS Joeuf
1972 a 1979: AS Nancy-Lorraine
1979 a 1982: AS Saint-Etienne
1982 a 1987: Juventus

Na seleção:
41 gols em 72 jogos (49 como capitão) - recorde de gols com a camisa da seleção francesa.

Como treinador:
1988 - 1992: Seleção francesa (quando venceu todas as partidas válidas pelas eliminatórias da Eurocopa)

Títulos:
1978: Campeão da Copa da França
1981: Campeão francês
1983: Campeão da Copa da Itália
1983: Campeão da Copa da Europa (atual Copa da UEFA)
1984: Campeão italiano
1984: Campeão da Eurocopa de seleções
1984: Campeão da Copa dos Campeões europeus
1985: Campeão da Copa da Europa
3 vezes artilheiro do campeonato italiano: 1983 (16 gols), 1984 (20) e 1985 (18).

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Os novos meninos do Villa


Tricampeão da liga de reservas do Sul da Inglaterra, Aston Villa mostra boa safra


Publicado no Olheiros

Na semana passada, a coluna abordou neste espaço a necessidade do outrora emergente Portsmouth, falido e rebaixado, de escorar-se nos frutos de sua base para recomeçar do zero. Ainda em território inglês, vemos hoje um exemplo exatamente do oposto: um dos clubes mais tradicionais do país, o Aston Villa segue firme em seu processo de reestruturação e volta a ocupar, mesmo que ainda timidamente, as primeiras posições da Premier League. Tudo isso graças, principalmente, ao pesado investimento em suas divisões inferiores, reconhecidamente dentre as melhores do país e que acaba de oferecer mais uma prova de sua força: a conquista, pelo terceiro ano consecutivo, do campeonato de reservas do sul da Inglaterra, a Premier Reserve League South.

A vitória de virada sobre os reservas do Fulham veio com gols de Barry Bannan e Ciaran Clark, assegurando o título com duas rodadas de antecedência e coroando uma campanha perfeita de onze vitórias e quatro empates, com 33 gols marcados e apenas nove sofridos. Clark, capitão da equipe, foi fundamental na campanha (sólido na defesa, marcou duas vezes na goleada sobre o Chelsea por 4 a 0, fora de casa) e mostrou o espírito do time na declaração pós-jogo. “Estamos todos contentes em ganhar a liga, afinal é o que queríamos. Agora, lanço um desafio para meus colegas: que permaneçamos invictos nas duas partidas finais”, disse. Contra o Stoke City, empate sem gols. Resta ainda a partida diante do Portsmouth.

Espírito, aliás, é a palavra considerada chave por Kevin MacDonald, técnico dos garotos, para explicar o terceiro triunfo seguido no campeonato que tem equipes fortes na categoria, como Arsenal, Chelsea e West Ham. “A camaradagem deste grupo foi gigantesca. Mesmo com um ou dois meninos tendo sido emprestados, eles ainda se falam e até vêm acompanhar os jogos. São, acima de tudo, amigos”, afirmou.

O segredo vem de mais longe: de todo o elenco dos reservas (composto por jogadores de 19 a 22 anos, já que na Inglaterra a última categoria nas academies é o sub-19, e garotos acima dessa idade passam a integrar esta espécie de “time B”), apenas um não traçou todo o caminho nos alojamentos de Villa Park – o holandês Arsenio Halfhuid, zagueiro da seleção sub 18 holandesa oriundo do Excelsior Rotterdam. O garoto, natural de Voorburg, é o mais jovem do elenco campeão, nascido em novembro de 91.

Também da geração 91, o austríaco Andreas Weimann foi a coqueluche da liga sul: artilheiro com nove gols, marcou em jogos importantes, como no clássico contra o arquirrival Birmingham, na vitória por 1 a 0 sobre o West Ham e no grande triunfo sobre o Chelsea por 3 a 1. Oriundo do Rapid Viena, é um dos muitos jogadores da base do Villa com convocações regulares para suas seleções, tendo iniciado na Áustria sub 16 e protagonizando no momento a boa campanha das eliminatórias do Europeu Sub 21. Rápido mas também com ótimo senso de posicionamento e faro de gol, já renovou seu contrato até 2012 com o clube azul celeste e bordô.

Weimann foi um dos garotos que esteve em campo no início da temporada pela Peace Cup, torneio amistoso disputado na Espanha que culminou o título do Villa nos pênaltis sobre a Juventus. O austríaco foi, aliás, titular na decisão, ainda que não tenha conseguido marcar. Antes, já havia anotado em amistoso contra o Peterborough United, da terceira divisão. Vale lembrar que ele não é o único alpino na equipe: Thomas Dau, goleiro companheiro de equipe, também é compatriota de Mozart, Schüber e Strauss, e o incrível Benjamin Siegrist, campeão mundial sub 17, veio da vizinha Suíça.

Outros que também jogaram o torneio de verão e foram fundamentais na campanha do tri foram Barry Bannan e Marc Albrighton. Bannan, emprestado durante a temporada para o Blackpool, era um dos mais experientes do elenco de reservas, já tendo jogado pelo Derby County em 2009. O meia escocês de 20 anos marcou 13 gols em 32 jogos durante sua primeira temporada na academia, quando o Villa faturou o título de 2007/08. Apesar das boas performances, incluindo participações na Europa League, acabou envolvido em polêmica aparição em uma casa noturna ao lado de dois colegas de Blackpool, mesmo estando machucado e com o time brigando contra o rebaixamento na Championship. Na decisão da Peace Cup, converteu o primeiro pênalti, provando-se decisivo, ainda que de temperamento instável.

Albrighton, por sua vez, também já estreou pela equipe profissional, na primeira partida da temporada 2009/10 da Premier League. Ala direito de ritmo e habilidade interessantes, marcou um dos gols da vitória de 3 a 1 sobre o Atlante, do México, na Peace Cup, e também anotou tentos importantes durante a campanha da Premier Reserve League. Elogiado por Martin O’Neill, parece ser um dos mais prontos a afirmar-se de vez no elenco profissional na próxima temporada.

Com mais um título, o Villa mostra a força que possui nas bases – afinal, basta lembrar que foi de lá que vieram nomes notáveis da equipe principal, como Gabriel Agbonlahor e Nathan Delfouneso, além de outras revelações como Darius Vassell, Craig Gardner e Steven Davis. A experiência de atuar em nível internacional, contra equipes de peso como Porto e Juventus, é única para garotos que já atuam com alta exigência na liga doméstica – afinal, jogar contra os rivais de Londres e ser campeão por três anos seguidos não é pouco. O último desafio será a final da Liga de Reservas, contra o campeão do norte, ninguém menos que o Manchester United. Com tantos obstáculos difíceis ultrapassados com tamanha propriedade, não há como não esperar nada além de boas notícias vindas do Villa Park, com sua nova safra de meninos.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

História das Copas - Alemanha 1974 (parte II)

O grupo do Brasil, atual campeão, na segunda fase era considerado muito mais forte do que o da Alemanha, país sede: os brasileiros enfrentariam Holanda, Argentina e Alemanha Oriental. No primeiro jogo, contra os alemães, vitória suada por 1 a 0, gol de Rivelino. Enquanto isso, a Holanda passeava em campo, goleando a Argentina por 4 a 0. Na segunda rodada, o primeiro Brasil x Argentina da história das Copas: um jogo muito disputado, vencido pelos brasileiros por 2 a 1. A Holanda vencera a Alemanha Oriental por 2 a 0 e jogava pelo empate com o Brasil, na última rodada, pela vaga para a final.

O fato de o Brasil ter chegado à última partida da segunda fase com chances de chegar à final foi em si só um grande feito, dadas as limitações daquele time. Entretanto, contra o carrossel holandês, os brasileiros não tiveram chance. Aos 5 do segundo tempo, Neeskens recebeu cruzamento de Cruyff e completou para o gol. Cruyff, 15 minutos depois, faria o seu e classificaria a Holanda para a final da Copa, merecidamente. Ao Brasil restava o consolo de disputar o 3º lugar.

A Alemanha Ocidental seria a adversária da Holanda, após vencer, também sem dificuldades, seus três jogos no grupo B: 2 a 0 sobre a Iugoslávia, 4 a 2 sobre a Suécia e 1 a 0 sobre a Polônia, que apesar da derrota foi para a disputa do 3º lugar com o Brasil, por ter vencido seus outros dois adversários. Estava definida, então, uma final justa entre a Holanda, do futebol mais vistoso, contra a Alemanha, do mais eficiente. Enquanto isso, a Polônia comemorava a boa campanha e enfrentaria um Brasil desmotivado na disputa pela medalha de bronze.

Num jogo disputado em ritmo de treino, o time brasileiro perdeu de um a zero para os poloneses, com um gol do ponta Lato, aproveitando um avanço do lateral Marinho. O Brasil perdia merecidamente o terceiro lugar para o eficiente time polonês.

No dia 7 de julho, a seleção holandesa pisou o gramado do estádio Olímpico, em Munique, como grande favorita, para fazer a primeira final de uma Copa do Mundo da sua história. Mas o time alemão era igualmente respeitável, com o eficiente goleiro Sepp Mayer, o lateral Paul Breitner e o capitão Franz Beckembauer, os meio-campistas Bonhof e Overath, e o eficiente artilheiro Gerd Muller.

No começo da partida, Cruyff e companhia envolveram os alemães com seus toques de primeira e deslocamentos rápidos. Antes que um adversário tocasse na bola, o craque Johan Cruyff foi derrubado na entrada da área por Vogts e Hoeness. Pênalti, que o próprio Cruyff converteu. Mas o experiente time alemão fez uma marcação cerrada sobre Cruyff, anulando o cérebro do time, emperrando a engrenagem principal do carrossel.

Antes do término do primeiro tempo, a Alemanha já tinha virado o jogo com um gol de pênalti cobrado por Breitner e um outro do oportunista centroavante Muller. No segundo tempo, os holandeses se intimidaram e os alemães seguiram administrando a vantagem sem descuidar da defesa. Como na final de 54 contra a Hungria, a Alemanha reverteu um favoritismo quase que unânime para conquistar o bicampeonato.

X Copa do Mundo - 1974 - Alemanha

Campeão: Alemanha
Vice: Holanda
Terceiro: Polônia
Quarto: Brasil

Período: de 13 de junho a 7 de julho de 1974
Total de jogos: 38
Gols marcados: 97
Média de gols: 2,55 por partida
Artilheiro: Lato (Polônia) - 7 gols
Público total: 1.774.022 pagantes
Média de público: 45.685 pagantes

O Brasil: 4º lugar - 7 jogos (3V, 2E e 2D), 6GP/4GC
Jogos: Primeira fase: Brasil 0x0 Iugoslávia
Brasil 0x0 Escócia
Brasil 3x0 Zaire (Jairzinho, Rvelino e Valdomiro)
Segunda fase: Brasil 1x0 Alemanha Oriental (Rivelino)
Brasil 2x1 Argentina (Rivelino e Jairzinho; Brindisi)
Brasil 0x2 Holanda (Neeskens e Cruyff)
Decisão do terceiro lugar: Brasil 0x1 Polônia (Lato)

domingo, 18 de abril de 2010

Grandes técnicos - Rinus Michels



Se a seleção holandesa da década de 70 era, de fato, a "laranja mecânica", Rinus Michels era o responsável pela manutenção da máquina. Como técnico de uma das mais brilhantes equipes do futebol moderno, o holandês era o homem por trás da teorida do futebol total. Nascido em 28 e atacante do Ajax durante toda sua carreira como jogador, Michels fez seu nome como técnico do clube que defendeu no final da década de 60 e depois na seleção holandesa na Copa da Alemanha em 74.

Apesar de seu maior sucesso ter sido com os laranjas, ele também dirigiu times nos Estados Unidos, na Alemanha e, especialmente, o Barcelona: Michels estabeleceu uma conexão holandesa com o clube catalão que existe até hoje, contratando sempre atletas dos países baixos. Ele foi, impressionantemente, o primeiro holandês designado para dirigir o Ajax: o clube tinha uma tradição de contar sempre com treinadores dos maiores centros europeus. Na primeira temporada, sagrou-se campeão nacional e fez do Ajax um clube que disputava de igual para igual com as grandes potências européias, conquistando em 71 a Copa Européia, atual Copa da Uefa. O time ainda conquistou mais duas taças continentais, mas sem Michels, que assumira o comando do Barcelona em 71.

Àquela altura, Michels já era conhecido por suas estratégias que enfatiizavam uma movimentação inteligente e jogadores habilidosos em todas as posições. Teve desempenho discreto no Barça, mas voltou ao topo com um time holandês que revolucionou o futebol. A figura mais ligada a Rinus Michels e ao sucesso da Holanda é Jhoan Cruyff, um jogador que parecia ter sido feito para o esquema do técnico, tendo uma capacidade inigualável de analisar uma partida ao mesmo tempo que a disputava. O mentor e seu comandado trabalharam juntos no Ajax e no Barcelona, mas foi mesmo na seleção holandesa que ambos ensinaram um novo estilo de jogo para o mundo. Com pouco tempo de treinamento, o time não despertava muitas expectativas, mas o grupo - composto em sua maioria por jogadores do Ajax e do Feyenoord - se entrosou rapidamente, sempre sob a batuta de Michels.

O time rapidamente ficou conhecido com seu jogo rápido com muitos passes. Na segunda fase, a Holanda passou de zebra para favorita, e foi assim que chegou contra os donos da casa. Numa dessas injustiças histórias do futebol, a laranja mecânica perdeu aquele jogo para a eficiência robótica dos alemães, mas saiu aplaudida de pé como melhor time do Mundial e um dos melhores da história. Assim como o Brasil quatro anos antes, a Holanda era o futebol arte, a habilidade máxima posta em campo. Após a Copa, Michels voltou ao Barcelona, mas nunca se desligou totalmente da seleção. Em 84, tornou-se coordenador técnico e, dois anos depois, reassumiu o comando do time. Com mais uma geração de ouro,

Michels conquistou a Eurocopa em solo alemão, vingando na semifinal a derrota para os donos da casa na Copa de 74. A vitória contra a União Soviética na final coroou uma carreira brilhante de um homem inteligente que, além de tudo, sabia ousar. Morreu em março de 2005, deixando o mundo do futebol com certeza um pouco mais triste.

TÁTICAS

Rinus Michels é conhecido pelo que foi essencialmente uma anti-tática: o "futebol total", mais um estilo de jogo do que uma estratégia. Michels permitia que os jogadores trocassem de posição e corressem por todo o campo para explorar os espaços dados pelos adversários e também para confundí-los. A laranja mecânica era inicialmente escalada no 4-3-3 com Jonny Rep avançando pelo lado direito e Rob Rensenbrink pelo flanco esquerdo. Os ataques dos zagueiros Wim Suurbier e Ruud Krol abriam o leque de opções ofensivas, enquanto Cruyff tinha liberdade para andar por todo o campo procurando uma maneira de furar os bloqueios adversários. As chaves para o sucesso do esquema de Rinus Michels eram uma movimentação inteligente, conhecimento tático e forma física apurada.

Nome: Rinus Michels
Data de nascimento:09/02/1928
Data de morte: 03/03/2005
Local de nascimento: Amsterdam, Holanda

CARREIRA

Como jogador
1946 a 1958: Ajax - 121 gols em 269 jogos
5 jogos pela seleção holandesa

Como treinador
1965 a 1971: Ajax
1971 a 1975: Barcelona (acumulando a função de técnico da seleção holandesa)
1975 a 1976: Ajax (Diretor Técnico)
1976 a 1978: Barcelona
1978 a 1980: Los Angeles Aztecs
1980 a 1983: FC Köln
1984 a 1988: Seleção holandesa
1988 a 1989: Bayer Leverkusen

Títulos
6 campeonatos holandeses (2 como jogador e 4 como técnico)
1 Copa Européia (1971, como técnico do Ajax)
1 Eurocopa (1988, como técnino da Holanda)
1 campeonato espanhol (1974, como técnico do Barcelona)

sábado, 17 de abril de 2010

A esperança é azul


Jovens, Ward, Ritchie e Sowah se preparam para carregar o Portsmouth pós-falência

Publicado no Olheiros

Um time falido, rebaixado e sem dono, que ainda corre o risco de ter suas portas fechadas definitivamente. Este é o Portsmouth, que de emergente passou a afundado em pouquíssimo tempo, escancarando as falhas do modelo inglês de administração do futebol que já ameaça o Liverpool, colocado à venda nesta sexta-feira, de destino semelhante.

Comprado por Sulaiman al Fahim (membro da família real de Abu Dhabi que se desligou do Manchester City) e colocado à venda logo depois, o Pompey passou de mão em mão como uma batata quente, que ninguém queria para si. A inconsistência financeira levou ao pedido de falência da diretoria da vez e obrigou o time azul do litoral britânico a negociar todos os seus principais jogadores para tentar ao menos diminuir o rombo - Peter Crouch, Sylvain Distin, Niko Kranjcar e Glen Johnson deram adeus para, aparentemente, nunca mais voltar.

É importante lembrar que, neste processo, pesou bastante a carta branca recebida por Harry Redknapp para comprar jogadores questionáveis a rodo e com preços exorbitantes para a realidade do clube - na temporada 2006/07 foram cerca de cinquenta milhões de libras em jogadores como Utaka, Muntari e David Nugent.

Apesar de tarde demais, a chegada de Avram Grant ao Fratton Park permitiu a realização de novas experiências no elenco, devido também a diversas contusões de jogadores que se tornaram peças chave da equipe após a debandada, como Jamie O’Hara. Além disso, com o descenso concretizado, houve uma queda na tensão existente durante toda a temporada, pois nada mais poderia ser feito.

Por mais clichê que possa parecer, caso o Portsmouth continue a existir, é este o momento apropriado para se fazer algo que os clubes ingleses têm deixado cada vez mais de lado – em virtude, é bom que se diga, deste mesmo modelo que afundou o clube: voltar os olhos para a base e buscar, no trabalho realizado em longo prazo, a solução caseira para o renascimento da instituição.

Felizmente, os primeiros passos já começam a ser dados ainda no que resta da atual temporada. Na partida contra o Wigan na última semana, Matthew Ritchie e Joel Ward fizeram suas estreias na Premier League. A história dos dois é exemplar: destaques da base do Pompey durante muito tempo, foram relegados aos Reserves (o popular time B dos ingleses) desde os 18 anos, realizando aparições esporádicas em partidas das copas nacionais e eventualmente emprestados a times menores como Notts County e Bournemouth.

Foi só aos vinte anos que ambos finalmente debutaram no campeonato inglês, em um elenco recheado de internacionais (são 17 nacionalidades diferentes), nem sempre de qualidade garantida. Ward foi considerado o melhor jogador da partida, empurrando o ataque dos Latics a um empate sem gols: no primeiro tempo, atuou como lateral esquerdo e, no segundo, foi zagueiro no conservador 4-4-2 de Grant. “Já havia jogado na lateral antes, então não foi uma grande surpresa pra mim. Consigo jogar em qualquer posição da linha defensiva”, afirmou um confiante camisa 40 após o apito final.

Ritchie, um ala esquerdo que também atua como meia atacante enfiado, também foi bastante elogiado pelo treinador e por pouco não marcou o gol da vitória em uma cobrança de falta ensaiada. Nas bases dos blues desde os 13 anos, Matt, como é chamado, mostrou qualidades que poderão ser importantes na árdua caminhada através do Championship na temporada que vem: veloz, de drible curto e toques rápidos na bola. “Foi incrível. Não esperava ter uma oportunidade e antes que percebesse eu estava em campo”, declarou, eufórico.

Junto à dupla de debutantes, atuou pela segunda vez nesta temporada um jovem bastante comentado nas bases inglesas: o alemão de origem ganesa Lennard Sowah, lateral esquerdo pinçado pelo Arsenal no St. Pauli em 2007, mas que no mesmo ano mudou-se para as academias de Fratton Park.

Aos 17 anos, Sowah estreou na Premier League uma partida antes, em outro empate sem gols, com o Blackburn. Graças aos seus 1,85m, é bastante requisitado nas bolas aéreas, fundamento que tem rendido convocações para as seleções sub 16 e sub 17 da Alemanha – embora ainda não tenha definido qual país irá defender, já que recebeu convite também da federação ganesa.

A eles, soma-se Liam O’Brien, goleiro reserva da seleção sub 19 inglesa e único jogador do clube presente, atualmente, nas seleções de base inglesas. Apesar de o Portsmouth não possuir uma grande tradição de revelação de talentos no país, o próprio discurso dos dirigentes molda-se à esta realidade quando se vislumbra o futuro. “Quando cheguei em novembro, sabia que alguns destes jovens começariam a jogar em breve como parte de seu desenvolvimento. São bons atletas e serão importantes para nós no futuro, especialmente na campanha da segunda divisão”, avaliou Grant.

Com uma final de FA Cup ainda por disputar – um consolo e tanto para uma temporada desastrosa –, esta poderá ser a oportunidade de ouro para estes garotos mostrarem verdadeiramente seu valor. E ao passo que a diretoria luta para conseguir disputar a Liga Europa em 2010/11 (já que o Chelsea, outro finalista, já está garantido na Liga dos Campeões), a expectativa sobre estes nomes cresce bastante, por serem neles que reside boa parte da esperança pela volta por cima dos azuis do litoral sul inglês.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Grandes jogos das Copas - O Maracanazo


Começamos hoje com a série "Grande Jogos", que vai falar das maiores partidas realizadas em todas as Copas do Mundo. Pra começar, uma final que nenhum brasileiro gosta de lembrar.

O MARACANAZO

O jogo Brasil x Uruguai, o último da Copa de 50, podia ser considerado uma final, embora naquele Mundial não houvesse decisão: o vencedor de um quadrangular final levaria a Taça. O Brasil, após golear Suécia e Espanha, precisava apenas de um empate diante do Uruguai.

E que dia triste foi aquele 16 de julho de 1950. O Maracanã era só festa, recebendo o maior público registrado até hoje em uma partida de futebol: os números oficiais falam em 175 mil pessoas, mas há quem diga que cerca de 200 mil brasileiros choraram naquela tarde. Todos esperavam um belo espetáculo de futebol e uma boa apresentação, especialmente do craque da Copa, Ademir de Menezes. O que se viu, entretanto, foi um jogo truncado, um Brasil acuado e diferente daquele que todos estavam acostumados.

Ainda assim, Friaça abriu o placar aos dois minutos do segundo tempo, para delírio da torcida. O clima de tensão que pairava no ar parecia ter se dissipado: precisando apenas do empate, a vitória parcial já era para todos garantia do título. Nem o gol de empate de Schiaffino, aos 21 minutos, preocupou os brasileiros: a sensação era de que o gol poderia ser feito a qualquer momento, tamanha a displicência com que a seleção jogava. A torcida já comemorava e bradava "é campeão" quando, aos 34, Ghiggia avançou pela direita, entrou na área e deu um chute cruzado, rasteiro, que quicou no gramado e enganou o goleiro Barbosa, morrendo no fundo das redes. O Brasil calou-se. A única coisa que se ouvia no estádio eram os gritos dos uruguaios, lá no campo, comemorando o gol. A torcida, estarrecida, ficou muda e não apoiou mais o time que, sem reação, não conseguiu produzir mais nada nos dez minutos restantes.

Quando o juiz inglês George Reader apitou o fim do jogo, o que se via eram pessoas chorando nas arquibancadas, muita revolta mas, principalmente, muita tristeza. Esse dia ficou conhecido como o Maracanazzo e o goleiro Barbosa, falecido há poucos anos, carregou o fardo de ter sido considerado o culpado pela derrota brasileira. E foi assim a final de Copa do Mundo mais triste de todos os tempos.

Muitas histórias permanecem daquele fatídico domingo. Uma delas conta que o capitão da seleção uruguaia, Obdúlio Varela, teria dado um tapa em Bigode, que nada fez, demonstrando a apatia dos jogadores brasileiros. Alguns jornalistas, entretanto, dizem que essa foi uma história inventada depois do jogo para dar um ar mais dramático ao fato.

Outra história, essa verídica, conta que nos dias que antecediam a final, os jogadores brasileiros foram removidos de sua concentração e levados para o estádio de São Januário, conhecido reduto político de Getúlio Vargas. Lá, os jogadores eram importunados a todo momento com visitas de políticos e, segundo o goleiro Barbosa, eles sequer almoçaram no domingo da final, tantas eram as pessoas que visitaram a delegação. Barbosa atribuiu a esse fato a falta de concentração do time no jogo decisivo.

FICHA TÉCNICA

Brasil 1x2 Uruguai

Data: 16/07/50
Local: Maracanã
Público: 174.000
Juiz: George Reader (ING)

Gols: Friaça (BRA), 2 (2ºT); Schiaffino (URU), 21 (2ºT) e Ghiggia (URU), 34 (2ºT)

Brasil: Barbosa; Juvenal e Augusto; Bauer, Danilo e Bigode; Chico, Friaça, Ademir, Jair e Ademir de Menezes

Urugual: Máspoli; Gonzales e Tejera; Gambetta, Varela e Andrade; Ghiggia, Schiaffino, Perez, Míguez e Moran

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Craques das Copas - Dino Zoff



Uma rocha, um workaholic, um perfeccionista: Dino Zoff é um dos grandes goleiros da história. Os fatos falam por si: disputou três Copas do Mundo, vencendo a de 82, defendeu 112 vezes a seleção italiana e estabeleceu um recode até hoje inalcançado de 1.142 minutos sem tomar um gol (12 jogos) pela seleção.

Nascido numa pequena cidade rural do nordeste da Itália, Zoff desfrutava da farta dieta da região e, quando foi rejeitado pela Inter de Milão aos 14 anos por ser considerado muito baixo, sua avó decidiu empanturrar o garoto com ovos até que, com o tempo, ele cresceu 33 centímetros e alcançou a altura de 1,82 m. Aos 19 anos, defendia o time de sua cidade, o Marianese, quando um olheiro da Udinese decidiu levá-lo para a Série A. Zoff largava então seu emprego de mecânico de motos e dedicava-se exclusivamente ao futebol.

Sua estréia, entretanto, não foi das melhores: tomou cinco gols numa partida contra o Fiorentina. Sua imagem ficou então prejudicada e ele não teve mais chances no time de Udine, voltando à sua cidade natal. Entretanto, ele ficou pouco tempo em casa. O time do Mantova decidiu contratá-lo e foi aí que sua carreira realmente decolou. Após três temporadas, seu nome já era cotado para compor a Squadra Azzura para a Copa de 66, mas como o técnico do Mantova foi o escolhido para dirigir a seleção, Zoff abriu mão para não ser acusado de favorecimento.

Em 67, entretanto, várias coisas compensaram a ausência: o nascimento de seus dois filhos e a transferência para o Nápoli, por 130 milhões de liras. Foi no Nápoli que Zoff finalmente estreou na seleção italiana, numa vitória de 2 a 0 sobre a Bulgária em 68. Eram as quartas-de-final da Eurocopa e Zoff ficou no time até a final, quando a Itália venceu a Iugoslávia. Zoff substituíra Albertosi, contundido, e deu conta do recado. Na Copa de 70, foi reserva da seleção vice-campeã mundial.

Após mais duas temporadas no Nápoli, Zoff transferiu-se para a Juventus, onde ficou até o fim da carreira, em 83. Em 74, já titular da seleção na Copa da Alemanha, estava fora de sua melhor forma e levou 4 gols em três jogos, com a Azzurra sendo eliminada ainda na primeira fase. Concomitantemente, Zoff conquistara quatro títulos nacionais e uma Copa da Uefa até a Copa de 78 onde, mais uma vez, foi vencido. A Itália chegou ao quarto lugar e Zoff sofreu 6 gols em 7 partidas, uma média consideravelmente boa.

Aos 38 anos, muitos já cogitavam sua aposentadoria, mas ele seguiu firme para a conquista de mais um scudetto e uma Copa da Itália. Em 82, aos 40 anos, nenhum goleiro ameaçava sua reputação e Zoff foi titular mais uma vez. Calandoo os críticos, Zoff foi um verdadeiro líder em campo e, mesmo igualando sua marca anterior de 6 gols sofridos em 7 partidas, levantou a Taça FIFA de campeões do mundo para os italianos como capitão da equipe. Sua perseverança e trabalho haviam provado seu valor. Zoff ainda conquistou mais um campeonato italiano e, em sua despedida do futebol, a Juventus foi derrotada pelo Hamburgo na final da Copa dos Campeões. Mas uma derrota não mancharia uma carreira toda de vitórias.

Vitórias que se seguiram no banco, quando virou treinador. Começou com a seleção olímpica da Itália em Seul e, embora não tenha conquistado uma medalha, impressionou com seu trabalho, sendo chamado pela Juventus. Levou o time à conquista das copas da Itália e da UEFA e ao terceiro lugar no campeonato nacional. No ano seguinte, foi para Roma dirigir a Lazio, onde chegou ao cargo de presidente. Em 2000, voltou à ativa como técnico da seleção principal na campanha da Eurocopa de 2000, quando a Itália perdeu a final para a França. Apesar da derrota, seu bom trabalho foi mais uma vez reconhecido. Em 2001, comandou novamente a Lazio e, finalmente, se aposentou.

Nome : Dino Zoff
Data de nascimento: 28/02/1942
Local: Friuli, Itália

Carreira:

Em clubes:
1961 a 1963: Udinese
1963 a 1967: Mantova
1967 a 1972: Napoli
1972 a 1983: Juventus
(570 jogos na Série A)

Na seleção:
112 jogos - 59 como capitão

Como treinador:
1988 a 1990: Juventus
1990 a 1994: Lazio
1997: Lazio
1998 a 2000: Seleção italiana
2001: Lazio

Títulos:

Como jogador:
Campeão da Copa de 82
6 campeonatos italianos (73, 75, 77, 78, 81 e 82)
2 Copas da Itália (79 e 83)
1 Copa da Uefa (77)

Como treinador:
1 Copa da Itália (90)
1 Copa da Uefa (90)

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Clássico dos canteranos


Chivas e América duelaram com maioria de jogadores formados nas bases

Publicado no Olheiros

Estádio Jalisco, Guadalajara. Com um gol de Omar Arellano aos 35 minutos do primeiro tempo, o Chivas derrota o América e assume a ponta do Torneo Bicentenário, o clausura da temporada mexicana. Mais que a vitória no “clássico dos clássicos” e os três pontos, o triunfo do time branco, vermelho e azul entrará para a história do futebol do país por uma razão bastante peculiar.

O duelo mais importante da temporada para as duas equipes contou com 13 jogadores formados nas próprias categorias de base dos clubes, um número bastante raro em qualquer liga profissional de alto nível. Foi o “Guadalajara-América” dos canteranos, como chamou a imprensa esportiva do México, graças especialmente às contusões e ausências que permitiram a utilização de jovens promessas das duas maiores academias formadoras de jogadores do país.

No time vencedor do Chivas, apenas Aarón Galindo, Adolfo Bautista e Omar Arellano não foram formados no clube. Já pelos lados do América, Guillermo Ochoa, Óscar Rojas, Ángel Reyna, Antonio López e Israel Martínez, todos oriundos das bases azulcrema, estiveram em campo. Além de ter sido o clássico das bases, foi também a despedida de sete selecionáveis que, após a partida, partiram rumo à fase preparação visando à Copa do Mundo.

“Claro que é um adicional ter vários canteranos na equipe, porque sabemos a responsabilidade que implica uma partida assim, bem como o que ela representa para toda a torcida. São jogos que disputamos com outra mentalidade, muito mais motivados”, disse o jovem atacante Antonio López, recém-promovido das bases americanas, tendo ganhado uma chance após a tragédia com Salvador Cabañas. Apesar da derrota, foi Tony que criou as maiores chances dos canários na partida. Édgar Mejía, por sua vez, disse que “partidas como estas são muito importantes para nós. O compromisso é muito maior, pois crescemos vivendo esta rivalidade desde as bases”, lembra.

Curiosamente, a ausência mais sentida no clássico foi exatamente da maior estrela ascendente do futebol mexicano: Javier Hernandez, atacante de 21 anos do Chivas e artilheiro do Bicentenário com dez gols. O “Chicharito”, como é conhecido, é a esperança de gols de Javier Aguirre na África do Sul. Cria da base dos Rayadas, ficou de fora da campanha vitoriosa da Sub-17 no Mundial de 2005 por uma lesão, e após ser sondado por clubes como PSV e Wolfsburg, assinou nesta semana um contrato com o Manchester United.

Ao mesmo tempo, o maior orgulho da safra recente do América enfrenta um momento delicado: há pouco inquestionável e, ainda, o grande ídolo do futebol nacional, o goleiro Guillermo Ochoa passa por um 2010 tétrico, cometendo erros incríveis também na meta da seleção e recebendo cada vez mais questionamentos sobre sua titularidade na seleção. No clássico, o gol de Arellano foi possível graças a outra falha de Memo, ao abrir o ângulo para o remate do atacante na tentativa de interceptar um cruzamento que não veio.

Nova falha, outro round perdido na luta pela camisa um na Copa da África do Sul: outra atuação segura de Luís Michel, experiente goleiro de 30 anos do Chivas que teve participação decisiva na vitória de sua equipe – outra cria de Guadalajara, que passou a ter chances na seleção recentemente, após viver por muito tempo na sombra de Oswaldo Sanchéz.

Rivais eternos, Chivas e América formam boa parte da base da seleção mexicana convocada por Aguirre para uma série de amistosos preparatórios para a Copa, que servirão para definição da lista final que viajará à África. Dos nomes chamados, apenas dois – Jonny Magallón, pelos tricolores, e Juan Carlos Valenzuela, pelas Águias – não foram formados em seus respectivos clubes.

Sinal de que, apesar da fase instável de Giovanni dos Santos e Carlos Vela, suas mais recentes promessas e de quem, a esta altura, esperava-se muito, o trabalho de formação dos clubes mexicanos continua dando resultados bastante satisfatórios. E com a recente investida de clubes internacionais na busca por jogadores que, antes, não sentiam-se tentados a deixar suas equipes, a força dessas bases poderá ser colocada ainda mais à prova. Mais do que hora de mostrar que é possível, sim, sobreviver muito bem com seus próprios recursos.

terça-feira, 13 de abril de 2010

História das Copas - Alemanha 1974 (parte I)

A Alemanha, sede da Copa de 74, havia sido escolhida como organizadora do evento pela primeira vez em 1942, mas por causa da II Grande Guerra, só sediou a competição 28 anos depois, aproveitando os investimentos feitos para as Olimpíadas de 1972, em Munique, da mesma maneira que o México fizera anos antes.

Após a Copa de 70, uma nova taça deveria ser feita para substituir o Troféu Jules Rimet, que ficou sob posse definitiva do Brasil (mas não por muito tempo, pois foi roubado da sede da CBD e nunca mais achado. Diz-se que o troféu foi derretido pelos ladrões e transformado em peças de ouro, ao passo que a FIFA cedeu uma réplica, dessa vez somente banhada a ouro, para a sala de troféus brasileira). A nova Taça, chamada de Taça FIFA, foi esculpida pelo italiano Silvio Gazzaniga e marcou novas transformações no futebol mundial, com a eleição do brasileiro João Havelange, então presidente da CBD, como novo chefe da entidade.

A novidade começava no modo de disputa. Em vez do tradicional sistema de quartas de final, os 8 classificados se dividiriam novamente em dois grupos, cujos vencedores fariam a final. Outro fator interessante para os brasileiros é que essa foi a primeira Copa a ser transmitida totalmente ao vivo e em cores para o país tricampeão do mundo.

O Brasil novamente não teve de disputar as eliminatórias. Seus vizinhos Argentina e Uruguai juntaram-se ao Chile e foram os representates da América do Sul, enquanto que o Haiti protagonizou uma incrível surpresa ao derrotar o México, conquistando a vaga. O Zaire ficou com a vaga africana e a Austrália derrotou a Coréia do Sul para garantir a vaga disputada entre Oceania e Ásia.

Na Europa, algumas surpresas: a Inglaterra foi eliminada pela Polônia, Portugal pela Bulgária e a Espanha pela Iugoslávia. A Alemanha Oriental classificou-se pela primeira vez, justamente para a Copa que queria ajudar a sediar, mas não houve acordo. Após anos de brigas desde a separação que ocorreu depois da Segunda Guerra, uma trégua permitiu que os `orientais` acompanhassem os jogos e entrassem na Alemanha Ocidental. A surpresa foi enorme quando, no sorteio das chaves, ambas as seleções caíram no mesmo grupo. Um encontro tenso e aguardado estava marcado.

A preparação do Brasil para a Copa de 74 foi tensa. Carlos Alberto, Pelé, Tostão e Gérson haviam se aposentado e Jairzinho e Rivelino tomaram a frente de uma seleção que mesclava velhos craques com jovens talentos. Os resultados não agradaram e a seleção chegou desacreditada.

A Copa de 74 inaugurou uma tradição que foi abolida na última Copa, exatamente na Alemanha: o campeão passou a fazer o jogo de abertura. Coube ao Brasil estrear essa honra, porém o resultado foi decepcionante: 0 a 0 contra a Iugoslávia. Até a Copa de 2002, a última em que o jogo de abertura foi dessa forma, apenas a Alemanha em 94 e o Brasil em 98 venceram seus jogos. Mas zebras à parte, o Brasil também não saiu do zero em sua segunda partida, contra a Escócia, resultado do futebol defensivo adotado por Zagallo.

Apenas na terceira e última rodada da primeira fase, precisando desesperadamente de uma vitória por 3 a 0 para não depender do resultado do jogo entre Iugoslávia e Escócia para se classificar, o Brasil foi para o ataque contra a frágil seleção do Zaire e venceu exatamente por 3 a 0, com gols de Jairzinho, Rivelino e Valdomiro, este a 11 minutos do fim. No sufoco, o Brasil passava para a próxima fase em segundo, atrás dos iugoslavos.

Nos outros grupos, a Alemanha Ocidental perdeu para a Alemanha Oriental num jogo muito esperado, ficando em segundo lugar, atrás dos orientais. Na época, rumores davam conta de que os alemães ocidentais perderam o jogo para escapar do grupo da Holanda na próxima fase, que àquela altura já era considerava favorita ao título.

E por falar na Holanda, apesar do empate em 0 a 0 com a Suécia, o time do técnico Rinus Michels fez história na Alemanha. Com um futebol envolvente chamado pelo técnico de futebol total, os holandeses ganharam os apelidos de "carrossel holandês", já que nenhum jogador possuía posição fixa no campo, e "laranja mecânica", pela facilidade com que os envolventes ataques estraçalhavam as zagas adversárias. Foi assim contra o Uruguai na estréia (vitória por 2 a 0) e contra a Bulgária (4 a 1). Os holandeses assumiam o posto de principais favoritos ao título.

Finalizando, no grupo 4 a Itália deu vexame e foi eliminada ainda na primeira fase. Após vencer a fraca seleção haitiana na estréia por 3 a 1, empatou com a Argentina em um gol e perdeu para a Polônia, voltando para casa mais cedo. Os poloneses tinham um time forte, cujo expoente era o atacante Lato, que se tornaria artilheiro da Copa, e venceram as três partidas da primeira fase, incluindo a goleada de 7 a 0 sobre o Haiti.

Ficariam, então, assim definidos os grupos da segunda fase: no grupo A, Brasil, Alemanha Oriental, Holanda e Argentina; no grupo B, Alemanha, Polônia, Suécia e Iugoslávia. Os times jogariam entre si e os vencedores fariam a final.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

O que falta?


Vasco não vence Flamengo em jogos decisivos desde 2001

20 de maio de 2001. Com gols de Viola e Juninho Paulista, o Vasco vencia o Flamengo por 2 a 1 e saía na frente da decisão do Estadual daquele ano. O resultado final é conhecido: no segundo jogo, Petkovic marca de falta, aos 43 da segunda etapa, o gol do tricampeonato consecutivo do Fla sobre o maior rival.

Aquele gol de Pet, talvez o mais famoso da história do clássico dos milhões, marca também o início de um tabu que completará dez anos em 2011: aquele 20 de maio foi a última partida decisiva entre Vasco e Flamengo com vitória cruzmaltina (como eles somente se enfrentam no Brasileirão deste ano, não haverá outra partida decisiva em 2010).

De lá para cá, foram nove jogos valendo título ou classificação, com um empate e oito vitórias flamenguistas: a segunda partida da final de 2001, as semifinais das Taças Guanabara de 2004, 2007 e 2008, as finais do Estadual de 2004, as finais da Copa do Brasil de 2006 e agora a semifinal da Taça Rio de 2010.

Curiosamente, no mesmo período outros 26 jogos foram realizados, e aí os números mudam: 13 vitórias vascaínas, 8 flamenguistas e 5 empates, em partidas válidas por Campeonato Carioca, Brasileirão e uma pelo Rio-São Paulo de 2002 – todas durante os turnos de pontos corridos. Não raro, em um mesmo campeonato o Vasco vencia as partidas durante os turnos mas, na hora decisiva, era derrotado: o exemplo clássico foi 2004, em que o Vasco venceu por 2 a 1 o jogo da Taça Rio, mas perdeu a semifinal da Taça Guanabara e as duas partidas da finalíssima.

Se levarmos em conta que a vitória em 2001 não valeu título – foi apenas a primeira partida da decisão – o jejum aumenta para 22 anos. O gol de Cocada na final do Estadual de 1988 foi o último título vascaíno conquistado sobre o rival. Em outras três ocasiões, o Flamengo foi vice, mas não houve decisão: em 1992 e 1998, o Vasco foi campeão antecipado ao conquistar os dois turnos e, em 1994, houve um quadrangular final.

O que acontece com o Vasco? Seria uma crise de identidade do clube, vítima da fila de títulos à qual se submeteu devido às más administrações? Ou meramente um problema psicológico, fruto da cobrança e expectativa excessivas de torcida e imprensa a cada jogo decisivo contra o maior rival? Na partida de ontem, pode-se culpar a arbitragem, mas o fato é que, por mais que tenha dominado todo o primeiro tempo, não conseguiu marcar quando as chances se apresentaram.

Descobrir o que falta para o time conseguir finalmente derrotar o maior rival em uma partida decisiva pode ser a chave, também, para se redescobrir o rumo das glórias de um grande que, a cada dia, se apequena mais.

Confira a relação de jogos decisivos entre Vasco e Flamengo, desde 2001:

Estadual

22/02/01 – Final Taça Guanabara: Flamengo 2x1 Vasco
20/05/01 – 1ª final Estadual: Flamengo 1x2 Vasco
27/05/01 – 2ª final Estadual: Vasco 1x3 Flamengo
15/02/04 – Semifinal Taça Guanabara: Vasco 0x2 Flamengo
11/04/04 – 1ª final Estadual: Flamengo 2x1 Vasco
18/04/04 – 2ª final Estadual: Vasco 1x3 Flamengo
25/02/07 – Semifinal Taça Guanabara: Vasco 1x1 Flamengo (nos pênaltis, 1x3)
17/02/08 – Semifinal Taça Guanabara: Flamengo 2x1 Vasco
11/04/10 – Semifinal Taça Rio: Flamengo 2x1 Vasco

Copa do Brasil

19/07/06 – 1ª final: Flamengo 2x0 Vasco
26/07/06 – 2ª final: Vasco 0x1 Flamengo

Confira a relação de jogos normais entre Vasco e Flamengo, desde 2001:

Estadual

13/05/01 – Flamengo 0x0 Vasco
25/03/02 – Flamengo 0x1 Vasco
26/05/02 – Vasco 0x0 Flamengo
01/03/03 – Vasco 1x1 Flamengo
21/03/04 – Vasco 2x1 Flamengo
20/03/05 – Vasco 2x2 Flamengo
19/03/06 – Flamengo 1x2 Vasco
25/03/07 – Vasco 3x0 Flamengo
06/04/08 – Vasco 2x2 Flamengo
22/03/09 – Vasco 2x0 Flamengo
14/03/10 – Flamengo 1x0 Vasco

Torneio Rio-São Paulo

10/03/02 – Vasco 3x1 Flamengo

Brasileirão

06/10/01 – Vasco 5x1 Flamengo
16/10/02 – Vasco 2x1 Flamengo
15/06/03 – Vasco 1x2 Flamengo
12/10/03 – Flamengo 2x1 Vasco
10/07/04 – Flamengo 0x1 Vasco
24/10/04 – Vasco 1x0 Flamengo
17/07/05 – Flamengo 1x0 Vasco
22/10/05 – Vasco 2x1 Flamengo
16/07/06 – Flamengo 0x1 Vasco
26/10/06 – Vasco 3x1 Flamengo
16/09/07 – Flamengo 1x1 Vasco
18/10/07 – Vasco 1x2 Flamengo
13/07/08 – Flamengo 3x1 Vasco
19/10/08 – Vasco 0x1 Flamengo

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Grandes técnicos das Copas - Zagallo


Zagallo tem a honra de possuir mais títulos de Copas do Mundo do que qualquer pessoa na terra: ao total, foram quatro, duas como jogador, uma como treinador e uma como diretor técnico. Apesar disso, recebia duras críticas quando no comando da seleção brasileira, críticas que eram sempre silenciadas com resultados.

Atualmente conhecido como um técnico renomado, Zagallo começou no futebol como jogador. No início da década de 50, defendia o América do Rio ainda sob a bandeira do amadorismo. Transferido para o Flamengo, brilhou na ponta esquerda, compensando a pouca força física com extremo talento e habilidade. Além disso, sempre voltava para ajudar o time na marcação, atitude incomum na época. Em 53, foi para o Botafogo e passou a ser figura constante nas concovações da seleção brasileira.

Foi na Copa de 58 que o mundo conheceu Zagallo e seus companheiros de equipe. Surpreendendo a todos, Zagallo defendia e atacava com maestria numa época onde só existiam jogadores exclusivamente defensivos ou ofensivos. Juntamente com Pelé, Vavá e Garrincha, ele furou o bloqueio sueco e conquistou a primeira Taça Jules Rimet para o Brasil. Em 62, no Chile, ele já havia deixado um pouco de lado suas características defensivas para ser um verdadeiro ponta esquerda. Sua importância cresceu ainda mais quando Pelé se machucou e toda a responsabilidade caiu em seus ombros e nos de Garrincha. Felizmente, ambos deram conta do recado e o Brasil conquistou o bicampeonato.

Zagallo encerrou sua carreira em 64, mas dois anos depois já atuava como técnico. E foi do lado de fora das quatro linhas que ele demonstrou toda a sua paixão pelo futebol e todo seu conhecimento tático que já possuía quando jogador. Seu primeiro clube foi o Botafogo e lá conquistou dois campeonatos cariocas. Às vésperas da Copa de 70, o técnico da seleção brasileira João Saldanha brigou com a CBF, que queria impôr a convocação de alguns jogadores exigidos pelo regime militar vigente na época, e abandonou o escrete canarinho. Coube a Zagallo a tarefa de reerguer o ânimo de um grupo cabisbaixo pela derrota humilhante na Copa de 66 e pelos maus resultados nas eliminatórias.

Já de cara, Zagallo tirou Edu, ponta-esquerda titular com Saldanha, e escalou Tostão, que não era bem um ponta, jogava de centro-avante no Cruzeiro. Abençoado com uma geração de craques, Zagallo viu sua mudança dar resultado, bem como tudo o mais deu certo: com um futebol show, arte, o Brasil faturou a Taça Jules Rimet pela terceira vez, de forma definitiva. Aquele time com quatro camisas 10 em seus clubes - Pelé, Tostão, Gérson e Rivellino - nunca será esquecido. E nem seu treinador.

Após a Copa, Zagallo deixou o comando da seleção e dirigiu Flamengo e Fluminense. Em uma aventura pelo Oriente Médio, conseguiu a façanha de classificar os Emirados Árabes Unidos para a Copa de 90, na Itália. Quatro anos depois, compartilhou toda sua experiência com Carlos Alberto Parreira na Copa dos Estados Unidos. Mais uma vez, a presença do Velho Lobo foi fundamental e trouxe sorte à seleção, que conquistou seu quarto título após 24 anos: exatamente o tempo que Zagallo ficou fora da seleção. Após o triunfo, assumiu mais uma vez o comando do escrete canarinho.

Muito criticado, conquistou a Copa América de 97 na Bolívia, a primeira do Brasil fora do país e esbravejou, desabafando, a famosa frase "vocês vão ter que me engolir". Na Copa de 98, sua superstição com o número 13 foi levada às últimas conseqüências e, apesar de ser extremamente criticado, chegou à final. Infelizmente, dessa vez o Velho Lobo não teve sorte e oBrasil perdeu para a anfitriã França após um episódio mal explicado com Ronaldo.

Após a Copa, Zagallo saiu da seleção e treinou a Portuguesa e o Flamengo, conquistando mais um campeonato carioca. Uma estátua de bronze representando sua figura foi erguida na frente do Maracanã, o estádio em cujo gramado Zagallo desfilou tantas vezes seu belo futebol. Para ele, o trunfo brasileiro é não ter se rendido ao futebol força como na Europa, onde a imponência física é mais importante que a habilidade e o talento. Aos 74 anos, após passar por uma cirurgia, o Velho Lobo segue firme como coordenador técnico da seleção brasileira que busca o hexa em 2006.

Nome: Mário Jorge Lobo Zagallo
Data de nascimento: 09/07/1931

CARREIRA

Como jogador
1946 a 1950: América
1951 a 1957: Flamengo
1958 a 1965: Botafogo
37 jogos pela seleção, 4 gols

Como treinador
1966 a 1970: Botafogo
1970: Seleção brasileira
1971 e 1972: Fluminense
1972 e 1973: Flamengo
1978 a 1979: Botafogo
1979: Al Hilal (KSA)
1980: Al Nasr (KSA)
1980 a 1981: Vasco de Gama
1984 a 1985: Flamengo
1986 a 1987: Botafogo
1988 a 1989: Bangu
1990 a 1991: Vasco de Gama
1995 a 1998: Seleção brasileira
2000: Portuguesa
2000 a 2001: Flamengo

Títulos:
10 campeonatos cariocas (6 como jogador, 4 como técnico)
4 Copas do Mundo

quarta-feira, 7 de abril de 2010

O fim da hegemonia?


Pela primeira vez em sete anos, não há um clube inglês na semifinal da Champions League

Lembra-se da temporada 2002/03 da Liga dos Campeões da Europa? O Milan de Dida derrotou a Juventus nos pênaltis na decisão, após eliminarem Real Madrid e Internazionale nas semifinais.

Aquela foi a última temporada em que não houve ao menos um clube inglês na semifinal do maior campeonato de futebol do mundo - sim, maior até que a Copa do Mundo, principalmente pelo nível técnico apresentado.

Naquela temporada, o Manchester United foi o inglês a chegar mais longe, sendo eliminado pelo Real Madrid após derrota por 3 a 1 no Santiago Bernabéu e vitória por 4 a 3 no Old Trafford - circunstâncias semelhantes às da eliminação desta quarta, assim como foram semelhantes as doses de heroísmo deste Bayern de Munique às daquele Manchester campeão europeu em 1999. Vingança tardia, mas finalmente saboreada.

De 2002/03 para cá, o Chelsea caiu na semifinal diante do Mônaco em 2003/04; Liverpool e Chelsea se enfrentaram nas semis de 2004/05, com os Reds avançando para o título diante do Milan; o azarão Arsenal eliminou o surpreendente Villareal em 2005/06, para ser derrotado pelo Barcelona de Ronaldinho Gaúcho.

A hegemonia consolidou-se a partir de 2006/07: naquele ano, Chelsea, Liverpool e Manchester United chegaram às semifinais - então apenas a segunda vez na história que três times do mesmo país conseguiam o feito; em 2007/08, os mesmos três repetiram a escrita, desta vez sem intrusos na final e com vitória do Manchester; e no ano passado, o Arsenal substituiu o Liverpool no trio de semifinalistas, que ao final acabaram sucumbindo à qualidade técnica de Messi e seu Barcelona mágico.

O golaço de Robben em Manchester marca não apenas a volta do Bayern de Munique às semifinais de competições europeias após nove anos (na última vez em que chegou, em 2000/01, foi campeão), mas também coloca um ponto de interrogação sobre a pouco questionada hegemonia dos clubes ingleses nos últimos anos. Com estruturas administrativas mais modernas, bastante diferentes daquelas de seus rivais espanhois e italianos, os ingleses transformaram a Premier League na NBA do futebol e pareceram bastante à frente de seus adversários - e por um bom tempo.

Entretanto, a primeira semifinal de UCL com clubes de quatro países diferentes desde 2003/04 mostra que, apesar do poder econômico, os ingleses perderam sim um pouco de sua força nesta temporada - basta ver, com a falência do Portsmouth e as severas críticas dos torcedores aos proprietários de Manchester, Chelsea e Liverpool, que o modelo de administração talvez não seja tão perfeito assim.

Obviamente, a queda do Manchester tem muito a ver com a expulsão de Rafael e a lesão de Rooney, da mesma forma que os problemas de formação de elenco para a temporada afastaram o Liverpool da disputa e a queda de produção de Drogba em 2010 - um pouco fruto da cirurgia que o marfinense teima em adiar - limou as chances de avanço do Chelsea. Também, a forma como o Arsenal foi derrotado lembra - de maneira horrível para os torcedores dos Gunners - que os outros times têm, sim, MUITAS qualidades.

Ainda assim, serve de alerta para os ingleses o fato de que, apesar de tantas participações e tamanha hegemonia, eles tenham vencido apenas um dos últimos quatro títulos. Porque se eles se julgavam superiores nos primórdios do futebol e, ao demorar para se perceberem iguais aos outros, acabaram ficando para trás, o mesmo pode acontecer de novo, agora com os clubes.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Estádios Clássicos - San Siro / Giuseppe Meazza


O San Siro - ou Giuseppe Meazza, como queiram - é um templo do futebol digno de orgulho tanto para os Nerazzuri da Internazionale como para os Rossoneri do Milan. Não é exagero chamá-lo de um símbolo para os amantes do futebol de todo o mundo, da mesma maneira que o La Scala e o Il Duomo ressoam para os milaneses amantes da música. Situado na zona oeste da cidade e com uma capacidade de 85.700 espectadores, suas íngrimes rampas de acesso e os três andares de arquibancada fazem cada centímetro parecer com uma fortaleza intransponível.

Tamanha é a sua grandeza que o San Siro já sediou jogos de duas Copas do Mundo diferentes: as de 1934 e 1990, ambas oferecendo encontros históricos nos maiores momentos do futebol. A estrutura original foi construída no modelo inglês, com quadro arquibancadas separadas e capacidade para apenas 35 mil pessoas. No outono de 1926, a primeira partida foi realizada, naturalmente um clássico milanês, o qual a Inter venceu por 6 a 3, feito que se orgulha até hoje.

O primeiro jogo da seleção foi em 20 de fevereiro de 1927, quando a Squadra Azzurra emapatou em 2 a 2 com a então forte Tchecoslováquia. Entretanto, o verdadeiro batismo foi sete anos depois, na segunda edição da Copa do Mundo. O estádio recebeu três partidas, todas emocionantes: a primeira, uma vitória da Suíça por 3 a 2 sobre a Holanda; depois, a partida das quartas-de-final entre Alemanha e Suécia, com os alemães vencendo por 2 a 1.

Mas foi em 3 de junho de 1934 que o estádio ganhou seu lugar no coração dos tifosi italianos. O clima era eletrizante antes da semifinal entre Itália e Áustria, considerada por muitos a melhor seleção do Mundial. Um gol de Enrico Guaita logo aos 10 minutos foi suficiente para eliminar o fantasma austríaco e garantir a vaga na final, embora os jogadores da Áustria tenham reclamado muito de um pênalti não marcado. O craque e artilheiro do time Giuseppe Meazza e seus companheiros venceram a Tchecoslováquia por 2 a 1 em Roma e levantaram o troféu Jules Rimet pela primeira vez.

Em um país onde o cristianismo tem raízes muito fortes e as tradições familiares permanecem, os milaneses nascem já vestindo as cores do time de seus pais. E assim como isso é verdade para os fãs, a história dos próprios clubes foi moldada por laços familiares inquebráveis. Cesare Maldini e seu filho Paolo deixaram marcas inegáveis no Milan. Do outro lado da cerca, Massimo Moratti vem tentando nos últimos anos reviver as glórias que seu pai Ângelo alcançou na presidência do clube na década de 60, quando a Inter ganhou suas duas Copas Européias, em 64 e 65, três a menos que o arqui-rival Milan. Embora Moratti Junior tenha passado a presidência da Inter para Giacinto Facchetti em 2004, ele ainda é dono do clube.

Em quase um século de rivalidade, só um homem chegou perto de atravessar o precipício: tendo passado os melhores anos de sua carreira na Inter, o craque Giuseppe Meazza vestiu a camisa rubro-negra e defendeu o Milan por uma temporada. Após sua morte, ambos os clubes entraram num acordo e decidiram renomear o estádio em sua homenagem, e desde 3 de março de 1980, é oficialmente conhecido como Giuseppe Meazza. Entretanto, para os torcedores mais supersticiosos, será sempre o San Siro.

A Alemanha Ocidental construiu boa parte de sua campanha vitoriosa na Copa de 90 no San Siro. Com três estrelas da Inter em seu time (Andreas Brehme, Lothar Matthäus e Jürgen Klinsmann), a torcida local deu ao time notável apoio. E das seis partidas sediadas em Milão, os alemães estiveram presentes em cinco. Foi ali que os futuros campeões derrotaram a Iugoslavia por 4 a 1, os Emirados Árabes Unidos por 5 a 1, empataram com a Colômbia em 1 a 1, venceram os rivais holandeses por 2 a 1 e a Tchecoslováquia por 1 a 0. Mas foi no jogo de abertura da Copa que o San Siro ofereceu ao mundo um espetáculo inesquecível. A Argentina, atual campeã, abriria o Mundial contra Camarões, que muitos apostavam que faria apenas figuração. Entretanto o que se viu foi a vitória camaronesa com o gol de Omam-Biyik. Os poucos torcedores camaroneses presentes vibraram como loucos no que é, até hoje, o jogo mais lembrado da história do San Siro.

Desde muito tempo, horas de tifosi entusiasmados rumam para o estádio a cada rodada do campeonato italiano para torcer ou pelo Milan, ou pela Inter. Do derby inicial em 1926 até hoje, o San Siro já abrigou 250 jogos, um dos quais, recentemente, fez a Inter amargar sua pior derrota para o arqui-rival. Em 21 de maio de 2001, o time do técnico Marco Tardelli sofreu uma humilhante derrota por 6 a 0. Mas a torcida e, principalmente, esse estádio, sabem que essa rivalidade ainda vai durar por muitos e muitos anos.

Nome: Estádio Giuseppe Meazza (San Siro)
Local: Milão, Itália
Capacidade: 85.700
Inauguração: 19/09/1926

Sediou 3 jogos da Copa de 34 e mais 6 jogos da Copa de 90, além da Eurocopa de 1980.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Paulistão: quem se classifica para a semifinal?

JustificarO Paulistão chega à sua última rodada com uma pitada de emoção maior que nos últimos anos, pelo fato de dois dos grandes ainda buscarem a classificação. O curioso é que eles são exatamente Corinthians e São Paulo, que no início da temporada priorizaram a Libertadores, promovendo rodízios de jogadores nas partidas do Estadual, e encaram a classificação à semifinal como exigência, tanto para acalmar a torcida quanto para encontrarem o time ideal para a competição sul-americana, já que ambos ainda estão devendo em futebol.

Veja do que cada time precisa para se classificar:

Grêmio Prudente – Tem a situação teoricamente mais confortável dos quatro, pois joga em casa diante do São Caetano e precisa de uma vitória simples para se classificar. Caso Corinthians e Portuguesa não vençam, até mesmo uma derrota garante a equipe de Toninho Cecílio nas semifinais. O Grêmio vem de quatro vitórias consecutivas (contra Corinthians e Portuguesa, adversários diretos) e tem pela frente um São Caetano praticamente garantido nas semifinais do Interior, mas sem muita inspiração como visitante.

São Paulo – Apesar de entrar na última rodada na zona de classificação, tem o adversário mais difícil dos quatro: pega o já classificado Santo André, como visitante. A partida, entretanto, será em Piracicaba a pedido do mandante, o que pode favorecer o Tricolor – ainda que, mesmo que o jogo fosse no ABC, o São Paulo teria maioria da torcida. A dúvida é se o Santo André entrará com os titulares ou não, o que pode influenciar diretamente na dificuldade encontrada pelo time de Ricardo Gomes. Outra questão é se o treinador manterá a equipe que goleou o Botafogo, deixando Washington no banco e mantendo Marlos no meio – em suas entrevistas pós-jogo, afirmou que a formação usada neste domingo é opção, e não solução. Caso chova em Piracicaba, o campo pesado pode exigir uma referência na área.

Corinthians – Segundo sites de matemática, o Corinthians tem até mais chances de classificação que o São Paulo, mesmo tendo chegado à última rodada na quinta colocação. Isto porque joga em casa diante do Rio Claro, que briga para não cair. O Timão precisa vencer, já que um empate significaria os mesmos 33 pontos do São Paulo, mas perderia nos critérios de desempate. Dentinho estará de volta à equipe, mas Chicão, Ralf e Jorge Henrique estão suspensos. Ronaldo deverá ir para o sacrifício, emplacando sua quinta partida consecutiva – algo que não fez ainda nesta temporada.

Portuguesa – A situação da Lusa é a mais improvável. Para se classificar, precisa vencer o Ituano (que ainda briga contra o rebaixamento) no Canindé e torcer por tropeços de dois dos três concorrentes – empates de Corinthians e São Paulo já servem. A classificação pode até vir na terceira posição, caso o Grêmio Prudente perca – aí, a Portuguesa ficaria na frente pelo saldo de gols. Para o jogo decisivo, Benazzi não contará com Glauber e Marcos Paulo, suspensos. O capitão Marco Antônio, que voltou a sentir dores no pé, é dúvida, e Domingos, suspenso diante do Rio Branco, volta à zaga.

Palpite do blog: Classificam-se Grêmio Prudente e Corinthians.


REBAIXAMENTO

Sertãozinho, Rio Branco e Monte Azul, três clubes que subiram no ano passado, já estão de volta à Série A-2. Na última rodada, cinco equipes lutam para fugir da última vaga: o Paulista, com 17 pontos, é o mais ameaçado e virtual rebaixado – recebe um desanimado Palmeiras, e precisa vencer, além de torcer para derrota de um de seus concorrentes, ou empates de Ituano ou Mirassol.

Caso o Galo consiga a vitória, as atenções recaem sobre Rio Claro e Ituano, ambos com 19 pontos e que jogam fora de casa respectivamente contra Corinthians e Portuguesa, que ainda sonham com a vaga na semifinal. Mirassol e Bragantino se enfrentam, e um empate ou vitória do Mirassol garantem os dois na elite no ano que vem. Para o Braga cair, só mesmo um desastre: derrota para o Mirassol e vitórias de Rio Claro, Ituano e Paulista.

Palpite do blog: Cai o Paulista


TROFÉU DO INTERIOR

A conta do Troféu do Interior é mais complicada, por envolver também o Grêmio Prudente, ainda na briga pela semifinal. Garantidos, o Botafogo, que recebe o já rebaixado Monte Azul, e o São Caetano, que visita o Prudente. Sobram mais duas vagas: Mogi Mirim e Ponte Preta se enfrentam por uma dessas vagas, e o Oeste recebe o rebaixado Rio Branco de olho nos resultados da rodada – até mesmo o Bragantino poderia se classificar, caso vença sua partida, a Ponte derrote o Mogi e o Oeste perca para o Rio Branco. Caso o Prudente fique de fora das semifinais do campeonato, sobraria apenas uma vaga, que ficaria entre Ponte e Oeste.

Palpite do blog: Classificam-se Botafogo, São Caetano, Mogi Mirim, Ponte Preta e Oeste

domingo, 4 de abril de 2010

História das Copas - México 1970 (parte II)

Quartas-de-final

O jogo contra o Peru, embora encarado com certa tranqüilidade por alguns jogadores devido à fragilidade do adversário, era considerado de vida ou morte por outros, pois o técnico peruano, Didi, havia tecido críticas ao estilo de jogo brasileiro.

Entretanto, a partida em si não foi nem um pouco tensa. Logo aos 15 minutos, Rivelino e Tostão já havia aberto 2 a 0 no placar. O Brasil passou então a administrar o resultado. Os peruanos diminuíram mas Tostão marcou de novo; Cubillas conseguiu fazer o seu, mas Jairzinho fechou a contagem em 4 a 2 e o Brasil passava às semifinais sem dificuldades.

Nos outros jogos, o México saiu na frente mas não agüentou a pressão italiana, cujo ataque finalmente desencantou e marcou quatro. Uruguai e União Soviética fizeram um jogo medíocre, com os uruguaios marcando o único gol da partida já no final da prorrogação. Totalmente diferente foi o confronto entre Inglaterra e Alemanha. Os alemães não haviam digerido ainda a derrota para os ingleses na final da Copa de 66 e foram atrás da vingança.

Sob um sol escaldante, a Inglaterra abriu 2 a 0 no início da segunda etapa com Mullery e Peters, reforçando o discurso que haviam apresentado até então de que estavam apenas esperando o adversário da final. Entretanto, os alemães não estavam entregues. Beckenbauer diminuiu e Uwe Seeler empatou a nove minutos do fim. Novamente, como há quatro anos, haveria prorrogação. E foi na prorrogação que a história mudou, com Müller fazendo o gol da vitória dos alemães. A ausência de Gordon Banks, que sofrera uma intoxicação alimentar na véspera da partida, foi muito sentida pelos ingleses. Pela primeira vez na história das Copas, as semifinais apresentavam apenas seleções que já haviam conquistado a taça.

Semifinais

O Brasil venceu o Uruguai por 3 a 1, mas o jogo foi muito mais apertado do que o placar. Cubilla abriu o placar aos 19 minutos do primeiro tempo, com a ajuda de Félix: o atacante chutou torto mas pegou o goleiro no contrapé e a bola entrou. Os uruguaios montaram então uma fortíssima retranca, a qual os brasileiros tinham dificuldade em furar. Clodoaldo empatou já no fim da primeira etapa, tranqüilizando os brasileiros.

No segundo tempo, o Brasil foi subindo de produção até que Jairzinho virou aos 31 e Rivelino deu números finais ao placar aos 44. Nesse jogo, uma cena histórica: Pelé é lançado e, com uma de corpo genial, passa pelo goleiro Mazurkiewicz por um lado enquanto a bola vai pelo outro. Pelé corre então atrás da bola, chuta e ela, caprichosamente, sai rente à trave, para alívio do zagueiro Ancheta, que correi desesperadamente para evitar o gol. Mas o Brasil já estava classificado para a terceira final em quatro Copas.

A semifinal entre Itália e Alemanha foi tão sensacional que é considerada por muitos (principalmente na Europa, nem tanto no Brasil) como a melhor partida da história das Copas, o duelo de campeões foi recheado de momentos de emoção. Enquanto que, na primeira fase, os alemães possuíam uma campanha exemplar, com vitórias incontestáveis, a Azzurra havia se arrastado para chegar às quartas. Aí os papéis se inverteram, com a Itália goleando o México e a Alemanha sofrendo para vencer a Inglaterra. Mas vamos ao jogo.

A Itália abriu o placar aos 7 minutos num chute de Bonisegna se trancou na defesa esperando a Alemanha que, por sua vez, temia o contra-ataque. Beckenbauer comandava todas as ações mas os alemães não conseguiam furar o bloqueio italiano. Foi só aos 44 minutos do segundo tempo que Schnellinger empatou, aproveitando um cruzamento da esquerda. Na prorrogação, um show de futebol.

Aos 4 minutos, Müller vira; aos 8, Burgnich empata; Riva dá novamente a liderança à Itália aos 13; Müller empata aos 4 do segundo tempo e, no minuto seguinte, Rivera recebe passe de Bonisegna, que fez grande jogada, e deu números finais ao placar: 4 a 3. Beckenbauer disputou metade do segundo tempo e a prorrogação inteira com o braço atado junto ao corpo, após uma queda. Toda a garra alemã não foi suficiente para vencer esta que foi uma das partidas mais memoráveis da história das Copas.

A final

"Noventa milhões em ação, pra frente Brasil do meu coração". Essa era a música que embalava a torcida brasileira durante a Copa do Mundo, e ela nunca esteve tão certa como naquele 21 de junho de 1970. O mundo parou para acompanhar a final de Copa do Mundo que daria ao vencedor o direito de posse definitiva da Taça Jules Rimet. Quem saísse tricampeão do Estádio Azteca ficaria para sempre com aquele troféu.

O Brasil, com Félix, Brito, Piazza, Everaldo e Carlos Alberto; Clodoaldo, Gerson, Rivelino e Pelé; Tostão e Jairzinho entrou em campo diante de 107 mil espectadores para enfrentar a Itália, que havia vencido a Alemanha em uma semnifinal espetacular. Ainda no primeiro tempo, Pelé abriu o placar de cabeça. Uma falha de Clodoaldo provocou uma sucessão de erros da defesa, deixando a bola livre nos pés do italiano Boninsegna que completou para o gol vazio.

A superioridade do Brasil era evidente e, no segundo tempo, os gols foram surgindo. Gerson fez dois a um aos 20 minutos num chute forte cruzado ameia altura, colocado no canto esquerdo do goleiro Albertosi. Aos 32, Gerson fez um lançamento preciso do meio de campo, colocando a bola na cabeça de Pelé, dentro da área. Pelé tocou para a finalização atabalhoada de Jairzinho. Jair passaria para a história das Copas por ter marcado em todos os jogos do Brasil no torneio. Para completar a festa brasileira, aos 42 minutos, o capitão Carlos Alberto completava para o fundo da rede italiana um passe de Pelé. Os italianos foram derrotados por um dos melhores times de todos os tempos, consagrado por imprensa e torcedores de todo o mundo.

Depois da final, o técnico da equipe da Tchecoeslováquia, que tinha sido muito criticado pela derrota para o Brasil na estréia disse: "Agora o mundo compreende a razão de termos perdido de quatro a um. Ninguém vence esse time do Brasil." Após a festa e a invasão do gramado pela torcida, o capitão Carlos Alberto levantou a taça Jules Rimet que seria levada em definitivo para o Brasil.

IX COPA DO MUNADO - 1970 - MÉXICO
Campeão: Brasil
Vice: Itália
Terceiro: Alemanha
Quarto: Uruguai

Período: de 31 de maio a 21 de junho de 1970
Total de jogos: 32
Gols marcados: 95
Média de gols: 2,97 por partida
Artilheiro: Müller (Alemanha Oc.) - 10 gols
Público total: 1.585.400 pagantes
Média de público: 49.543 pagantes

O Brasil: CAMPEÃO - 6 jogos (6V), 19GP/7GC

jogos: Primeira fase: Brasil 4x1 Tchecoslováquia (Rivelino, jairzinho(2) e Pelé; Petras)
Brasil 1x0 Inglaterra (Jairzinho)
Brasil 3x2 Romênia (Pelé (2) e Jairzinho; Dumitrache e Rembrovsky)