Quartas-de-final
O jogo contra o Peru, embora encarado com certa tranqüilidade por alguns jogadores devido à fragilidade do adversário, era considerado de vida ou morte por outros, pois o técnico peruano, Didi, havia tecido críticas ao estilo de jogo brasileiro.
Entretanto, a partida em si não foi nem um pouco tensa. Logo aos 15 minutos, Rivelino e Tostão já havia aberto 2 a 0 no placar. O Brasil passou então a administrar o resultado. Os peruanos diminuíram mas Tostão marcou de novo; Cubillas conseguiu fazer o seu, mas Jairzinho fechou a contagem em 4 a 2 e o Brasil passava às semifinais sem dificuldades.
Nos outros jogos, o México saiu na frente mas não agüentou a pressão italiana, cujo ataque finalmente desencantou e marcou quatro. Uruguai e União Soviética fizeram um jogo medíocre, com os uruguaios marcando o único gol da partida já no final da prorrogação. Totalmente diferente foi o confronto entre Inglaterra e Alemanha. Os alemães não haviam digerido ainda a derrota para os ingleses na final da Copa de 66 e foram atrás da vingança.
Sob um sol escaldante, a Inglaterra abriu 2 a 0 no início da segunda etapa com Mullery e Peters, reforçando o discurso que haviam apresentado até então de que estavam apenas esperando o adversário da final. Entretanto, os alemães não estavam entregues. Beckenbauer diminuiu e Uwe Seeler empatou a nove minutos do fim. Novamente, como há quatro anos, haveria prorrogação. E foi na prorrogação que a história mudou, com Müller fazendo o gol da vitória dos alemães. A ausência de Gordon Banks, que sofrera uma intoxicação alimentar na véspera da partida, foi muito sentida pelos ingleses. Pela primeira vez na história das Copas, as semifinais apresentavam apenas seleções que já haviam conquistado a taça.
Semifinais
O Brasil venceu o Uruguai por 3 a 1, mas o jogo foi muito mais apertado do que o placar. Cubilla abriu o placar aos 19 minutos do primeiro tempo, com a ajuda de Félix: o atacante chutou torto mas pegou o goleiro no contrapé e a bola entrou. Os uruguaios montaram então uma fortíssima retranca, a qual os brasileiros tinham dificuldade em furar. Clodoaldo empatou já no fim da primeira etapa, tranqüilizando os brasileiros.
No segundo tempo, o Brasil foi subindo de produção até que Jairzinho virou aos 31 e Rivelino deu números finais ao placar aos 44. Nesse jogo, uma cena histórica: Pelé é lançado e, com uma de corpo genial, passa pelo goleiro Mazurkiewicz por um lado enquanto a bola vai pelo outro. Pelé corre então atrás da bola, chuta e ela, caprichosamente, sai rente à trave, para alívio do zagueiro Ancheta, que correi desesperadamente para evitar o gol. Mas o Brasil já estava classificado para a terceira final em quatro Copas.
A semifinal entre Itália e Alemanha foi tão sensacional que é considerada por muitos (principalmente na Europa, nem tanto no Brasil) como a melhor partida da história das Copas, o duelo de campeões foi recheado de momentos de emoção. Enquanto que, na primeira fase, os alemães possuíam uma campanha exemplar, com vitórias incontestáveis, a Azzurra havia se arrastado para chegar às quartas. Aí os papéis se inverteram, com a Itália goleando o México e a Alemanha sofrendo para vencer a Inglaterra. Mas vamos ao jogo.
A Itália abriu o placar aos 7 minutos num chute de Bonisegna se trancou na defesa esperando a Alemanha que, por sua vez, temia o contra-ataque. Beckenbauer comandava todas as ações mas os alemães não conseguiam furar o bloqueio italiano. Foi só aos 44 minutos do segundo tempo que Schnellinger empatou, aproveitando um cruzamento da esquerda. Na prorrogação, um show de futebol.
Aos 4 minutos, Müller vira; aos 8, Burgnich empata; Riva dá novamente a liderança à Itália aos 13; Müller empata aos 4 do segundo tempo e, no minuto seguinte, Rivera recebe passe de Bonisegna, que fez grande jogada, e deu números finais ao placar: 4 a 3. Beckenbauer disputou metade do segundo tempo e a prorrogação inteira com o braço atado junto ao corpo, após uma queda. Toda a garra alemã não foi suficiente para vencer esta que foi uma das partidas mais memoráveis da história das Copas.
A final
"Noventa milhões em ação, pra frente Brasil do meu coração". Essa era a música que embalava a torcida brasileira durante a Copa do Mundo, e ela nunca esteve tão certa como naquele 21 de junho de 1970. O mundo parou para acompanhar a final de Copa do Mundo que daria ao vencedor o direito de posse definitiva da Taça Jules Rimet. Quem saísse tricampeão do Estádio Azteca ficaria para sempre com aquele troféu.
O Brasil, com Félix, Brito, Piazza, Everaldo e Carlos Alberto; Clodoaldo, Gerson, Rivelino e Pelé; Tostão e Jairzinho entrou em campo diante de 107 mil espectadores para enfrentar a Itália, que havia vencido a Alemanha em uma semnifinal espetacular. Ainda no primeiro tempo, Pelé abriu o placar de cabeça. Uma falha de Clodoaldo provocou uma sucessão de erros da defesa, deixando a bola livre nos pés do italiano Boninsegna que completou para o gol vazio.
A superioridade do Brasil era evidente e, no segundo tempo, os gols foram surgindo. Gerson fez dois a um aos 20 minutos num chute forte cruzado ameia altura, colocado no canto esquerdo do goleiro Albertosi. Aos 32, Gerson fez um lançamento preciso do meio de campo, colocando a bola na cabeça de Pelé, dentro da área. Pelé tocou para a finalização atabalhoada de Jairzinho. Jair passaria para a história das Copas por ter marcado em todos os jogos do Brasil no torneio. Para completar a festa brasileira, aos 42 minutos, o capitão Carlos Alberto completava para o fundo da rede italiana um passe de Pelé. Os italianos foram derrotados por um dos melhores times de todos os tempos, consagrado por imprensa e torcedores de todo o mundo.
Depois da final, o técnico da equipe da Tchecoeslováquia, que tinha sido muito criticado pela derrota para o Brasil na estréia disse: "Agora o mundo compreende a razão de termos perdido de quatro a um. Ninguém vence esse time do Brasil." Após a festa e a invasão do gramado pela torcida, o capitão Carlos Alberto levantou a taça Jules Rimet que seria levada em definitivo para o Brasil.
IX COPA DO MUNADO - 1970 - MÉXICO
Campeão: Brasil
Vice: Itália
Terceiro: Alemanha
Quarto: Uruguai
Período: de 31 de maio a 21 de junho de 1970
Total de jogos: 32
Gols marcados: 95
Média de gols: 2,97 por partida
Artilheiro: Müller (Alemanha Oc.) - 10 gols
Público total: 1.585.400 pagantes
Média de público: 49.543 pagantes
O Brasil: CAMPEÃO - 6 jogos (6V), 19GP/7GC
jogos: Primeira fase: Brasil 4x1 Tchecoslováquia (Rivelino, jairzinho(2) e Pelé; Petras)
Brasil 1x0 Inglaterra (Jairzinho)
Brasil 3x2 Romênia (Pelé (2) e Jairzinho; Dumitrache e Rembrovsky)
O jogo contra o Peru, embora encarado com certa tranqüilidade por alguns jogadores devido à fragilidade do adversário, era considerado de vida ou morte por outros, pois o técnico peruano, Didi, havia tecido críticas ao estilo de jogo brasileiro.
Entretanto, a partida em si não foi nem um pouco tensa. Logo aos 15 minutos, Rivelino e Tostão já havia aberto 2 a 0 no placar. O Brasil passou então a administrar o resultado. Os peruanos diminuíram mas Tostão marcou de novo; Cubillas conseguiu fazer o seu, mas Jairzinho fechou a contagem em 4 a 2 e o Brasil passava às semifinais sem dificuldades.
Nos outros jogos, o México saiu na frente mas não agüentou a pressão italiana, cujo ataque finalmente desencantou e marcou quatro. Uruguai e União Soviética fizeram um jogo medíocre, com os uruguaios marcando o único gol da partida já no final da prorrogação. Totalmente diferente foi o confronto entre Inglaterra e Alemanha. Os alemães não haviam digerido ainda a derrota para os ingleses na final da Copa de 66 e foram atrás da vingança.
Sob um sol escaldante, a Inglaterra abriu 2 a 0 no início da segunda etapa com Mullery e Peters, reforçando o discurso que haviam apresentado até então de que estavam apenas esperando o adversário da final. Entretanto, os alemães não estavam entregues. Beckenbauer diminuiu e Uwe Seeler empatou a nove minutos do fim. Novamente, como há quatro anos, haveria prorrogação. E foi na prorrogação que a história mudou, com Müller fazendo o gol da vitória dos alemães. A ausência de Gordon Banks, que sofrera uma intoxicação alimentar na véspera da partida, foi muito sentida pelos ingleses. Pela primeira vez na história das Copas, as semifinais apresentavam apenas seleções que já haviam conquistado a taça.
Semifinais
O Brasil venceu o Uruguai por 3 a 1, mas o jogo foi muito mais apertado do que o placar. Cubilla abriu o placar aos 19 minutos do primeiro tempo, com a ajuda de Félix: o atacante chutou torto mas pegou o goleiro no contrapé e a bola entrou. Os uruguaios montaram então uma fortíssima retranca, a qual os brasileiros tinham dificuldade em furar. Clodoaldo empatou já no fim da primeira etapa, tranqüilizando os brasileiros.
No segundo tempo, o Brasil foi subindo de produção até que Jairzinho virou aos 31 e Rivelino deu números finais ao placar aos 44. Nesse jogo, uma cena histórica: Pelé é lançado e, com uma de corpo genial, passa pelo goleiro Mazurkiewicz por um lado enquanto a bola vai pelo outro. Pelé corre então atrás da bola, chuta e ela, caprichosamente, sai rente à trave, para alívio do zagueiro Ancheta, que correi desesperadamente para evitar o gol. Mas o Brasil já estava classificado para a terceira final em quatro Copas.
A semifinal entre Itália e Alemanha foi tão sensacional que é considerada por muitos (principalmente na Europa, nem tanto no Brasil) como a melhor partida da história das Copas, o duelo de campeões foi recheado de momentos de emoção. Enquanto que, na primeira fase, os alemães possuíam uma campanha exemplar, com vitórias incontestáveis, a Azzurra havia se arrastado para chegar às quartas. Aí os papéis se inverteram, com a Itália goleando o México e a Alemanha sofrendo para vencer a Inglaterra. Mas vamos ao jogo.
A Itália abriu o placar aos 7 minutos num chute de Bonisegna se trancou na defesa esperando a Alemanha que, por sua vez, temia o contra-ataque. Beckenbauer comandava todas as ações mas os alemães não conseguiam furar o bloqueio italiano. Foi só aos 44 minutos do segundo tempo que Schnellinger empatou, aproveitando um cruzamento da esquerda. Na prorrogação, um show de futebol.
Aos 4 minutos, Müller vira; aos 8, Burgnich empata; Riva dá novamente a liderança à Itália aos 13; Müller empata aos 4 do segundo tempo e, no minuto seguinte, Rivera recebe passe de Bonisegna, que fez grande jogada, e deu números finais ao placar: 4 a 3. Beckenbauer disputou metade do segundo tempo e a prorrogação inteira com o braço atado junto ao corpo, após uma queda. Toda a garra alemã não foi suficiente para vencer esta que foi uma das partidas mais memoráveis da história das Copas.
A final
"Noventa milhões em ação, pra frente Brasil do meu coração". Essa era a música que embalava a torcida brasileira durante a Copa do Mundo, e ela nunca esteve tão certa como naquele 21 de junho de 1970. O mundo parou para acompanhar a final de Copa do Mundo que daria ao vencedor o direito de posse definitiva da Taça Jules Rimet. Quem saísse tricampeão do Estádio Azteca ficaria para sempre com aquele troféu.
O Brasil, com Félix, Brito, Piazza, Everaldo e Carlos Alberto; Clodoaldo, Gerson, Rivelino e Pelé; Tostão e Jairzinho entrou em campo diante de 107 mil espectadores para enfrentar a Itália, que havia vencido a Alemanha em uma semnifinal espetacular. Ainda no primeiro tempo, Pelé abriu o placar de cabeça. Uma falha de Clodoaldo provocou uma sucessão de erros da defesa, deixando a bola livre nos pés do italiano Boninsegna que completou para o gol vazio.
A superioridade do Brasil era evidente e, no segundo tempo, os gols foram surgindo. Gerson fez dois a um aos 20 minutos num chute forte cruzado ameia altura, colocado no canto esquerdo do goleiro Albertosi. Aos 32, Gerson fez um lançamento preciso do meio de campo, colocando a bola na cabeça de Pelé, dentro da área. Pelé tocou para a finalização atabalhoada de Jairzinho. Jair passaria para a história das Copas por ter marcado em todos os jogos do Brasil no torneio. Para completar a festa brasileira, aos 42 minutos, o capitão Carlos Alberto completava para o fundo da rede italiana um passe de Pelé. Os italianos foram derrotados por um dos melhores times de todos os tempos, consagrado por imprensa e torcedores de todo o mundo.
Depois da final, o técnico da equipe da Tchecoeslováquia, que tinha sido muito criticado pela derrota para o Brasil na estréia disse: "Agora o mundo compreende a razão de termos perdido de quatro a um. Ninguém vence esse time do Brasil." Após a festa e a invasão do gramado pela torcida, o capitão Carlos Alberto levantou a taça Jules Rimet que seria levada em definitivo para o Brasil.
IX COPA DO MUNADO - 1970 - MÉXICO
Campeão: Brasil
Vice: Itália
Terceiro: Alemanha
Quarto: Uruguai
Período: de 31 de maio a 21 de junho de 1970
Total de jogos: 32
Gols marcados: 95
Média de gols: 2,97 por partida
Artilheiro: Müller (Alemanha Oc.) - 10 gols
Público total: 1.585.400 pagantes
Média de público: 49.543 pagantes
O Brasil: CAMPEÃO - 6 jogos (6V), 19GP/7GC
jogos: Primeira fase: Brasil 4x1 Tchecoslováquia (Rivelino, jairzinho(2) e Pelé; Petras)
Brasil 1x0 Inglaterra (Jairzinho)
Brasil 3x2 Romênia (Pelé (2) e Jairzinho; Dumitrache e Rembrovsky)
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