sábado, 30 de janeiro de 2010

As torres gêmeas belgas


Vertonghen e Alderweireld formam a jovem e potente dupla de zaga do renascido Ajax

Enaltecer os feitos das décadas de 70 e 90 ao citar a busca do Ajax pela recuperação de seus dias de glória é tão lugar comum quanto elogiar suas categorias de base, tidas como uma das melhores do mundo. O clube que revelou Johan Cruyff e apresentou o encantador e ofensivo futebol da época parece ter de esperar mais um ano para encerrar a seca de títulos internacionais e interromper o reinado do PSV, bem como a ascensão de novos grandes, como Twente e AZ.

Bem a seu estilo, é através do ataque que os Godenzonen destacam-se na atual temporada, com incríveis 55 gols em 19 partidas, gande parte graças à incrível temporada que faz Luís Suarez. O uruguaio de 23 anos tem 18 gols até aqui mesmo atuando como segundo atacante, no suporte a Pantelic, e foi elevado ao posto de capitão quando da chegada de Martin Jol ao clube.

Para fazer companhia a Suarez, foi anunciada na semana passada a contratação de Nicolas Lodeiro, meia destaque do Uruguai no Mundial Sub-20 de 2009 e que chegou a atuar algumas vezes junto ao atacante nas categorias de base do Nacional de Montevidéu, segundo o próprio Suarez. Além disso, o também meia dinamarquês Christian Eriksen, de 17 anos, estreou recentemente entre os profissionais após uma série de performances impressionantes no Jong AFC.

Mas apesar de todo esse poderio ofensivo, o time de Amsterdã aparece em terceiro na Eredivisie, nove pontos atrás do PSV e sete do Twente – se o título parece longe, ao menos a batalha pelo retorno à Liga dos Campeões ainda é travada. E a despeito do que possa parecer, a culpa pela distância dos líderes não recai sobremaneira à defesa. Pelo contrário: é neste setor que residem grandes esperanças para o tão aguardado renascimento dos Ajacieden. Em 19 jogos, foram 16 gols sofridos – a terceira melhor marca da liga, atrás apenas dos primeiros colocados.

O nome é Germinal Beerschot. Não, não se trata de nenhuma marca de fertilizante ou ainda cerveja holandesa, como pode parecer. O clube belga totalmente desconhecido no Brasil parece ser uma fonte dourada de zagueiros, e foi o lugar em que o Ajax, seu parceiro, buscou três nos últimos anos. O primeiro foi Vermaelen, já levado pelo Arsenal e bastante conhecido. Os outros dois são mais jovens e menos famosos, mas receberam nesta temporada a oportunidade de atuarem juntos no miolo de zaga e têm se saído absurdamente bem.

Jan Vertonghen, o mais velho da dupla (tem 22 anos), já é recorrente no time titular há dois anos. Canhoto, atua também na lateral e jogou por um bom tempo como zagueiro pela esquerda na linha de três defensores de Adrie Koster, na temporada 2007/08. participou com sucesso da campanha belga na Olimpíada de Pequim, e no decorrer das Eliminatórias para a Copa de 2010 firmou-se como titular ao lado de Vermaelen na seleção principal.

Do alto de seus 1,89m, Vertonghen tem demonstrado ótimo posicionamento e excelente desempenho no jogo aéreo, características que compartilha com seu companheiro de zaga: Tobias Alderweireld é a bola da vez e, exatamente um ano depois de fazer sua estreia no campeonato holandês (debutou na vitória sobre o NEC por 4 a 2, em 19 de janeiro de 2009), já é titular absoluto desde o início da atual temporada.

Toby, como é conhecido, foi titular da Bélgica na fase final do Europeu Sub-17 de 2006, enquanto Vertonghen disputava os qualificatórios do Sub-21 (com sucesso, pois chegou também à fase decisiva e parou apenas na semifinal, carimbando o passaporte para os Jogos Olímpicos). Assim como seus antecessores no clube holandês, foi buscado em 2004 no Germinal Beerschot, de Antuérpia, aos 15 anos. Por pouco não acabou voltando à terra natal, por dificuldades de adaptação. Destro, Alderweireld também é bom no jogo aéreo apesar de três centímetros mais baixo, de muito vigor físico e bastante seguro para a idade. Também já estreou na seleção principal, tendo sido titular em dois amistosos.

Além deles, vale lembrar que os laterais que completam a linha de zaga também são jovens promissores: Gregory Van der Wiel, no Ajax desde os oito anos, é titular absoluto da lateral direita e, aos 21, tem recebido convocações constantes para a seleção holandesa. E Vurnon Anita, o caçula do quarteto defensivo (faz 21 em abril), é um veloz lateral e meia esquerdo de 1,66m com histórico em todas as equipes de base laranjas.

No primeiro grande desafio destes jogadores, a derrota para o PSV fora de casa por 4 a 3 foi doída. Mas, na sequência, uma goleada por 6 a 0 sobre o NAC Breda – com um belo gol de falta de Vertonghen – e a incrível vitória por 5 a 1 sobre o Feyenoord no Klassieker – com os quatro de titular mostraram o valor da jovem linha defensiva. A chance definitiva de provar o potencial para o final desta temporada e o início da próxima será neste domingo, quando o Ajax visita os maiores rivais em Roterdã. Hora de mostrar que estas torres belgas são, sim, muito resistentes.

* Publicado no Olheiros

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Poderia ser pior?

Anúncio de Alberto Zaccheroni como novo técnico da Juventus escancara crise de identidade do clube

Podem ser vários os sintomas de decadência de um clube. Acúmulo de dívidas, queda no desempenho dentro de campo, desentendimentos entre dirigentes, atrasos de salários e negativas de jogadores de um certo nível em defenderem aquela camisa.

Outro ainda pode ser o erro nas contratações, especialmente de técnicos. E foi esse erro que a diretoria da Juventus cometeu ao anunciar que Alberto Zaccheroni será o substituto de Ciro Ferrara no comando da equipe até o final da temporada.

Um clube tradicionalíssimo, maior campeão italiano, bicampeão europeu e mundial e tricampeão da Copa da Uefa, iniciou sua queda com o escândalo do Calciocaos, e desde o retorno não consegue fazer frente à Inter na Série A e aos principais clubes do continente, como Barcelona e Manchester United, na Liga dos Campeões.

Os erros que cercam a contratação de Zaccheroni não são apenas pelo fato de ele ter trabalhado como técnico pela última vez durante cinco meses da temporada 2006/07, com o Torino. Nem pelo fato de sua única empreitada de sucesso ter sido o scudetto conquistado pelo Milan em 1998/99 (portanto há mais de dez anos), em uma temporada repleta de erros estranhos de arbitragem para os rossoneros.

O problema principal talvez resida no fato de que Zaccheroni é um entusiasta teimoso e irredutível do 3-4-3 - e a Juve simplesmente não tem jogadores para atuar sob esta formação. Não há "pontas", jogadores velozes para atuar pelos lados do campo no trio ofensivo de que ele tanto gosta. Giovinco e Camoranesi até poderiam ocupar o espaço, mas estão machucados - e Camoranesi tem mais funções no meio-campo que apenas atacar. Dentre os atacantes de ofício, Iaquinta seria uma opção, mas da qual se poderia esperar pouco resultado.

A zaga é outro ponto preocupante, já que um trio de defensores exige muito mais atenção e velocidade - característica inexistente em Cannavaro, Legrottaglie e Chiellini. Os papéis de Fabio Grosso, Zebina e De Ceglie, também, ficariam minimizados.

Tudo isso sem falar em Diego. O trequartista não funciona em um 3-4-3 e, a não ser que Zaccheroni invente um antiquado (ao menos sob a ótica europeia) 3-4-1-2, em que o ex-santista atue no mesmo papel que Boban e Leonardo desempenhavam no Milan no final daquela temporada vitoriosa, o brasileiro acabará indo para o banco.

A Juve já mudou muito de formação nesta temporada (iniciou no 4-3-1-2, passou pelo 4-2-3-1 e terminou com Ciro Ferrara no 4-4-1-1), e forçar os jogadores a se adaptarem a um novo esquema - no qual a maioria deles jamais atuou - pode ser ainda mais prejudicial que a manutenção de Ferrara. Afinal, se Zaccheroni falhar em seu único objetivo, de permanecer entre os quatro para garantir uma vaga na Liga dos Campeões, aí sim a Juve poderá iniciar uma espiral descendente sem previsão de inversão.

Alberto Zaccheroni
Nascimento: 1 de abril de 1953, em Meldola
Clubes: Cesenatico (1983-85), Riccione (1985-87), Boca San Lazzaro (1987-88), Baraccia Lugo (1988-90), Venezia (1990-93), Bologna (1993-94), Cosenza (1994-95), Udinese (1995-98), Milan (1998-01), Lazio (2001-02), Inter (2003-04), Torino (2006-07)
Título: 1 Campeonato Italiano (1999)

História das Copas - Brasil 1950 (parte II)


O quadrangular final era tido como mera formalidade para o Brasil, uma vez que todos já davam por certa a conquista do título. Depois de uma semana de descanso, o escrete brasileiro entrava em campo para enfrentar os suecos, que haviam eliminado a fragilizada Itália. Resultado: 7 a 1 para o Brasil, com uma exibição de gala. Dias depois, o adversário seria a forte seleção espanhola. Novamente, uma goleada incontestável: 6 a 1.

A Copa que não teria final acabou tendo: na última rodada, o Brasil precisava apenas de um empate diante do Uruguai, que havia vencido a Suécia e empatado com a Espanha. Ninguém acreditava que o Brasil pudesse perder aquele jogo, ainda mais que a seleção uruguaia não era a mesma da década de vinte, quando recebeu o apelido de celeste olímpica. Eles possuíam, entretanto, uma coisa que faltava aos brasileiros: a experiência de um título de Copa do Mundo.

Nos jornais de domingo, dia do jogo, as manchetes eram iguais: BRASIL, CAMPEÃO DO MUNDO. O clima era de confiança total e era só uma questão de horas para que o grito de campeão pudesse ser solto da garganta. Mas ninguém se lembrou de que do outro lado havia outros onze jogadores que também estavam lutando pelo título. Aproveitando-se desse clima de euforia antecipada, o técnico do Uruguai pegou os jornais cariocas e mostrou a seus jogadores, incentivando-os a darem o melhor de si. O Brasil achava que já era campeão do mundo. Mas não contava com a garra e determinação dos uruguaios, nesse que se tornou o episódio mais triste da história do futebol brasileiro.

E que dia triste foi aquele 16 de julho de 1950. O Maracanã era só festa, recebendo o maior público registrado até hoje em uma partida de futebol: os números oficiais falam em 175 mil pessoas, mas há quem diga que cerca de 200 mil brasileiros choraram naquela tarde.

Todos esperavam um belo espetáculo de futebol e uma boa apresentação, especialmente do craque da Copa, Ademir de Menezes. O que se viu, entretanto, foi um jogo truncado, um Brasil acuado e diferente daquele que todos estavam acostumados. Ainda assim, Friaça abriu o placar aos dois minutos do segundo tempo, para delírio da torcida. O clima de tensão que pairava no ar parecia ter se dissipado: precisando apenas do empate, a vitória parcial já era para todos garantia do título. Nem o gol de empate de Schiaffino, aos 21 minutos, preocupou os brasileiros: a sensação era de que o gol poderia ser feito a qualquer momento, tamanha a displicência com que a seleção jogava.

A torcida já comemorava e bradava "é campeão" quando, aos 34, Ghiggia avançou pela direita, entrou na área e deu um chute cruzado, rasteiro, que quicou no gramado e enganou o goleiro Barbosa, morrendo no fundo das redes. O Brasil calou-se. A única coisa que se ouvia no estádio eram os gritos dos uruguaios, lá no campo, comemorando o gol. A torcida, estarrecida, ficou muda e não apoiou mais o time que, sem reação, não conseguiu produzir mais nada nos dez minutos restantes.

Quando o juiz inglês George Reader apitou o fim do jogo, o que se via eram pessoas chorando nas arquibancadas, muita revolta mas, principalmente, muita tristeza. Esse dia ficou conhecido como o Maracanazzo e o goleiro Barbosa, falecido há poucos anos, carregou o fardo de ter sido considerado o culpado pela derrota brasileira.

E foi assim a final de Copa do Mundo mais triste de todos os tempos.

IV Copa do Mundo - 1950 - Brasil

Campeão: Uruguai
Vice: Brasil
3º lugar: Suécia
4º lugar: Espanha

Período: de 24 de junho a 16 de julho de 1950
Total de jogos: 22
Gols marcados: 88
Média de gols: 4 por partida
Artilheiro: Ademir de Menezes (Brasil) - 9 gols.

O Brasil: Vice campeão - 6 jogos (4V, 1E e 1D), 22GP/6GC
Jogos: Primeira fase: Brasil 4x0 México (Ademir (2), Jair e Baltazar)
Brasil 2 x 2 Suíça (Alfredo e Baltazar/Fatton)
Brasil 2 x 0 Iugoslávia (Ademir e Zizinho)
Fase final: Brasil 7 x 1 Suécia (Ademir (4), Chico (2) e Maneca / Andersson)
Brasil 6 x 1 Espanha (Parra (c), Zizinho, Jair e Chico (3) / Igoa)
Brasil 1 x 2 Uruguai (Friaça / Schiaffino e Ghiggia)

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

10 goleiros mais excêntricos das Copas do Mundo

O jogo de despedida de Higuita aos 43 anos nesta semana - não sem antes protagonizar uma última defesa no melhor estilo escorpião - entristeceu a muitos que passaram a década de 90 rindo de suas peripércias embaixo das traves e de sua vasta cabeleira nas figurinhas das Copas do Mundo. Por isso, trazemos a memória dos dez goleiros mais excêntricos a disputarem uma Copa do Mundo, que você confere a seguir:

1) Rene Higuita (1990)

Quem mais para iniciar nossa lista que o homem, o mito, a lenda? Rene Higuita ficou famoso mundialmente pela lambança nas oitavas-de-final da Copa de 90: durante a prorrogação, recebeu a bola na intermediária como último homem e tentou driblar ninguém menos que Roger Milla. Resultado: gol de Camarões, que venceria por 2 a 1.



Sua carreira foi marcada pelos altos riscos que corria. Ele eventualmente deixava a área para sair driblando com a bola, sendo invariavelmente desarmado, causando pânico na defesa. A defesa do escorpião apareceu pela primeira vez em 1995, num amistoso com a Inglaterra em Wembley, defendendo um chute de Jamie Redknapp.

2) José Luiz Chilavert (1998 e 2002)

A década de 90 foi prodigiosa em goleiros excêntricos, e a prova disso foi Chilavert. Herói do Velez Sarsfield, marcou 56 gols no total, sendo de falta ou de pênalti, tanto pelo time argentino quanto pela seleção paraguaia. Foi um dos melhores goleiros da Copa de 98, quando o Paraguai mostrou uma defesa ainda muito lembrada, com Gamarra e Ayala, e em 2002 já demonstrava certo excesso de peso, recusando-se a admitir a barriguinha. Ficou marcado tambémm pelas declarações polêmicas e por uma briga com o colombiano Asprilla.

3) Jorge Campos (1994, 1998 e 2002)

Carbajal foi o jogador a disputar mais edições de Copa do Mundo, com 5 - de 50 a 66 -, mas talvez o goleiro mexicano mais lembrado seja Jorge Campos, especialmente por seus curiosos uniformes, sempre de cores incrivelmente berrantes (a moda dos anos 90 eram o rosa shock e o verde e amarelo fluorescentes). De estatura muito abaixo da média para a posição (1,75m), compensava a deficiência com muita agilidade, exagerada visualmente pelo uniforme colorido e sempre bastante largo, que dava ainda mais senso de movimento. Também gostava de sair da área e promover saltos semiacrobáticos, como o que deu na tentiva inútil de evitar o segundo gol da Alemanha, nas oitavas-de-final de 1998.

4) Thomas Ravelli (1990 e 1994)

Pergunte a qualquer pessoa na faixa etária dos 25 anos sobre a Copa de 94 e o que se ouvirá são, no mínimo, umas dez referências entusiasmadas a respeito do folclórico Mundial. Uma delas certamente será a de Ravelli, o goleiro sueco que possuía 1,88m e todas as qualidades dos frios escandinavos que foram longe naquela Copa, exceto uma: quando os atacantes adversários erravam ou chute, ou mesmo quando defendia, fazia gracinhas como dar pulinhos antes do tiro de meta ou brincar com a bola. Ravelli parou de sorrir na semifinal, quando sofreu um gol de cabeça de um baixinho de 1,69m a poucos minutos do fim.

5) Hugo Gatti (1966)

Não é à toa que o apelido de Gatti era "El Loco". Sua marca registrada era o cabelo comprido preso por uma bandana e a forma atabalhoada como atuava. Outro a frequentemente abandonar o gol, o ídolo do Boca Juniors fazia tabelas com os zagueiros e até chegou a dar carrinho em atacante adversário. Expert em pegar pênaltis, chegou a cobrar um tiro de meta direto no gol adversário. Costumava também oferecer a bola aos atacantes quando a defendia, numa atitude deliberadamente provocativa.

6) Kazadi Mwamba (1974)

A Copa da Alemanha também teve outra performance incrível de um goleiro - mas para o lado negativo. Sempre foi um esteriótipo do futebol que os africanos não produzem bons goleiros, mas nenhum foi tão tétrico quanto o arqueiro do Zaire. Mwamba cometeu inúmeras falhas incríveis, como no frangaço que assegurou a classificação do Brasil à segunda fase. Ele também se tornou o primeiro goleiro da história das Copas a ser substituído por questões técnicas, e não por lesão - aconteceu durante a goleada de 9 a 0 para a Iugoslávia.



7) Fabian Barthez (1998 e 2002)

Pergunte a qualquer brasileiro quem daquela seleção francesa de 1998 ele mais odeia: poucos respoderão Zidane, apesar dos dois gols na final. O baixinho Fabien Barthez tinha todos os ingredientes de um goleiro excêntrico: era baixinho, como já dissemos, careca, espalhafatoso e arrogante, provocando os adversários a cada defesa. Ainda assim, era um excelente guarda-redes na época, tendo sido fundamental para a campanha do título. Barthez era outro a arriscar desnecessariamente fora da área, e sua autoconfiança exagerada acabava sempre por deixá-lo em apuros, como na Copa de 2002, contra Senegal.

8) Harald Schumacher (1982 e 1986)

Apesar de goleiro do Colônia ter sido um dos maiores de sua posição em todos os tempos, ele também foi um jogador polêmico dentro e fora de campo. "Toni", como era conhecido, será sempre relacionado ao lance da Copa da Espanha em que ele deliberadamente agride o francês Patrick Battiston, deixando-o sem alguns dentes e uma vértebra quebrada. Ao final da carreira, denunciou em sua autobiografia o uso de substâncias proibidas por diversos jogadores alemães, causando enorme furor no país à época.

9) Jens Lehmann (1998, 2002 e 2006)

Lehmann, um dos goleiros mais excêntricos? Pode parecer que não, mas sim. O herói da classificação alemã para as semifinais de 2006, na decisão de pênaltis contra a Argentina, tem um alto número de expulsões e suspensões, recentemente fez xixi atrás da placa de publicidade num jogo do Stuttgart pela Liga dos Campeões, roubou o óculos de um torcedor e pediu 5 euros emprestados a um jornalista, afirmando que não devolveria depois. Lembrando: estamos falando de um alemão, um dos povos mais fechados do mundo.

10) Jan Tomaszewski (1974 e 1978)

A Inglaterra precisava de uma vitória simples em Wembley sobre a Polônia para se classificar para a Copa de 1974. Pareciam favas contadas, a ponto do técnico do English Team, Brian Clough, chamar o nada ortodoxo goleiro polonês de "palhaço", por ser mais baixo que os demais de sua posição e fazer malabarismos para pegar a bola. De fato, um espírito sul-americano parecia baixar no goleiro, que fazia de tudo para evitar que a bola entrasse, até mesmo se jogar de costas em cima dela, como fez numa partida da Copa de 74.

Copa de 2018 deverá ser na Europa


Fifa muda, de novo, as regras no meio do jogo

O presidente da FIFa, Joseph Blatter, afirmou ontem em evento na Espanha que conceder a um país europeu o direito de sediar a Copa de 2018 facilitaria o trabalho da entidade e do comitê executivo.

“Pelo que discutimos nos últimos dias em Moscou com Michel Platini (presidente da Uefa), apenas uma candidatura europeia será a escolhida para a Copa do Mundo em 2018. Ainda não houve uma decisão, mas é uma ideia que facilitaria o trabalho da Fifa e de seu comitê executivo”, afirmou, em mais um de seus muitos discursos politicamente corretos - afinal, a Espanha é uma das interessadas, em candidatura conjunta a Portugal.

Difícil imaginar trabalho mais fácil para o Comitê Executivo do que o que já existe: a Fifa apresenta uma série de exigências ao país sede, que vão desde isenção total de impostos em suas atividades pré, durante e pós-Copa, até exclusividade total de exploração dos estádios e seus entornos pelos patrocinadores - leia-se marcas de restaurantes, bebidas e produtos licenciados.

Com isso, as candidaturas de Austrália, Estados Unidos e Japão teriam que se concentrar na Copa de 2022, cuja sede será definida também em dezembro deste ano. Eles teriam que concorrer com os países que apresentaram suas candidaturas apenas para 2022: Coreia do Sul, Indonésia e Catar.

Mais uma vez, a Fifa altera as regras do jogo ao seu bel-prazer. Para justificar a realização de Mundiais na África e na América do Sul sem ter de ouvir a reclamação dos europeus, a entidade instituiu o rodízio de continentes. O curioso é que o tal rodízio foi anunciado em 2002, quando a Fifa abriu as inscrições para a Copa de 2010, mas tinha efeito retroativo: a Ásia, que teria a Copa daquele ano, e a Europa, que sediaria em 2006, foram os primeiros integrantes do rodízio.

Assim, África do Sul e Brasil conseguiram se transformar em sedes, algo que dificilmente alcançariam se disputassem com países europeus - haja visto as dificuldades que ambos enfrentam para cumprir os prazos.

Agora, a Fifa muda de novo a regra no meio do jogo, de forma parecida com o filho único mimado que é dono da bola e interrompe a pelada porque seu time está perdendo. Pressionado pelos europeus e visando atender ao pedido de Michel Platini, seu futuro sucessor, Blatter dá uma declaração que altera todo o procedimento de escolha a menos de onze meses de seu desfecho - motivo suficiente para que os prejudicados se levantassem e reagissem, não fossem eles todos parte do grande jogo de faz-de-conta que há por trás dessas escolhas, meramente políticas e financeiras, e não pelo verdadeiro mérito.

A imagem da Fifa sai mais uma vez desgastada, até porque invariavelmente um europeu já seria escolhido - o hiato de doze anos, enre 2006 e 2018, é inédito na história das Copas, já que desde seu início ao menos uma em cada dois Mundiais acontecia no Velho Continente. De fato, muitos já dão como barbada a vitória inglesa, por ser o país com melhor estrutura futebolística do planeta, ter a liga mais rica e também por ser, dentre os cinco grandes, a que sediou há mais tempo.

Curioso, para quem é tão contrário às inovações no esporte, como auxílio da tecnologia ou mais árbitros em campo, mudar tão frequentemente as regras no meio do jogo.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

História das Copas - Brasil 1950 (parte I)

Durante a Segunda Guerra Mundial, não houve disputa da Copa do Mundo, que teria edições em 1942 e 1946. Após o término da guerra, em 1948, o Brasil foi candidato único a sede da Copa, pois nenhum país europeu apresentava condições de sediar o torneio devido à destruição que ela causara. No Conselho Anual da FIFA de 1946, ficou decidido que quem vencesse a Copa por três vezes ganharia posse definitiva da Taça Jules Rimet, que durante a guerra ficou escondida numa caixa de sapatos embaixo da cama do Vice Presidente da entidade, o italiano Ottorino Barassi.

Nas eliminatórias, a Argentina desistiu mais uma vez, classificando automaticamente Bolívia e Chile, juntamente com Uruguai e Paraguai. México e Estados Unidos se classificaram na CONCACAF e nenhum time africano se inscreveu. Na Ásia, Índia, Birmânia e Filipinas desistiram. Na Europa, a França se classificou graças à desistência de Portugal, mas os franceses abriram mão da vaga por considerarem a tabela muito cansativa. Turquia e Áustria também desistiram depois de conquistarem suas vagas, e a Copa foi disputada por 13, e não por 16 times. A Inglaterra disputou as eliminatórias e foi para a Copa pela primeira vez, deixando de lado a soberba. Brasil (país sede) e Itália (atuais campeões) não precisaram passar pelo crivo das preliminares.

A Copa abandonava o sistema de jogos eliminatórios e dividia seus times em quatro grupos de 4 cada - embora isso não tenha ocorrido, pois com a desistência dos 3 europeus, um grupo ficou com 3 seleções e outro com apenas duas: Uruguai e Bolívia. A fase final foi disputada em um quadrangular com os campeões dos quatro grupos, onde quem pontuasse mais venceria. Foi a única Copa sem final, embora o último jogo tenha sido uma das maiores finais de todos os tempos.

O Maracanã era a grande vedete do Mundial brasileiro. O estádio com capacidade para 220 mil pessoas começou a ser construído em 1948, mas não ficou pronto em tempo e teve seus jogos disputados ao mesmo tempo em que obras eram feitas do lado de fora e em toda a infra-estrutura.

Primeira fase

O Brasil não teve muitas dificuldades para terminar em primeiro no seu grupo. Na abertura da Copa, uma vitória fácil por 4 a 0 sobre o México, com dois gols de Ademir de Menezes, um de Jair e um de Baltazar. Já a segunda partida foi mais complicada: pressionado pela torcida paulista, Flávio Costa mudou a escalação, que tinha um time titular predominantemente carioca. Alfredo abriu o placar logo com dois minutos de jogo. Fatton empatou aos 16 e a partir daí o Brasil se viu diante de uma retranca impenetrável, chamada na época de Ferrolho. Baltazar colocou a equipe novamente à frente aos 31, mas a vitória escapou aos 43 do segundo tempo com outro gol de Fatton.

A última partida da primeira fase tomara um tom dramático, pois o Brasil precisava vencer a Iugoslávia, que havia ganhado seus dois primeiros jogos, para se classificar à fase final. Um empate bastava para os iugoslavos, mas o Brasil deu show diante de 150 mil entusiasmados espectadores e venceu com gols de Ademir e Zizinho, um em cada tempo. O sufoco havia passado e estávamos na fase final.

No Grupo 2, a cabeça-de-chave Inglaterra viu sua suposta superioridade no futebol ser posta à prova: venceu somente o Chile, perdendo para a Espanha, classificada do grupo, e para os Estados Unidos, uma zebra histórica. O jogo, realizado no estádio Independência, em Belo Horizonte, terminou com uma eufórica torcida invadindo o campo, como se o vencedor fosse o time da casa.

Já no Grupo 3, apenas três times: Itália, Suécia e Paraguai. A Azzurra levara um forte golpe um ano antes, quando um acidente aéreo matou todos os jogadores do Torino, time-base da seleção italiana. Craques como Mazzola e Gabetto estavam no avião, e a Itália não conseguiu suprir a ausência desses jogadores, sendo eliminada pela Suécia.

Finalmente, no Grupo 4, apenas Uruguai e Bolívia disputaram a Copa. Em um jogo único do grupo, o Uruguai goleou os bolivianos por 8 a 0 e se classificou para o turno final.

Brasil, Uruguai, Espanha e Suécia começariam a disputar, então, o quadrangular final da Copa do Mundo de 1950.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Campeão justo de maneira injusta


Apesar da injustiça na decisão, o São Paulo foi o justo campeão da Copinha 2010

Poucas vezes nos últimos anos a Copa São Paulo teve um campeão tão merecido quanto em 2010 - talvez só o grande Cruzeiro de 2007, com Anderson, Guilherme e Jonatas. Foram sete vitórias consecutivas até à final, com três goleadas tranquilas na primeira fase (uma delas sobre o Avaí, semifinalista do ano passado) e nenhum gol sofrido. Um show do artilheiro Lucas gaúcho e de nomes talentosíssimos como Ronieli, Zé Vitor e Marcelinho.

À medida que avançava, construía placares sólidos, como nos 5 a 1 sobre o Guarani. E a quem quiser desmerecer o Tricolor de Sérgio Baresi - campeão como jogador em 1993 e possivelmente o primeiro a ganhar a Copinha como jogador e como técnico -, vale lembrar que teve diante do Cruzeiro a partida mais difícil dentre todos os semifinalistas, tornando fácil um jogo que poderia ser traiçoeiro contra o Juventude, que afinal eliminara o Corinthians.

Foi a primeira vez desde 2004, quando se acrescentou uma fase eliminatória e os times passaram a fazer oito jogos, e não mais sete, que o time de melhor campanha da primeira fase chega à decisão - mostrando quão diferentes são as duas etapas deste campeonato, a de grupos e a eliminatória. Melhor campanha que essa, aliás, talvez só a da incrível Portuguesa de Dener em 1991, que venceu todas as partidas.

No ano passado, o próprio São Paulo (que também teve o melhor ataque, com um gol a menos) foi vítima da escrita, perdendo para o ótimo Atlético-PR na semifinal ao levar dois gols em três minutos. Em 2007, o Corinthians caiu já no primeiro mata-mata, para o futuro campeão Cruzeiro em um jogo eletrizante. Em 2006, o surpreendente Goiás também caiu na primeira eliminatória, para o ainda mais surpreendente Barueri, que chegaria até à semifinal.

Por tudo isso, o Tricolor merece o título que, nos pênaltis, já lhe escapou em 1992, 1994, 2001 e 2007. É verdade que o Santos jogou muito mais no primeiro tempo, encurralando o ataque são-paulino. Verdade, também, que Richard deveria ter sido expulso no primeiro tempo, ao parar Renan Mota fora da área na condição de último homem - mais até pela gravidade da falta que por esta condição da regra.

Têm razão os santistas de reclamarem, especialmente pelo fato de Richard ter defendido as três cobranças na decisão por pênaltis. Não têm, por outro lado, os que atribuem ao destempero de Narciso no final do jogo o desempenho nulo nas penalidades. Se o treinador tem culpa pela derrota, é por ter recuado demais e desmasiadamente cedo, repetindo o erro da primeira fase, contra o Rio Claro, e da semifinal diante do Palmeiras.

Só não podem os alvinegros reclamarem de uma coisa: de que perderam para um time inferior, o que de fato não é o caso. O Santos tem ótimos jogadores, como o goleiro Rafael, quase-herói da manhã, apesar de não serem os destaques crias de sua base - Alan Patrick, Nikão e Tindurim vieram de fora.

Mas o São Paulo teve um conjunto poucas vezes visto nos últimos anos, com um time que chegou menos badalado que os das temporadas passadas, que apresentaram Sérgio Mota, Henrique e Oscar. Foi, afinal, campeão com justiça.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Como chuva de verão

Boas campanhas de pequenos de SP não refletem no profissional


Publicado originalmente no Olheiros


“Queremos aproveitar os meninos das categorias de base e mesclar com os jogadores do profissional para montarmos um grupo forte e equilibrado”. Levante a mão quem nunca ouviu o dirigente do seu clube falar essa frase ou, no máximo, alguma outra bastante parecida. Nos clubes pequenos, onde o recurso financeiro é drasticamente mais escasso, possuir divisões inferiores é quase um luxo – e visto por muitos como gasto que não dá retorno –, mas ao mesmo tempo a salvação.

Por isso, fazer uma boa campanha na Copa São Paulo, maior vitrine do país, e revelar um ou dois jogadores é, antes mesmo de solução para a formação do elenco, solução para os problemas financeiros dos times menores. É também por isso que, a cada ano, a briga por uma das vagas só aumenta entre os clubes do interior paulista, ainda que as cidades sede sejam responsáveis pelos custos de toda a hospedagem e alimentação das equipes de cada grupo – valor que muitas vezes corresponde ao salário de vários jogadores do profissional e acaba pesando no final do mês.

Na edição de 2010, em que o recorde foi novamente batido e o número de participantes aumentado para 92, 32 eram clubes pequenos do interior ou da capital de São Paulo, excluindo aí Guarani e Ponte Preta, os times da Grande São Paulo (São Caetano, Santo André e Barueri, agora de Presidente Prudente) e também o Juventus. Ou seja, 34%, o suficiente para montarmos oito chaves somente entre eles.

Destes, nove se classificaram para a segunda fase – três deles, Pão de Açúcar, Desportivo Brasil e Primeira Camisa, times novos, respaldados por grande investimento. Às quartas de final, apenas o Paulista avançou, no segundo pior desempenho dos pequenos nos últimos cinco anos – o pior foi exatamente no ano passado, quando apenas o Atlético de Sorocaba chegou às oitavas e não avançou.

Novas “festas do interior”, como aconteceu em 2006, com a final entre América de Rio Preto e Comercial de Ribeirão Preto, parecem menos prováveis desde que a faixa etária da Copinha foi alterada de sub-20 para sub-18 (ainda que no primeiro ano da nova regra o Rio Branco de Americana tenha chegado à final), principalmente pelo fato de que, quanto mais se desce de divisão dentro da base, maior a diferença para o trabalho realizado e a estrutura oferecida pelos grandes.

De fato, ao passo que a maioria dos clubes tenha hoje seu sub-20 e seu sub-17, o número de inscritos nos Paulistas Sub-15 e Sub-13 cai proporcionalmente. Além disso, não são raros os casos de jogadores de 19 e 20 anos emprestados pelos grandes aos pequenos, sendo então utilizados na Copinha quando a idade limite era maior. Foi esse por exemplo o caso do América de Rio Preto, campeão em 2006 com André Zuba, emprestado pelo Palmeiras, no gol, enfrentando o Comercial de Ribeirão, que tinha como destaque o zagueiro Henrique, cedido pelo Corinthians. No restante da temporada, as duas equipes tiveram desempenho apenas regular nas séries A-1 e A-2 do Paulista.

O Rio Branco, dono da última campanha de destaque com o vice de 2008, também pouco aproveitou. Negociou quase toda a equipe, aproveitando apenas Felipe e Danilo, principais nomes, em algumas partidas da A-2, onde falhou em conquistar o acesso. Na verdade, afundado em dívidas, o clube já tinha vários atletas negociados com empresários (especialmente Delcir Sonda) antes mesmo da Copinha. No ano passado, após perder todos os atletas da base devido ao fim da parceria com a empresa que geria o futebol, repatriou Felipe, cedido pelo Palmeiras, para a disputa da Série A-1 – e dá fortes indícios que voltará para a Segundona ao final do campeonato.

Foi assim também com o São Bernardo, semifinalista de 2007, que revelou Rafinha. Vendido ao Cruzeiro, foi emprestado ao Ipatinga e voltou a São Paulo, para defender o Guaratinguetá na Série A-2. Da mesma forma, o Nacional, vice-campeão em 2005, de nada aproveitou e continua oscilando entre as Séries A-2 e A-3.

Dessa forma, e analisando o reflexo das últimas boas campanhas nos clubes do interior, percebe-se que elas foram muito mais fruto de junção de fatores isolados que resultado de um trabalho efetivo na formação dos jogadores. Foram, portanto, como as chuvas de verão tão comuns durante a Copinha: desaparecem tão rapidamente quanto surgiram.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

As 10 melhores seleções europeias a não se classificarem para as Copas

As Eliminatórias para a Copa de 2010 ameaçaram muitas camisas pesadas a assistirem o Mundial da África do Sul pela telinha. Com Portugal, França e Argentina finalmente conquistando suas classificações, esta será uma Copa com todos os grandes times presentes. Pode-se lamentar as ausências do Egito, bicampeão africano, da Costa Rica, de futebol veloz e de habilidade, e de bons times europeus como Rússia, Turquia, Croácia e até mesmo a surpreendente Bósnia.

Por isso, é hora de relembrar as dez melhores seleções que falharam em se classificar para as Copas. Acompanhe a lista e ajude a lembrar de outros grandes times que jamais desfilaram pelos gramados do maior evento esportivo da Terra:

França 1994

A França tinha a classificação praticamente assegurada para a Copa dos Estados Unidos após conquistar 13 dos 16 pontos possíveis no grupo 6. Até que o time de Jean-Pierre Papin, Eric Cantona, David Ginola, Didier Deschamps e Marcel Desailly, que precisavam de apenas mais um ponto, perderam em casa para Israel e Bulgária graças a gols nos acréscimos em ambas as partidas. Certamente a desclassificação mais doída da história das Eliminatórias.

Holanda 2002

Apesar de ter ido à semifinal em 98 e contar com astros internacionais como Edgar Davids, Clarence Seedorf, Ruud Van Nistelrooy, Marc Overmars e Jaap Stam, o time de Louis van Gaal terminou em terceiro, atrás de Portugal e Irlanda, após uma derrota por 1 a 0 em partida decisiva jogada em Dublin.

Inglaterra 1974

Os anos 70 foram um período negro para a seleção inglesa, que não se classificou para nenhum torneio de grande porte - duas Copas e duas Euros, em 72 e 76. Mas a pior de todas as falhas foi a para a Copa da Alemanha em 74: precisando de uma vitória sobre a Polônia em Londres na última partida, mas o time de Alfred Ramsey parou no goleiro Jan Tomaszewki e empatou em 1 a 1. Eventualmente, os poloneses fariam grande campanha, terminando na terceira colocação às expensas de uma vitória sobre o Brasil, fazendo ainda o artilheiro do torneio em Lato, autor de 7 gols.

Holanda 1986

Duas vezes finalista na década anterior, a Holanda renovou sua seleção com uma geração também muito talentosa, com nomes do quilate de Marco van Basten, Frank Rijkaard, Ruud Gullit e Rob de Wit. Entretanto, a laranja mecânica emperrou nos vizinhos belgas graças ao critério de desempate do gol fora de casa, com o tento marcado por Georges Grun nos últimos minutos do jogo de volta. Da mesma forma que ocorreu com a Inglaterra, os algozes dos holandeses acabaram avançando até às semifinais do Mundial do México, terminando em quarto lugar.

União Soviética 1978

Apesar de contar com vários jogadores do grande time do Dinamo de Kiev que conquistou a Europa em 1975, incluindo o lendário Oleg Blokhin, a União Soviética terminou em segundo lugar no Grupo 9, atrás da Hungria, em grande parte devido a uma surpreendente derrota por 1 a 0 para a Grécia, então de futebol muito inscipiente.

Itália 1958

Os anos 50 foram uma década perdida para a Itália internacionalmente - a seleção sofreu muito com o desastre aéreo de 1949, que matou quase toda a grande equipe do Torino, base da Azzurra. Apesar disso, as chances de classificação para a Copa da Suécia eram boas. Eram, até que uma derrota sobre a Irlanda do Norte em Belfast, na rodada final, fez os bicampeões falharem pela última vez em uma Eliminatória. Foi definitivamente o pior período da história da seleção, que ficou até 1960 sem sequer vencer um jogo.

Portugal 1998

Com a geração dourada de Luís Figo, Rui Costa e João Pinto, Portugal tinha sua melhor chance desde Eusébio e Mário Coluna em 1966 para marcar presença em uma Copa, mas, assim como em 1990 e 1994, a seleção lusa não se classificou para a França. Os portugueses ficaram em terceiro no grupo, atrás de Alemanha e Ucrânia, graças a um polêmico empate em Berlim, ocasião em que Rui Costa foi injustamente expulso quando Portugal vencia por 1 a 0 - resultado que classificava os gajos.

Inglaterra 1994

A Copa de 94 entrou no imaginário popular brasileiro como uma das melhores Copas graças ao fim do jejum de 24 anos, mas alguns não se lembram do que hoje parece impensável: a Inglaterra ficou de fora. Após o pífio desempenho na Euro 92, o técnico Graham Taylor conseguiu permanecer no cargo, mas o fracasso foi ainda maior quando o English Team perdeu fora de casa para Holanda e Noruega e chegou até a estar perdendo para San Marino. Sinônimo de vergonha e fim do sonho americano para David Platt e seus companheiros.

Iugoslávia 1994

A Iugoslávia sequer participou das Eliminatórias para 94 - foram excluídos devido à guerra que assolou o país e resultou na dissolução do país e surgimento de Bósnia, Croácia, Eslovênia, Macedônia e finalmente Sérvia e Montenegro. Porém, na época dos confrontos armados, muitos diziam que a Iugoslávia tinha a equipe mais habilidosa do futebol mundial, com Dragan Stankovic, Zvonimir Boban, Dejan Savicevic, Davor Suker, Darko Pancev, Sinisa Mihajlovic, Robert Prosinecki e Srecko Katanec.

Escócia 1970

Entre as décadas de 60 e 70, o futebol escocês era respeitado e até temido por toda a Europa, com o Celtic tornando-se campeão europeu em 1967 e o Rangers vencendo a Copa dos Campeões das Copas, atual Europa League, em 72. A seleção era uma mistura das duas equipes, tendo em suas fileiras nomes como Jimmy Johnstone e John Greig, assim como Denis Law e Billy Bremner, que atuavam na Inglaterra. Mas o sonho de disputar o Mundial foi por água abaixo quando a poderosa Alemanha fez valer o fator campo em Hamburgo e venceu por 3 a 2, terminando no primeiro lugar da chave.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

História das Copas - França 1938 (parte II)

Nas quartas-de-final, o Brasil enfrentou uma batalha contra a Tchecoslováquia. O primeiro jogo terminou empatado em 1 a 1, com gols de Leônidas e Nejedly (de pênalti). Dois dias depois, a verdadeira guerra. Numa partida violenta, Kopecky abriu o placar para os tchecos, mas Leônidas e Roberto viraram no segundo tempo.

O jogo não cumpriu seus 90 minutos, já que os times ficaram sem o número mínimo de jogadores para continuar: três expulsões e cinco lesões fizeram com que o árbitro francês Georges Capdeville encerrasse a partida, pois naquela época não existia substituição.

Nos outros jogos das quartas-de-final, a Hungria passou pela Suíça por 2 a 0, a Suécia - que não jogou as oitavas-de-final devido à desistência da Áustria - atropelou os cubanos por 8 a 0 e, na partida mais esperada da Copa, a Azzurra eliminou os anfitriões franceses por 3 a 1. A partir daquele momento, os franceses que já não simpatizavam com a seleção italiana declararam guerra aos atuais campeões.

As semifinais emparelharam Hungria contra Suécia e Brasil contra a Itália. Na primeira partida, um passeio húngaro: 5 a 1. A Hungria chegava à final da Copa como uma total surpresa, pois muitos apostavam numa final entre Brasil e Itália ou França. A final antecipada veio, então, na semifinal. O Brasil jogou sem Leônidas da Silva, declarado lesionado, embora muitos achassem que estava sendo poupado para uma possível final.

Os franceses lotaram o estádio em Marselha para impulsionar os brasileiros: se antes eles já gostavam da nossa seleção, agora que o jogo era contra a Itália parecia que o Brasil é que era o time da casa. Durante uma paralisação da partida, o jogador italiano Piola deu um pontapé em Domingos da Guia dentro da área brasileira. O zagueiro revidou e o árbitro suíço Hans Wüthrich marcou pênalti. Não adiantou reclamar. Meazza converteu e abriu 2 a 0. Romeu descontou no final, mas o Brasil ia mesmo disputar o terceiro lugar com a Suécia, e a Itália iria para a sua segunda final consecutiva, desta vez contra a Hungria.

O Brasil entrou em campo no dia 19 de junho de 1938 para decidir o terceiro lugar com a Suécia. Leônidas teve uma excelente apresentação e marcou dois gols no jogo que terminou 4 a 2 para o Brasil, sacramentando a artilharia do brasileiro e colocando pela primeira vez o Brasil entre os primeiros numa Copa do Mundo.

Mas o momento mais esperado aconteceu naquele mesmo dia, só que em Paris: Itália e Hungria perfilaram-se para a disputa do título de campeão do mundo. A Itália era favorita por ter sido campeã na edição anterior, mas havia muitos que apostavam na força ofensiva da Hungria, que marcara até então 13 gols em 3 jogos. Apesar do apoio incondicional dos franceses, os húngaros não agüentaram por muito tempo a pressão italiana: Colaussi abriu o placar logo aos 5 do primeiro tempo.

Dois minutos depois, Titkos empatou e devolveu o ânimo ao seu time, o que não foi suficiente para segurar a squadra Azzurra: Piola e Colaussi novamente abriram 3 a 1 no final da primeira etapa. Os húngaros ainda descontaram com Sarosi, mas a oito minutos do fim Piola marcou novamente e decretou a vitória italiana: 4 a 2, com direito a saudação a Mussolini. Mas a Itália só voltaria a levantar um título 44 anos depois.

III Copa do Mundo - 1938 - França

Campeão: Itália
Vice: Hungria
3º lugar: Brasil
4º lugar: Suécia

Período: de 09 a 19 de junho de 1938
Total de jogos: 18
Gols marcados: 84
Média de gols: 4,66 por partida
Artilheiro: Leônidas (Brasil) - 8 gols
Público total: 374.937 pagantes
Média de público: 20.830 pagantes

O Brasil: 3º lugar - 5 jogos (3V, 1E e 1D), 14GP/11GC
Jogos: Oitavas de final: Brasil 6x5 Polônia (Leônidas (3), Romeu e Perácio (2) para o Brasil / Szerfke (pênalti), Piontek e Willimowski (3) para a Polônia)
Quartas de final: Brasil 1 x 1 Tchecoslováquia (Leônidas e Nejedly)
Brasil 2 x 1 Tchecoslováquia (jogo desempate: Leônidas e Roberto para o Brasil, Kopecky para a Tchecoslováquia)
Semifinal: Brasil 1 x 2 Itália (Romeu / Colaussi e Meazza (pênalti))
Disputa do 3º lugar: Brasil 4 x 2 Suécia (Romeu, Leônidas (2) e Perácio / Jonasson e Nyberg)

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Acidente mata Gilmar Lima, ex-jogador de Palmeiras, Inter, Guarani e Rio Branco

Morreu ontem, numa estrada próxima à sua cidade-natal, Bebedouro, no interior do estado de São Paulo, o ex-jogador do Rio Branco de Americana, Gilmar Lima. Tinha 31 anos, estava afastado do futebol profissional e deixa dois filhos. Gilmar Lima estava dirigindo um trator que rebocava um ônibus. Ele caiu do trator e o ônibus passou por cima de seu corpo. Será sepultado hoje à tarde.

Além do clube americanense, Gilmar Lima também defendeu equipes de maior importância no cenário brasileiro como Palmeiras, Internacional, Guarani e Criciúma. Sua última partida oficial foi em 8 de abril de 2004, como titular da zaga do Criciuma. Contra o Paraná Clube, no Pinheirão, ajudou a sua equipe a vencer por 3 a 0 sob o comando do técnico Wagner Benazzi e ao lado de jogadores como Luciano Almeida, Cleber Gaúcho e Marcos Denner. Ele nunca escondeu, no entanto, que amava o Rio Branco e tinha, com o Tigre, uma dívida de gratidão.

Gilmar Lima de Souza estava longe do futebol profissional desde 2004, ano em que vestiu a camisa do Rio Branco. Até tentou jogar em alguns clubes, mas enfrentou problemas pessoais que prejudicaram sua carreira. Por grandes equipes, ele atuou em 48 jogos do Campeonato Brasileiro, com 24 vitórias, 11 empates e 13 derrotas. Foram 21 jogos pelo Guarani, 19 pelo Internacional, 7 pelo Criciuma e 1 pelo Palmeiras de Luiz Felipe Scolari.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Estrela solitária

De base inexistente na década passada, Botafogo se torna melhor carioca na Copinha

Publicado na coluna Ponto Futuro do Olheiros:

Não é de hoje que o Botafogo tem deixado de lado o protagonismo e se relegado ao papel de coadjuvante, seja nos campeonatos estaduais ou nacionais. Na década que passou, o máximo que fez foi vencer o Carioca de 2005 e perder três decisões de Estadual consecutivas para o Flamengo, sem contar a malfadada experiência pela Série B, quando ela ainda era um território desconhecido. Muito do insucesso do Glorioso foi creditado à quase inexistência de um trabalho de base, fato que Maurício Assumpção prometeu mudar ao assumir a presidência no início de 2009.


Até por isso, não chega a estranhar o fato de que o alvinegro não tenha participado das três últimas edições da Copa São Paulo. Com a base diretamente atingida pelo conturbado fim de mandato de Bebeto de Freitas, o clube – único dos quatro grandes cariocas a jamais ter vencido o torneio – abriu mão da participação, o que refletiu diretamente no Ranking Olheiros das categorias de base, que em sua última atualização apontava o Fogão como 66º lugar, muito aquém de sua tradição. Além disso, privou de uma importante experiência no processo de formação jogadores promissores como o goleiro Renan, o lateral esquerdo Gabriel e os meiocampistas Wellington Júnior e Rodrigo Dantas.


Se por um lado todos estes nomes mostram que, ainda que deixada de lado, a base botafoguense possui uma pequena centelha da outrora brilhante estrela que se orgulha de ser a que mais cedeu jogadores para a seleção brasileira, por outro reafirmam a necessidade urgente de mais atenção às divisões inferiores. Até por isso, o clube tem buscado a regularização do terreno de Marechal Hermes, cujo centro de treinamento será reformado e ampliado apenas para atender aos garotos.


“Demos maiores condições de treino aos juniores e juvenis, que trabalham e jogam no Estádio Caio Martins. Além disso, ganhamos em qualidade técnica quando contratamos fisiologista e psicólogo que estão integrados à comissão técnica profissional. Hoje os meninos sentem-se mais estimulados porque treinam com frequência com nosso elenco principal”, afirmou Assumpção.


Um passo atrás, porém, foi dado nos últimos dias de 2009 quando a diretoria, alegando falta de resultados perante o investimento realizado, mandou embora toda a comissão técnica dos juniores: o técnico Luisinho Rangel, o preparador físico Luiz Verdini e o preparador de goleiros Rommel. O curioso é que, para uma base que não fazia cócegas nos adversários, o ano botafoguense foi estupendo em sua reestruturação, terminando como vice-campeão da Taça OPG e do Estadual Juvenil, além de semifinalista da Taça Belo Horizonte.


Por tudo isso, as possibilidades na Copa São Paulo da equipe assumida na última hora por Douglas Oliveira, treinador do juvenil, eram consideradas pequenas. Mas talvez exatamente por conhecer bem o elenco sub-17 é que o técnico fez do Botafogo, com a vitória nos pênaltis sobre o São Carlos e as eliminações de Vasco, Flamengo e Fluminense, o melhor carioca na edição 2010 da Copinha.


Vitória nos pênaltis que veio graças ao goleiro que, inicialmente, seria reserva. Sem o titular Milton Raphael, convocado para a seleção sub-19 que disputou o torneio de Punta del Este, Oliveira colocou Luís Guilherme no gol e não se decepcionou: a segurança demonstrada pelo arqueiro de 17 anos (e, principalmente, as falhas de Alisson, do Internacional, na primeira fase) deixaram claro que se fosse ele, e não o guarda-metas colorado, o titular no Mundial Sub-17 da Nigéria, a história brasileira poderia ter sido bastante diferente.


E em uma Copa São Paulo que tem se notabilizado pelas ótimas revelações de laterais esquerdos, Guilherme é outro que tem se destacado – foi dele o gol no empate com o São Carlos, aproveitando com categoria, de voleio, o rebote da trave após chute de Willian. Além dele, Luiz Otávio, que já marcou três gols, também tem chamado a atenção e pode até mesmo ser aproveitado durante a temporada por Estevam Soares.


O treinador, que já subiu o lateral direito Flávio Pará, o volante Felipe Lima e o atacante Alex para treinarem com os profissionais durante a pré-temporada já afirmou, aliás, que pretende contar tanto com Milton Raphael quanto com Luís Guilherme para 2010, juntando-se a Renan e fazendo com três dos quatro arqueiros do plantel sejam oriundos das bases.


Mesmo que seja eliminado pela Portuguesa neste domingo, o time de Douglas Oliveira já fez bonito na Copinha e reacendeu a esperança dos torcedores, que ainda não se esqueceram de grandes perdas do clube para os rivais nos últimos anos, como Philippe Coutinho e os gêmeos Fábio e Rafael. Fato positivo é que, após longa ausência, o Fogão tem voltado a ser lembrado nas convocações das seleções de base. E por mais que esta realidade ainda esteja um pouco distante, a nova geração espera fazer com que o Botafogo volte a ser a estrela solitária nas bases cariocas, assim como foi nesta Copinha.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

História das Copas - França 1938 (parte I)

A França foi escolhida como sede da Copa de 38 sob as negras nuvens da Segunda Guerra Mundial, que já anunciavam a tempestade que viria. A Argentina também se candidatou, e com a derrota boicotou a competição, bem como o Uruguai e os outros times americanos. Apenas Brasil e Cuba quiseram participar, se classificando automaticamente. Desta vez, o campeão anterior e o país-sede não precisaram disputar as eliminatórias, e o sistema de disputa foi o mesmo da edição anterior.

O Brasil não enfrentou os problemas das edições anteriores, indo à Europa com força máxima. Bem organizada, a delegação desembarcou em solo francês antecipadamente e aproveitou o tempo extra para treinar e se adaptar ao ambiente. O Brasil era, naquela ocasião, o time mais badalado da Copa, mais até do que os campeões italianos, e tinham lugar assegurado no coração dos franceses como seu segundo time.

Brasil e Polônia fizeram um dos jogos mais memoráveis da história das Copas. Pelas oitavas-de-final, um jogo de 11 gols que foi para a prorrogação teve seu destino mudado várias vezes. Os poloneses cantavam vitória, embalados pela boa campanha nos Jogos Olímpicos de 36, em Berlim. Mas logo o Brasil já deu seu cartão de visitas: Leônidas abriu o placar e, ao final do primeiro tempo, o placar marcava 3 a 1. (*na foto, Jules Rimet e seu sobrinho, Yves, sorteiam os grupos da Copa)

Mas na segunda etapa os poloneses empataram em 4 a 4, e a prorrogação foi tensa. Leônidas tratou logo de acabar com o ímpeto dos poloneses marcando dois gols ao início do tempo extra, e mesmo que Willimowski tenha diminuído, o Brasil já estava classificado. Leônidas da Silva começou aí a se tornar o artilheiro e melhor jogador desta Copa.

Ainda pelas oitavas-de-final, a anfritriã França passou sem problemas pela Bélgica, da mesma forma que Tchecoslováquia e Hungria fizeram, respectivamente, com Holanda e Antilhas Holandesas (que só participou da Copa por causa da desistência do Japão).

A campeã Itália só bateu a Noruega na prorrogação, enquanto que dois confrontos terminaram empatados mesmo depois do tempo extra e precisaram de uma nova partida: Alemanha e Suíça empataram em 1 a 1 no jogo de abertura, e os suíços venceram o segundo jogo por 4 a 2; Cuba e Romênia também ficaram iguais, só que em 3 a 3. Na segunda partida, a surpresa: um gol de Sosa a acinco minutos do fim levou a seleção cubana às quartas-de-final da Copa. Um feito impressionante para um país que nunca mais disputaria uma Copa do Mundo. (continua)

*Foto: o goleiro alemão Rudolf Raftl acompanha um lance do jogo de abertura da Copa, entre Alemanha e Suíça.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Luxemburgo não perdeu jogos apitados por Wagner Tardelli nos últimos três anos




Deu no blog do futebol mineiro:

O ex-árbitro Wagner Tardelli, que vai integrar a comissão técnica de Vanderlei Luxemburgo, revelou que a proposta é levar aos atletas o conhecimento das regras do futebol para que eles possam, depois dessas informações, melhorar seu rendimento durante as competições.

O problema é que o ex-apitador disse, em entrevista ao Redação Sportv, que esse projeto já faz parte dos planos dele e de Vanderlei Luxemburgo há três anos.

De 2007 a 2009, Wagner Tardelli apitou oito jogos do técnico Luxemburgo, a quem ele chama, carinhosamente, de professor. E, para a surpresa geral, foram sete vitórias e um empate. Nenhuma derrota sequer.

Confira a lista de partidas:

Dia 27/05/2007
Atlético-PR 0 x 1 Santos (Arena da Baixada, em Curitiba)

*** Nenhuma irregularidade

Dia 07/07/2007
Santos 4 x 1 Cruzeiro (Vila Belmiro, em Santos)

*** Nenhuma irregularidade

Dia 03/10/2007
Cruzeiro 0 x 1 Santos (Mineirão, em Belo Horizonte)

*** No fim da partida, Leandro Domingues sofreu uma falta clara. Porém, Kerlon levou grande vantagem na jogada. Wagner Tardelli preferiu marcar a falta e impediu o time mineiro de chegar ao gol. Na sequência, o Santos bateu uma falta e faz o gol da vitória, aos 49 minutos do segundo tempo.

Dia 27/07/2008
Grêmio 1 x 1 Palmeiras (Olímpico, em Porto Alegre)

*** Wagner Tardelli marcou um pênalti duvidoso, quando o placar ainda estava 0 a 0.

Dia 29/10/2008
Palmeiras 1 x 0 Goiás (Palestra Itália, em São Paulo)

*** Wagner Tardelli marcou um pênalti duvidoso sobre o atacante Kléber.

Dia 22/07/2009
Santos 1 x 0 Atlético-PR (Vila Belmiro, em Santos)

*** Nenhuma irregularidade

Dia 07/10/2009
Sport 0 x 1 Santos (Ilha do Retiro, no Recife)

*** Nenhuma irregularidade

Dia 07/11/2009
Santos 3 x 1 Náutico (Vila Belmiro, em Santos)

*** Wagner Tardelli marcou um pênalti duvidoso, quando o placar ainda estava 0 a 0.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

História das Copas - Itália 1934 (parte II)

Não foi surpresa o fato de que só seleções européias se classificaram para as quartas de final. A longa viagem através do Atlântico pesou para os times das Américas, enquanto o Egito possuía um time todo amador.

Para a Itália, era vencer ou vencer. O ditador fascista Benito Mussolini mandou garimpar craques que pudessem ser naturalizados para reforçar a Azzurra. Azul era a cor oficial do fascismo, que Mussolini instituiu na seleção de futebol e permanece até hoje. Antes disso, o uniforme italiano era nas cores da bandeira do país. Quatro argentinos e um brasileiro foram introduzidos no time.

Mas a vida da Itália não foi tão fácil nas quartas-de-final como havia sido na fase anterior. Um suado empate contra a Espanha em 1 a 1 forçou a realização de um jogo extra no dia seguinte. Cansados após a batalha, os atletas pouco apresentaram e a Itália venceu por um magro placar de 1 a 0. Na semifinal, enfrentaria a Áustria, que batera a Hungria por 2 a 1. Tchecoslováquia (que vencera a Suíça por 3 a 2) e Alemanha (classificando-se com 2 a 1 sobre a Suécia) fariam a outra semifinal.

Jogando pela terceira vez em um intervalo de quatro dias, a Itália venceu novamente com dificuldades e pelo placar mínimo. Já a Tchecoslováquia passeou em campo e venceu a Alemanha por 3 a 1, tornando-se favorita para a final. Seria uma batalha entre o melhor time da Copa contra o time que DEVIA ganhar a Copa.

E que batalha! Naquele domingo, 10 de junho, toda a Itália esperava ansiosa. Mussolini tinha a chance de consolidar seu regime fascista com uma vitória naquela tarde. Mas os tchecos não estavam dispostos a cooperar.

O jogo foi duro, brigado, e faltando vinte minutos para o final do segundo tempo, o ponta-esquerda tcheco Puc abriu o placar, deixando o estádio em silêncio. Quando a partida já parecia decidida, o argentino naturalizado Orsi empatou, injetando novo ânimo na já desiludida torcida. O jogo foi para a prorrogação, um sofrimento interminável. O zagueiro Meazza sofreu uma contusão em um lance mais ríspido, mas mesmo assim continuou em campo e deu o passe para Schiavio marcar o gol do título. Naquela época, não havia substituições. A torcida foi à loucura, vibrando e gritando. A Itália havia ganhado a Copa. E Mussolini havia alcançado seu objetivo.

II Copa do Mundo - 1934 - Itália

Campeão: Itália
Vice: Tchecoslováquia
3º lugar: Alemanha
4º lugar: Áustria

Período: de 27 de maio a 10 de junho de 19340
Total de jogos: 17
Gols marcados: 70
Média de gols: 4,11 por partida
Artilheiro: Nejedly (Checoslováquia) - 5 gols
Público total: 395.000 pagantes
Média de público: 23.235 pagantes

O Brasil: 14º lugar - 1 jogo (1D), 1GP/3GC
Jogo: Espanha 3x1 Brasil (Langara (2) e Iraragorri (E) / Leônidas (B))

Confira a primeira parte clicando aqui

domingo, 10 de janeiro de 2010

Craques das Copas - Garrincha

Imprevisível, mágico, explosivo. Garrincha era tudo isso e muito mais. Com seus dribles lendários, o "anjo de pernas tortas" levou o Brasil nas costas na Copa de 62 e formou com Pelé um ataque lendário na seleção brasileira.

De infância pobre, jogava pelada nas favelas cariocas mesmo tendo uma perna seis centímetros menor que a outra. O apelido, Garrincha, foi dado por um de seus 12 irmãos, por dizer que ele parecia uma desajeitada ave do Pantanal. Apesar das dificuldades e das várias negativas que recebeu de diversos clubes, foi aceito no Botafogo em 1953 por indicação de Gentil Cardoso, titular da época que vira o franzino atacante jogar em um dos inúmeros campos de terra batida da cidade maavilhosa.

Aos poucos, seu futebol ágil e impressionante, de dribles desconcertantes, foi chamando a atenção do público e da imprensa. Quando Garrincha já era uma realidade, e não uma promessa, liderando o time do Botafogo na conquista de três campeonatos cariocas, recebeu outro apelido: "a alegria do povo".

Demorou dois anos para ser convocado para a seleção brasileira. Sua estréia foi num empate com o Chile em 1 a 1. Na Copa da Suécia, ajudou o Brasil a conquistar o primeiro título mundial, fazendo parte do fabuloso grupo que tinha como principais estrelas Didi, Vavá e Zagallo. Garrincha jogou a partir da segunda fase, estreando em Copas juntamente com um franzino garoto de 17 anos chamado Pelé. O Brasil tornou-se o primeiro campeão mundial invicto da história, mas esse não foi o principal feito de Manuel dos Santos - sim, ele mesmo - pela seleção canarinho.

Na Copa de 62, já titular ao lado de Pelé, Garrincha assumiu a responsabilidade de liderar o time após a contusão do Rei. Marcou quatro gols, sendo um dos artilheiros do Mundial, e foi eleito melhor jogador do torneio. Após a vitória brasileira na semifinal contra os anfitriões chilenos, um jornal da capital Santiago estampava em letras garrafais: "De que planeta veio Garrincha?". Isso dá uma dimensão de como ele era idolatrado.

Na Copa de 66, entretanto, o Brasil foi uma pálida sombra da equipe de quatro anos antes e, dessa vez, Garrincha não conseguiu carregar o time nas costas, pois mais uma vez Pelé foi caçado em campo e deixou o Mundial contundido. Embora tenha marcado um gol, o Mané, como era carinhosamente conhecido, não evitou a eliminação brasileira ainda na primeira fase.

Após a Copa, ele deixou o Botafogo e teve passagens apagadas pela Colômbia e pela França, voltando para jogar no Corinthians. Jogou ainda no Flamengo e encerrou melancolicamente sua carreira no Olaria. Nessa época, um outro grave problema já deixara-o irreconhecível: a bebida. Alcoólatra inverterado, Garrincha bebia desde muito novo e o vício o havia vencido. Uma cirrose grave consumiu-o aos poucos e o craque, o ídolo das multidões, morreu aos 49 anos. Milhares de pessoas acompanharam seu enterro e a frase que ficou era simples como a mente do craque: Garrincha era um homem com alma de criança.

Nome : Manuel dos Santos ("Mané" Garrincha)
Data de nascimento: 28/10/1933
Data de morte: 20/01/1983
Local de nascimento: Río de Janeiro

Carreira:

Em clubes:
1953 - 1966: Botafogo (onde fez cerca de 230 gols)
1966 - 1967: Corinthians
1967 - 1968: Barranquilla (Colômbia)
1968 - 1969: Flamengo
1969 - 1971: Red Star (França)
1972 - 1973: Olaria

Na seleção:
12 gols em 50 jogos (4 na Copa de 62 e 1 na Copa de 66)

Títulos:
Campeão da Copa de 58
Campeão da Copa de 62
Artilheiro e melhor jogador da Copa de 62
Campeão Carioca de 1957, 1961 e 1962

sábado, 9 de janeiro de 2010

Xerém, safra 2010

Obter um bom aproveitamento das categorias de base e conseguir formar um elenco mesclado de revelações e contratações é o objetivo declarado de todos os clubes. A diretoria do Grêmio, por exemplo, anunciou recentemente que pretende aumentar nos próximos anos o número de jogadores do elenco oriundos da base, chegando a 75% - uma estruturação semelhante à de muitos clubes europeus famosos pela revelação de talentos.

Após um 2009 que terminou de maneira dramática, porém positiva, o Fluminense aposta exatamente nesta fórmula para ir longe em 2010. O sucesso de Digão, Dalton, João Paulo, Dieguinho, Maicon e Alan - garotos que seguraram o rojão no momento mais complicado da temporada - incentivou a comissão técnica a seguir confiando na garotada, ao ponto de subir mais quatro promessas já antes do Estadual.

No processo de formação do elenco para 2010, Cuca abriu mão definitivamente de jogadores mais experientes como Luiz Alberto, Fabinho, Wellington Monteiro e Leandro Amaral. Mostrando confiança no grupo vice-campeão da Sul-Americana, mandou trazer mais quatro de Xerém e reduziu a média de idade do elenco que faz pré-temporada no Espírito Santo para incríveis 22,8 anos (em 2009, era de 25). Ricardo Berna, goleiro reserva, é o mais velho, com 30 anos.

Dori, Bruno Veiga, Ferreira e Neves. As novidades de 2010 vêm referendadas pelo selo de qualidade de Xerém e credenciadas por ótimos resultados. “Nosso trabalho é muito mais de preparar os jogadores para o elenco profissional do que sermos campeões. Sempre trabalhamos a cabeça dos meninos para que quando eles cheguem em cima, mantenham sempre os pés no chão”, afirma Mário Marques, técnico da equipe júnior.

Dori e Bruno Veiga foram destaques da campanha na Copinha de 2009, quando o Flu foi eliminado nas quartas de final pelo Corinthians. Com bom porte físico (semelhante ao de Maicon), facilidade para atuar no papel de pivô e finalização competente, Dori marcou cinco gols na Copa SP do ano passado e é o mais “experiente” dos quatro: estreou pelos profissionais em 2008, no Brasileirão, mas voltou aos juniores no ano passado.

Bruno Veiga, companheiro de Maicon desde o pré-mirim e passagens com pela seleção brasileira sub-15, é quem mais desperta expectativa. Atacante de mais velocidade e condução de bola, costuma cair pelas pontas e também pode ser escalado no meio. Poder ter pouco espaço se Cuca decidir manter o 3-4-1-2- do final de 2009, mas é ótima opção caso o treinador decida escalar o time com Conca mais centralizado e dois meias abertos.

Na campanha do Brasileiro Sub-20 em que o Flu parou na semifinal, Veiga foi o principal jogador ao lado de Wellington. “A expectativa para 2010 é a melhor possível. O Fluminense lança os jogadores na hora certa. Espero aproveitar minha oportunidade”, disse o empolgado atacante no embarque para Vitória, esta semana.

E para oferecer suporte aos times sempre ofensivos de Cuca, dois novos nomes deverão rivalizar com Diguinho e Diogo na retaguarda do meio-campo. Os volantes Ferreira e Neves chamaram a atenção recentemente – o primeiro no Brasileiro Sub-20, e o segundo desde a Copinha de 2009. Xerifão, Ferreira atua mais recuado e é mais limpa-trilho que Neves, que sai mais com a bola e chuta bem de fora da área.

Outro que também deve ter algumas chances durante a temporada é Raphael Augusto, que está na disputa da Copinha deste ano. O meia, ao lado de Wellington, são vistos como grandes promessas e podem ter seu processo de integração ao profissional adiados por questão de cautela.

Por outro lado, a diretoria não demonstra força alguma para manter Tartá no elenco. O meia teve para muitos um ano decepcionante perto das outras revelações e pode parar no rival Vasco, em um processo parecido com o que aconteceu com Toró, que hoje é titular no Flamengo. Isso mostra que, por melhor que tenha sido o aproveitamento de Xerém em 2009, reduzir drasticamente a média de idade do elenco e apostar somente na garotada é, acima de tudo, uma atitude bastante arriscada. Se o Flu irá colher os frutos ou a safra apodrecerá, só o tempo vai dizer.

* Coluna publicada originalmente no Olheiros

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

História das Copas - Itália 1934 (parte I)

A Itália foi escolhida como sede da segunda Copa do Mundo após ter perdido para o Uruguai o direito de sediar a primeira edição. Brasil e Argentina sofreram muito, tendo que viajar 13 mil quilômetros para jogar apenas uma partida - os dois foram eliminados na primeira fase. A longa distância fez o Uruguai nem se inscrever para a competição, sendo o único campeão que não disputou a edição seguinte para defender seu título. Da mesma forma aconteceu com os outros países sulamericanos.

Pela primeira vez, foi necessária a disputa de uma fase eliminatória, pois 32 times demonstraram interesse em preencher uma das 16 vagas do torneio. Até a Itália, sede do Mundial, teve que disputar as eliminatórias, um caso único em toda a história das Copas.

Aquela Copa teve um sistema de disputa singular: os 16 times teriam que disputar jogos eliminatórios logo na primeira fase. Falando nos termos de hoje, a Copa começava nas oitavas-de-final: quem perdesse, estava fora.

E foi o que aconteceu com o Brasil, que na partida de abertura perdeu de 3 a 1 para a Espanha, em Gênova. Iraragorri (de pênalti) e Langara (duas vezes) marcaram os gols espanhóis, com Leônidas descontando e marcando o único gol brasileiro na Copa. (na foto, lance da partida)

O problema da seleção brasileira foi semelhante ao da Copa de 30: divisão de jogadores, dessa vez entre a CBD, amadora, e a FBF, que comandava o futebol profissional. A CBD era quem levaria a delegação brasileira para a Copa, mas insistia em levar apenas jogadores amadores, ao passo que a maioria dos craques haviam se convertido ao profissionalismo. A CBD, então, ofereceu dinheiro a esses jogadores para que se tornassem amadores novamente. Nem todos aceitaram, mas Leônidas da Silva, por exemplo, decidiu embarcar.

A Itália destruiu os Estados Unidos com uma acachapante vitória por 7 a 1. A Tchecoslováquia bateu a Romênia por 2 a 1, a Suíça venceu a Holanda por 3 a 2, mesmo placar da eliminação argentina perante a Suécia. A Alemanha goleou a Bélgica por 5 a 2, a Áustria venceu a França por 3 a 2 e a Hungria eliminou o Egito, primeiro país africano a participar de uma Copa, com uma vitória de 4 a 2. Esses oito times classificaram-se para as quartas-de-final.

(continua)

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Copa São Paulo é no Olheiros.net!

Já vai a todo vapor a edição 2010 da maior competição de futebol de base no Brasil: a Copa São Paulo pode ter perdido um pouco do seu charme, mas ainda apresenta em gramados paulistas boa parte dos novos talentos dos clubes brasileiros.

E como já é tradição, só no Olheiros você tem a melhor cobertura. Confira:

Apresentação das equipes (Grupo A ao L - Corinthians, São Paulo, Fluminense, Atlético-MG, Cruzeiro, Internacional...)

Apresentação das equipes (Grupo M ao X - Palmeiras, Santos, Flamengo, Vasco, Botafogo, Grêmio...)

Tabela completa

E mais: matérias especiais, entrevistas e boletins diários sobre tudo o que acontece na competição.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

20 datas que farão o ano esportivo de 10

2010 estará repleto de eventos esportivos que marcarão história. Ano de Copa, a volta de Schumacher às pistas, o centenário corintiano - esta e uma série de datas serão aguardadas com expectativa. Por isso, nada melhor que o fim de ano para organizar a agenda esportiva, com os 20 eventos mais importantes do ano 10:

Quando / O quê / Por quê

10 a 31/01 - Copa das Nações Africanas: A competição de seleções da África cresce em importância a cada edição e a de 2010 será especial. Não só pelo fato de ser ano de Copa do Mundo e o torneio servir de preparação para os times que estarão no Mundial, como também pelo fato de ser sediada em Angola, país lusófono que ainda luta para sair da guerra civil e se desenvolver. Os olhos brasileiros estarão voltados para o Grupo B, onde a Costa do Marfim de Dider Drogba enfrenta a ascendente Burkina Faso, a forte seleção de Gana (que briga com os marfinenses pelo posto de melhor time do continente) e Togo, presente em 2006. Novamente, os elefantes caíram no grupo da morte e veremos como eles se saem. O Egito, atual bicampeão, busca o terceiro título consecutivo como consolo pela desclassificação dramática nas eliminatórias.

07/02 - Superbowl XLIV: Não dá mais para ignorar a maior data do esporte estadunidense. Miami será a sede do Superbowl pela décima vez, um recorde na NFL. A última nem faz tanto tempo assim - foi em 2007, quando o Indianapolis Colts derrotou o Chicago Bears por 29 a 17. Com uma campanha quase perfeita na temporada regular, de 14 vitórias e duas derrotas, os Colts, impulsionados por Peyton Manning, parecem ainda melhores e favoritíssimos ao título. Antes, deverão passar por um irregular New England Patriots de Tom Brady e pelos fortes San Diego Chargers (13-3). Do outro lado da chave, a NFC nunca teve tantos times bons nos últimos anos, como o New Orleans Saints (13-3) e Minnesota Vikings do incrível quarentão Bret Favre (12-4).

12-28/02 - Olimpíadas de Inverno: Os jogos de Vancouver serão a 21ª edição de inverno da Olimpíada. Será a segunda vez que o Canadá receberá o evento - em 88, Calgary foi sede, além de Montreal ter sediado as Olimpíadas de 76. E acredite ou não, o Brasil estará representado. Isabel Clark Ribeiro (Snowboard), Jaqueline Mourão (Cross-Country), Leandro Ribela (Cross-Country), Maya Harrison (Esqui Alpino, principal promessa) e Jhonathan Longhi (Esqui Alpino) são os cinco esportistas brasileiros que participarão da competição.

14/03 - GP do Bahrein: Abertura da temporada 2010 da Fórmula 1. Não bastassem as grandes mudanças, com o fim dos reabastecimentos e a entrada de novas equipes, o anúncio do retorno de Michael Schumacher às pistas agitou até mesmo aqueles que não acompanhavam o circuito desde a morte de Senna.

12/05 - Final da UEFA Europa League: A primeira decisão da repaginada Copa da Uefa acontecerá em Hamburgo, na Alemanha, no moderno HSH Nordbank Arena. Com equipes de tradição no futebol europeu, como Liverpool, Juventus, Ajax, Roma, Benfica, PSV, Valencia e Olympique Marseille ainda na disputa, a Europa League tem tudo para pegar nos próximos anos.

22/05 - Final da UEFA Champions League: A decisão da 55ª Liga dos Campeões chega ao palco com o qual está mais acostumada. O Santiago Bernabéu recebeu as finais de 57, 69 e 80 e é a casa do maior campeão europeu, o Real Madrid, que já a conquistou nove vezes. Outra novidade: será a primeira finalíssima jogada num sábado, para aumentar a audiência. Na temporada 2008/09, mais de 100 milhões de pessoas assistiram pela televisão apenas na Europa.

11/06 - Abertura da Copa do Mundo: A Copa é um evento único e merece três menções na nossa lista. A primeira delas é obviamente a abertura, no belíssimo estádio Soccer City, em Joanesburgo. África do Sul, anfitriã, e México se enfrentam diante de 90 mil espectadores ao vivo e mais centenas de milhões pela TV no início do primeiro Mundial em solo africano.

15/06 - Estreia do Brasil na Copa: Quatro dias após a abertura, o Brasil entra em campo no Ellis Park, também em Joanesburgo, para enfrentar a Coreia do Norte em seu jogo de estreia. O estádio traz boas lembranças, já que foi lá que a seleção brasileira conquistou a Copa das Confederações sobre os Estados Unidos.

21/06 a 04/07 - Torneio de Wimbledon: A 124ª edição do Torneio de Wimbledon vai dividir as atenções com a disputa da Copa do Mundo, mas pode ser palco de mais um recorde histórico de Roger Federer. O suíço que já é o maior vencedor de Grand Slams de todos os tempos (15, contra 14 de Pete Sampras) pode igualar o número de vitórias na grama inglesa do estadunidense. Se for campeão, Federere chegará ao seu sétimo título, igualando a marca de Sampras. Considerando que seus seis títulos foram nos últimos sete anos e que, no ano em que não venceu, foi vice-campeão, as chances são grandes.

11/07 - Final da Copa do Mundo: Se a África é logo ali, todos os caminhos levam a Joanesburgo no dia 11 de julho, quando duas seleções se enfrentarão para se tornarem a campeã do mundo. Enquanto Espanha, Brasil e Inglaterra são apontadas como as principais favoritas neste momento, muitos apostam em um campeonato cheio de surpresas como foi em 2002, também um cenário exótico, em que nem europeus, nem sul-americanos levam vantagem por jogarem em casa. Os brasileiros esperam comemorar o hexa, para não terem de se consolar com a constatação de que faltam quatro anos e que "o Brasil é bem aqui".

18/08 - Final da Libertadores: Será só depois da Copa do Mundo que conheceremos o novo campeão do continente. A Libertadores 2010 será disputada até às quartas de final, e será interrompida para o Mundial, voltando com as semifinais e finais em julho e agosto. Com Flamengo e Corinthians (no ano do Centenário) disputando, e sem as presenças de Boca Juniors, River Plate e LDU, a expectativa é até mesmo de uma possível decisão brasileira.

28/08 a 12/09 - Mundial de Basquete masculino: O Mundial acontecerá na Turquia e o Brasil caiu no grupo dos Estados Unidos. Mas apesar disso, as chances de classificação para a segunda fase são boas - Croácia e Eslovênia, apesar de boas equipes, não são as mais fortes da Europa, e Irã e Tunísia são acessíveis. É quase impossível imaginar o Brasil na final, mas ao menos o desempenho deverá ser melhor em 2006t no Japão, quando caiu na primeira fase.

01/09 - Centenário do Corinthians: A data é autoexplicativa. O centenário do clube mais popular de São Paulo e o de segunda maior torcida do país gera expectativa já desde 2007, quando o time caiu para a Série B. Com Ronaldo, Roberto Carlos e a contratação de vários jogadores de nome, a expectativa é de uma temporada vitoriosa e de sonho. Mas os centenários dos outros clubes - exceto o Vasco - não dão muitos exemplos positivos. Recentemente, cogitou-se a possibilidade de o Timão participar em agosto de um torneio amistoso em Madri, como parte das comemorações do aniversário.

04/09 - Início das Eliminatórias para a Eurocopa: As seleções europeias não param e, apenas dois meses após a final da Copa do Mundo, elas já entram em campo na briga pelas 14 vagas à Euro 2012, que será realizada na Polônia e na Ucrânia. Será a primeira participação dos ucranianos, e os anfitriões obviamente estão classificados automaticamente. A preparação tem sido cercada por problemas, atrasos nas obras e polêmicas. Algumas cidades que seriam sede, como Dnipropetrosvk, na Ucrânia, e Cracóvia, na Polônia (ambas cidades importantes em seus países) não foram aprovadas pela Uefa e ficaram de fora. O sorteio dos grupos das eliminatórias acontecerá em Varsóvia, no dia 7 de fevereiro.

23/09 a 03/10 - Mundial de Basquete feminino: O Brasil sofre desde a aposentadoria de Janete, mas ainda assim as perspectivas são boas. O grupo inicial é razoavelmente fácil e pode ajudar as meninas a se prepararem para a segunda fase. Estadunidenses, australianas, russas e chinesas são novamente as favoritas.

24/09 a 10/10 - Mundial de Vôlei masculino: A impressão que se tem é que nenhum esporte possui mais competições entre seleções nacionais que o vôlei, o que não deixa de ser verdade. Como a Liga Mundial acontece todo ano, o Mundial de Vôlei acaba parecendo mais um campeonato, mas é na verdade a Copa do Mundo do esporte, com sede fixa e mais equipes - são 24 no total. O regulamento é confuso: avançam 18 à segunda fase, em que seis grupos de três classificam mais 12 à terceira etapa, onde aí sim apenas os quatro campeões de chave vão às semifinais. No total, o campeão jogará nove partidas. o Brasil, atual bicampeão, está na chave B, ao lado de Espanha, Cuba e Tunísia. Mas a Itália, que venceu três vezes seguidas anteriormente, joga em casa e é favorita. A Rússia herdou os seis títulos da União Soviética e é a maior campeã da história.

29/10 a 14/11 - Mundial de Vôlei feminino: As meninas do Brasil tentam o feito inédito de conquistar o Mundial: em 2006, no Japão, passaram raspando e perderam a decisão para a Rússia num jogo inesquecível - 3 sets a 2 e derrota de 15 a 13 no tiebreak. Na ocasião, Jaque foi eleita a melhor recebedora do torneio e agora ela lidera a equipe que pretende, novamente no Japão, mudar a história. As campeãs olímpicas chegam como favoritas e estão em um grupo balanceado, que tem Itália, Holanda, Quênia, Porto Rico e República Tcheca. O regulamento é diferente: são quatro grupos de seis times, e os 16 melhores avançam para duas chaves de oito. Daí, as duas melhores de cada lado vão às semifinais. A Rússia, atual campeã, é também a maior vencedora, tenho conquistado cinco vezes na época da União Soviética.

02/12 - Anúncio das sedes das Copas de 2018 e 2022: Haverá muita expectativa pela chegada do final do ano, quando a Fifa anunciará as sedes das Copas de 2018 e 2022. Será a primeira vez que duas sedes seguidas serão anunciadas simultaneamente, aumentando o prazo de preparação dos países escolhidos - mudança feita em grande parte devido aos atrasos na África do Sul e Brasil. O rodízio de continentes mudou e, para a Copa de 2018, países africanos e sul-americanos não poderão participar. Para 2022, países sul-americanos e do continente escolhido para 2018. As favoritas são a Inglaterra para a Copa de 2018 e a Austrália para 2022.

05/12 - Última rodada do campeonato brasileiro: Serão 38 rodadas de agonia, êxtase, desespero e busca pela recuperação nesta que será a 30ª edição do Brasileirão. 19 clubes tentarão tirar do Flamengo o posto de campeão nacional, querendo impedir o Rubro-Negro e também o São Paulo de se distanciarem ainda mais no ranking dos maiores campeões.

15 a 19/12 - Mundial de Piscina Curta: A décima edição do Mundial de Piscina Curta (25m) acontece em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e pode estender os feitos de César Cielo como já consagrado maior nadador brasileiro de todos os tempos.