quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

10 goleiros mais excêntricos das Copas do Mundo

O jogo de despedida de Higuita aos 43 anos nesta semana - não sem antes protagonizar uma última defesa no melhor estilo escorpião - entristeceu a muitos que passaram a década de 90 rindo de suas peripércias embaixo das traves e de sua vasta cabeleira nas figurinhas das Copas do Mundo. Por isso, trazemos a memória dos dez goleiros mais excêntricos a disputarem uma Copa do Mundo, que você confere a seguir:

1) Rene Higuita (1990)

Quem mais para iniciar nossa lista que o homem, o mito, a lenda? Rene Higuita ficou famoso mundialmente pela lambança nas oitavas-de-final da Copa de 90: durante a prorrogação, recebeu a bola na intermediária como último homem e tentou driblar ninguém menos que Roger Milla. Resultado: gol de Camarões, que venceria por 2 a 1.



Sua carreira foi marcada pelos altos riscos que corria. Ele eventualmente deixava a área para sair driblando com a bola, sendo invariavelmente desarmado, causando pânico na defesa. A defesa do escorpião apareceu pela primeira vez em 1995, num amistoso com a Inglaterra em Wembley, defendendo um chute de Jamie Redknapp.

2) José Luiz Chilavert (1998 e 2002)

A década de 90 foi prodigiosa em goleiros excêntricos, e a prova disso foi Chilavert. Herói do Velez Sarsfield, marcou 56 gols no total, sendo de falta ou de pênalti, tanto pelo time argentino quanto pela seleção paraguaia. Foi um dos melhores goleiros da Copa de 98, quando o Paraguai mostrou uma defesa ainda muito lembrada, com Gamarra e Ayala, e em 2002 já demonstrava certo excesso de peso, recusando-se a admitir a barriguinha. Ficou marcado tambémm pelas declarações polêmicas e por uma briga com o colombiano Asprilla.

3) Jorge Campos (1994, 1998 e 2002)

Carbajal foi o jogador a disputar mais edições de Copa do Mundo, com 5 - de 50 a 66 -, mas talvez o goleiro mexicano mais lembrado seja Jorge Campos, especialmente por seus curiosos uniformes, sempre de cores incrivelmente berrantes (a moda dos anos 90 eram o rosa shock e o verde e amarelo fluorescentes). De estatura muito abaixo da média para a posição (1,75m), compensava a deficiência com muita agilidade, exagerada visualmente pelo uniforme colorido e sempre bastante largo, que dava ainda mais senso de movimento. Também gostava de sair da área e promover saltos semiacrobáticos, como o que deu na tentiva inútil de evitar o segundo gol da Alemanha, nas oitavas-de-final de 1998.

4) Thomas Ravelli (1990 e 1994)

Pergunte a qualquer pessoa na faixa etária dos 25 anos sobre a Copa de 94 e o que se ouvirá são, no mínimo, umas dez referências entusiasmadas a respeito do folclórico Mundial. Uma delas certamente será a de Ravelli, o goleiro sueco que possuía 1,88m e todas as qualidades dos frios escandinavos que foram longe naquela Copa, exceto uma: quando os atacantes adversários erravam ou chute, ou mesmo quando defendia, fazia gracinhas como dar pulinhos antes do tiro de meta ou brincar com a bola. Ravelli parou de sorrir na semifinal, quando sofreu um gol de cabeça de um baixinho de 1,69m a poucos minutos do fim.

5) Hugo Gatti (1966)

Não é à toa que o apelido de Gatti era "El Loco". Sua marca registrada era o cabelo comprido preso por uma bandana e a forma atabalhoada como atuava. Outro a frequentemente abandonar o gol, o ídolo do Boca Juniors fazia tabelas com os zagueiros e até chegou a dar carrinho em atacante adversário. Expert em pegar pênaltis, chegou a cobrar um tiro de meta direto no gol adversário. Costumava também oferecer a bola aos atacantes quando a defendia, numa atitude deliberadamente provocativa.

6) Kazadi Mwamba (1974)

A Copa da Alemanha também teve outra performance incrível de um goleiro - mas para o lado negativo. Sempre foi um esteriótipo do futebol que os africanos não produzem bons goleiros, mas nenhum foi tão tétrico quanto o arqueiro do Zaire. Mwamba cometeu inúmeras falhas incríveis, como no frangaço que assegurou a classificação do Brasil à segunda fase. Ele também se tornou o primeiro goleiro da história das Copas a ser substituído por questões técnicas, e não por lesão - aconteceu durante a goleada de 9 a 0 para a Iugoslávia.



7) Fabian Barthez (1998 e 2002)

Pergunte a qualquer brasileiro quem daquela seleção francesa de 1998 ele mais odeia: poucos respoderão Zidane, apesar dos dois gols na final. O baixinho Fabien Barthez tinha todos os ingredientes de um goleiro excêntrico: era baixinho, como já dissemos, careca, espalhafatoso e arrogante, provocando os adversários a cada defesa. Ainda assim, era um excelente guarda-redes na época, tendo sido fundamental para a campanha do título. Barthez era outro a arriscar desnecessariamente fora da área, e sua autoconfiança exagerada acabava sempre por deixá-lo em apuros, como na Copa de 2002, contra Senegal.

8) Harald Schumacher (1982 e 1986)

Apesar de goleiro do Colônia ter sido um dos maiores de sua posição em todos os tempos, ele também foi um jogador polêmico dentro e fora de campo. "Toni", como era conhecido, será sempre relacionado ao lance da Copa da Espanha em que ele deliberadamente agride o francês Patrick Battiston, deixando-o sem alguns dentes e uma vértebra quebrada. Ao final da carreira, denunciou em sua autobiografia o uso de substâncias proibidas por diversos jogadores alemães, causando enorme furor no país à época.

9) Jens Lehmann (1998, 2002 e 2006)

Lehmann, um dos goleiros mais excêntricos? Pode parecer que não, mas sim. O herói da classificação alemã para as semifinais de 2006, na decisão de pênaltis contra a Argentina, tem um alto número de expulsões e suspensões, recentemente fez xixi atrás da placa de publicidade num jogo do Stuttgart pela Liga dos Campeões, roubou o óculos de um torcedor e pediu 5 euros emprestados a um jornalista, afirmando que não devolveria depois. Lembrando: estamos falando de um alemão, um dos povos mais fechados do mundo.

10) Jan Tomaszewski (1974 e 1978)

A Inglaterra precisava de uma vitória simples em Wembley sobre a Polônia para se classificar para a Copa de 1974. Pareciam favas contadas, a ponto do técnico do English Team, Brian Clough, chamar o nada ortodoxo goleiro polonês de "palhaço", por ser mais baixo que os demais de sua posição e fazer malabarismos para pegar a bola. De fato, um espírito sul-americano parecia baixar no goleiro, que fazia de tudo para evitar que a bola entrasse, até mesmo se jogar de costas em cima dela, como fez numa partida da Copa de 74.

2 comentários:

Anônimo disse...

Excelente artigo! Os meus parabéns caro Amigo.

Marcelinho disse...

Ravelli com ceretza o mais louco. rs