O jogo não cumpriu seus 90 minutos, já que os times ficaram sem o número mínimo de jogadores para continuar: três expulsões e cinco lesões fizeram com que o árbitro francês Georges Capdeville encerrasse a partida, pois naquela época não existia substituição.
Nos outros jogos das quartas-de-final, a Hungria passou pela Suíça por 2 a 0, a Suécia - que não jogou as oitavas-de-final devido à desistência da Áustria - atropelou os cubanos por 8 a 0 e, na partida mais esperada da Copa, a Azzurra eliminou os anfitriões franceses por 3 a 1. A partir daquele momento, os franceses que já não simpatizavam com a seleção italiana declararam guerra aos atuais campeões.
As semifinais emparelharam Hungria contra Suécia e Brasil contra a Itália. Na primeira partida, um passeio húngaro: 5 a 1. A Hungria chegava à final da Copa como uma total surpresa, pois muitos apostavam numa final entre Brasil e Itália ou França. A final antecipada veio, então, na semifinal. O Brasil jogou sem Leônidas da Silva, declarado lesionado, embora muitos achassem que estava sendo poupado para uma possível final.
Os franceses lotaram o estádio em Marselha para impulsionar os brasileiros: se antes eles já gostavam da nossa seleção, agora que o jogo era contra a Itália parecia que o Brasil é que era o time da casa. Durante uma paralisação da partida, o jogador italiano Piola deu um pontapé em Domingos da Guia dentro da área brasileira. O zagueiro revidou e o árbitro suíço Hans Wüthrich marcou pênalti. Não adiantou reclamar. Meazza converteu e abriu 2 a 0. Romeu descontou no final, mas o Brasil ia mesmo disputar o terceiro lugar com a Suécia, e a Itália iria para a sua segunda final consecutiva, desta vez contra a Hungria.
O Brasil entrou em campo no dia 19 de junho de 1938 para decidir o terceiro lugar com a Suécia. Leônidas teve uma excelente apresentação e marcou dois gols no jogo que terminou 4 a 2 para o Brasil, sacramentando a artilharia do brasileiro e colocando pela primeira vez o Brasil entre os primeiros numa Copa do Mundo.
Mas o momento mais esperado aconteceu naquele mesmo dia, só que em Paris: Itália e Hungria perfilaram-se para a disputa do título de campeão do mundo. A Itália era favorita por ter sido campeã na edição anterior, mas havia muitos que apostavam na força ofensiva da Hungria, que marcara até então 13 gols em 3 jogos. Apesar do apoio incondicional dos franceses, os húngaros não agüentaram por muito tempo a pressão italiana: Colaussi abriu o placar logo aos 5 do primeiro tempo.
Dois minutos depois, Titkos empatou e devolveu o ânimo ao seu time, o que não foi suficiente para segurar a squadra Azzurra: Piola e Colaussi novamente abriram 3 a 1 no final da primeira etapa. Os húngaros ainda descontaram com Sarosi, mas a oito minutos do fim Piola marcou novamente e decretou a vitória italiana: 4 a 2, com direito a saudação a Mussolini. Mas a Itália só voltaria a levantar um título 44 anos depois.
III Copa do Mundo - 1938 - França
Campeão: Itália
Vice: Hungria
3º lugar: Brasil
4º lugar: Suécia
Período: de 09 a 19 de junho de 1938
Total de jogos: 18
Gols marcados: 84
Média de gols: 4,66 por partida
Artilheiro: Leônidas (Brasil) - 8 gols
Público total: 374.937 pagantes
Média de público: 20.830 pagantes
O Brasil: 3º lugar - 5 jogos (3V, 1E e 1D), 14GP/11GC
Jogos: Oitavas de final: Brasil 6x5 Polônia (Leônidas (3), Romeu e Perácio (2) para o Brasil / Szerfke (pênalti), Piontek e Willimowski (3) para a Polônia)
Quartas de final: Brasil 1 x 1 Tchecoslováquia (Leônidas e Nejedly)
Brasil 2 x 1 Tchecoslováquia (jogo desempate: Leônidas e Roberto para o Brasil, Kopecky para a Tchecoslováquia)
Semifinal: Brasil 1 x 2 Itália (Romeu / Colaussi e Meazza (pênalti))
Disputa do 3º lugar: Brasil 4 x 2 Suécia (Romeu, Leônidas (2) e Perácio / Jonasson e Nyberg)
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