quinta-feira, 2 de outubro de 2008

O mapa da mina (da Copa)


Publicado originalmente no
Febre Mundialista.

Terminou nesta terça, no Rio de Janeiro, o seminário das cidades candidatas a sedes da Copa de 2014. Dezoito postulantes apresentaram os detalhes de infra-estrutura e estádios ao Comitê Organizador e aos representantes da Fifa. Responderam ainda a questionamentos do caderno de encargos da entidade.

Na teoria, tudo muito bonito, ético e transparente. Na prática, palestras inúteis. Afinal, o que decidirá as sedes é a força política e o lobby com Ricardo Teixeira, presidente do Comitê Organizador e da CBF - pela primeira vez na história, a mesma pessoa ocupa as duas funções.

A principal dúvida é o número de cidades. A Fifa recomenda e quer dez, mas a CBF pede doze ou até quatorze. A decisão, que deveria acontecer em novembro, foi adiada para março a pedido de Ricardo Teixeira, que disse querer evitar um tom político na escolha, que aconteceria um mês depois das eleições municipais.

A partir daí, começa a briga. Cinco cidades já foram confirmadas por Teixeira, por mais que ele diga que é a Fifa quem escolhe: Rio de Janeiro, Porto Alegre, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília. As últimas três, inclusive, disputam o direito de sediar a abertura, já que a final deve ser no Maracanã.

No Nordeste, Salvador e Recife já estariam garantidos. Restariam três cidades se fossem dez sedes. Cuiabá, graças a proximidade do governador Blairo Maggi com Teixeira, seria a sede pantaneira. Manaus e Belém brigam pela sede amazônica, com vantagem para a capital paraense. E Fortaleza e Natal disputam a terceira sede nordestina, com vantagem para os cearenses.

As outras candidatas, e que deverão ficar de fora, são Florianópolis, Campo Grande, Rio Branco, Maceió e Goiânia. Curitiba, talvez a cidade com melhor infra-estrutura dentre todas as dezoito, está praticamente descartada. E não é por já haver quatro sedes no Sul/Sudeste. O comentário que se ouviu foi de que a capital paranaense é uma cidade praticamente pronta, e teria muito pouco a se fazer. Por isso, ficaria de fora.

O raciocínio é simples - para eles. De todas as cidades-sede, apenas Porto Alegre e São Paulo terão estádios que receberão investimento da iniciativa privada. Todos os outros serão construídos ou reformados com dinheiro público. Toda a infra-estrutura das cidades também será assim. Será uma Copa bancada pelo contribuinte. E para quê fazer a Copa em Curitiba se não haverá a necessidade de obras?

Mais obras, mais licitações, mais dinheiro.

Tudo isso poucos dias depois da divulgação dos primeiros números do Pan pelo Tribunal de Contas da União - e o rombo foi enorme. Tudo isso com Salvador anunciando que a Fonte Nova será reformada, e dirigida pelo mesmo Bobô que dizia que o estádio estava em boas condições antes da tragédia do ano passado.

Realmente, a Copa 2014 será uma festa.

Abaixo, o provável mapa das sedes brasileiras.

2 comentários:

Danilo Damasceno disse...

Na minha visão todas as sedes vão lucrar, o estadio do Morumbi é um exemplo, e por mais que se fale em iniciativa privada eu duvido que não irá entrar dinheiro do governo. Tiro certeiro e nosso dinehiro vulneravel e facil mais uma vez.Abração

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Anônimo disse...

cade manaus?
poe bELEM TA DOIDO? PELA SACO TU É INDIO?