Chegamos ao final do primeiro turno do campeonato brasileiro, e é hora de uma análise mais aprofundada. Em 190 jogos, as redes balançaram 519 vezes (média de 2,73 gols por partida, a segunda desde o início dos pontos corridos - perde apenas para os 2,63 de 2006). Foram 119 de cabeça, 24 de falta, 61 de pênalti e 47 de fora da área. 75 cartões vermelhos foram mostrados, um a cada quatro jogos. Já o amarelo foi aplicado 1075 vezes, média de 5,6 por partida.
A média de público vem confirmando o crescimento e, com 15.538, fica atrás apenas dos 17.255 do ano passado (sempre desde 2003). Os mandantes têm ampla vantagem: 113 vitórias, contra 44 empates e apenas 33 vitórias dos visitantes.
Foram quatro líderes diferentes: o Náutico, apenas na segunda rodada; o Cruzeiro, na 3ª e na 4ª; o Flamengo, com dez, o maior número (1ª e 4ª a 13ª); e o Grêmio, campeão do turno, líder há seis rodadas. Por outro lado, o Fluminense foi quem mais esteve na zona de rebaixamento: dezoito rodadas (só não esteve na primeira). O Ipatinga ficou entre os quatro piores em 16 rodadas.
Em comparação com 2007, o campeonato está mais equilibrado, apesar de a campanha do Grêmio ser a melhor de um líder do turno desde 2003 - fez 41 pontos contra 40 do São Paulo no ano passado. Entretanto, a diferença de pontos do líder para o lanterna é de 25, contra 30 na última edição. Além disso, três pontos separam o Palmeiras, 3º lugar, do Botafogo, 8º - no ano passado, as mesmas colocações eram divididas por cinco pontos. Os pontos estão mais distribuídos entre os clubes, como mostra a zona de rebaixamento: o Ipatinga, lanterna, estaria em 18ª com os mesmos 16 pontos.
Os maiores destaques do início do campeonato foram Flamengo, Cruzeiro, Grêmio e Náutico, que brigaram pelas primeiras posições. Fluminense, São Paulo e Santos, disputando a Libertadores, começaram mal. A partir da 6ª rodada, o Vitória começou a subir e o Náutico a descer.
Empurrado pelo veterano Ramon e pela revelação Marquinhos, o time baiano venceu quatro partidas seguidas e despontou. Ao mesmo tempo, o Flamengo abria cinco pontos sobre o vice-líder Cruzeiro, graças principalmente ao grande futebol apresentado por Marcinho, Ibson e Juan. Ao mesmo tempo, o Santos não conseguia melhorar de produção apesar da chegada de Cuca, e o Fluminense sofria com a traumática perda da final da Libertadores em casa. O Sport, campeão da Copa do Brasil, parecia também perder o foco.
Com a venda de Marcinho, Renato Augusto e Souza, o Flamengo começou a cair vertiginosamente de produção. Enquanto isso, Palmeiras e São Paulo se estabilizavam na competição e o Grêmio, na 9ª rodada, perderia sua última partida no 1º turno. Após empates fora e vitórias em casa, o tricolor assumiu a liderança na 14ª rodada com uma impressionante goleada por 7 a 1 no Figueirense, em pleno Orlando Scarpelli. Quem também era goleado era o Atlético-MG, por 4 a 0 para o Botafogo, chegando à zona de rebaixamento e agravando a crise.
O Internacional, apontado por muitos como candidato ao título, permaneceu irregular todo o turno, alternando grandes vitórias como os 2 a 0 sobre o São Paulo com resultados muito ruins, como derrotas para o Ipatinga fora e o Santos em casa. Já o Coritiba, com a volta de Keirrison, foi quem mais subiu na reta final, ao lado do Botafogo, que após rondar as últimas posições com Geninho, melhorou absurdamente com a chegada de Ney Franco.
O Grêmio se consolidou na liderança, vencendo em casa e fora. Mesmo sem Ramires, na seleção olímpica, o Cruzeiro fez boas exibições graças a Fabrício, Wagner e Guilherme, e terminou o turno na segunda posição. O Palmeiras terminou em terceiro graças a melhor campanha dentro de casa e o São Paulo fechou o G4 com uma campanha consistente, apesar de alguns percalços.
Vitória, Coritiba e Botafogo terminam o turno em alta, ao contrário de Atlético-PR, que jamais superou a 10ª colocação, Portuguesa, com uma defesa muito frágil, e Náutico. O Goiás, que brigava para não cair, melhorou com a chegada de Hélio dos Anjos e o Figueirense, após a goleada em casa, diminuiu o ritmo. Quem terminou o turno mais fragilizado foi o Vasco, que apesar da goleada por 6 a 1 sobre o Atlético-MG, sofreu três goleadas seguidas fora de casa (5x2 para o Santos, 4x0 para o São Paulo e 5x0 para o Vitória), encerrando com a pior defesa e na zona do descenso - sem contar os inúmeros problemas internos.
Abaixo, números do primeiro turno, bem como a seleção do torneio até aqui.
Gols
2007 - 520 marcados (média de 2,81, com cinco jogos adiados por causa do Pan)
2008 - 519 (média de 2,73)
Artilheiros
2007 - Josiel (PAR): 12 gols
2008 - Alex Mineiro (PAL) e Kléber Pereira (SAN): 11 gols
Melhor ataque
2007 - Cruzeiro (40 gols)
2008 - São Paulo (33)
Melhor defesa
2007 - São Paulo (7)
2008 - Cruzeiro (12)
Pior ataque
2007 - América-RN (16)
2008 - Atlético-PR (17)
Pior defesa
2007 - América-RN (42)
2008 - Portuguesa e Vasco (39)
Seleção do primeiro turno
Victor (GRE): Remanescente da passagem de Vagner Mancini pelo Olímpico, atuou em todos os 19 jogos e só sofreu gol em nove deles, mantendo a média de 0,63 gol sofrido por partida.
Paulo Sérgio (GRE): Posição mais carente do campeonato. Entra por ter feito um bom número de assistências: cinco, além de um gol importante contra o Cruzeiro.
André Dias (SAP): Impressionante sua recuperação, ele que era considerado o zagueiro mais fraco do São Paulo. Com os problemas físicos de Miranda e a ausência de Alex Silva pela seleção, transformou-se em um líder.
Léo (GRE): Zagueiro-revelação do campeonato, merece a menção tanto quanto Rever e Pereira, seus companheiros de trio de zaga. Mas pelo potencial e pelas atuações firmes, é o escolhido.
Juan (FLA): Fundamental na primeira metade do turno, caiu de produção assim como o restante do time do Flamengo. Ainda assim, é o líder de assistências e o único jogador lúcido do Fla nas últimas partidas.
Fabrício (CRU): Subiu muito de produção na reta final do turno, fazendo gols importantes além da já antes presente liderança e eficiência na marcação, nos desarmes e nas coberturas.
Rafael Carioca (GRE): Outra grande revelação do Grêmio, faz ao lado de William Magrão uma jovem e competente dupla de volantes que sabem jogar muito bem, ao melhor estilo da moda atual. É o segredo do sucesso do Grêmio.
Marquinhos (VIT): O craque do primeiro turno. Desconhecido, atuou com maestria pela meia-esquerda do interessante esquema de Vagner Mancini. Sua habilidade e velocidade foram mortais aos adversários, além de ter marcado gols importantíssimos e dado seis assistências.
Wagner (CRU): Menos regular que Marquinhos, foi quando ele voltou a jogar bem que o Cruzeiro cresceu. Chamou a responsabilidade em jogos cruciais e tem abastecido Guilherme com lindas bolas, também marcando seus gols.
Nilmar (INT): Apesar da campanha irregular do Inter, aparece na vice-artilharia com dez gols. O mais importante, entretanto, é a entrega em todos os jogos, combinando velocidade, habilidade e garra e transformando-as em grandes atuações.
Alex Mineiro (PAL): Artilheiro ao lado de Kléber Pereira, foi bem mais consistente que o rival santista - além de ter marcado menos gols de pênalti. Talvez o melhor camisa nove de ofício do campeonato.
A média de público vem confirmando o crescimento e, com 15.538, fica atrás apenas dos 17.255 do ano passado (sempre desde 2003). Os mandantes têm ampla vantagem: 113 vitórias, contra 44 empates e apenas 33 vitórias dos visitantes.
Foram quatro líderes diferentes: o Náutico, apenas na segunda rodada; o Cruzeiro, na 3ª e na 4ª; o Flamengo, com dez, o maior número (1ª e 4ª a 13ª); e o Grêmio, campeão do turno, líder há seis rodadas. Por outro lado, o Fluminense foi quem mais esteve na zona de rebaixamento: dezoito rodadas (só não esteve na primeira). O Ipatinga ficou entre os quatro piores em 16 rodadas.
Em comparação com 2007, o campeonato está mais equilibrado, apesar de a campanha do Grêmio ser a melhor de um líder do turno desde 2003 - fez 41 pontos contra 40 do São Paulo no ano passado. Entretanto, a diferença de pontos do líder para o lanterna é de 25, contra 30 na última edição. Além disso, três pontos separam o Palmeiras, 3º lugar, do Botafogo, 8º - no ano passado, as mesmas colocações eram divididas por cinco pontos. Os pontos estão mais distribuídos entre os clubes, como mostra a zona de rebaixamento: o Ipatinga, lanterna, estaria em 18ª com os mesmos 16 pontos.
Os maiores destaques do início do campeonato foram Flamengo, Cruzeiro, Grêmio e Náutico, que brigaram pelas primeiras posições. Fluminense, São Paulo e Santos, disputando a Libertadores, começaram mal. A partir da 6ª rodada, o Vitória começou a subir e o Náutico a descer.
Empurrado pelo veterano Ramon e pela revelação Marquinhos, o time baiano venceu quatro partidas seguidas e despontou. Ao mesmo tempo, o Flamengo abria cinco pontos sobre o vice-líder Cruzeiro, graças principalmente ao grande futebol apresentado por Marcinho, Ibson e Juan. Ao mesmo tempo, o Santos não conseguia melhorar de produção apesar da chegada de Cuca, e o Fluminense sofria com a traumática perda da final da Libertadores em casa. O Sport, campeão da Copa do Brasil, parecia também perder o foco.
Com a venda de Marcinho, Renato Augusto e Souza, o Flamengo começou a cair vertiginosamente de produção. Enquanto isso, Palmeiras e São Paulo se estabilizavam na competição e o Grêmio, na 9ª rodada, perderia sua última partida no 1º turno. Após empates fora e vitórias em casa, o tricolor assumiu a liderança na 14ª rodada com uma impressionante goleada por 7 a 1 no Figueirense, em pleno Orlando Scarpelli. Quem também era goleado era o Atlético-MG, por 4 a 0 para o Botafogo, chegando à zona de rebaixamento e agravando a crise.
O Internacional, apontado por muitos como candidato ao título, permaneceu irregular todo o turno, alternando grandes vitórias como os 2 a 0 sobre o São Paulo com resultados muito ruins, como derrotas para o Ipatinga fora e o Santos em casa. Já o Coritiba, com a volta de Keirrison, foi quem mais subiu na reta final, ao lado do Botafogo, que após rondar as últimas posições com Geninho, melhorou absurdamente com a chegada de Ney Franco.
O Grêmio se consolidou na liderança, vencendo em casa e fora. Mesmo sem Ramires, na seleção olímpica, o Cruzeiro fez boas exibições graças a Fabrício, Wagner e Guilherme, e terminou o turno na segunda posição. O Palmeiras terminou em terceiro graças a melhor campanha dentro de casa e o São Paulo fechou o G4 com uma campanha consistente, apesar de alguns percalços.
Vitória, Coritiba e Botafogo terminam o turno em alta, ao contrário de Atlético-PR, que jamais superou a 10ª colocação, Portuguesa, com uma defesa muito frágil, e Náutico. O Goiás, que brigava para não cair, melhorou com a chegada de Hélio dos Anjos e o Figueirense, após a goleada em casa, diminuiu o ritmo. Quem terminou o turno mais fragilizado foi o Vasco, que apesar da goleada por 6 a 1 sobre o Atlético-MG, sofreu três goleadas seguidas fora de casa (5x2 para o Santos, 4x0 para o São Paulo e 5x0 para o Vitória), encerrando com a pior defesa e na zona do descenso - sem contar os inúmeros problemas internos.
Abaixo, números do primeiro turno, bem como a seleção do torneio até aqui.
Gols
2007 - 520 marcados (média de 2,81, com cinco jogos adiados por causa do Pan)
2008 - 519 (média de 2,73)
Artilheiros
2007 - Josiel (PAR): 12 gols
2008 - Alex Mineiro (PAL) e Kléber Pereira (SAN): 11 gols
Melhor ataque
2007 - Cruzeiro (40 gols)
2008 - São Paulo (33)
Melhor defesa
2007 - São Paulo (7)
2008 - Cruzeiro (12)
Pior ataque
2007 - América-RN (16)
2008 - Atlético-PR (17)
Pior defesa
2007 - América-RN (42)
2008 - Portuguesa e Vasco (39)
Seleção do primeiro turno
Victor (GRE): Remanescente da passagem de Vagner Mancini pelo Olímpico, atuou em todos os 19 jogos e só sofreu gol em nove deles, mantendo a média de 0,63 gol sofrido por partida.
Paulo Sérgio (GRE): Posição mais carente do campeonato. Entra por ter feito um bom número de assistências: cinco, além de um gol importante contra o Cruzeiro.
André Dias (SAP): Impressionante sua recuperação, ele que era considerado o zagueiro mais fraco do São Paulo. Com os problemas físicos de Miranda e a ausência de Alex Silva pela seleção, transformou-se em um líder.
Léo (GRE): Zagueiro-revelação do campeonato, merece a menção tanto quanto Rever e Pereira, seus companheiros de trio de zaga. Mas pelo potencial e pelas atuações firmes, é o escolhido.
Juan (FLA): Fundamental na primeira metade do turno, caiu de produção assim como o restante do time do Flamengo. Ainda assim, é o líder de assistências e o único jogador lúcido do Fla nas últimas partidas.
Fabrício (CRU): Subiu muito de produção na reta final do turno, fazendo gols importantes além da já antes presente liderança e eficiência na marcação, nos desarmes e nas coberturas.
Rafael Carioca (GRE): Outra grande revelação do Grêmio, faz ao lado de William Magrão uma jovem e competente dupla de volantes que sabem jogar muito bem, ao melhor estilo da moda atual. É o segredo do sucesso do Grêmio.
Marquinhos (VIT): O craque do primeiro turno. Desconhecido, atuou com maestria pela meia-esquerda do interessante esquema de Vagner Mancini. Sua habilidade e velocidade foram mortais aos adversários, além de ter marcado gols importantíssimos e dado seis assistências.
Wagner (CRU): Menos regular que Marquinhos, foi quando ele voltou a jogar bem que o Cruzeiro cresceu. Chamou a responsabilidade em jogos cruciais e tem abastecido Guilherme com lindas bolas, também marcando seus gols.
Nilmar (INT): Apesar da campanha irregular do Inter, aparece na vice-artilharia com dez gols. O mais importante, entretanto, é a entrega em todos os jogos, combinando velocidade, habilidade e garra e transformando-as em grandes atuações.
Alex Mineiro (PAL): Artilheiro ao lado de Kléber Pereira, foi bem mais consistente que o rival santista - além de ter marcado menos gols de pênalti. Talvez o melhor camisa nove de ofício do campeonato.
Um comentário:
Olá, Maurício.
Parabéns pelos dados do 1º turno. Não os vi em nenhum outro lugar.
Um abraço,
Felipe
"www.esportejornalismo.blogspot.com nas Olimpíadas de Pequim"
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