segunda-feira, 15 de junho de 2009

Rothulado


Poucas pessoas despertam tantas reações diferentes no mundo do futebol sem serem polêmicas ou explosivas como Celso Roth. O treinador é adorado por todas as torcidas, menos por aquela em cujo clube está trabalhando no momento, a ponto de ser motivo de chacota dos adversários toda vez que é anunciado em um novo time.

Títulos são obrigatórios para a (sobre)vida de qualquer técnico ou jogador, e Roth não os conquista desde 2000, quando venceu a Copa do Nordeste pelo Sport. Mas não há como negar que, nos últimos anos - especialmente com o advento dos pontos corridos -, ele tem acabado com o rótulo de treinador excessivamente defensivo que ainda insistem em lhe imputar.

Em 2004, fez excelente campanha com o Goiás de Paulo Baier e Alex Dias, terminando o Brasileirão na 6ª posição, a sete pontos da zona da Libertadores. No ano seguinte, assumiu o Botafogo em agosto e fez a melhor campanha do clube desde o título de 95, terminando em nono lugar.

Após as duas boas campanhas, foi demitido. Ficou um ano e quatro meses parado, até assumir o Vasco no lugar de Renato Gaúcho. No Brasileirão, levou o time carioca à liderança pela única vez em toda a história dos pontos corridos, na quinta rodada. Terminou o primeiro turno em quarto lugar (com um jogo a menos), na zona da Libertadores. Com a queda de produção no segundo turno, acabou demitido e o Vasco terminou o ano em 12º lugar.

No Grêmio, fez um trabalho ainda melhor e por pouco não foi campeão brasileiro, liderando o maior número de rodadas da temporada (deixou a ponta a seis jogos do fim) e levando um time desacreditado ao vice-campeonato. Neste ano, abriu mão do Estadual para traçar uma campanha sólida na Libertadores, mas acabou pagando caro pela escolha.

Agora, no Atlético, desenvolve o mesmo trabalho dos outros clubes: recuperou a auto-estima ferida após a goleada na final do Mineiro, immpôs um sistema de jogo de marcação sufocante e contra-ataques mortais. Quando sai na frente, dificilmente o Galo sofre a virada. Na sexta rodada, assume a liderança com o clube pela primeira vez desde que os pontos corridos foram introduzidos.

Falta a Roth encontrar a consistência adequada em todo o ano. A queda de produção de seus times no segundo turno é evidência histórica. Embora seja difícil conseguir fazer isso com o Atlético neste ano, também parecia improvável em 2008 com o Grêmio. Se conseguir, acabará de vez com o rótulo e provará que tem, sim, qualidade. Basta deixá-lo trabalhar.

3 comentários:

Cristian disse...

A passionalidade não só dos torcedores, mas principalmente dos dirigentes brasileiros, leva a injustiças como aquelas que afligem Celso Roth. E nem é preciso pensar muito para encontrar outro treinador que recentemente passou por situação semelhante. O antecessor de Roth no Grêmio, Vagner Mancini, foi demitido com o time invicto. Tudo porque seu jeito de armar o time "ia contra as tradições do Grêmio", segundo uma versão oficial. Embora bem menos rodado que Roth, Mancini havia feito um trabalho excelente no Paulista de Jundiaí e depois repetiu o bom desempenho com o Vitória-BA depois de deixar o Tricolor gaúcho. Acho que Roth tem tudo para dar certo no Atlético Mineiro. Especialmente se puder trabalhar em médio prazo. Em longo prazo nem me arrisco a dizer. Afinal de contas, nem o multicampeão Muricy Ramalho consegue ficar imune às críticas inflamadas a cada resultado negativo. E só não caiu até hoje porque Juvenal Juvêncio, um dirigente com o qual a mídia não faz metade do estardalhaço que faz com o corintiano Andrés Sanchez, foge do comum e banca a manutenção do treinador.

Thaís Poggio disse...

Oi Mauricio!
Tudo bem??

O blog está muito bom! Vou passar a acmpanha-lo com mais frequencia!!

Passe no meu também para ver o que você acha!!

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Beijoooooo

P. L. F. V. disse...

O Roth ainda é muito 'de arrancada', ele precisa fazer os times dele manterem o ritmo...