segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O novo Fábregas

Arsenal repete com Toral, promessa espanhola, história que já deu bastante certo com Césc


Emirates Stadium, 16 de fevereiro. Enquanto o Arsenal lutava para conseguir uma virada sensacional sobre o Barcelona no jogo de ida das oitavas de final da Uefa Champions League, a torcida cantava nas arquibancadas algo como “Fábregas é nosso e vocês não irão roubá-lo”. A música improvisada tinha como alvo a diretoria do Barcelona, que tem tentado exaustivamente a contratação do meia. Desnecessário lembrar, entretanto, que se o coro tenta fazer do Barça o vilão da história, foi o Arsenal que, em 2003, levou Cesc para Londres, aos 16 anos de idade.

Publicado no Olheiros.net

O assunto volta à tona porque o raio parece ter caído pela segunda vez no mesmo lugar. Com grande participação de Arsène Wenger na indicação à diretoria de futebol amador dos Gunners e também durante toda a negociação, o Arsenal acaba de acertar a ida de Jon Toral para sua academia. Segundo informações da imprensa britânica, foram pagos 350 mil euros pelo garoto, que estava livre para assinar com qualquer clube.

As coincidências com o caso de Fábregas existem não apenas por envolver as mesmas equipes, mas porque Jon Toral também é meia, deixa La Masia com os mesmos 16 anos de Cesc e, principalmente, porque o menino era bastante elogiado e até mesmo comparado com o compatriota. Considerado por muitos o melhor jogador da categoria Cadete A (sub-16) e até mesmo de todas as canteras barcelonistas atualmente, é um meia esquerdo habilidoso e com ótima visão de jogo – características mais exigidas nas bases espanholas e que fazem muitos apostarem que, em duas temporadas, o menino já estará atuando entre os profissionais.

Para a concretização da transferência, pesou o fato de Toral ter mãe inglesa e carregar o sobrenome dela – seu nome completo é Jon Miquel Toral Harper, o que facilitará e muito os trâmites para que possa atuar pelos Gunners e até mesmo, no futuro, adquirir cidadania britânica, não sendo considerado um jogador estrangeiro dentro do elenco.

Ainda de acordo com a imprensa inglesa, os planos que Wenger declarou ter para o garoto fizeram a cabeça dele e de seus pais, e a confiança que o treinador sempre demonstra ter nos jovens jogadores pesou na hora de decidir seu destino (Manchester City, Chelsea e Liverpool também haviam feito ofertas).

O sentimento de traição com que o Barcelona se deparou foi maior neste caso do que com Fábregas, Fran Mérida ou Ignasi Miquel porque o agente de Jon Toral é Pere Guardiola, irmão do técnico do Barça. Entretanto, segundo a própria imprensa espanhola, Pere insistiu para que Jon permanecesse no Barcelona, assim como Albert Puig, coordenador das bases do clube e responsável por levar o menino a La Masia, ainda no pré-mirim, após vê-lo treinar no Barri Santes Creus, pequeno clube da Catalunha.

A indignação dos dirigentes blaugranas pode resultar até mesmo em sanções que vão desde o rompimento definitivo das relações com os ingleses (que já demonstraram interesse em Samper e Ballesté, da mesma faixa etária) até ao afastamento de Pere de suas atividades em La Masia. Isto poderia ter efeito contrário ao desejado, contudo, já que o agente poderia iniciar uma saída em massa de jovens jogadores.

Até que a transferência se concretize, Jon foi afastado das partidas oficiais de sua categoria e não deverá voltar a vestir a camisa azul grená. De qualquer forma, chegará à academia bastante pressionado por andar com o estigma de “novo Fábregas”, não só no estilo de jogo como pela maneira que chegou ao Arsenal.

Um comentário:

refy disse...

Ola, Mauricio, gostava de entrar em contacto con você para lhe propor uma colaboraçao. Seria possivel Obrigada