Publicado originalmente na coluna da Série B da Trivela.
Maior público do ano em todas as divisões, com mais de 70 mil pessoas em um único jogo. Melhor campanha da Série B ao final do primeiro turno, com onze vitórias, seis empates e duas derrotas. As frases acima poderiam descrever os anos sabáticos de Atlético-MG e Corinthians, mas aplicam-se a outro alvinegro dos grandes do futebol brasileiro. Após altos e baixos, o Vasco cumpre metade da caminhada na Segunda Divisão com a convicção de que estará de volta em 2010.
Foram 76.211 pagantes na goleada por 4 a 0 sobre o Ipatinga no sábado, primeiro jogo da campanha no Maracanã, em comemoração aos 111 anos do clube, completados um dia antes. Carlos Alberto foi o camisa 111, jogada do departamento de marketing que chamou a torcida, e ela compareceu. O time de Dorival Júnior prometeu e entregou, com uma atuação convincente e que mostra o momento diferente pelo qual passa o até então adormecido Gigante da Colina. Há pouco tempo, momentos como esse eram constantemente estragados, como a festa pelo gol mil de Romário adiada pelo Gama.
O que mais chama a atenção é o fato de boa parte da imprensa ter descoberto a campanha vascaína só agora, quando os números escancararam-se iguais aos do Corinthians do ano passado com as mesmas dezenove rodadas. Isto mostra que a “saga” de 2008 foi muito mais o comum exagero de tudo que cerca o time paulistano do que realmente uma jornada fantástica, por mais que o grande desempenho tenha ocorrido de fato no segundo turno, com quatorze vitórias, três empates e uma derrota. Para comparação, vale mesmo é lembrar do excelente primeiro turno do Grêmio na Série A passada, com dois pontos a mais.
Há mais coincidências que unem as duas equipes. Ambas perderam para o mesmo adversário – Bahia – e amargaram uma fase de baixa, acumulando empates. A diferença é que os tropeços corintianos foram mais espaçados, e concentrados no final do turno. Os cinco empates seguidos derrubaram o Vasco para a oitava posição e colocaram em dúvida a possibilidade do acesso. De fato, o Corinthians tinha um time muito melhor tecnicamente que este vascaíno, e possuía mais poder de fogo. Não à toa, ambos acumularam o mesmo saldo de gols (22), mas o Timão marcou 36 gols e sofreu mais (14 contra 11).
O Vasco é um time mais voluntarioso, que marca mais, especialmente com Amaral e Nilton, e que depende mais das jogadas dos laterais, Paulo Sérgio e Ramon – líderes de assistências da temporada, com nove e cinco, respectivamente. Se é em Carlos Alberto que a torcida encontra o papel do ídolo tão necessário no momento de superação, talvez o maior trunfo de Dorival Júnior tenha sido conseguir montar uma equipe competitiva sem depender do meia de cabelo dreadlock.
A queda de produção explica-se pela perda de alguns jogadores que formavam o time-base que fez ótima campanha no Estadual. As contusões de Tiago, Fernando, Titi, Jéferson e Rodrigo Pimpão demandaram uma alteração estrutural profunda e demorou até que o treinador encontrasse os substitutos, especialmente do meio para a frente, já que Fernando Prass, Vilson e Gian formaram a melhor defesa do campeonato.
Os jovens volantes Mateus e Souza devolveram a consistência perdida no meio-campo e Alex Teixeira, finalmente, fez jus ao título de promessa e firmou-se como titular, mudando até o estilo de jogo para o 4-3-2-1. Élton, agora isolado, também passou a render mais: é o artilheiro cruzmaltino na temporada com 19 gols e soma cinco assistências.
O Vasco pavimenta um caminho sólido de volta à primeira divisão, com uma campanha eficaz de atração de novos sócios que já conta com 33 mil adesões, patrocínio forte e pagamentos em dia. A aposta, na iminência da queda, de que o retorno seria breve, parecia mais um “querer crer” em Roberto Dinamite do que uma convicção, além de uma constatação dos anos anteriores, em que os grandes sempre voltaram. Agora, passadas as maresias, a nau parece muito mais próxima de um porto seguro ao final da jornada – e com perspectivas de voltar a ser tão importante quanto um dia já foi.
Maior público do ano em todas as divisões, com mais de 70 mil pessoas em um único jogo. Melhor campanha da Série B ao final do primeiro turno, com onze vitórias, seis empates e duas derrotas. As frases acima poderiam descrever os anos sabáticos de Atlético-MG e Corinthians, mas aplicam-se a outro alvinegro dos grandes do futebol brasileiro. Após altos e baixos, o Vasco cumpre metade da caminhada na Segunda Divisão com a convicção de que estará de volta em 2010.
Foram 76.211 pagantes na goleada por 4 a 0 sobre o Ipatinga no sábado, primeiro jogo da campanha no Maracanã, em comemoração aos 111 anos do clube, completados um dia antes. Carlos Alberto foi o camisa 111, jogada do departamento de marketing que chamou a torcida, e ela compareceu. O time de Dorival Júnior prometeu e entregou, com uma atuação convincente e que mostra o momento diferente pelo qual passa o até então adormecido Gigante da Colina. Há pouco tempo, momentos como esse eram constantemente estragados, como a festa pelo gol mil de Romário adiada pelo Gama.
O que mais chama a atenção é o fato de boa parte da imprensa ter descoberto a campanha vascaína só agora, quando os números escancararam-se iguais aos do Corinthians do ano passado com as mesmas dezenove rodadas. Isto mostra que a “saga” de 2008 foi muito mais o comum exagero de tudo que cerca o time paulistano do que realmente uma jornada fantástica, por mais que o grande desempenho tenha ocorrido de fato no segundo turno, com quatorze vitórias, três empates e uma derrota. Para comparação, vale mesmo é lembrar do excelente primeiro turno do Grêmio na Série A passada, com dois pontos a mais.
Há mais coincidências que unem as duas equipes. Ambas perderam para o mesmo adversário – Bahia – e amargaram uma fase de baixa, acumulando empates. A diferença é que os tropeços corintianos foram mais espaçados, e concentrados no final do turno. Os cinco empates seguidos derrubaram o Vasco para a oitava posição e colocaram em dúvida a possibilidade do acesso. De fato, o Corinthians tinha um time muito melhor tecnicamente que este vascaíno, e possuía mais poder de fogo. Não à toa, ambos acumularam o mesmo saldo de gols (22), mas o Timão marcou 36 gols e sofreu mais (14 contra 11).
O Vasco é um time mais voluntarioso, que marca mais, especialmente com Amaral e Nilton, e que depende mais das jogadas dos laterais, Paulo Sérgio e Ramon – líderes de assistências da temporada, com nove e cinco, respectivamente. Se é em Carlos Alberto que a torcida encontra o papel do ídolo tão necessário no momento de superação, talvez o maior trunfo de Dorival Júnior tenha sido conseguir montar uma equipe competitiva sem depender do meia de cabelo dreadlock.
A queda de produção explica-se pela perda de alguns jogadores que formavam o time-base que fez ótima campanha no Estadual. As contusões de Tiago, Fernando, Titi, Jéferson e Rodrigo Pimpão demandaram uma alteração estrutural profunda e demorou até que o treinador encontrasse os substitutos, especialmente do meio para a frente, já que Fernando Prass, Vilson e Gian formaram a melhor defesa do campeonato.
Os jovens volantes Mateus e Souza devolveram a consistência perdida no meio-campo e Alex Teixeira, finalmente, fez jus ao título de promessa e firmou-se como titular, mudando até o estilo de jogo para o 4-3-2-1. Élton, agora isolado, também passou a render mais: é o artilheiro cruzmaltino na temporada com 19 gols e soma cinco assistências.
O Vasco pavimenta um caminho sólido de volta à primeira divisão, com uma campanha eficaz de atração de novos sócios que já conta com 33 mil adesões, patrocínio forte e pagamentos em dia. A aposta, na iminência da queda, de que o retorno seria breve, parecia mais um “querer crer” em Roberto Dinamite do que uma convicção, além de uma constatação dos anos anteriores, em que os grandes sempre voltaram. Agora, passadas as maresias, a nau parece muito mais próxima de um porto seguro ao final da jornada – e com perspectivas de voltar a ser tão importante quanto um dia já foi.
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