quinta-feira, 27 de agosto de 2009

A vitória de Platini


O sorriso estava estampado no rosto do presidente da UEFA, Michel Platini, ao final do sorteio dos grupos da Uefa Champions League 2009/10. Afinal, uma de suas principais bandeiras de campanha acabava de tornar-se realidade: o aumento do número de países representados nesta fase da UCL e, consequentemente, o de campeões, de fato, participando da Liga dos Campeões.

Afinal, esta edição será a que terá mais países diferentes na fase de grupos desde a última mudança no sistema de disputa, na temporada 2003/04, quando o mata-mata passou a substituir uma segunda fase de grupos nas oitavas-de-final. (confira lista no final do post)

Ao total, serão clubes de 18 países disputando até o final do ano vagas entre os dezesseis melhores do continente. Com isso, as mudanças profundas pelas quais passou nesta temporada o qualifying, a fase classificatória da UCL, mostram-se extremamente eficazes já em seu ano de estreia.

Ao contrário dos outros anos, quando campeões e não-campeões se enfrentavam sem distinção pelas vagas restantes nos grupos, a UEFA (seguindo idéia de Platini) separou o qualifying, divindido as dez vagas entre cinco para campeões nacionais e outras cinco para os restantes. É por isso que vemos, por exemplo, um time húngaro passar do classificatório pela primeira vez em treze anos. Países totalmente fora do eixo, como o Chipre, por exemplo, também vão ganhando espaço - é o segundo ano consecutivo que a pequena ilha ao sul da Turquia coloca um time nesta etapa.

É neste ponto que muitos criticam, afinal no ano passado já houve algumas zebras, como as participações de BATE, de Belarus, e do Anorthosis, do mesmo Chipre. O argumento é que times mais fracos participando facilitam a ocorrência de goleadas e que, assim, menos surpresas podem ocorrer. O círculo vicioso resultaria num efeito contrário ao proposto por Platini, de ampliação da diferença entre as principais forças e os centros periféricos ao invés de um equilíbrio das forças.

Muito simplista, entretanto, pensar desta forma. Afinal, os clubes que se classificam para a fase de grupos da Liga dos Campeões recebem premiações em dinheiro muito interessantes e, na maioria dos casos destes "pequenos" da Europa, valores bem acima do que estão acostumados. Assim, bastam algumas participações para, num futuro próximo, a equipe se reforçar, ganhar experiência e conseguir, aí sim, importunar os gigantes.

Existe sim o perigo, em ligas menores onde a concentração de taças com um mesmo campeão é muito grande, de um aumento do abismo entre este clube e os outros, mas é um risco que se deve correr. No geral, a idéia de Platini é ótima, mais do que bem-vinda e o melhor: tem tudo para dar certo.

Países representados na fase de grupos da UCL:

2009/10 - 18
2008/09 - 17
2007/08 - 15
2006/07 - 17
2005/06 - 15
2004/05 - 14
2003/04 - 16

Nenhum comentário: