quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Náufrago


Acompanhasse Tom Hanks o Campeonato Brasileiro, ficaria com inveja da versão brasileira de "Náufrago". De fato, a cruzada da caravela vascaína passou muito além de Taprobana mas, quando começava a avistar a América, foi a pique.
Muitos são os motivos pela queda vertiginosa de produção do Vasco no segundo turno, que encontra par apenas em outro clube de regatas, ali na praia de Botafogo. Difícil apontar qual o mais importante:

- A complicada tarefa de conciliar duas competições com um elenco limitado. A Sulamericana fez com que o time disputasse um jogo a cada três dias, enquanto muitos adversários diretos (como Santos, Grêmio, Palmeiras e Cruzeiro) descansavam.

- As lesões conseqüentes de tal maratona de jogos. Perdigão, elemento fundamental do time no final do primeiro turno, perdeu seqüência e não tem atuado tão bem, muitas vezes no sacrifício.

- Uma seqüência dificílima no Brasileirão (SP, Cruzeiro, Grêmio e Santos) exatamente num momento complicado.

- A dependência de Leandro Amaral, que se agravou nas últimas rodadas, não só pelos gols que marca como também pelos que ajuda a criar.

- A constante mudança de esquema tático imposta por Roth recentemente. Após a vitória sobre o Lanús, quando a equipe jogou praticamente num 4-3-1-2, Roth atendeu o pedido da torcida e escalou Andrade ao lado de Perdigão. Entretanto, Andrade não tem repetido o bom desempenho de sua primeira passagem por São Januário. O meio perdeu em combatividade e agora o técnico muda a todo momento, muitas vezes até durante os jogos, o esquema do costumeiro 3-5-2 para o 4-3-1-2. Com isso, os alas/laterais caíram de produção e a zaga ficou indecisa.

Tudo isso fez com que o único invicto dentro de casa perdesse as três últimas partidas como mandante. A injeção de ânimo que a vitória na Sulamericana parecia ter dado ao elenco já teve seu efeito dissolvido, o que pôde ser visto especialmente na partida contra o Juventude: nunca uma equipe correu tanto sem imprimir velocidade e ritmo a um jogo. Foram 60 passes errados e um nervosismo fora de série. De novo em casa, contra o Juventude, assim como em 2006. De novo, o Vasco vai nadar, nadar, e morrer na praia.

6 comentários:

Marcus Alves disse...

Ah, saudades do Botafogo (o bairro, claro) :D

Mas, sim, imagine se Leandro Amaral tivesse se transferido para o Bétis. A situação poderia estar pior.

Marcelo Sant´Ana disse...

Nunca apostei R$ 1 em Celso Roth.

Mas o cara até me enganou, assim como a muitos outros, botando este regular time do Vasco lá em cima, embora estivesse passado dois anos sem treinar clube algum.

Nada melhor que o desenrolar de um campeonato para Roth voltar ao normal...

Abraço

Dassler Marques disse...

Com todo respeito ao ótimo Marcelo Sant'ana, não acho legal agora todos dizerem "esse é o Roth".

O time é limitado e já fez bem mais que podia. O Corinthians, por exemplo, tem um time mais ou menos no mesmo nível, e olha onde está.

Acho que pode ser simplesmente uma entresafra ruim, visto que o Vasco é um time que depende demais da confiança e da vibração em São Januário, onde colheu boa parte de seus pontos.

O problema é que a seqüência veio justamente quando não podia.

abraço, poio!

Lucas Meneses disse...

O Vasco possui um time limitado e isso é um fato. Mas possui um time bem melhor que muitos do Brasileirão...

Ora, jogadores como Jorge Luís, Perdigão, Conca e Leandro Amaral têm condições de figurarem entre, sei lá, os 5 melhores do campeonato em suas respectivas posições.

Creio que não seja a dependência do leandro Amaral ou a falta de capacidade de Celso Roth, que apesar de não ser um técnico de alto nível, conseguiu levar o Vasco a um bom patamar de qualidade neste campeonato.

Assim como o Botafogo, o time do Vasco necessita de uma confiaça extrema para se dar bem na competição. Com a difícil maratona de jogos, com a alta qualidade dos adversários, e sem a tal confiança, o time "naufragou".

Contra o Juventude, o "CALDEIRÃO SÃO JANUÁRIO" recebeu pouco mais de 3.500 mil pagantes... uma vergonha. O resultado: derrota em casa para o penúltimo do Brasileirão.
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Apesar da sombra do Romário voltar ao time, outro bom retorno é do meia Morais. Com a utilização de bons nomes da reserva do time, como os jovens Luizão, Guilherme e Alan Kardec, além do próprio Andrade ou Morais, o time ainda pode "galgar um lugar ao sol"...

A seqüência de jogos até o fim do campeonato é muito boa. Excluso os clássicos contra Flamengo e Botafogo, o time pega adversários não tão fortes e ainda pode sonhar com a vaga na Libertadores.

Impossível? Quase.

Abraços Maurício!!

Anônimo disse...

O pó de pirlimpimpim do Roth acabou, como esse time perde gols, é coisa de louco. E se bobiar vai lutar para não cair, alias junto com o meu Flamengo!Abração

Anônimo disse...

O Vasco não vai ser campeão, nem vai levar vaga na Libertadores. Certo?

Então, que se planeje para 2008!

Por isso, creio que qualquer crítica ao Andrade seja precipitada. Dê-se um tempo de adaptação a ele, as coisas não são tão rápidas assim! O tempo que demorou até que o Dagoberto se encaixasse no São Paulo, por exemplo, foi enorme. Mas valeu a pena. Com o Andrade, a paciência deve ser a mesma.

Sobre depender de poucos jogadores, ter lesões de jogadores importantes, ter sequência difícil de jogos, TODOS os times passaram por isso em algum momento durante o campeonato. E é nessa hora que as palavras "elenco" e "estabilidade" ressaltam em algumas poucas equipes e somem de todas as outras.

Para este ano, sobrou fugir do rebaixamento e tentar algo na Sul Americana. Afinal, para que tentar ficar na zona de classificação para a próxima Sul Americana se já se está na atual? Não é mais fácil vencer a atual do que lutar para ir para a próxima e descartá-la novamente?

Abraços!

PS: O post anterior tem dois erros muito feios, então, reescrevi. Por favor, delete o anterior.