Ninguém se fortaleceu mais no processo de escolha do Brasil como sede da Copa de 2014 do que Ricardo Teixeira. O presidente da CBF, criticado por alguns ao assumir o futebol nacional em 1989 e por quase todos com o passar do tempo, é, hoje, a segunda pessoa mais importante do futebol mundial.
Digo segunda porque Teixeira vem, obviamente, atrás de Joseph Blatter, que só não terá vida tão longa na Fifa justamente por causa da idade. A corrida presidencial para eleger o sucessor de Blatter já é intensa nos bastidores das confederações e Teixeira, que nunca escondeu o sonho de presidir a entidade máxima do futebol mundial, vê na organização da Copa no Brasil seu maior trunfo na campanha para ser o presidente a partir exatamente de 2014.
Além das conhecidas ressalvas de segurança e infra-estrutura feitas sobre a candidatura brasileira, outro ponto chamou a atenção do comitê de inspeção da Fifa, mas que passou despercebido por aqui: o comitê organizador da Copa é a própria CBF e Ricardo Teixeira, por conseqüência, seu presidente. Um fato inédito.
Os países-sede possuem um comitê organizador local, que trabalha em conjunto com o comitê da Fifa. Para a Copa de 2006, o presidente do comitê alemão foi Franz Beckenbauer; na África do Sul, a tarefa cabe a Danny Jordan. Estes comitês são entidades jurídicas únicas e as federações nacionais mantêm suas instituições e estruturas preservadas, trabalhando paralelamente.
A decisão de imputar à CBF tamanha responsabilidade desvirtua o processo, além de deixá-lo menos transparente: Teixeira será o comandante de todas as negociações, seja de patrocínios, parcerias, obras e quaisquer outras decisões que envolvam a Copa. Tendo na cabeça a cifra de US$ 1 bilhão que o comitê de inspeção avaliou como necessária para adequar os estádios ao padrão Fifa, imagine o que esse poder centralizado pode acarretar quando se tem uma pessoa que comanda as federações estaduais decidindo tudo: entra em cena o jogo político, que quase nunca visa o melhor para quem realmente interessa. Com um ano de articulações pela frente para a escolha das cidades-sede, Teixeira pode conseguir qualquer coisa que quiser - até mesmo definir o número de sedes em doze, ao contrário das dez que a Fifa recomenda.
Não bastasse isso, somente pelo fato de o Brasil ter sido escolhido sede, Teixeira garantiu-se como presidente da CBF até 2014 (e até por isso deve concorrer à presidência da Fifa somente a partir de então). Com a constante reclamação (fundamentada) dos clubes de que a CBF só se interessa pela seleção e deixa eles, alimentadores de todo o sistema, à deriva, os sete próximos anos podem ser bastante nebulosos para o futebol brasileiro - especialmente se contarmos o rápido processo de enfraquecimento dos clubes nesta década.
O Brasil tem sim condições de sediar uma boa Copa do Mundo. Não será a melhor da história, afinal a diferença de nível para os europeus é absurda. Mas as chances de que seja uma Copa extremamente bem organizada já começam a diminuir. A taça do Mundo pode até ser nossa. Mas com o Teixeira, não há quem possa!
Digo segunda porque Teixeira vem, obviamente, atrás de Joseph Blatter, que só não terá vida tão longa na Fifa justamente por causa da idade. A corrida presidencial para eleger o sucessor de Blatter já é intensa nos bastidores das confederações e Teixeira, que nunca escondeu o sonho de presidir a entidade máxima do futebol mundial, vê na organização da Copa no Brasil seu maior trunfo na campanha para ser o presidente a partir exatamente de 2014.
Além das conhecidas ressalvas de segurança e infra-estrutura feitas sobre a candidatura brasileira, outro ponto chamou a atenção do comitê de inspeção da Fifa, mas que passou despercebido por aqui: o comitê organizador da Copa é a própria CBF e Ricardo Teixeira, por conseqüência, seu presidente. Um fato inédito.
Os países-sede possuem um comitê organizador local, que trabalha em conjunto com o comitê da Fifa. Para a Copa de 2006, o presidente do comitê alemão foi Franz Beckenbauer; na África do Sul, a tarefa cabe a Danny Jordan. Estes comitês são entidades jurídicas únicas e as federações nacionais mantêm suas instituições e estruturas preservadas, trabalhando paralelamente.
A decisão de imputar à CBF tamanha responsabilidade desvirtua o processo, além de deixá-lo menos transparente: Teixeira será o comandante de todas as negociações, seja de patrocínios, parcerias, obras e quaisquer outras decisões que envolvam a Copa. Tendo na cabeça a cifra de US$ 1 bilhão que o comitê de inspeção avaliou como necessária para adequar os estádios ao padrão Fifa, imagine o que esse poder centralizado pode acarretar quando se tem uma pessoa que comanda as federações estaduais decidindo tudo: entra em cena o jogo político, que quase nunca visa o melhor para quem realmente interessa. Com um ano de articulações pela frente para a escolha das cidades-sede, Teixeira pode conseguir qualquer coisa que quiser - até mesmo definir o número de sedes em doze, ao contrário das dez que a Fifa recomenda.
Não bastasse isso, somente pelo fato de o Brasil ter sido escolhido sede, Teixeira garantiu-se como presidente da CBF até 2014 (e até por isso deve concorrer à presidência da Fifa somente a partir de então). Com a constante reclamação (fundamentada) dos clubes de que a CBF só se interessa pela seleção e deixa eles, alimentadores de todo o sistema, à deriva, os sete próximos anos podem ser bastante nebulosos para o futebol brasileiro - especialmente se contarmos o rápido processo de enfraquecimento dos clubes nesta década.
O Brasil tem sim condições de sediar uma boa Copa do Mundo. Não será a melhor da história, afinal a diferença de nível para os europeus é absurda. Mas as chances de que seja uma Copa extremamente bem organizada já começam a diminuir. A taça do Mundo pode até ser nossa. Mas com o Teixeira, não há quem possa!
Um comentário:
Olá amigos! Prazer.
Concordo com vocês, com o Texeira não há quem possa! Ciladas para o Teixeirão: Hoje ele foi questionado sobre a ausência de Pelé ,na Comitiva , realmente o jornalista alemão tem razão pegou mal. Tem mais, também foi perguntado por um jornalista brasileiro: - Presidente, O Lula não será mais presidente em 2014 e você pretende ficar? Resposta: - A Constituição sei lá do que garante que caso a Copa fosse realizada no país, como será, o presidente em continuaria no cargo ,pois, então eu fico! =/
Uma pena.
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