A pouca esperança do torcedor reside em nomes como Obina e Diego Tardelli
Será 13, e não mais 14, o número de rodadas que Dorival Júnior terá para evitar a queda do Atlético-MG. O treinador campeão paulista e da Copa do Brasil desta temporada não teve tempo de promover alterações profundas na equipe em tão pouco tempo, mas sabe que, com ele, não chegarão reforços – é com esta equipe que o Galo, primeiro campeão brasileiro, tentará não se tornar o primeiro grande rebaixado duas vezes para a Série B na era dos pontos corridos.
A missão não será fácil, como as falhas do time já provaram. Mas olhando para os números, a esperança do torcedor pode aumentar ou diminuir – depende da forma como encara as probabilidades e o potencial deste elenco.
Ceará, Atlético-GO, Corinthians, Internacional, Avaí, Cruzeiro, Botafogo, Guarani, Santos, Flamengo, Palmeiras, Goiás e São Paulo. Este é o caminho a percorrer pelo Galo. Serão seis jogos como mandante (em negrito), seis como visitante e o clássico contra o Cruzeiro.
Por mais que a diferença para o Flamengo, primeiro fora da zona de rebaixamento, pareça possível em mais de meio turno (sete pontos), o que preocupa são o número de derrotas e de gols sofridos: 16 e 47, os piores índices do Brasileirão.
Jamais aconteceu, desde 2003, de o time mais derrotado do campeonato escapar do rebaixamento – por uma questão até mesmo lógica. Da mesma forma, a pior defesa sempre foi punida com o rebaixamento.
Preocupa, em especial, o número de derrotas: 16 em 25 rodadas, quase metade. Só para se ter uma ideia, no ano passado o Fluminense era o lanterna ao final da 25ª rodada, com 18 pontos – oito a menos que o Náutico, 16º colocado –, mas só havia sido derrotado 13 vezes. O Sport, maior perdedor até aquele momento com 15 reveses, acabou rebaixado na lanterna.
Olhando para a tabela, é difícil imaginar que o Atlético-MG inicie uma recuperação tão surpreendente quanto à do Flu no ano passado e não seja mais derrotado. Em 2009, o time de Cuca foi batido pela última vez na 27ª rodada, o que foi a 14ª derrota do Tricolor na competição, para então arrancar rumo à salvação.
É possível se salvar com muitas derrotas, desde que o número de empates seja pequeno e, consequentemente, o de vitórias seja grande. Analisando apenas os campeonatos com 20 times (ou seja, desde 2006), o Goiás se safou em 2007 mesmo tendo perdido 19 partidas, ou um turno inteiro. A diferença é que venceu 13 jogos e empatou apenas seis – cenário favorável ao Galo, que empatou apenas três vezes até aqui e é o time com menos empates.
Por outro lado, mesmo que siga invicto até o final do Brasileirão, nada garante que o Atlético se safe. Em 2008, o Figueirense foi rebaixado com as mesmas 16 derrotas, e o Corinthians de 2007 foi o rebaixado com menor número até hoje: apenas 14 – mas empatou outras 14.
Portanto, os números mostram que, apesar de desesperadora, a situação do Galo não é irreversível. Em um momento que a cautela parece ser o mais adequado, empates mesmo fora de casa não podem ser comemorados. Mas como lançar-se ao ataque pela vitória com uma defesa tão instável? É este o desafio que Dorival terá pela frente.
Rebaixados e quase rebaixados nas últimas temporadas e o número de derrotas:
2009
Rebaixados: Coritiba (17), Santo André (19), Náutico (20), Sport (21)
Com mais derrotas que escaparam: Atlético-PR e Vitória (16), Fluminense (14)
2008
Rebaixados: Figueirense (16), Vasco (20), Portuguesa (18), Ipatinga (21)
Com mais derrotas que escaparam: Atlético-PR (17), Vitória e Náutico (16)
2007
Rebaixados: Corinthians (14), Juventude e Paraná (19), América-RN (29)
Com mais derrotas que escaparam: Goiás (19) e Náutico (17)
2006
Rebaixados: Ponte Preta (19), Fortaleza (16), São Caetano (20) e Santa Cruz (24)
Com mais derrotas que escaparam: Palmeiras (18), Juventude (17), Atlético-PR e Flamengo (16)
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