terça-feira, 4 de setembro de 2007

Copa do Mundo de Futebol Feminino - China 2007 [parte 1 de 4]

Certamente você não sabia (ou sabe muito pouco a respeito), mas estamos a uma semana de mais uma Copa do Mundo. Começa nesta segunda-feira a 5ª edição da Copa do Mundo de Futebol Feminino - China 2007 (FIFA WOMEN'S WORLD CUP CHINA 2007). Não é valorizada, não recebe 10% da atenção que a mídia dá para o torneio masculino (ou o clima é o mesmo de um ano atrás?) e é a única modalidade do mundo que muitas pessoas ainda têm a cara de pau de dizer que é só para os homens. Mas é um dos esportes que mais cresce no cenário internacional (pena que sempre fiquemos pra trás em tudo, ironicamente nós, o país do futebol!).

Dezesseis seleções correm atrás da bola em cinco estádios numa jornada de vinte dias que deveria ter acontecido há quatro anos - a Copa de 2003 aconteceria na China, mas o surto de SARS obrigou a transferência da sede para os Estados Unidos. Norte-americanas e alemãs são novamente as favoritas, mas com a melhor jogadora do mundo em ótima forma o Brasil pode, porque não, sonhar com um pódio.

A partir de hoje e até sexta-feira, o Jornalismo Esporte Clube faz uma apresentação das seleções. O regulamento é simples: quatro grupos de quatro equipes. Os dois primeiros avançam para as quartas-de-final e, a partir daí, é mata-mata até a final.

Grupo A

Alemanha
Atuais campeãs mundiais e européias, as alemãs são as principais favoritas ao título e farão de tudo para continuar no topo. A campanha nas eliminatórias foi avassaladora: oito vitórias em oito jogos, 31 gols marcados e 3 sofridos. A campanha do sexto título europeu em 2005 (o quarto consecutivo) não foi menos espetacular. A categoria de Renate Lingor (terceira melhor na última eleição da Fifa) e o faro de gol de Birgit Prinz (eleita três vezes seguidas a melhor do mundo) são apenas o cartão de visitas. Some-se a isso a muralha defensiva chefiada pela goleira Silke Rottenberg e uma equipe experiente, que tem metade das convocadas como remanescentes do triunfo de quatro anos atrás, não espera nada menos que um lugar na final.

Inglaterra
A Inglaterra também iniciou o futebol feminino no final do século 19, mas o desenvolvimento foi bem diferente. Enquanto no masculino a Premier League é considerado o melhor campeonato do mundo, as inglesas começam a aparecer somente agora no cenário internacional: esta será a segunda participação na Copa do Mundo (em 95, caíram nas quartas-de-final para a Alemanha). O fato de ter sediado o último europeu feminino certamente contribuiu para o amadurecimento da equipe, ainda que o desempenho não tenha sido tão excepcional (uma vitória e duas derrotas). A estrela da companhia é Kelly Smith, habilidosa meia de 28 anos que foi eleita a melhor jogadora do Torneio Quatro Nações, realizado em janeiro na China que contou também com as anfitriãs, Estados Unidos e Alemanha.

Japão
Quando eram a segunda força do futebol asiático, as japonesas jamais passaram das quartas-de-final em Copas do Mundo. Agora que ficaram para trás, então, as expectativas não são as melhores. Com a chegada da Austrália à AFC, a vida do Japão ficou mais complicada e por pouco as "Nadeshiko" não ficam de fora de um mundial pela primeira vez. O investimento pesado no desenvolvimento do futebol feminino no país fez nascer Homare Sawa, a estrela que faltava em uma equipe sempre marcada pelo jogo coletivo. Entretanto, a artilheira que marcou 60 gols em 188 jogos parece muito pouco para o time de Hiroshi Ohashi, que tenta compensar a falta de talento com variações táticas e forte espírito de equipe.

Argentina
A estréia da Argentina em mundiais não foi das melhores: um gol marcado, quinze sofridos e a última colocação em 2003. O técnico é o mesmo, Carlos Borello, mas a equipe evoluiu: no sul-americano do ano passado, válido como eliminatórias, derrotou o Brasil (sem Marta) por 2 a 0 e levou o título. As jogadoras mais experientes fazem uma mescla interessante com as novatas, que já têm alguma rodagem internacional (disputaram o Mundial Sub-20 do ano passado na Rússia). A jovem Maria Belen Potassa, de apenas 18 anos, é esperança de gols ao lado de Mariela Coronel. Ingredientes que fazem uma mistura interessante e que podem render no futuro.

Palpite do grupo: Alemanha passa. Inglaterra e Argentina brigam pela segunda vaga, com ligeiro favoritismo para as inglesas.

Amanhã, o grupo B de Suécia, Estados Unidos, Nigéria e Coréia do Norte.

3 comentários:

Vinicius Grissi disse...

Bacana o blog!!!!

E viva as mulheres no futebol!!!!

Depois passa lá no meu blog. Vou colocar o seu como indicação de leitura...

Abraços!

Ergos [Gustavo Vargas] disse...

Excelente trabalho, cara!

Vou esperar todos para comentar... =)
E as cores do meu blog ficaram bombantes, né?
Hahah...

Abraço!

Expedito Paz disse...

Esse time da Alemanha é impressionante. Pobre Argentina, levaram onze na cabeça na primeira rodada, com direito a dois gols contra da goleira...