quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Em time que está ganhando...

Posto, hoje, coluna publicada originalmente no Olheiros, na sexta-feira. Convido a todos a acessarem o site.

Conquistas seguidas do São Paulo dificultam acesso de atletas vindos da base


Quem está no topo, quer permanecer no topo e, para isso, busca sempre se reforçar. O raciocínio é simples e se aplica, com perfeição, ao São Paulo. Tão logo Rogério Ceni abaixou a taça na quarta-feira, o discurso passou a ser apenas um: “precisamos nos reforçar”. Repetir o insucesso continental dos últimos dois anos é algo impensável no Morumbi e a diretoria já se manifestou: vai atender os pedidos de Muricy.

Para um clube que fatura 120 milhões de reais por ano, reforçar o elenco chega a ser um exercício assaz divertido. Afinal, buscar jogadores com o caixa no vermelho não é lá uma das tarefas mais agradáveis. E até por isso, o São Paulo busca soluções para seus poucos problemas sem perceber que elas podem estar ali, bem embaixo do nariz. Literalmente.

A vida dos garotos que esperam por uma chance no time principal não tem sido fácil. Ao invés de olhar para as bases, o Tricolor sai às compras – o que tem sido uma constante na política de negociações do clube, que compra jogadores até então medianos e vende por cifras excelentes (casos de Ilsinho, Josué e Cicinho, entre tantos outros). Como isso dá retorno para o cofre, continua como está. O caso de Denílson, negociado com o Arsenal antes mesmo de se firmar no time titular, é exceção.

Em meio às trocas no elenco, o outrora chamado expressinho fez uma campanha excelente na Copa São Paulo e só caiu na final diante do ótimo Cruzeiro nos pênaltis. Daquele time, Breno foi um dos poucos que subiu, mas Sérgio Motta, Flávio e Serginho poderiam muito bem ter ganhado uma chance e feito o mesmo sucesso do zagueiro, que provavelmente será eleito a revelação do campeonato.

Até Fabiano, que não começou no clube e estreou apenas porque Ceni estava contundido e Bosco suspenso. Quando jogou, mostrou que tem qualidade. Assim, o São Paulo vai seguindo o caminho inverso de outros clubes brasileiros que, por falta de dinheiro, apostam quase tudo nas bases. Mas enquanto lá o clima é tumultuado e a pressão, constante, cá no Morumbi o ambiente é perfeito para se lançar novos talentos. O São Paulo gaba-se de ter estrutura e grandes times na base, mas não tem sabido se aproveitar deles. Saber mesclar esses talentos com os reforços (necessários sim, e bem-vindos, porque não), é a equação a ser solucionada.

Relembrar é viver

Em fevereiro de 1987, dois anos antes do nascimento de Breno, o Tricolor conquistava o bicampeonato brasileiro na final contra o Guarani. O time, comandado por Pepe, tinha os garotos Silas, Müller e Sidney, entre outros, que ficaram conhecidos como os “menudos do Morumbi”.

Mas o trabalho havia começado em 84, com uma reformulação imposta por Cilinho, que promoveu vários jogadores da base e recuperou Careca. O time mudou muito no ano seguinte, mas a semente plantada por Cilinho foi o embrião da equipe que disputou três finais seguidas do campeonato brasileiro, vencendo em 91 e abrindo as portas rumo a Tóquio.

Um comentário:

Anônimo disse...

Creio se o São Paulo ultilizar mais "Brenos" em 2008, é certeza de mais dinheiro no caixa... O SPFC tem uma estrutura exemplar e tem obrigação de fazer bonito. Ate porque todo mundo quer jogar no SPFC.