sexta-feira, 29 de maio de 2009

O jogo dos sete erros


Ninguém pode negar a Luxemburgo o status alcançado após tantas conquistas. Mas não há como discordar quando se diz que o técnico do Palmeiras já pareceu muito mais técnico do que agora. Luxemburgo tem sido tão manager quanto pode, e vem tomando decisões erradas há algum tempo. Ontem, errou de novo e prejudicou o time num jogo que poderia ser muito mais fácil.

Os sete erros de Luxemburgo no empate com o Nacional:

1. Esquema tático:
O Palmeiras não tem jogadores para o 3-5-2 que o treinador insiste em utilizar. Wendell, Armero, Fabinho Capixaba – nenhum deles é ala que aprofunda o jogo com a velocidade necessária para se utilizar esta formação. O time renderia muito mais com laterais mais plantados, subindo esporadicamente, Pierre à frente da zaga e Cleiton Xavier e Marquinhos dos lados, com Diego Souza aproximando e Keirrison com um companheiro. Ou ainda, com a volta de Edmilson, Diego Souza no meio, Cleiton Xavier e Marquinhos (ou Willians) abertos pelos lados.

2. Escalações equivocadas: Capixaba precisa de confiança para render o pouco que pode. Souza foi colocado na fogueira em Santiago, mas a pressão da torcida alviverde é pior que duas Bomboneras para um garoto que ainda não está no ritmo do restante da equipe.

3. Mudanças precoces: Não era o caso de pode trocar dois jogadores com menos de trinta minutos em um primeiro jogo de quartas-de-final. Luxemburgo se arriscou sem necessidade, podendo sofrer com expulsão ou contusão em partidas normalmente viris como são as contra uruguaios. Existe uma diferença entre arrojo e invencionice.

4. Obina: Por mais que a torcida gritasse seu nome, não era o caso de lançar o atacante tão cedo, e nessas circunstâncias. Obina não produz e força os chutões dos companheiros, procurando nele uma referência que nem Keirrison, nem mesmo o ex-flamenguista, são. Pareceu ter sido muito mais uma alteração psicológica, para mexer com a torcida. Uma aposta do tipo besta ou bestial.

5. Marquinhos: Por que não lançá-lo desde o início? O time o procurava a todo momento e, como já havia demonstrado, é a melhor opção para a ala direita ofensiva que Luxemburgo tanto precisa.

6. Padrão de jogo: O Palmeiras não possui jogadas ensaiadas, forma de jogo definida ou pontos fortes claros. O forte do São Paulo é a bola aérea. Do Inter, a troca de passes entre seu trio ofensivo. O Corinthians tem a velocidade de Dentinho e Jorge Henrique, a cobertura de Elias e Cristian e uma dupla de zaga eficiente. O Palmeiras continua sem ter nada: os gols saem em jogadas fortuitas, sem preparação, e as chances são atribuídas ao acaso ou a falhas do adversário.

7. Keirrison: Por que sacar seu principal atacante quando o adversário está retrancado e você vence por apenas um a zero? Por que colocar um volante e diminuir a já escassa criatividade da equipe?

Luxemburgo tem cada vez mais perguntas a equacionar, e suas respostas não têm sido boas. Mexe mal, escala errado e o time não evolui. Contratou mal, insiste em jogadores errados e não se incomoda em trabalhar a cabeça dos que precisam, como Keirrison.

O discurso do Nacional, de que o Verde era o pior dos brasileiros na Libertadores, acabou por se justificar.

2 comentários:

Anônimo disse...

Mto bom esse comentário.
Parabéns, Vargas.
Aquele abraço.

Gustavo Antoniassi

Gerson Sicca disse...

Sem dúvida, o Palmeiras é o pior brasileiro na Libertadores, pra mim o único dos grandes sem chance de ser campeão. Passou do Sport no grito.