sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

E se o Brasileirão 2009 fosse decidido no mata-mata?

Como seria? Confira: repetimos a brincadeira feita no ano passado e simulamos os jogos entre os oito primeiros colocados. A regra é simples: pega-se a classificação final do campeonato e arranja-se os oito primeiros na chave, da mesma forma que acontecia até 2002: 1º x 8º, 2º x 7º e assim por diante. Para sabermos os resultados, basta pegar os placares do primeiro e do segundo turno. Em caso de empate, prevalece a melhor campanha.

Vejamos como seria:

Quartas de final

Flamengo (1º) x Grêmio (8º)

Grêmio 4x1 Flamengo
Flamengo 2x1 Grêmio

O Flamengo fez uma campanha surpreendente e terminou a fase classificatória em primeiro lugar. Empurrado por Pet e Adriano, visitou o Grêmio, invicto como mandante e dono do melhor ataque. Mesmo com desfalques, o Tricolor abriu o placar com Perea, em falha do goleiro Bruno. O Fla empatou e pressionou, exigindo grandes defesas de Victor. Mas em grande jogada de Rever, Bruno falha novamente. Depois, Jonas marca dois de pênalti para praticamente classificar o time gaúcho. Na partida de volta, o técnico Marcelo Rospide deu-se ao luxo de poupar vários titulares e, apesar de um Maracanã lotado, o Flamengo venceu por apenas 2 a 1 e deu adeus ao título – mais um sinal de que nem sempre o melhor dos pontos corridos é o melhor do mata-mata.

Internacional (2º) x Atlético-MG (7º)

Atlético-MG 0x1 Internacional
Internacional 3x0 Atlético-MG

Inter e Galo se enfrentaram em momentos distintos: o Colorado vinha de uma reta final incrível e o Alvinegro, caindo de produção após liderar o campeonato. No jogo de ida, as mais de 40 mil pessoas lotaram o Mineirão viram um Internacional fechado na defesa encaixar um contra-ataque logo aos 15 minutos de jogo e, após grande jogada de Alecsandro, Giuliano completar para as redes. Diego Tardelli, artilheiro do campeonato não conseguiu furar a retranca gaúcha e, no Beira Rio, os donos da casa impuseram seu futebol ofensivo depois de um primeiro tempo truncado, com Edu (duas vezes) e D’Alessandro marcando os gols da vitória.

São Paulo (3º) x Avaí (6º)

Avaí 0x0 São Paulo
São Paulo 2x0 Avaí

Muito se falou sobre a sorte de campeão do São Paulo ao enfrentar o rival teoricamente mais fácil da segunda fase, já que a duas rodadas do fim o Tricolor estava na primeira colocação. A sorte, entretanto, não esteve presente no duelo na Ressacada: um jogo equilibrado, extremamente brigado no meio-campo e de poucas oportunidades, em que Eduardo Martini e Denis (substituindo Rogério Ceni, machucado) foram os destaques. Para o jogo do Morumbi, Ricardo Gomes apostou em uma formação mais ofensiva, com Marlos na criação. O primeiro tempo foi tenso, com o Avaí dominando as ações e forçando ao Tricolor abusar das bolas aéreas. E foi assim que veio o gol, no início do segundo tempo: Júnior César cruzou e a bola sobrou para Dagoberto abrir o placar. Com o gol, o Avaí partiu para o ataque e, num contragolpe, Dagoberto colocou na cabeça de Hugo para selar a classificação.

Cruzeiro (4º) x Palmeiras (5º)

Palmeiras 3x1 Cruzeiro
Cruzeiro 1x2 Palmeiras

Considerado por muitos o duelo mais equilibrado das quartas de final, Cruzeiro e Palmeiras fizeram dois jogos marcados pela polêmica da arbitragem. No Parque Antarctica, Bernardo colocou os visitantes em vantagem numa cobrança de falta, mas Marcão empatou pouco depois em uma cabeçada que não entrou, mas foi validada por Leandro Vuaden. Abatido, o time mineiro não se encontrou mais e permitiu a virada, com dois gols de Keirrison. A volta no Mineirão foi ainda mais polêmica: Thiago Ribeiro abriu o placar aos 8 minutos, mas Diego Souza empatou logo depois em linda cobrança de falta. No início da segunda etapa, Vagner Love dribou Fábio para garantir a passagem à semifinal, mas os cruzeirenses pressionaram o restante da partida e reclamaram – com razão – de três pênaltis não marcados.


Semifinais

Grêmio (8º) x Palmeiras (5º)

Grêmio 2x0 Palmeiras
Palmeiras 1x1 Grêmio

O Palmeiras perdeu a classificação à final ainda no jogo de ida, graças ao destempero do time, evidenciado pela briga entre Obina e Obina no intervalo. Tudo porque os dois discutiram após o primeiro gol do Grêmio, marcado por Rafael Marques após rebote de Marcos. Os palmeirenses foram expulsos e, com dois a mais, o tricolor gaúcho até poderia ter aberto maior vantagem, ficando apenas nos 2 a 0, graças a um gol de Máxi Lopez no segundo tempo. No jogo da volta, o Palmeiras abriu o placar aos 28 minutos do primeiro tempo com Cleiton Xavier, mas os gremistas se fecharam na defesa e conseguiram segurar a pressão inicial. O banho de água fria veio três minutos depois, quando Souza cruzou rasteiro e de novo Maxi Lopes, decisivo, empatou. Na etapa final, o Verdão tentou pressionar, mas foi o Grêmio que levou mais perigo à meta alviverde.


Internacional (2º) x São Paulo (3º)

São Paulo 1x0 Internacional
Internacional 2x2 São Paulo

Considerada por muitos a final antecipada, a semifinal entre Inter e São Paulo teve dois jogos muito tensos. No Morumbi, Bosco fechou o gol e Hernanes, encarregado da armação, parou na marcação adversária. Com uma proposta tática eficaz, Mário Sérgio travou o Tricolor com um 3-5-2, mas nos acréscimos Washington apareceu no segundo pau, após cobrança de escanteio, e garantiu a vantagem mínima para o jogo da volta. E que jogo! Alecsandro marcou duas vezes no primeiro tempo, ambas em impedimento, para desespero dos são-paulinos. Nos acréscimos, Lauro defendeu pênalti batido por Washington e um Gre-Nal na decisão do campeonato parecia próximo. Mas logo na volta do intervalo, Washington fez o papel de pivô e rolou para Hernanes, que arrematou com perfeição. O duelo ficou equilibrado até que, aos 24, Jean tentou cruzar na área e encobriu Lauro. O Tricolor estava de novo na final!


Final

São Paulo (3º) x Grêmio (8º)


Grêmio 1x1 São Paulo
São Paulo 2x1 Grêmio

A decisão teve tons de heroísmo para o torcedor do São Paulo. No Olímpico lotado, o time da casa abriu o placar com cabeçada certeira de Rafael Marques, mas a fama de recuperações eficazes foi comprovada pelos paulistas: oito minutos depois, Hernanes cruza na área, Dagoberto domina e chuta para empatar. O jogo ficou brigado no segundo tempo e Borges e Dagoberto foram expulsos em um intervalo de poucos minutos, levando o Grêmio para cima. Ao final, Jean também recebeu cartão vermelho, e o empate foi comemorado como vitória pelos são-paulinos ao apito final.

No Morumbi, Dagoberto jogou mesmo tendo sido expulso – fato similar ao que aconteceu com Edmundo na final entre Vasco e Palmeiras em 97. E o atacante foi novamente decisivo: marcou um gol em cada tempo para dar ao Tricolor seu sétimo título nacional, o quarto consecutivo. No primeiro, Hernanes levantou linda bola dentro da área e Dagol apenas completou. No segundo, puxou o contra-ataque, tabelou com Jorge Wagner e ampliou. A torcida gritava “olé” e “o campeão voltou” quando Tcheco diminuiu de pênalti, mas era tarde demais e o São Paulo foi novamente campeão.

2 comentários:

Unknown disse...

Urubu azarão

O título do Flamengo foi provavelmente a melhor solução, dentre as possíveis, para o Campeonato Brasileiro. A crônica futebolista terminou desmoralizada, após defender favoritismos enganadores durante o ano todo. O fracasso de treinadores célebres e supervalorizados, como Vanderlei Luxemburgo e Muricy Ramalho, demonstrou que a descortesia e a arrogância não ganham jogos.
Agora, como sempre, tudo parece comprovar o sucesso dos pontos corridos, esta enorme falácia do podre mundo ludopédico. Poucos admitem, porém, que o triunfo rubro-negro (penta, insisto) contraria toda a cartilha da “regularidade” e da “competência” que parece associada ao modelo.
Venceu um time fraco, montado às pressas, dirigido por técnico inexperiente, numa campanha irregular, com o clube em permanente crise, cercado de problemas financeiros e administrativos. Até outro dia, os comentaristas das capitais diziam que esse era um exemplo típico das injustiças do sistema com jogos eliminatórios e finais.

Filipe Lima disse...

Também publiquei, no meu blog, a brincadeira, mas sem os textos dos jogos... o Flamengo não iria nem para Libertadores. Mais uma das injustiças que o mata-mata poderia produzir.

Cara, troquei meu blog de servidor. Quando puder, atualize nos seus favoritos.

http://blogdofilipelima.wordpress.com/

Abraços!