Inicio hoje na coluna semanal da Trivela a análise completa da Série B 2009. Na primeira parte, a metade de baixo da tabela - os times classificados entre 11º e 20º lugares. Posto aqui os textos, mas as estatísticas completas de cada equipe você confere clicando aqui.
Ponte Preta
O torcedor da Ponte deve ser um dos mais nervosos ao final desta Série B, mais até que dos rebaixados, muitos deles tristes ou conformados. Afinal, no ano passado a Ponte ficou em 5º e quase subiu; em 2009, rondou o G-4 o campeonato inteiro, esteve nele em apenas cinco rodadas e, quando parecia que finalmente entraria na briga, tropeçava. Foi assim, por exemplo, nas derrotas em casa para São Caetano e Figueirense, e nos dois dérbis. É verdade que o time sentiu demais as saídas de Aranha e Gum, mas nada justifica alguns resultado como o empate no Majestoso com o Paraná após virar o intervalo vencendo por 3 a 1. Some-se isso a jogadores instáveis como Fabiano Gadelha e Danilo Neco, e treinadores desastrados como Pintado e Márcio Bittencourt, e o desfecho é algo impensado até pouco tempo: Bugre na primeira, Macaca na segunda.
Bahia
O Bahia foi talvez o time que mais oscilou durante todo o campeonato. Cotado para brigar pelo acesso, chegou a figurar no G-4 nas rodadas iniciais mas, com Paulo Comelli e Sérgio Guedes, despencou a ponto de encontrar-se na zona de rebaixamento a quatro jogos do fim. Com nomes como Rubens Cardoso, Nen, Léo Medeiros e Nadson, poucos entenderam como o Tricolor conseguiu amargar nove partidas sem vencer. A mudança veio com Bonamigo: mudou o esquema para o 3-5-2 e recuperou o experiente Paulo Isidoro, que passou a marcar gols importantes, assim como Jael – cada um marcou quatro vezes nos últimos oito jogos, quando o Bahia alcançou seis vitórias. A 12ª colocação final parece até boa demais para o sufoco que a torcida passou durante o ano. A renovação com Bonamigo para 2010 dá sinais de que o trabalho deve continuar. Só não se pode correr o risco de esquecer os problemas e ter de enfrentá-los novamente.
Vila Nova
Os mais desavisados terão dificuldade em se lembrar que o Vila Nova disputou a Série B deste ano. Os goianos foram desde o início um time previsível, burocrático e sem inspiração: ganhava fora, perdia em casa. Não à toa, passou o campeonato todo sem ganhar um jogo sequer por mais de um gol de diferença. Mesmo sem sonhar com o acesso ou flertar com o rebaixamento, trocou de técnico três vezes e chegou a viver raro momento de sobressalto com Vagner Benazzi, na única rodada em que esteve no Z-4. De positivo, fica a boa temporada de William, cujo contrato termina em dezembro e pode ser negociado. Duro mesmo será lembrar de como a equipe refugou no ano passado, quando tinha o acesso em mãos, e ver Goiás e Atlético duelando na Série A do ano que vem.
Brasiliense
Mais uma vez a história se repete: o Brasiliense chega com um elenco recheado de figurões, aparece como candidato ao acesso mas acaba mesmo é lutando contra o rebaixamento. Sob o comando de Roberval Davino, o Jacaré brigou pelo G-4 e chegou a ser vice-líder por quatro rodadas, mas logo caiu de produção e emendou cinco derrotas consecutivas. Vieram Heriberto da Cunha e Reinaldo Gueldini e o desempenho só piorava, fazendo do amarelão a segunda pior campanha do returno. A duas rodadas do fim, Luiz Estevão trouxe Mauro Fernandes, que barrou titulares que não vinham rendendo e lançou bons jogadores que só esquentavam o banco, como Rodriguinho e Coquinho. Resultado: duas vitórias, descenso espantado e sensação de dever cumprido, por mais que as expectativas geradas tenham sido bem maiores. Resta saber se no ano que vem o script será o mesmo.
Ipatinga
O Ipatinga sentiu a clara diferença entre disputar uma segunda divisão estadual e a Segundona nacional. Lanterna do Brasileirão passado, o Tigre começou o ano conquistando o Módulo II e chegou a sonhar com novo “efeito elevador”, mas percebeu que era melhor dar um passo por vez. Em uma das campanhas mais medianas, começou bem com Marcelo Oliveira mas depois foi alternando boas e más atuações ao longo da temporada, ao ponto de não ter conseguido engrenar grandes sequências nem de vitórias, nem de derrotas. Mas quando o veterano Marcelo Ramos parou de fazer gols no segundo turno, a equipe caiu de produção e foi necessária uma troca de comando a seis rodadas do fim. Flávio Lopes conseguiu no Vale do Aço o que falhou em alcançar no ABC, de onde saiu: venceu Atlético-GO e Vasco em casa e, beneficiado pelos tropeços dos adversários, manteve o time na Série B.
América-RN
A temporada acabou sendo mais positiva que negativa para o América, apesar de ter escapado do rebaixamento apenas na última rodada. Foram sete treinadores no ano, uma campanha horrível no Estadual e poucas perspectivas. Mas o time surpreendeu e chegou a ficar duas rodadas no G-4 ainda no primeiro turno. As saídas de Alexandre e Sandro Hiroshi, e a ausência constante de Souza resultaram numa queda de produção repentina, acumulando cinco derrotas consecutivas. Numa fase conturbada, o Mecão ganhou apenas uma de treze partidas e bateu na lanterna na 20ª rodada, mas a chegada de Francisco Diá – que mexeu na estrutura da equipe – deu resultado e as vitórias nas últimas cinco partidas em casa garantiram a permanência. De quebra, nomes como Somália e Lúcio terminaram o ano elogiados e ligados a transferências ao Vasco, enquanto o rival ABC amargou a última posição.
Juventude
Dez anos separam o Juventude do melhor e do pior momento de sua história: o time que foi rebaixado na última rodada não lembra em nada o que, há uma década, comemorou a conquista da Copa do Brasil. A única semelhança entre as duas equipes é que Lauro estava em ambas. Desta vez, entretanto, a presença do experiente volante não foi suficiente para emular o espírito de 99 em um elenco limitadíssimo, que dependia mais do que devia do ainda muito jovem meia Zezinho. Se a troca é às vezes criticada, aqui a manutenção de Ivo Wortmann desde a rodada 11 foi prejudicial: o time chegou a alternar duas vitórias e duas derrotas, dando a impressão de que a campanha era razoável. Mas bastou uma reta final absurdamente difícil, com apenas quatro pontos conquistados em 18 possíveis, para colocar o Ju na zona de rebaixamento apenas pela segunda vez no returno – exatamente quando não podia.
Fortaleza
O Fortaleza escapou do descenso apenas na última rodada em 2008. Houve reestruturação, a frutífera base foi aproveitada e o time rumou ao tricampeonato estadual, além de ter começado o campeonato ainda vivo na Copa do Brasil. Cenário favorável para sonhar até com o acesso, certo? Errado. O início ruim, com quatro derrotas seguidas, comprometeu todo o trabalho, mas foi mesmo a campanha do segundo turno que decretou o rebaixamento: apenas 16 pontos, a pior dentre os 20 clubes. Em um elenco sem referências, promessas como Adaílton e Bambam não seguraram o rojão e uma falta de sorte incrível, com gols sofridos nos minutos finais, foram minando a confiança da equipe. Foi uma campanha tão esquisita que até agora os torcedores não conseguem entender como o time caiu.
Campinense
O objetivo claro do Campinense na temporada era lutar contra o rebaixamento. E o time lutou com todas as suas forças, que acabaram não sendo suficientes – ficou de fora do Z-4 apenas na primeira rodada e passou 21 delas na lanterna. A equipe parece ter sentido o baque inicial, perdendo 13 em 16 jogos, e terminou o primeiro turno com apenas 14 pontos. Com a chegada de Freitas nascimento, o time até reagiu e conseguiu bons resultados, como goleadas sobre Ipatinga e Duque de Caxias, mas já era tarde demais. A Raposa despede-se da Série B com a pior defesa (79 gols, 2,07 por partida) e com a certeza de que faltou elenco para encarar a disputa.
ABC
O ABC foi rebaixado com justiça, pois falhou na correção dos problemas que já eram conhecidos desde o Estadual: com pouco dinheiro para contratar, a falta de jogadores de qualidade do meio para frente continuou fazendo do ataque do Mais Querido um deserto de criatividade e o time marcou míseros 13 gols no primeiro turno. As deficiências do elenco têm relação direta com a pior campanha como visitante: apenas uma vitória, dois empates e dezesseis derrotas, contando também com o clássico diante do América. A inconsistência passa também pela falta de comando: Heriberto da Cunha saiu logo na segunda rodada e o alvinegro foi quem mais trocou de técnico no ano – cinco nomes diferentes. Se serve de consolo, quando o rebaixamento já estava concretizado o ABC conseguiu a maior goleada do campeonato: 6 a 2 sobre o Brasiliense.
Ponte Preta
O torcedor da Ponte deve ser um dos mais nervosos ao final desta Série B, mais até que dos rebaixados, muitos deles tristes ou conformados. Afinal, no ano passado a Ponte ficou em 5º e quase subiu; em 2009, rondou o G-4 o campeonato inteiro, esteve nele em apenas cinco rodadas e, quando parecia que finalmente entraria na briga, tropeçava. Foi assim, por exemplo, nas derrotas em casa para São Caetano e Figueirense, e nos dois dérbis. É verdade que o time sentiu demais as saídas de Aranha e Gum, mas nada justifica alguns resultado como o empate no Majestoso com o Paraná após virar o intervalo vencendo por 3 a 1. Some-se isso a jogadores instáveis como Fabiano Gadelha e Danilo Neco, e treinadores desastrados como Pintado e Márcio Bittencourt, e o desfecho é algo impensado até pouco tempo: Bugre na primeira, Macaca na segunda.
Bahia
O Bahia foi talvez o time que mais oscilou durante todo o campeonato. Cotado para brigar pelo acesso, chegou a figurar no G-4 nas rodadas iniciais mas, com Paulo Comelli e Sérgio Guedes, despencou a ponto de encontrar-se na zona de rebaixamento a quatro jogos do fim. Com nomes como Rubens Cardoso, Nen, Léo Medeiros e Nadson, poucos entenderam como o Tricolor conseguiu amargar nove partidas sem vencer. A mudança veio com Bonamigo: mudou o esquema para o 3-5-2 e recuperou o experiente Paulo Isidoro, que passou a marcar gols importantes, assim como Jael – cada um marcou quatro vezes nos últimos oito jogos, quando o Bahia alcançou seis vitórias. A 12ª colocação final parece até boa demais para o sufoco que a torcida passou durante o ano. A renovação com Bonamigo para 2010 dá sinais de que o trabalho deve continuar. Só não se pode correr o risco de esquecer os problemas e ter de enfrentá-los novamente.
Vila Nova
Os mais desavisados terão dificuldade em se lembrar que o Vila Nova disputou a Série B deste ano. Os goianos foram desde o início um time previsível, burocrático e sem inspiração: ganhava fora, perdia em casa. Não à toa, passou o campeonato todo sem ganhar um jogo sequer por mais de um gol de diferença. Mesmo sem sonhar com o acesso ou flertar com o rebaixamento, trocou de técnico três vezes e chegou a viver raro momento de sobressalto com Vagner Benazzi, na única rodada em que esteve no Z-4. De positivo, fica a boa temporada de William, cujo contrato termina em dezembro e pode ser negociado. Duro mesmo será lembrar de como a equipe refugou no ano passado, quando tinha o acesso em mãos, e ver Goiás e Atlético duelando na Série A do ano que vem.
Brasiliense
Mais uma vez a história se repete: o Brasiliense chega com um elenco recheado de figurões, aparece como candidato ao acesso mas acaba mesmo é lutando contra o rebaixamento. Sob o comando de Roberval Davino, o Jacaré brigou pelo G-4 e chegou a ser vice-líder por quatro rodadas, mas logo caiu de produção e emendou cinco derrotas consecutivas. Vieram Heriberto da Cunha e Reinaldo Gueldini e o desempenho só piorava, fazendo do amarelão a segunda pior campanha do returno. A duas rodadas do fim, Luiz Estevão trouxe Mauro Fernandes, que barrou titulares que não vinham rendendo e lançou bons jogadores que só esquentavam o banco, como Rodriguinho e Coquinho. Resultado: duas vitórias, descenso espantado e sensação de dever cumprido, por mais que as expectativas geradas tenham sido bem maiores. Resta saber se no ano que vem o script será o mesmo.
Ipatinga
O Ipatinga sentiu a clara diferença entre disputar uma segunda divisão estadual e a Segundona nacional. Lanterna do Brasileirão passado, o Tigre começou o ano conquistando o Módulo II e chegou a sonhar com novo “efeito elevador”, mas percebeu que era melhor dar um passo por vez. Em uma das campanhas mais medianas, começou bem com Marcelo Oliveira mas depois foi alternando boas e más atuações ao longo da temporada, ao ponto de não ter conseguido engrenar grandes sequências nem de vitórias, nem de derrotas. Mas quando o veterano Marcelo Ramos parou de fazer gols no segundo turno, a equipe caiu de produção e foi necessária uma troca de comando a seis rodadas do fim. Flávio Lopes conseguiu no Vale do Aço o que falhou em alcançar no ABC, de onde saiu: venceu Atlético-GO e Vasco em casa e, beneficiado pelos tropeços dos adversários, manteve o time na Série B.
América-RN
A temporada acabou sendo mais positiva que negativa para o América, apesar de ter escapado do rebaixamento apenas na última rodada. Foram sete treinadores no ano, uma campanha horrível no Estadual e poucas perspectivas. Mas o time surpreendeu e chegou a ficar duas rodadas no G-4 ainda no primeiro turno. As saídas de Alexandre e Sandro Hiroshi, e a ausência constante de Souza resultaram numa queda de produção repentina, acumulando cinco derrotas consecutivas. Numa fase conturbada, o Mecão ganhou apenas uma de treze partidas e bateu na lanterna na 20ª rodada, mas a chegada de Francisco Diá – que mexeu na estrutura da equipe – deu resultado e as vitórias nas últimas cinco partidas em casa garantiram a permanência. De quebra, nomes como Somália e Lúcio terminaram o ano elogiados e ligados a transferências ao Vasco, enquanto o rival ABC amargou a última posição.
Juventude
Dez anos separam o Juventude do melhor e do pior momento de sua história: o time que foi rebaixado na última rodada não lembra em nada o que, há uma década, comemorou a conquista da Copa do Brasil. A única semelhança entre as duas equipes é que Lauro estava em ambas. Desta vez, entretanto, a presença do experiente volante não foi suficiente para emular o espírito de 99 em um elenco limitadíssimo, que dependia mais do que devia do ainda muito jovem meia Zezinho. Se a troca é às vezes criticada, aqui a manutenção de Ivo Wortmann desde a rodada 11 foi prejudicial: o time chegou a alternar duas vitórias e duas derrotas, dando a impressão de que a campanha era razoável. Mas bastou uma reta final absurdamente difícil, com apenas quatro pontos conquistados em 18 possíveis, para colocar o Ju na zona de rebaixamento apenas pela segunda vez no returno – exatamente quando não podia.
Fortaleza
O Fortaleza escapou do descenso apenas na última rodada em 2008. Houve reestruturação, a frutífera base foi aproveitada e o time rumou ao tricampeonato estadual, além de ter começado o campeonato ainda vivo na Copa do Brasil. Cenário favorável para sonhar até com o acesso, certo? Errado. O início ruim, com quatro derrotas seguidas, comprometeu todo o trabalho, mas foi mesmo a campanha do segundo turno que decretou o rebaixamento: apenas 16 pontos, a pior dentre os 20 clubes. Em um elenco sem referências, promessas como Adaílton e Bambam não seguraram o rojão e uma falta de sorte incrível, com gols sofridos nos minutos finais, foram minando a confiança da equipe. Foi uma campanha tão esquisita que até agora os torcedores não conseguem entender como o time caiu.
Campinense
O objetivo claro do Campinense na temporada era lutar contra o rebaixamento. E o time lutou com todas as suas forças, que acabaram não sendo suficientes – ficou de fora do Z-4 apenas na primeira rodada e passou 21 delas na lanterna. A equipe parece ter sentido o baque inicial, perdendo 13 em 16 jogos, e terminou o primeiro turno com apenas 14 pontos. Com a chegada de Freitas nascimento, o time até reagiu e conseguiu bons resultados, como goleadas sobre Ipatinga e Duque de Caxias, mas já era tarde demais. A Raposa despede-se da Série B com a pior defesa (79 gols, 2,07 por partida) e com a certeza de que faltou elenco para encarar a disputa.
ABC
O ABC foi rebaixado com justiça, pois falhou na correção dos problemas que já eram conhecidos desde o Estadual: com pouco dinheiro para contratar, a falta de jogadores de qualidade do meio para frente continuou fazendo do ataque do Mais Querido um deserto de criatividade e o time marcou míseros 13 gols no primeiro turno. As deficiências do elenco têm relação direta com a pior campanha como visitante: apenas uma vitória, dois empates e dezesseis derrotas, contando também com o clássico diante do América. A inconsistência passa também pela falta de comando: Heriberto da Cunha saiu logo na segunda rodada e o alvinegro foi quem mais trocou de técnico no ano – cinco nomes diferentes. Se serve de consolo, quando o rebaixamento já estava concretizado o ABC conseguiu a maior goleada do campeonato: 6 a 2 sobre o Brasiliense.
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