Peço sinceras desculpas aos amigos pela ausência dos últimos dias, mas a carga de trabalho tem sido estonteante. Havia prometido um preview especial do Mundial Sub-17, que começa neste sábado, mas deixo um guia que, certamente, é ainda melhor: escrito pelos amigos Dassler Marques e Marcus Alves para a Trivela. É a seqüência da introdução que postei esta semana. Posto ainda, até amanhã, a análise de público do primeiro turno do Brasileirão que havia prometido.
Grupo A
A Coréia do Sul inicia o Mundial sub-17 sonhando em repetir o feito de cinco anos atrás, quando, também como sede, porém, da Copa do Mundo, alcançou as semifinais. Apesar de previamente classificada para a competição, ela disputou as eliminatórias asiáticas e não passou das quartas-de-final. Esse desempenho não repercutiu bem na imprensa sul-coreana, que criticou o treinador Park Kyung-Hoon fortemente. Ex-zagueiro dos Guerreiros Taeguk, Park confia muito no potencial do meio-de-campo Yoon Bitgaram. Ele será o responsável pela ligação da defesa e o ataque.
Como maiores empecilhos à passagem da Coréia do Sul para as oitavas-de-final, aparecem Costa Rica e Peru. Os Ticos chegaram às quartas-de-final das últimas três edições do Mundial sub-17, mas nunca conseguiram avançar para as semifinais. Agora com uma seleção mais equilibrada, eles esperam superar esse estigma. Além de uma defesa composta por quatro bons nomes, La Sele possui, ainda, um ataque bastante rápido. Diego Brenes, considerado um dos melhores das eliminatórias, é uma das principais esperanças do técnico Manuel Ureña para acabar com a desconfiança em torno de seu nome. El Purito, como é conhecido, está em baixa depois do desempenho ruim nos Jogos Pan-Americanos.
Em sua segunda participação na competição, o Peru aspira por uma campanha melhor do que a realizada em casa, há dois anos, quando não passou nem da primeira fase. O destaque peruano e melhor atleta do Sul-Americano sub-17, Reimond Manco, assegurou que os Jotitas, como é conhecida essa equipe, alcançarão as semifinais. A força dessa seleção é exaltada pelo treinador Juan José Oré a todo o momento. Ele inclusive recomendou alguns de seus garotos para a disputa das eliminatórias da próxima Copa do Mundo. Ainda assim, os Jotitas precisam contornar a irregularidade exibida no Sul-Americano para merecerem essa confiança.
Consciente de seu papel, o técnico de Togo, Samuel Abraw, confessou que esse Mundial sub-17 servirá como aprendizado para a sua equipe. Sem contar com “diferenciais” como Manco, ele espera que a sua defesa mantenha o rendimento apresentado no Africano sub-17, quando ela segurou a favorita Gana nas semifinais. Se o habilidoso Camaldine Abraw, filho do técnico e alvo de interesse do Anderlecht, mostrar seu futebol no ataque, os Gaviões poderão, então, sonhar com vôos mais altos.
Grupo B
A Coréia do Norte volta ao MundialsSub-17, dois anos após a participação em 2005, disposta a repetir a campanha que os colocou entre os oito melhores. Diante do Brasil de Celsinho e Ramón (hoje no CSKA Moscou), os norte-coreanos foram até a prorrogação, vendendo caro a derrota em sua primeira participação no torneio. Com uma equipe pouco conhecida, em especial pela pouca internacionalização do futebol e de todo o país, resta ver o que acontecerá no caso de uma nova boa participação e o conseqüente interesse estrangeiro nos atletas, algo possível pelos bons retrospectos recentes da seleção sub-17 em termos continentais.
Por incrível que pareça, esta será a primeira participação da Inglaterra na história da competição. Por sua grandeza natural, os ingleses comandam um segundo escalão de favoritos ao título - logo atrás de Brasil, Nigéria, Gana e Espanha - credenciados pelo vice-campeonato europeu deste ano e 14 vitórias em 21 jogos nos últimos meses. Os meias Henri Lansburi (Arsenal) e Danny Rose (Tottenham), além do avante Victor Moses (Crystal Palace), são os principais nomes do time. Moses, que tem origens nigerianas, foi o artilheiro no Europeu sub-17 e comanda em campo uma ótima equipe chefiada por John Peacock, antes de mais nada, uma grande força do grupo B.
A força mental e o poder de concentração dos garotos será, certamente, o principal requisito em teste para que o Brasil se sagre tetracampeão mundial sub-17. Com momentos de muito brilho técnico no Sul-Americano da categoria, do qual foi campeão, e nos Jogos Pan-Americanos, quando foi eliminado na primeira fase, o time do treinador Lucho Nizzo – antes comandado por Edgar Pereira – precisará reduzir a zero alguns momentos de apagão que colocaram interrogações em seu caminho recente.
Os atletas brasileiros devem ter na cabeça a fatídica derrota da geração anterior, diante do México na finalíssima de 2005, mas especialmente as vaias e críticas recebidas no Pan. O potencial desta equipe - onde os laterais Rafael (Fluminense) e Fábio (Fluminense), e os meias Felippe (Botafogo) e Lulinha (Corinthians) são as grandes figuras – é muito bom e resulta em favoritismo. O corintiano Lulinha, já com certa projeção nacional e até internacional, com propostas oficiais do Barcelona, é ao lado do espanhol Bojan Krkic, candidato a craque do Mundial.
A Nova Zelândia chega a seu segundo Mundial sub-17, oito anos após receber o evento. A projeção internacional recente – jogou e perdeu três jogos no Mundial sub-20 2007 – é fruto da migração australiana para a a Confederação Asiática e a abertura de um filão antes inexistente. Classificada para o Mundial com vitórias sobre Nova Caledônia, Taiti e Fiji, a seleção neozelandesa precisará provar mais, especialmente após ser batida por 4 a 0 pela Coréia do Sul, durante a preparação. O meia-direita Jacob Matthews e o atacante Costa Barbarouses, artilheiro na fase classificatória, comandam as esperanças remotas da equipe de Colin Tuua.
Grupo C
Honduras chega com credenciais, pela primeira vez que disputa o Mundial sub-17. É da equipe parte da responsabilidade de ter parado o México, atual campeão mundial, na fase classificatória. Com um elenco coeso e calcado na doação física, o time hondurenho é candidato a zebra do torneio e deve avançar eventualmente como um dos melhores terceiros colocados. O meia Johnny Harold Leveron é tido por muitos como a referência técnica, e destoa positivamente no voluntarioso onze do treinador Miguel Escalante.
O referendado título europeu da Espanha sub-17, neste ano, não é a única das qualidades do fortíssimo time chefiado por Juan Santisteban, referência mundial em categorias de base e há 19 anos na seleção espanhola. O atacante Bojan Krkic, de raízes sérvias, foi o grande astro da competição européia e já integra, logicamente ainda de forma suplementar, o plantel principal do Barcelona. Fran Mérida, meia que seguiu os passos de Fàbregas, saindo do Barça para o Arsenal, é outro nome badalado, assim como toda a equipe, jamais campeã do torneio, mas fortes com perspectivas desta feita.
Dotada de uma tradição que contrasta com as inúmeras glórias na categoria sub-20, a seleção da Argentina volta ao Mundial após ficar de fora em 2005, novamente com o peso de não nunca ter ido à final do torneio. Isto, poucas semanas após a façanha de Agüero e companhia no Canadá. Desfalcada ainda de seu principal nome, Federico Laurito (Udinese), lesionado com gravidade durante o último Sul-Americano, os argentinos devem apostar em uma formação coletivamente forte e sem brilhos individuais. Os defensores Mateo Musaccio (River Plate) e Alexis Machuca (Newell’s), são valorosos e já atuaram na primeira divisão local.
Uma das quatro classificadas da Ásia - isso se não contarmos os anfitriões sul-coreanos - a Síria, quarta colocada do torneio asiático, disputará, pela primeira vez, o Mundial sub-17. Com a classificação assegurada após vitórias contra adversários como Bangladesh e Vietnã, os sírios terão testes mais duros neste torneio, embora possam ter como referência a campanha no sub-20 de 2005, quando o país chegou entre os oito melhores. Outro problema é a ausência do artilheiro Mohammad Jaafar, o que reduz ainda mais as já pequenas chances do país neste torneio.
Grupo D
A Nigéria entra na disputa do Mundial sub-17 como favorita ao título. Ausente na última edição da competição, ela retorna após conquistar o Africano sub-17. Essa excelente campanha foi fundamental para o treinador Yemi Tella, pois a sua indicação para o cargo havia sido cercada de desconfiança em virtude de sua pouca experiência. Em alta, ele conduzirá mais uma safra recheada de talentos. Entre os destaques dos Golden Eaglets, estão Ibrahim Rabiu, apontado como sucessor de Okocha, e o artilheiro Chrisantus Macauley. Eles tentarão igualar a marca de três títulos do Brasil na competição.
Sem participar do Mundial sub-17 desde que o venceu, em 2001, a França, a princípio, brigará com o Japão pela segunda colocação do grupo. A exemplo do que aconteceu no Europeu sub-17, os Les Bleuets não chegam à Coréia do Sul como favoritos. Ainda assim, eles não podem ser descartados. Além de serem treinados pelo experiente François Blaquart, assistente de Jacques Santini na última Eurocopa, os Mini-Bleus possuem boas opções no elenco. Os zagueiros Mathieu Saunier e Mamadou Sakho e os atacantes Henri Saivet e Damien Le Tallec são alguns dos destaques dessa seleção. Le Tallec, irmão do outrora promissor Anthony Le Tallec, não prima pela técnica, mas pode surpreender positivamente à frente do ataque francês.
Atual campeão asiático da categoria, o Japão aposta em um meio-campista bastante promissor para superar as tradicionais Nigéria e França. Yoichiro Kakitani é constantemente comparado com Shunsuke Nakamura em virtude de seu estilo e, ainda, com Hideotoshi Nakata por causa de seu temperamento. Jogador do Cerezo Osaka, ele cumpre qualquer função no meio-de-campo, onde também atua o artilheiro Kota Mizunuma. Ao lado do goleiro Ryotaro Hironago, eles são as principais armas do técnico Hiroshi Jofuku. No comando desde 2003, Jofuku ainda precisa definir um esquema para a equipe.
O Haiti se classificou para o Mundial sub-17 depois de superar adversários como o atual campeão México. Aliada aos recentes resultados dos profissionais, essa façanha mostra que o futebol haitiano não pode ser desprezado. Comandados pelo treinador Jean Yves Labaze, essas promessas conquistaram a Copa Caribenha sub-16 no ano passado. Esse excelente momento é conseqüência da manutenção de uma mesma base por mais de dois anos. Ainda inexperiente, La Bicolore disputa a competição pensando nos frutos a serem colhidos no futuro. [MA]
Grupo E
Aos quatorze anos, Freddy Adu disputou o Mundial sub-17 de 2003 pelos Estados Unidos. Nascido em Gana, ele era considerado uma das maiores promessas do futebol mundial. Assim como Adu, Alex Nimo será mais um africano a atuar pela seleção americana na competição. O atacante natural da Libéria é constantemente comparado com seu compatriota George Weah. Maior destaque da seleção treinada por John Hackworth, ele conta com as assistências do habilidoso Bryan Dominguez para brilhar na Coréia do Sul.
Outro nome desse campeonato que merece ser acompanhado de perto é o meia Eden Hazard, do Lille. Considerado a revelação do último Europeu sub-17, Hazard é a maior esperança da Bélgica. Com uma base formada, sobretudo, por atletas provindos da famosa academia do Racing Genk, os Diablotins esperam não decepcionar em sua primeira participação no Mundial sub-17. Essa classificação é resultado do trabalho do técnico Bob Browaeys e, também, da federação, que, há cinco anos, mantém investimentos nas categorias de base.
Menos cotada, a Tunísia é comandada pelo ex-meio-campo do Espérance e das Águias de Cartago, Maher Kanzari, de apenas trinta e dois anos. Aparentemente inexperiente, ele acumula os conhecimentos adquiridos ao lado de treinadores como Henri Michel e Francesco Scoglio. A preparação dos tunisianos foi realizada na Síria, na Suíça e na Alemanha. Apesar desse período de treinamentos, eles certamente não exercerão um papel de destaque.
O Tadjiquistão surpreendeu a todos ao se classificar para o Mundial sub-17. Nem mesmo seu técnico, Pulod Kodirov, esperava pelo terceiro lugar alcançado nas eliminatórias asiáticas. Ao lado da Arábia Saudita, ele foi a única seleção a vencer todas as suas partidas na fase de grupos. O atacante Davrondzhon Tukhtasunov contribuiu bastante ao marcar cinco gols. Ele é apontado como a próxima estrela a deixar a Ásia Central depois do uzbeque Maxim Shatskikh, do Dínamo de Kiev. Atuando ofensivamente, como o fez nas eliminatórias, o Tadjiquistão pode surpreender mais uma vez.
Grupo F
O regresso da Colômbia ao Mundial sub-17, após o quarto lugar de 2005, passa pelas mãos do conceituado treinador Eduardo Lara, comandante da equipe naquele torneio. Com outra geração em mãos, Lara acumula dois resultados contrastantes: pelo Sul-Americano sub-17, foi vice-campeão, mas, no Pan, acabou eliminado na primeira fase pela Jamaica, embora esta tenha jogado com a equipe três anos mais velha. Com o talento de quase sempre, a Colômbia é em tese a terceira força do grupo F, podendo então avançar. Aí em diante, é outra história.
Qualificada como a quinta melhor dentre as cinco nações européias classificadas, a Alemanha volta ao Mundial sub-17 após oito anos ausente e, justamente, em um período em que a falta de novos bons jogadores foi acusada. O rápido meia/atacante Sascha Bigalke (Hertha Berlim) e o talentoso Toni Kroos (Bayern de Munique), meia de ligação, são os candidatos a craque na equipe dirigida por Heiko Herrlich, ex-jogador do Bayer Leverkusen. Embora a força germânica nunca possa ser desprezada, ter voltado à disputa do torneio já é uma vitória para os alemães, que estão no plano secundário na briga pelo título.
Após a fraca campanha em 2001, quando recebeu o Mundial e perdeu os três jogos que disputou, a seleção de Trinidad e Tobago volta à competição, pela primeira vez através da fase eliminatória. A ampliação do torneio, passando de 16 a 24 seleções, certamente teve peso para a qualificação da equipe, derrotada por Estados Unidos e Costa Rica nos dois primeiros jogos na seletiva classificatória. O atacante Stephen Knox, oásis de talento no time de Anton Corneal, precisará muito da ajuda dos companheiros para classificar a nação caribenha, ou ao menos fazer o primeiro gol do país na história do campeonato.
Naturalmente favorita pela tradição na história do Mundial sub-17, a seleção de Gana tem time suficientemente forte para batalhar entre as equipes favoritas ao título. Terceiro lugar no último Africano sub-17, atrás de Togo e Nigéria, a equipe contará mais uma vez com o já badalado Kelvin Owusu Bossman, único “estrangeiro” do time, jogador do Reading, da Inglaterra. Ransford Osei, atacante goleador, é outro nome a se observar, de uma seleção que nesta categoria normalmente não se contenta só em revelar bons jogadores, mas também briga por título.
Grupo A
A Coréia do Sul inicia o Mundial sub-17 sonhando em repetir o feito de cinco anos atrás, quando, também como sede, porém, da Copa do Mundo, alcançou as semifinais. Apesar de previamente classificada para a competição, ela disputou as eliminatórias asiáticas e não passou das quartas-de-final. Esse desempenho não repercutiu bem na imprensa sul-coreana, que criticou o treinador Park Kyung-Hoon fortemente. Ex-zagueiro dos Guerreiros Taeguk, Park confia muito no potencial do meio-de-campo Yoon Bitgaram. Ele será o responsável pela ligação da defesa e o ataque.
Como maiores empecilhos à passagem da Coréia do Sul para as oitavas-de-final, aparecem Costa Rica e Peru. Os Ticos chegaram às quartas-de-final das últimas três edições do Mundial sub-17, mas nunca conseguiram avançar para as semifinais. Agora com uma seleção mais equilibrada, eles esperam superar esse estigma. Além de uma defesa composta por quatro bons nomes, La Sele possui, ainda, um ataque bastante rápido. Diego Brenes, considerado um dos melhores das eliminatórias, é uma das principais esperanças do técnico Manuel Ureña para acabar com a desconfiança em torno de seu nome. El Purito, como é conhecido, está em baixa depois do desempenho ruim nos Jogos Pan-Americanos.
Em sua segunda participação na competição, o Peru aspira por uma campanha melhor do que a realizada em casa, há dois anos, quando não passou nem da primeira fase. O destaque peruano e melhor atleta do Sul-Americano sub-17, Reimond Manco, assegurou que os Jotitas, como é conhecida essa equipe, alcançarão as semifinais. A força dessa seleção é exaltada pelo treinador Juan José Oré a todo o momento. Ele inclusive recomendou alguns de seus garotos para a disputa das eliminatórias da próxima Copa do Mundo. Ainda assim, os Jotitas precisam contornar a irregularidade exibida no Sul-Americano para merecerem essa confiança.
Consciente de seu papel, o técnico de Togo, Samuel Abraw, confessou que esse Mundial sub-17 servirá como aprendizado para a sua equipe. Sem contar com “diferenciais” como Manco, ele espera que a sua defesa mantenha o rendimento apresentado no Africano sub-17, quando ela segurou a favorita Gana nas semifinais. Se o habilidoso Camaldine Abraw, filho do técnico e alvo de interesse do Anderlecht, mostrar seu futebol no ataque, os Gaviões poderão, então, sonhar com vôos mais altos.
Grupo B
A Coréia do Norte volta ao MundialsSub-17, dois anos após a participação em 2005, disposta a repetir a campanha que os colocou entre os oito melhores. Diante do Brasil de Celsinho e Ramón (hoje no CSKA Moscou), os norte-coreanos foram até a prorrogação, vendendo caro a derrota em sua primeira participação no torneio. Com uma equipe pouco conhecida, em especial pela pouca internacionalização do futebol e de todo o país, resta ver o que acontecerá no caso de uma nova boa participação e o conseqüente interesse estrangeiro nos atletas, algo possível pelos bons retrospectos recentes da seleção sub-17 em termos continentais.
Por incrível que pareça, esta será a primeira participação da Inglaterra na história da competição. Por sua grandeza natural, os ingleses comandam um segundo escalão de favoritos ao título - logo atrás de Brasil, Nigéria, Gana e Espanha - credenciados pelo vice-campeonato europeu deste ano e 14 vitórias em 21 jogos nos últimos meses. Os meias Henri Lansburi (Arsenal) e Danny Rose (Tottenham), além do avante Victor Moses (Crystal Palace), são os principais nomes do time. Moses, que tem origens nigerianas, foi o artilheiro no Europeu sub-17 e comanda em campo uma ótima equipe chefiada por John Peacock, antes de mais nada, uma grande força do grupo B.
A força mental e o poder de concentração dos garotos será, certamente, o principal requisito em teste para que o Brasil se sagre tetracampeão mundial sub-17. Com momentos de muito brilho técnico no Sul-Americano da categoria, do qual foi campeão, e nos Jogos Pan-Americanos, quando foi eliminado na primeira fase, o time do treinador Lucho Nizzo – antes comandado por Edgar Pereira – precisará reduzir a zero alguns momentos de apagão que colocaram interrogações em seu caminho recente.
Os atletas brasileiros devem ter na cabeça a fatídica derrota da geração anterior, diante do México na finalíssima de 2005, mas especialmente as vaias e críticas recebidas no Pan. O potencial desta equipe - onde os laterais Rafael (Fluminense) e Fábio (Fluminense), e os meias Felippe (Botafogo) e Lulinha (Corinthians) são as grandes figuras – é muito bom e resulta em favoritismo. O corintiano Lulinha, já com certa projeção nacional e até internacional, com propostas oficiais do Barcelona, é ao lado do espanhol Bojan Krkic, candidato a craque do Mundial.
A Nova Zelândia chega a seu segundo Mundial sub-17, oito anos após receber o evento. A projeção internacional recente – jogou e perdeu três jogos no Mundial sub-20 2007 – é fruto da migração australiana para a a Confederação Asiática e a abertura de um filão antes inexistente. Classificada para o Mundial com vitórias sobre Nova Caledônia, Taiti e Fiji, a seleção neozelandesa precisará provar mais, especialmente após ser batida por 4 a 0 pela Coréia do Sul, durante a preparação. O meia-direita Jacob Matthews e o atacante Costa Barbarouses, artilheiro na fase classificatória, comandam as esperanças remotas da equipe de Colin Tuua.
Grupo C
Honduras chega com credenciais, pela primeira vez que disputa o Mundial sub-17. É da equipe parte da responsabilidade de ter parado o México, atual campeão mundial, na fase classificatória. Com um elenco coeso e calcado na doação física, o time hondurenho é candidato a zebra do torneio e deve avançar eventualmente como um dos melhores terceiros colocados. O meia Johnny Harold Leveron é tido por muitos como a referência técnica, e destoa positivamente no voluntarioso onze do treinador Miguel Escalante.
O referendado título europeu da Espanha sub-17, neste ano, não é a única das qualidades do fortíssimo time chefiado por Juan Santisteban, referência mundial em categorias de base e há 19 anos na seleção espanhola. O atacante Bojan Krkic, de raízes sérvias, foi o grande astro da competição européia e já integra, logicamente ainda de forma suplementar, o plantel principal do Barcelona. Fran Mérida, meia que seguiu os passos de Fàbregas, saindo do Barça para o Arsenal, é outro nome badalado, assim como toda a equipe, jamais campeã do torneio, mas fortes com perspectivas desta feita.
Dotada de uma tradição que contrasta com as inúmeras glórias na categoria sub-20, a seleção da Argentina volta ao Mundial após ficar de fora em 2005, novamente com o peso de não nunca ter ido à final do torneio. Isto, poucas semanas após a façanha de Agüero e companhia no Canadá. Desfalcada ainda de seu principal nome, Federico Laurito (Udinese), lesionado com gravidade durante o último Sul-Americano, os argentinos devem apostar em uma formação coletivamente forte e sem brilhos individuais. Os defensores Mateo Musaccio (River Plate) e Alexis Machuca (Newell’s), são valorosos e já atuaram na primeira divisão local.
Uma das quatro classificadas da Ásia - isso se não contarmos os anfitriões sul-coreanos - a Síria, quarta colocada do torneio asiático, disputará, pela primeira vez, o Mundial sub-17. Com a classificação assegurada após vitórias contra adversários como Bangladesh e Vietnã, os sírios terão testes mais duros neste torneio, embora possam ter como referência a campanha no sub-20 de 2005, quando o país chegou entre os oito melhores. Outro problema é a ausência do artilheiro Mohammad Jaafar, o que reduz ainda mais as já pequenas chances do país neste torneio.
Grupo D
A Nigéria entra na disputa do Mundial sub-17 como favorita ao título. Ausente na última edição da competição, ela retorna após conquistar o Africano sub-17. Essa excelente campanha foi fundamental para o treinador Yemi Tella, pois a sua indicação para o cargo havia sido cercada de desconfiança em virtude de sua pouca experiência. Em alta, ele conduzirá mais uma safra recheada de talentos. Entre os destaques dos Golden Eaglets, estão Ibrahim Rabiu, apontado como sucessor de Okocha, e o artilheiro Chrisantus Macauley. Eles tentarão igualar a marca de três títulos do Brasil na competição.
Sem participar do Mundial sub-17 desde que o venceu, em 2001, a França, a princípio, brigará com o Japão pela segunda colocação do grupo. A exemplo do que aconteceu no Europeu sub-17, os Les Bleuets não chegam à Coréia do Sul como favoritos. Ainda assim, eles não podem ser descartados. Além de serem treinados pelo experiente François Blaquart, assistente de Jacques Santini na última Eurocopa, os Mini-Bleus possuem boas opções no elenco. Os zagueiros Mathieu Saunier e Mamadou Sakho e os atacantes Henri Saivet e Damien Le Tallec são alguns dos destaques dessa seleção. Le Tallec, irmão do outrora promissor Anthony Le Tallec, não prima pela técnica, mas pode surpreender positivamente à frente do ataque francês.
Atual campeão asiático da categoria, o Japão aposta em um meio-campista bastante promissor para superar as tradicionais Nigéria e França. Yoichiro Kakitani é constantemente comparado com Shunsuke Nakamura em virtude de seu estilo e, ainda, com Hideotoshi Nakata por causa de seu temperamento. Jogador do Cerezo Osaka, ele cumpre qualquer função no meio-de-campo, onde também atua o artilheiro Kota Mizunuma. Ao lado do goleiro Ryotaro Hironago, eles são as principais armas do técnico Hiroshi Jofuku. No comando desde 2003, Jofuku ainda precisa definir um esquema para a equipe.
O Haiti se classificou para o Mundial sub-17 depois de superar adversários como o atual campeão México. Aliada aos recentes resultados dos profissionais, essa façanha mostra que o futebol haitiano não pode ser desprezado. Comandados pelo treinador Jean Yves Labaze, essas promessas conquistaram a Copa Caribenha sub-16 no ano passado. Esse excelente momento é conseqüência da manutenção de uma mesma base por mais de dois anos. Ainda inexperiente, La Bicolore disputa a competição pensando nos frutos a serem colhidos no futuro. [MA]
Grupo E
Aos quatorze anos, Freddy Adu disputou o Mundial sub-17 de 2003 pelos Estados Unidos. Nascido em Gana, ele era considerado uma das maiores promessas do futebol mundial. Assim como Adu, Alex Nimo será mais um africano a atuar pela seleção americana na competição. O atacante natural da Libéria é constantemente comparado com seu compatriota George Weah. Maior destaque da seleção treinada por John Hackworth, ele conta com as assistências do habilidoso Bryan Dominguez para brilhar na Coréia do Sul.
Outro nome desse campeonato que merece ser acompanhado de perto é o meia Eden Hazard, do Lille. Considerado a revelação do último Europeu sub-17, Hazard é a maior esperança da Bélgica. Com uma base formada, sobretudo, por atletas provindos da famosa academia do Racing Genk, os Diablotins esperam não decepcionar em sua primeira participação no Mundial sub-17. Essa classificação é resultado do trabalho do técnico Bob Browaeys e, também, da federação, que, há cinco anos, mantém investimentos nas categorias de base.
Menos cotada, a Tunísia é comandada pelo ex-meio-campo do Espérance e das Águias de Cartago, Maher Kanzari, de apenas trinta e dois anos. Aparentemente inexperiente, ele acumula os conhecimentos adquiridos ao lado de treinadores como Henri Michel e Francesco Scoglio. A preparação dos tunisianos foi realizada na Síria, na Suíça e na Alemanha. Apesar desse período de treinamentos, eles certamente não exercerão um papel de destaque.
O Tadjiquistão surpreendeu a todos ao se classificar para o Mundial sub-17. Nem mesmo seu técnico, Pulod Kodirov, esperava pelo terceiro lugar alcançado nas eliminatórias asiáticas. Ao lado da Arábia Saudita, ele foi a única seleção a vencer todas as suas partidas na fase de grupos. O atacante Davrondzhon Tukhtasunov contribuiu bastante ao marcar cinco gols. Ele é apontado como a próxima estrela a deixar a Ásia Central depois do uzbeque Maxim Shatskikh, do Dínamo de Kiev. Atuando ofensivamente, como o fez nas eliminatórias, o Tadjiquistão pode surpreender mais uma vez.
Grupo F
O regresso da Colômbia ao Mundial sub-17, após o quarto lugar de 2005, passa pelas mãos do conceituado treinador Eduardo Lara, comandante da equipe naquele torneio. Com outra geração em mãos, Lara acumula dois resultados contrastantes: pelo Sul-Americano sub-17, foi vice-campeão, mas, no Pan, acabou eliminado na primeira fase pela Jamaica, embora esta tenha jogado com a equipe três anos mais velha. Com o talento de quase sempre, a Colômbia é em tese a terceira força do grupo F, podendo então avançar. Aí em diante, é outra história.
Qualificada como a quinta melhor dentre as cinco nações européias classificadas, a Alemanha volta ao Mundial sub-17 após oito anos ausente e, justamente, em um período em que a falta de novos bons jogadores foi acusada. O rápido meia/atacante Sascha Bigalke (Hertha Berlim) e o talentoso Toni Kroos (Bayern de Munique), meia de ligação, são os candidatos a craque na equipe dirigida por Heiko Herrlich, ex-jogador do Bayer Leverkusen. Embora a força germânica nunca possa ser desprezada, ter voltado à disputa do torneio já é uma vitória para os alemães, que estão no plano secundário na briga pelo título.
Após a fraca campanha em 2001, quando recebeu o Mundial e perdeu os três jogos que disputou, a seleção de Trinidad e Tobago volta à competição, pela primeira vez através da fase eliminatória. A ampliação do torneio, passando de 16 a 24 seleções, certamente teve peso para a qualificação da equipe, derrotada por Estados Unidos e Costa Rica nos dois primeiros jogos na seletiva classificatória. O atacante Stephen Knox, oásis de talento no time de Anton Corneal, precisará muito da ajuda dos companheiros para classificar a nação caribenha, ou ao menos fazer o primeiro gol do país na história do campeonato.
Naturalmente favorita pela tradição na história do Mundial sub-17, a seleção de Gana tem time suficientemente forte para batalhar entre as equipes favoritas ao título. Terceiro lugar no último Africano sub-17, atrás de Togo e Nigéria, a equipe contará mais uma vez com o já badalado Kelvin Owusu Bossman, único “estrangeiro” do time, jogador do Reading, da Inglaterra. Ransford Osei, atacante goleador, é outro nome a se observar, de uma seleção que nesta categoria normalmente não se contenta só em revelar bons jogadores, mas também briga por título.
4 comentários:
A Coréia do Norte não existia em termos de futebol, e agora parece que começa a aparecer no cenário mundial. Mas não tem a grana dos irmão do sul pra evoluir muito não.
Abraço
Cara, o especial de vocês ficou EXCELENTE!
Tentei fazer alguma coisa no Ergosblog também...
Brasil e Espanha favoritos, FATO
Abraço!
Vi só o primeiro tempo de Coréia do Norte e Inglaterra, e os "japas" deram um sufoco nos ingleses. Falta melhorar a conclusão.
Uma questão: será q a melhora deles não se deve ao fato de que, por ser um país fechado, os garotos acabam nao saindo e tendo mais conjunto?
Que apresentação mundial. Muito bom trabalho realizado.
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