terça-feira, 19 de outubro de 2010

Inspirada em símbolos norte-americanos, diretoria do Guaratinguetá apresenta Americana Futebol Ltda.

Invocando símbolos norte-americanos, citando a proximidade com o poder público e criticando a prefeitura de Guaratinguetá, a diretoria do Americana Futebol Ltda. apresentou oficialmente na noite desta segunda-feira (18) o novo clube, que terá como sede a cidade de Americana, a 120km de São Paulo. Segundo o contrato firmado pelo empresário Sony Douer, dono do clube-empresa, a equipe permanecerá no município por pelo menos dez anos.

O evento contou também com a apresentação do novo técnico do Guaratinguetá para a Série B do campeonato brasileiro. Edinho ex-zagueiro do Fluminense e da seleção brasileira, assinou contrato até o final do ano com o objetivo de manter a equipe na segunda divisão nacional. "Esperamos terminar o ano de forma tranquila, já projetando a temporada de 2011 em Americana", afirmou o novo treinador.

De acordo com o diretor executivo Cândido Neto, que intermediou as negociações, as conversas com o proprietário do clube começaram há sete meses e várias cidades demonstraram interesse, mas Americana apresentou a melhor proposta. As vantagens oferecidas por Americana em relação a Guaratinguetá foram apontadas como principais motivos para a mudança.

“O grande trunfo pelo qual nós mudamos de sede é exatamente economizarmos na estrutura para investirmos na equipe profissional. O Guaratinguetá Futebol cresceu, mas a cidade de não acompanhou esse crescimento. Americana nos ofereceu condições de desenvolvermos nosso trabalho que Guará não nos oferece hoje, e por isso estamos aqui”, disse o coordenador técnico de futebol, Ricardo Navajas.

Questionado sobre quais seriam tais vantagens, Navajas citou a proximidade do poder público como fator fundamental na escolha da nova sede. “Pessoas influentes que tenham acesso ao governo do estado e ao governo federal facilitam. Qual é o prefeito que não gostaria de ter em sua cidade uma equipe na primeira divisão do campeonato paulista e na Série B do Brasileiro?”, afirmou, citando o prefeito de Americana, Diego de Nadai, filiado ao mesmo partido do governador Geraldo Alckmin (PSDB).

De Nadai, por sua vez, afirmou que a contrapartida da cidade será apenas apoiando a equipe, sem aplicação de valores. “Sabemos que não se pode investir nenhum dinheiro público nessa área, então a prefeitura irá auxiliar politicamente, buscando patrocinadores e parceiros para investirem no clube”, emendou.

Durante seu pronunciamento, o presidente José Eduardo Ferreira errou por duas vezes o nome da equipe, chamando o Americana de Guaratinguetá. Agradecendo o apoio da cidade, disse que o objetivo do novo time é disputar títulos. “Queremos alçar vôos mais altos, revelar grandes jogadores e incomodar os grandes”, disse.

A mudança será realizada somente ao final do campeonato brasileiro da Série B, disputado pelo Guaratinguetá. Segundo Navajas, existe a possibilidade de os jogos restantes do time como mandante serem disputados em outro local. “Se hoje nós temos 400 pessoas torcendo contra em Guará, vamos parar? Claro que não. Qual o problema de jogar em Americana?”, disse, sem confirmar ou desmentir a possibilidade de o Guaratinguetá mandar jogos na Arena Barueri até o final do ano, conforme comentado durante o evento.

Distintivo e uniforme: inspiração nos Estados Unidos

Durante a apresentação da nova equipe, foram divulgados o distintivo, o uniforme e o mascote do Americana Futebol, que terá as cores da bandeira do município (azul, branco e vermelho), fundado por imigrantes norte-americanos.

A ligação com a história da cidade, entretanto, para por aí: o escudo tem fortes inspirações nos Estados Unidos. As cinco estrelas remetem às 50 estrelas da bandeira norte-americana, representando os estados daquele país. As listras verticais em branco e vermelho são 13, mesmo número presente na bandeira estadunidense, e que representam as treze colônias que lutaram pela independência do país.

A águia, mascote do clube e também presente no distintivo, foi escolhida por ser o animal símbolo norte-americano. Segundo o diretor executivo Cândido Neto, o nome da mascote, “Zé Merica”, é uma homenagem aos dois países. “Fazemos uma alusão à união entre o futebol brasileiro, representado pelo ‘Zé’, nome mais comum por aqui, e o ‘Merica’, que lembra o nome ‘América’, pelo qual os Estados Unidos são conhecidos”, explicou.


O uniforme, por sua vez, não possui a cor vermelha presente no escudo: é predominantemente branco, com faixa em azul nos ombros e detalhes em amarelo, com calções azuis e meiões brancos. Já a camisa reserva é invertida, com predominância do azul, faixa branca e detalhes em amarelo, calções brancos e meiões azuis. Curiosamente, lembra também as cores do uniforme da seleção de futebol dos Estados Unidos.

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