Acompanhei neste sábado uma partida do campeonato paulista sub-17 entre Rio Branco e Paulínia. O resultado do jogo, um 0 a 0 fruto da afobação dos atacantes, pouco importa. O que me deixou estarrecido foi a declaração do técnico Hélio (me perdoem por não lembrar o sobrenome), do Paulínia. Após a partida, ele afirmou que estava contente com o resultado porque sua equipe era inferior e ele havia ido até Americana para marcar, não para vencer. E disse mais: "o futebol de hoje é conjunto. Não há mais espaço para a individualidade".
Fico imaginando um discurso desses entrando na cabeça da garotada. O moleque vê sua criatividade tolhida antes mesmo de iniciar a carreira. E se depender dessa mentalidade, ao meu ver nem iniciá-la ele vai. Vale lembrar que o Paulínia atuou em um 3-5-2. Vejo complexidade demais para um grupo de 16 anos em média.
Aceito que atualmente a cobrança é cada vez maior e se antes revelações apareciam com 20 anos nos clubes, hoje o menino-prodígio tem 17, 18. Essa pressão se justifica pelo êxodo cada vez maior de jogadores para o exterior, o que faz com que as bases tenham de suprir os elencos. E os jovens se destacam e acabam sendo vendidos precocemente. É uma bola de neve, um círculo vicioso.
Entendo, contudo, que um jogador só amadurece lá pelos 24 anos em média, excetuando-se um ou outro caso. Portanto, em um sub-17 é muito mais importante trabalhar os fundamentos (que ambas equipes erraram razoavelmente) e incutir na cabeça dessa molecada um espírito diferente de jogo, pois já existem a catimba, a firula e o anti-jogo.
O que mais me preocupa é que o pensamento do técnico do Paulínia não é uma exceção, e sim algo muito próximo de se tornar regra no futebol brasileiro. O conjunto é, sim, importante, mas de maneira que possa fazer com que os atletas coloquem em prática suas melhores habilidades individuais. Do contrário, um clube como este só irá revelar zagueiros e bonitudos, quando muito.
Percebi garotos com habilidade, mas que estavam visivelmente engessados com as preocupações táticas do treinador. Isso é importante, mas um pouco mais pra frente, porque do contrário, estaremos matando vários talentos no ninho.
Fico imaginando um discurso desses entrando na cabeça da garotada. O moleque vê sua criatividade tolhida antes mesmo de iniciar a carreira. E se depender dessa mentalidade, ao meu ver nem iniciá-la ele vai. Vale lembrar que o Paulínia atuou em um 3-5-2. Vejo complexidade demais para um grupo de 16 anos em média.
Aceito que atualmente a cobrança é cada vez maior e se antes revelações apareciam com 20 anos nos clubes, hoje o menino-prodígio tem 17, 18. Essa pressão se justifica pelo êxodo cada vez maior de jogadores para o exterior, o que faz com que as bases tenham de suprir os elencos. E os jovens se destacam e acabam sendo vendidos precocemente. É uma bola de neve, um círculo vicioso.
Entendo, contudo, que um jogador só amadurece lá pelos 24 anos em média, excetuando-se um ou outro caso. Portanto, em um sub-17 é muito mais importante trabalhar os fundamentos (que ambas equipes erraram razoavelmente) e incutir na cabeça dessa molecada um espírito diferente de jogo, pois já existem a catimba, a firula e o anti-jogo.
O que mais me preocupa é que o pensamento do técnico do Paulínia não é uma exceção, e sim algo muito próximo de se tornar regra no futebol brasileiro. O conjunto é, sim, importante, mas de maneira que possa fazer com que os atletas coloquem em prática suas melhores habilidades individuais. Do contrário, um clube como este só irá revelar zagueiros e bonitudos, quando muito.
Percebi garotos com habilidade, mas que estavam visivelmente engessados com as preocupações táticas do treinador. Isso é importante, mas um pouco mais pra frente, porque do contrário, estaremos matando vários talentos no ninho.
4 comentários:
Boa .. concordo em gênero, número e grau....
ABS!
EH
O que conta hoje no futebol é a marcação e os equemas defensivos, Itália e França, finalistas da última copa são um exemplo e muitos clubes do País copiaram o seu 3-6-1.
Cada vez mais é comum ver times recheados de brucutus.
Maurício, falou tudo!
Infelizmente, está se disseminando nos técnicos de categorias de base essa cultura de privilegiar demasiadamente a tática, esquecendo os fundamentos. E sabe por quê? O técnico está mesmo é preocupado em mostrar resultados(títulos) e, quem sabe, subir na carreira de treinador. Se trabalhar mais os fundamentos, pode acaber não tendo os resultados imediatos que pretende.
É por isso q tem times q conseguem títulos importantes nas categorias de base e não conseguem formar boas safras de jogadores
Abraço
Tenho medo que o futebol no futuro acabe sendo burocrático, físico e apenas uma prova de atletismo. abrcs.
Postar um comentário