quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Análise: em duelo de guerreiros, Inter avança à final da Libertadores

O Internacional foi valente como de costume para garantir uma classificação à final da Libertadores e ao Mundial de Clubes no critério do gol fora, ao perder para um São Paulo poucas vezes tão aguerrido. Um jogo maravilhoso, que deixa no ar a questão: por que o futebol brasileiro tem tanto sucesso internacionalmente com seus clubes, mas não consegue repetir o feito com a seleção?

Como esperado, no início do jogo o São Paulo tentou abafar o Inter na defesa, mas o time gaúcho estava bem fechado e postado em campo, fazendo marcação dupla que dificultava a troca de passes. Entretanto, a saída colorada era dificultada porque o Tricolor avançava a marcação no campo adversário.

Inter no 4-2-3-1 esperado; SP cauteloso, apesar de precisar do resultado

Com Dagoberto aberto pela esquerda e Hernanes muito marcado no meio, o São Paulo concentrava as ações apenas por um lado, apostando na fragilidade defensiva de Nei. Ricardo Oliveira se posicionava colado em Índio, pior no jogo aéreo que Bolívar, mas não houve bolas alçadas até os 22 minutos - e quando houve, foi em cobranças de falta.

Pressionado, o Inter buscava socorro nos chutões para a frente, especialmente de Renan, mas que não encontravam receptor para prender a bola na frente - Alecsandro não fazia o pivô e Tinga estava muito disperso. Os primeiros lances de perigo foram em chutes de fora da área, aos 14, com Tinga, e aos 15, com Hernanes. Taison, sumido pela esquerda no 4-2-3-1 de Roth, pegou na bola a primeira vez aos 20 minutos, para arriscar rasteiro de fora da área que acabou se configurando na mais real chance de gol gaúcha da primeira etapa.

O São Paulo não chegava porque era um time mais preso em seu 4-3-1-2 que o Inter, mais versátil, com inversões constantes entre Sandro e Guiñazu, privilegiando a saída de bola pelo lado mais favorável, e com trocas constantes entre Tinga, D'Alessandro e Taison, que confundiam a marcação. O gol saiu da única maneira que poderia: em bola parada e no detalhe, a infelicidade do goleiro Renan que falhou bisonhamente e soltou a bola na cabeça de Alex Silva. A bola ainda bateu na trave e por pouco não entrou.

Após o gol, as equipes não mudaram seus posicionamentos, mas o Sâo Paulo, embalado pelo bom momento, foi mais para cima. Contudo, o ritmo não se alterou até o final da primeira etapa.

Segundo tempo


Roth aproxima trio de meias; SP não muda

Para o segundo tempo, Roth inverteu Taison com D'Alessandro e aproximou a linha de meias, travando a saída de bola são-paulina. Deu certo de início: Taison sofreu falta na direita. D'Alessandro cobrou, a bola desviou em Alecsandro e pegou Rogério Ceni no contrapé. Porém, o empate durou apenas um minuto: em nova bola alçada na área, a defesa cortou mal, Ricardo Oliveira recebeu em condição legal graças à desatenção de Nei na saída e chutou na saída de Renan.

A partir daí, o São Paulo partiu de vez para cima, forçando ainda mais na bola aérea. O jogo ficou dramático e o Tricolor tentou mais na base da raça que na técnica ou tática. Tinga foi expulso, o jogo tomou ares de drama, mas o Inter comemorou novamente em cima dos paulistas - e voltará ao Mundial de Clubes.

Nos minutos finais, pressão total: SP num 4-1-4-1, Inter no 4-3-2 sem Tinga

Merecidamente, pois é mais time. Mas o São Paulo foi mais time do que tem sido até aqui durante o ano. E fica a pergunta, talvez na saída de Ricardo Gomes: por que não jogar assim no Beira Rio? Ou em outros gramados.

A resposta ainda será dada.

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