Com a cara de Muricy, Fluminense desponta como favorito do momento ao título brasileiro
Treze rodadas podem parecer pouco, mas após os jogos do final de semana já chegamos a um terço do Brasileirão 2010. E após mais uma vitória convincente e outra rodada na liderança, o Fluminense de Muricy Ramalho desponta como o primeiro candidato, de fato, ao título nacional da temporada.
A cada ano, Muricy parece se especializar ainda mais em pontos corridos. Ao chegar aos 29 pontos em 13 rodadas, o Flu (o único a não ter mudado de técnico entre os seis primeiros colocados, contrariando a tendência de que, na largada do campeonato, quem começa bem não troca o comando) igualou a melhor marca da competição de 2003 até aqui: em 2006, o São Paulo (adivinha de quem?) atingiu desempenho semelhante - 9 vitórias, 2 empates e 2 derrotas - e sagrou-se campeão ao final do ano.
Outro dado importante: oito pontos à frente do Ceará, esta é também a maior vantagem para o terceiro colocado da era dos pontos corridos, superando em muito a melhor marca anterior, de quatro pontos em 2004 e 2009.
Mais do que isso, o Flu mostra neste ano a força fora de casa que Muricy não conseguiu emplacar no Palmeiras, e que foi a principal responsável pelo tricampeonato conquistado no Morumbi: já foram vitórias sobre Atlético-MG, Santos, Avaí e Grêmio até aqui, que conferem ao Tricolor a melhor campanha como visitante (4 vitórias, 1 empate e 2 derrotas, logo quando Muricy assumiu e antes da pausa para a Copa do Mundo).
Em três meses de trabalho, o treinador parece já ter o time na mão e na cabeça: manteve o 3-4-1-2 de Cuca e que ele sempre gostou de utilizar no São Paulo, aproveitando-se da excelente fase de Mariano, um dos líderes de assistências do país no ano (13 no total), e do meia que, em Darío Conca, nunca teve nos tempos de Morumbi. Dá-se ao luxo, entre outras coisas, de dispôr de volantes bem menos elogiados do que Jean, Hernanes ou Richarlyson, e seja com Diguinho, Diogo ou Fernando Silva, tem dado conta do recado. Nome por nome, a zaga também não é lá grande coisa: Gum é ídolo desde sua primeira partida, mas Leandro Euzébio e, principalmente, André Luís, estão longe de serem unanimidades.
O Flu contra o Grêmio: velocidade com Mariano, sustentação ao trabalho de Conca e movimentação de Emerson (imagem do Blog de Mauro Beting)
O Fluminense de Muricy Ramalho tem muito dessas consistências de conjunto, time que dá liga e ganha títulos: outrora perseguido e quase negociado, Fernando Henrique reconquistou a posição de titular e não mais cometeu falhas, comandando a segunda melhor defesa do campeonato, que sofreu só nove gols até aqui - outra característica dos times do professor. Some-se a isso a incrível forma de Emerson, que saiu do Flamengo deixando saudades e retornou ao Rio mostrando porque: foram três gols em três jogos.
O leitor tricolor não deve se desesperar ao ler este texto e não ver a menção aos quatro principais jogadores do elenco. Pois é, além de tudo isso, o Flu tem quatro jogadores que, juntos, transformam o time no mais forte do país no papel: Belletti, que estreou com uma certa dificuldade para se readaptar mas que tem vaga garantida; Fred, que apesar das contusões, sempre comparece quando está em campo; Washington, que deve aproveitar as ausências do 9 titular e marcar os gols que a equipe precisa; e Deco, que para o futebol brasileiro atual é um extra-classe de de quem muito se espera.
O que dizer de um time com Fernando Henrique; Gum, Leandro Euzébio e André Luís; Mariano, Belletti, Deco e Júlio César; Darío Conca; Emerson e Fred?
O empolgado torcedor tricolor que o diga.
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