segunda-feira, 30 de julho de 2007

A (in)cultura do futebol brasileiro


Alex Ferguson está no comando do Manchester United há 20 anos. Isso mesmo. Assumiu os Red Devils em 1986. Na época, Telê Santana era o técnico da seleção brasileira e Pepe treinava o São Paulo que conquistaria o bicampeonato brasileiro. Ganhou mais troféus que qualquer outro treinador da história do futebol inglês e comandou o Manchester United por mais de 1.000 partidas.

Guy Roux foi técnico do Auxerre, da França, de 1961 a 2005. Conquistou o acesso para a primeira divisão em 1980 e foi campeão francês em 1996, além de conquistar quatro Copas da França. Só deixou o clube porque decidiu se aposentar. Mas já voltou atrás e assumiu o Lens este ano.

Dois exemplos simples (ainda que raros) de como os técnicos são vistos na Europa. E de como, também nisso, nós colônia estamos há anos luz da metrópole: não é novidade que, no Brasil, o cargo de técnico é dos mais instáveis.

Ney Franco comandou o Flamengo durante pouco mais de um ano. Venceu a Copa do Brasil de 2006 (ainda que tenha dirigido a equipe somente na final, contra o Vasco) e o Campeonato Carioca de 2007. Foi demitido porque o Flamengo está na zona de rebaixamento. DETALHE: com três jogos a menos que os rivais. A justificativa de Kleber Leite? "O Ney venceu dois campeonatos, mas o time precisa de uma chacoalhada. Ele fez um bom trabalho, mas infelizmente É A CULTURA DO FUTEBOL BRASILEIRO". E veio Joel Santana.

Cultura? Interessante. Em tempos de futebol globalizado, nunca fomos tão colônia. Tão primitivos. Tão incultos.

4 comentários:

Anônimo disse...

O Ney Franco fez um trabalho acima da média com o Flamengo, queiram os torcedores ou não.

Na Libertadores, o time tinha uma forma definida. No Brasileiro, estava começando a ter também.

Acontece que, cultura ou não, é MUITO difícil uma diretoria brasileira ter paciências.

As que têm costumam ser bem recompensadas: a do Palmeiras com Caio Júnior, a do São Paulo com Muricy e a do Grêmio com Mano Menezes são exemplos recentes.

Sidarta Martins disse...

E o medo que o diretor de clube tem de ficar menos poderoso que o técnico!

Abraços,

Diego Mesquita disse...

O mesmo banco. A mesma praça. Convido-o à visitar me blog, que relato minha opinião sobre o assunto.

Um abraço,

Dassler Marques disse...

Tô de acordo cara, até aceitaria a saída do Ney. Mas não a vinda do Joel Santana e muito menos alguém menosprezar o trabalho dele, que foi muito bom.

Como vc disse, na Libertadores o time tinha uma forma definida e caiu prematuramente, graças a problemas no vestiário.

Aliás, aí pra mim o grande pecado dele. As contratações erradas também pesam, mas faz parte de qualquer treinador.

abraço!