Nas eliminatórias, a Argentina desistiu mais uma vez, classificando automaticamente Bolívia e Chile, juntamente com Uruguai e Paraguai. México e Estados Unidos se classificaram na CONCACAF e nenhum time africano se inscreveu. Na Ásia, Índia, Birmânia e Filipinas desistiram. Na Europa, a França se classificou graças à desistência de Portugal, mas os franceses abriram mão da vaga por considerarem a tabela muito cansativa. Turquia e Áustria também desistiram depois de conquistarem suas vagas, e a Copa foi disputada por 13, e não por 16 times. A Inglaterra disputou as eliminatórias e foi para a Copa pela primeira vez, deixando de lado a soberba. Brasil (país sede) e Itália (atuais campeões) não precisaram passar pelo crivo das preliminares.
A Copa abandonava o sistema de jogos eliminatórios e dividia seus times em quatro grupos de 4 cada - embora isso não tenha ocorrido, pois com a desistência dos 3 europeus, um grupo ficou com 3 seleções e outro com apenas duas: Uruguai e Bolívia. A fase final foi disputada em um quadrangular com os campeões dos quatro grupos, onde quem pontuasse mais venceria. Foi a única Copa sem final, embora o último jogo tenha sido uma das maiores finais de todos os tempos.
O Maracanã era a grande vedete do Mundial brasileiro. O estádio com capacidade para 220 mil pessoas começou a ser construído em 1948, mas não ficou pronto em tempo e teve seus jogos disputados ao mesmo tempo em que obras eram feitas do lado de fora e em toda a infra-estrutura.
Primeira fase
O Brasil não teve muitas dificuldades para terminar em primeiro no seu grupo. Na abertura da Copa, uma vitória fácil por 4 a 0 sobre o México, com dois gols de Ademir de Menezes, um de Jair e um de Baltazar. Já a segunda partida foi mais complicada: pressionado pela torcida paulista, Flávio Costa mudou a escalação, que tinha um time titular predominantemente carioca. Alfredo abriu o placar logo com dois minutos de jogo. Fatton empatou aos 16 e a partir daí o Brasil se viu diante de uma retranca impenetrável, chamada na época de Ferrolho. Baltazar colocou a equipe novamente à frente aos 31, mas a vitória escapou aos 43 do segundo tempo com outro gol de Fatton.
A última partida da primeira fase tomara um tom dramático, pois o Brasil precisava vencer a Iugoslávia, que havia ganhado seus dois primeiros jogos, para se classificar à fase final. Um empate bastava para os iugoslavos, mas o Brasil deu show diante de 150 mil entusiasmados espectadores e venceu com gols de Ademir e Zizinho, um em cada tempo. O sufoco havia passado e estávamos na fase final.
No Grupo 2, a cabeça-de-chave Inglaterra viu sua suposta superioridade no futebol ser posta à prova: venceu somente o Chile, perdendo para a Espanha, classificada do grupo, e para os Estados Unidos, uma zebra histórica. O jogo, realizado no estádio Independência, em Belo Horizonte, terminou com uma eufórica torcida invadindo o campo, como se o vencedor fosse o time da casa.
Já no Grupo 3, apenas três times: Itália, Suécia e Paraguai. A Azzurra levara um forte golpe um ano antes, quando um acidente aéreo matou todos os jogadores do Torino, time-base da seleção italiana. Craques como Mazzola e Gabetto estavam no avião, e a Itália não conseguiu suprir a ausência desses jogadores, sendo eliminada pela Suécia.
Finalmente, no Grupo 4, apenas Uruguai e Bolívia disputaram a Copa. Em um jogo único do grupo, o Uruguai goleou os bolivianos por 8 a 0 e se classificou para o turno final.
Brasil, Uruguai, Espanha e Suécia começariam a disputar, então, o quadrangular final da Copa do Mundo de 1950.
Um comentário:
Apenas faltou referir a desistência da Índia, por a FIFA ter impedido que os seus jogadores jogassem... descalços!!!
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