No dia 25 de julho de 1993, a Bolívia infligia ao Brasil sua primeira derrota na história das Eliminatórias, fazendo dois a zero na altitude de La Paz.
Os bolivianos tentavam chegar a uma Copa do Mundo pela primeira vez desde 1950 e viviam grande fase com o meia Erwin Sanchez e o atacante Marco Etcheverry. Já o Brasil de Parreira sofria com as críticas por um futebol pragmático e ausente de Romário, envolvido num desentendimento com o treinador.
Na primeira rodada, a Bolívia havia massacrado a Venezuela por 7 a 1 em Puerto Ordaz, ao passo que o Brasil não passara de um empate sem gols com o Equador, também fora de casa. O grupo, que tinha ainda o Uruguai, classificava os dois primeiros para o Mundial dos Estados Unidos e uma vitória era essencial para a Bolívia, que sabia da importância de vencer dentro de casa, na altitude, já que seu desempenho longe de La Paz sempre fora insatisfatório.
O estádio Hernando Siles estava lotado e emitia uma vaia ensurdecedora a cada toque brasileiro na bola. O Brasil tentou pressionar logo no início, com Raí controlando os avanços, mas o meio-campo formado por Megar e Valdivieso oferecia muita resistência aos ataques. O primeiro tempo teve um jogo truncado, com poucas chances de gol e muita disputa pela bola.
Com o passar do tempo, a Bolívia impunha seu jogo e o Brasil dava sinais de cansaço. Até que Erwin Sanchez teve a oportunidade de colocar os anfitriões na frente, com um pênalti. Taffarel, contudo, defendeu a cobrança com as pernas. O jogo parecia se encaminhar para um 0 a 0.
Eis que, a dois minutos do fim, Etcheverry recebe passe no meio-campo e avança para a área, pelo lado esquerdo. Ele chuta para o meio, tentando um cruzamento para Sanchez. Taffarel tenta interceptar e desvia para dentro do gol, por debaixo das pernas.
A torcida, em êxtase, ainda comemorava quando o Brasil se lançou inteiro ao ataque, tentando o empate no final do jogo. Mas sem nenhuma organização tática e com espaços de sobra na defesa, a Bolívia retomou a bola e partiu como um foguete para o contra-ataque. Um minuto depois do primeiro gol, o reserva Álvaro Peña recebeu de Etcheverry e bateu na saída de Taffarel.
Fim de jogo. Bolívia 2x0 Brasil. Festa sem precedentes em La Paz, Sucre, Cochabamba, em todo lugar da Bolívia onde se acompanhava o futebol. Explicações – ou tentativas – inúmeras de Parreira, Taffarel, Raí...
“Aquele gol foi um dos pontos mais altos de minha carreira. Eu havia lesionado a coxa logo no início do jogo, mas não podia sair. Minha persistência acabou valendo a pena, afinal foi a partida mais espetacular de que participei”, disse “El Diablo” Etcheverry ao site da Fifa.
Eventualmente, a seleção brasileira golearia os bolivianos na volta, em Recife, teria a volta de Romário, se classificaria no sufoco e venceria a Copa de 94, contrariando todos os prognósticos. A Bolívia também disputaria o Mundial, caindo na primeira fase. Mas talvez se não houvesse aquela derrota no dia 25 de julho, a primeira do Brasil em uma eliminatória, não haveria goleada, volta de Romário e nem tetra.
Ainda bem que perdemos!
Bolivia 2-0 Brasil
25/07/1993, Estadio Hernando Siles, La Paz
Gols: Marco Etcheverry 88, and Alvaro Pena 89.
Bolivia: Trucco; Rimba, Quinteros, Sandy, Borja; Cristaldo, Melgar, Valdivieso, Sanchez; Etcheverry e Ramallo (Técnico: Xabier Azkargorta).
Brasil: Taffarel; Cafu, Valber, Marcio Santos, Leonardo; Mauro Silva, Luis Enrique, Zinho, Rai; Bebeto e Muller (Técnico: Carlos Parreira).
Os bolivianos tentavam chegar a uma Copa do Mundo pela primeira vez desde 1950 e viviam grande fase com o meia Erwin Sanchez e o atacante Marco Etcheverry. Já o Brasil de Parreira sofria com as críticas por um futebol pragmático e ausente de Romário, envolvido num desentendimento com o treinador.
Na primeira rodada, a Bolívia havia massacrado a Venezuela por 7 a 1 em Puerto Ordaz, ao passo que o Brasil não passara de um empate sem gols com o Equador, também fora de casa. O grupo, que tinha ainda o Uruguai, classificava os dois primeiros para o Mundial dos Estados Unidos e uma vitória era essencial para a Bolívia, que sabia da importância de vencer dentro de casa, na altitude, já que seu desempenho longe de La Paz sempre fora insatisfatório.
O estádio Hernando Siles estava lotado e emitia uma vaia ensurdecedora a cada toque brasileiro na bola. O Brasil tentou pressionar logo no início, com Raí controlando os avanços, mas o meio-campo formado por Megar e Valdivieso oferecia muita resistência aos ataques. O primeiro tempo teve um jogo truncado, com poucas chances de gol e muita disputa pela bola.
Com o passar do tempo, a Bolívia impunha seu jogo e o Brasil dava sinais de cansaço. Até que Erwin Sanchez teve a oportunidade de colocar os anfitriões na frente, com um pênalti. Taffarel, contudo, defendeu a cobrança com as pernas. O jogo parecia se encaminhar para um 0 a 0.
Eis que, a dois minutos do fim, Etcheverry recebe passe no meio-campo e avança para a área, pelo lado esquerdo. Ele chuta para o meio, tentando um cruzamento para Sanchez. Taffarel tenta interceptar e desvia para dentro do gol, por debaixo das pernas.
A torcida, em êxtase, ainda comemorava quando o Brasil se lançou inteiro ao ataque, tentando o empate no final do jogo. Mas sem nenhuma organização tática e com espaços de sobra na defesa, a Bolívia retomou a bola e partiu como um foguete para o contra-ataque. Um minuto depois do primeiro gol, o reserva Álvaro Peña recebeu de Etcheverry e bateu na saída de Taffarel.
Fim de jogo. Bolívia 2x0 Brasil. Festa sem precedentes em La Paz, Sucre, Cochabamba, em todo lugar da Bolívia onde se acompanhava o futebol. Explicações – ou tentativas – inúmeras de Parreira, Taffarel, Raí...
“Aquele gol foi um dos pontos mais altos de minha carreira. Eu havia lesionado a coxa logo no início do jogo, mas não podia sair. Minha persistência acabou valendo a pena, afinal foi a partida mais espetacular de que participei”, disse “El Diablo” Etcheverry ao site da Fifa.
Eventualmente, a seleção brasileira golearia os bolivianos na volta, em Recife, teria a volta de Romário, se classificaria no sufoco e venceria a Copa de 94, contrariando todos os prognósticos. A Bolívia também disputaria o Mundial, caindo na primeira fase. Mas talvez se não houvesse aquela derrota no dia 25 de julho, a primeira do Brasil em uma eliminatória, não haveria goleada, volta de Romário e nem tetra.
Ainda bem que perdemos!
Bolivia 2-0 Brasil
25/07/1993, Estadio Hernando Siles, La Paz
Gols: Marco Etcheverry 88, and Alvaro Pena 89.
Bolivia: Trucco; Rimba, Quinteros, Sandy, Borja; Cristaldo, Melgar, Valdivieso, Sanchez; Etcheverry e Ramallo (Técnico: Xabier Azkargorta).
Brasil: Taffarel; Cafu, Valber, Marcio Santos, Leonardo; Mauro Silva, Luis Enrique, Zinho, Rai; Bebeto e Muller (Técnico: Carlos Parreira).
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