Após 16 anos, a Copa do Mundo voltava à Europa. A II Guerra Mundial paralisou o mundo por uma década, e a primeira Copa após esse período foi realizada no Brasil por falta de infra-estrutura no Velho Continente. A Suíça, entretanto, havia tomado uma posição neutra na guerra e não sofreu muito com a destruição. Além disso, sua localização - no centro da Europa - possibiltava viagens a baixo custo para os países vizinhos.Pela primeira vez o Brasil se viu obrigado a disputar as eliminatórias, não encontrando, porém, muita dificuldade: venceu Chile e Paraguai e se classificou. A Argentina mais uma vez não quis participar e o Uruguai, atual campeão, qualificou-se diretamente, assim como a Suíça, país-sede. A Hungria, campeã olímpica de 1952, era a principal favorita ao título, embora os bicampeões uruguaios demandassem respeito.
A Espanha, outra seleção forte da época, ficou de fora da Copa de uma maneira inusitada: no confronto com a Turquia, venceu em casa e perdeu fora. No jogo-desempate, em campo neutro, os times empataram e, como naquela época não havia disputa de pênaltis, a Turquia classificou-se através de um sorteio. Na CONCACAF, o México venceu os Estados Unidos e o Haiti e, pela primeira vez, a Copa teve um representante asiático: a Coréia do Sul, que eliminara o Japão. Entretanto, a seleção ainda beirava o amadorismo e sofreu duas goleadas, sem marcar um gol sequer.A fórmula de disputa mudou mais uma vez. Agora, os 16 times foram dividos em quatro grupos de quatro. Até aí tudo bem, mas em cada grupo havia dois cabeças-de-chave, que não se enfrentavam. Os dois primeiros se classificavam para as quartas-de-final, e a partir daí o torneio seguiria no mata-mata.
Primeira fase
A seleção brasileira chegou muito festejada à Suíça, celebrada por seu futebol envolvente, embora os favoritos ao título fossem os húngaros, campeões olímpicos dois anos antes. O time tinha alguns remanescentes do Maracanazzo de 50, e já contava com jogadores que se tornariam campeões do mundo em 1958, na Suécia.A estréia foi um passeio de 5 a 0 sobre o México. No segundo jogo, uma cena digna de comédia pastelão. Um empate bastava para classificar brasileiros e iugoslavos, mas a delegação tupiniquim não sabia disso. O Brasil saiu perdendo e, quando Didi empatou aos 24 minutos, o time foi ao ataque desesperadamente, tentando evitar a eliminação. Os iugoslavos tentavam dizer aos brasileiros em campo que o resultado classificava as duas equipes, mas nada adiantou. A partida terminou empatada e os jogadores saíram chorando de campo. Só depois foram avisados de que estavam classificados.
No Grupo 2, a Hungria deu mostras de seu poder ofensivo ao massacrar por 9 a 0 a Coréia do Sul (que foi goleada também pela Turquia, por 7 a 0). Ainda, o time de Puskas e Kocsis envergonhou os alemães com uma vitória de 8 a 3. Pelo Grupo 3, uruguaios e austríacos, que possuiam um time considerado forte, eliminaram sem dificuldades a fragilizada Tchecoslováquia e a Escócia com vitórias fáceis, sem tomarem nenhum gol sequer. Finalmente, no grupo 4, a anfitriã suíça classificou-se no sufoco: venceu a Itália e perdeu para a Inglaterra, que classificou-se em primeiro. Suíços e italianos disputaram então um jogo-desempate, com o país-sede vencendo de virada por 4 a 1.
Estavam definidos, então, os confrontos das quartas-de-final:
Alemanha x Iugoslávia, Uruguai x Inglaterra, Áustria x Suíça e Brasil x Hungria.
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