segunda-feira, 7 de maio de 2007

Ora, Copas!

Apresento esporadicamente, a partir de hoje, trechos do livro-reportagem "Ora, Copas!", elaborado em conjunto por mim, Carlos Giacomeli e Rafael Felippe como trabalho de conclusão de curso na Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas. Conta as experiências de onze jornalistas esportivos na cobertura de Copas do Mundo. Um trabalho muito legal de ser feito que compartilho, às pílulas, com os leitores deste blog.


Começa o jogo

Todos os dias quando chega da escola, João Pedro almoça rapidamente e, tão logo escova os dentes, vai para a sala. Não quer perder o noticiário esportivo. Faltam poucos meses para a Copa do Mundo e ele, um aficionado pelo futebol e, em especial, pela Copa, quer saber das últimas sobre as seleções. O colega de classe, Eduardo, passa tardes a fio concentrado no jogo de futebol de botão com os amigos da rua e, mesmo quando só observa, gosta de narrar as partidas e o faz de forma adorável. Tem alguns bordões ensaiados, como “rola a bola e gira o ponteiro”. Ricardo gosta mesmo é de ir ao estádio. Todo final de semana, veste a camisa do time do coração e vai com o pai e os tios acompanhar mais um jogo sem se preocupar com a longa viagem até à capital.

Gabriel, o caçula, é um menino mais moderno: disputa os campeonatos de futebol no videogame. É o craque da rua com o controle na mão. Contudo, quando rola a pelada no campinho do terreno baldio a duas quadras de onde mora, normalmente é o último a ser escolhido e não tem muito domínio com a bola no pé. Felipe sim é bom jogador e deixa os adversários com raiva, pois canta as jogadas que vai realizar. Como um jogador de sinuca profissional, coloca a bola onde quer em apenas uma tacada, um toque preciso. Os companheiros de pelada, Vinícius e Henrique, são torcedores de times rivais e nunca jogam do mesmo lado. Um sempre quer vencer o outro.

Mais um apaixonado pela redonda é Bruno, que acompanha o pai, jornalista esportivo, em muitas reuniões de pauta. Conhece vários jogadores pessoalmente por conta disso e quer seguir a profissão quando crescer. O pai é um fiel torcedor que, desde pequeno, acompanha o futebol no rádio e no campo. Fernando, da mesma classe, coleciona tudo sobre futebol: revistas, matérias de jornal, videotapes de jogos e álbuns de figurinha. Quando chega a Copa, reserva boa parte da mesada para comprar pacotinhos e mais pacotinhos para completar logo o livro ilustrado. Na escola, troca as repetidas com os colegas e disputa animadas partidas de “bafo” no intervalo das aulas, tentando “rapelar” os adversários. Gírias da mania de dar tapas nas figurinhas para tentar virá-las e, com isso, ficar com elas. O craque do bafo é Daniel, que completou metade do álbum só com figurinhas que ganhou dos outros.

Onze histórias fictícias, mas que explicam em poucas palavras a infância de onze jornalistas apaixonados pelo futebol. Nem todas contadas acima correspondem necessariamente a um desses personagens. Mas assim como os colegas de classe, os protagonistas deste livro se relacionam todos os dias por uma razão. Lá, a escola; aqui, a profissão. O álbum de figurinhas de Fernando ganha agora mais um time para ser completado com onze personalidades. Uma seleção do jornalismo esportivo. Como em todo escrete, tem mais jovens e mais experientes.

Há também os especialistas em passe, chute e cabeçada – aqui caneta, microfone e máquina fotográfica. Além das técnicas são, principalmente, exímios conhecedores da arte em questão. Como a maioria dos brasileiros é um pouco técnico de seleção, porque não convocar esses onze para serem os nossos representantes na Copa do Mundo do jornalismo esportivo? Vamos, então, à escalação.


Mais nos próximos dias.

Um comentário:

Anônimo disse...

ficou legalzinho até...hahahaha!