quinta-feira, 31 de maio de 2007

Rothweiler


Rottweiler é uma raça de origem alemã, de porte médio e compleição robusta e musculosa. São excelentes cães de guarda e companheiros, pois são fiéis, obedientes e dóceis com os donos. Possuem um ataque rápido e uma mordida poderosa. O nome completo da raça, Rottweiler Metzgerhund (açougueiro de Rottweiler), se deve à cidade onde surgiu, pois eram usados pelos açougueiros locais para o trabalho.

Esta é a definição que a Wikipédia dá para a raça Rottweiler, mas poderia ser também para um certo time de futebol e seu técnico. Chama a atenção a agressividade do time do Vasco nas três primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro. Com uma absurda média de 30,7 faltas por jogo, os comandados de Celso Roth lideram as estatísticas negativas de cartões, com 12 amarelos e três vermelhos. Números ainda mais alarmantes se considerarmos que, no Brasileirão do ano passado, o Vasco ganhou o Troféu Fair Play. E não é culpa da mudança de jogadores, pois o sistema defensivo manteve quase todos os titulares do ano passado. O responsável é o homem no banco.

Celso Roth foi rotulado de retranqueiro desde o início de sua carreira, no Rio Grande do Sul. O último trabalho, no Botafogo, dissipou um pouco esta imagem negativa. O penúltimo, no Goiás, mais ainda (valeu, Dassler!). Mas o início no Vasco já despertou os inimigos do futebol-força. O time ataca rápido e a mordida é poderosa. Júlio Santos recebeu dois cartões amarelos no primeiro minuto da partida contra o Náutico e, em nenhuma das faltas, pôde ser alegado exagero do árbitro.

Se Roth é um açougueiro ou não, só a seqüência do trabalho pode dizer. Fato é que qualquer treinador (de filosofia defensiva ou não) que assumisse o Vasco sabia que a retaguarda era o principal problema da equipe. A mudança é nítida e os próprios jogadores destacam isso, com uma mentalidade diferente. "Não adianta entrar em campo, ser o time mais disciplinado e não ganhar nada”, disse o volante Amaral.

Realmente não adianta. Mas é preciso saber separar garra de violência, e prova viva disso é o time do Grêmio. O Vasco de 2006 soube vencer sendo rápido e procurava o ataque a todo momento. O de 2007, defende antes e, se conseguir, vai à frente. Cabe ao comandante da nau decidir qual estratégia de navegação adotar. Cabe a ele, principalmente, adestrar seus cães de guarda.

Um comentário:

Dassler Marques disse...

Vejo que nesse caso foi o casamento do útil ao agradável, já que o time do Vasco, tecnicamente, está longe de ser primoroso. E o Roth, claro, adora um pega-pega.


Vamos esperar mais. De repente, com mais bons resultados, o time mude de postura.

abraço!