segunda-feira, 8 de março de 2010

Análise: qual candidato ao título da Copa tem o melhor goleiro?


Lionel Messi, Wayne Rooney, Didier Drogba, Kaká e Cristiano Ronaldo. Ao passo que os maiores artilheiros do mundo são sempre as vedetes de cada Copa, é nos goleiros que a última esperança de defesa se apoia. Com o papel primordial de Buffon na conquista italiana de 2006 e a forma perfeita de Kahn em 2002, a importância dos arqueiros nos Mundiais só tem motivos para ser exaltada.

Por isso, nada melhor que analisar os goleiros dos sete cabeças-de-chave mais a França, afinal se o campeão sair de alguém de fora deste grupo teremos, em solo africano, a maior zebra da história das Copas. Acompanhe, dê sua opinião e lembre-se: todo grande time começa por um grande goleiro.

Grupo A - França

Ainda favoritos no Grupo, apesar da fraca campanha de 2009, os franceses finalmente se despediram de Barthez. A nova geração de goleiros - que nem é tão nova assim, afinal o baixinho careca poderia ter sido substituído em 2006 sem problemas - chega com Hugo Lloris, de grande temporada na meta do Lyon, e Steve Mandanda do Olympique Marseille. A briga pela titularidade ficará entre os dois, embora Mandanda, que tenha sido titular em boa parte das Eliminatórias, pareça hoje um nível abaixo. Cedric Carrasso, do Bordeaux, deverá ser o terceiro goleiro. Independente da insegurança que qualquer um dos três passe, uma coisa é certa: o melhor goleiro francês da década, Grégory Coupet, acabou encerrando sua passagem pela seleção sem jogar efetivamente uma Copa do Mundo - tudo porque Barthez não largou o osso.

Grupo B - Argentina


No Brasil, costuma-se ter uma ideia, bastante equivocada, de que a Argentina sempre teve, historicamente, bons goleiros. Este mito foi reforçado pelo pegador de pênaltis Goicoechea e pelo Hugo Gatti, mas a verdade é que os hermanos sempre tiveram exatamente isso: goleiros excêntricos. Pato Abbondanzieri não foi seguro em 2006 e, agora, a entressafra parece bastante evidente. Por mais que Sergio Romero tenha finalmente convencido Maradona de suas qualidades, o técnico argentino é um dos poucos que demonstra confiança com o arqueiro do AZ Alkmaar. Mariano Andujar, o reserva, também não está ranqueado entre os principais goleiros do mundo, por mais que tenha feito sua parcela de milagres no Catania.

Grupo C - Inglaterra


O dilema é antigo: desde David Seaman (que não era nenhuma sumidade), o técnico da Inglaterra, seja ele quem for, começa suas preocupações pelo camisa 1. Robert Green, do West Ham, e o veterano David James, do Porstmouth (reserva em 2006) travam a briga mais equilibrada dentre as oito seleções, e não há favoritismo, tampouco certeza na cabeça de Fábio Capello. Para a terceira vaga, Ben Foster, reserva do Manchester United, briga com Joe Hart, do Birmingham. Mas nada impede que um deles, ou até mesmo um quinto nome, apareça de surpresa às vésperas da estreia contra a Argélia, em 12 de junho.

Grupo D - Alemanha


Um choque. É o que aconteceu com o futebol alemão após o suicídio de Robert Enke, nome certo na lista de Joachim Löw para a Copa da África. Sem ele - que começou as Eliminatórias como titular, mas depois perdeu a posição -, Löw tem praticamente certos os três nomes para o gol: Manuel Neuer, do Schalke 04, Tim Wiese, do Werder Bremen, e René Adler, do Bayer Leverkusen. O problema é que os três entram na disputa pela camisa 1 com 33% de chances cada um. Adler é o mais novo e considerado mais talentoso dos três, porém sua falha no amistoso com a Argentina levantou dúvidas. Wiese, mais experiente, deve ser visto mais como um goleiro para o grupo, posto que já cometeu diversas falhas ao longo dos anos com o Bremen, especialmente em jogos mais importantes, como são os de Copa do Mundo. Pela temporada que vem fazendo, Neuer deverá ser a cara nova do gol alemão, que ressentirá a segurança dos Mundiais passados.

Grupo E - Holanda


De times tradicionalmente ofensivos, a Holanda nunca deu muita bola para seus goleiros - bastava fazer mais gols que tomar. Até que surgiu Van der Sar, e a tranquilidade enfim reinou. Contudo, o camisa 1 do Manchester United já chegou aos 39 anos e anunciou que não voltará da aposentadoria. Por isso, Bert van Marwijk deve escolher entre Maarten Stekelenburg (Ajax), Michel Worm (FC Utrecht) e Piet Velthuizen (Vitesse). Mesmo sem ter em Stekelenburg um nome confiável, o treinador da Oranje deverá insistir no guarda metas de 27 anos pela falta de experiência internacional dos outros dois com seus clubes. Novamente, será preciso depender bastante do ataque.

Grupo F - Itália

A Itália é Buffon e mais dez, correto? Bem, não necessariamente. Apontado por muitos como melhor goleiro do mundo na década, Buffon não tem tido uma temporada muito feliz com a Juventus. Apesar de parecer já veterano, sua idade (32) o permite até mesmo disputar a Copa de 2014, mas o fato é que Marcelo Lippi já testou outros nomes como Amelia, Marchetti e De Sanctis por precaução. Buffon será titular da Azzurra, sem dúvidas, mas certamente não com a mesma segurança de quatro anos atrás - suas atuações na Euro e na Copa das Confederações são prova disso.

Grupo G - Brasil

O Brasil não tem centroavantes de peso cotados para a artilharia da Copa, mas em compensação não precisa se preocupar com o gol. Não parece uma descrição muito fiel às tradições tupiniquins, correto? Mas é o mais fiel retrato da realidade. Ao passo que o lobby por Ronaldinho Gaúcho e Pato só aumenta, a maior unanimidade da seleção é Júlio César: defesas incríveis na Copa das Confederações, Copa América e, especialmente, nos jogos contra a Argentina concederam ao goleiro da Internazionale o posto de melhor camisa 1 do mundo em 2009. Há muito tempo, o Brasil não tinha tanta tranquilidade no gol - é só torcer para que ele não se machuque, porque depender de Doni ou Gomes é demasiadamente arriscado. Victor, o melhor goleiro em atividade no Brasil há dois anos, parece fora da briga pela reserva.

Grupo H - Espanha

Ele não pode ser tão famoso por aqui, mas na Europa Iker Casillas é um mito. Tido por muitos um jogador com mais identificação com o Real Madrid até mesmo que Raul, Casillas tornou-se titular do Real aos 18 anos e nunca mais saiu. Até por isso, vai a sua terceira Copa como titular tendo apenas 28 anos. Segurança, experiência, agilidade e posicionamento fazem dele a primeira ameaça de um time quase completo, favoritíssimo ao título. Não é exagero dizer que Casillas, aliás, é um jogador garantido na próxima Copa (e quem sabe até na seguinte, igualando o recorde de cinco participações) - basta a Espanha se classificar. Na reserva, Pepe Reina e Sergio Asenjo são nomes de qualidade, a ponto de deixar o instável, porém bom Victor Valdés de fora.

E você, quem acha que terá o melhor goleiro na Copa do Mundo?

4 comentários:

O autor disse...

Gosto muito do Stekelenburg, o holandês do Ajax, e do Júlio César, nosso paredão.

Os piores, para mim, são o francês Letizi, goleiro do Lyon, que sai muito mal do gol, é inseguro, apesar de ter bons reflexos, e o argentino Romero, que eu, particulaarmente, acho fraco.

Muito legal essa análise que vc fez. Faça mais do tipo, por posição...Ficou show de bola. parabéns!

Abraços

João Paulo Benini disse...

Considero o Julio o goleiro em melhor fase em relação aos titulares das principais seleções, enquanto Romero e Neuer os menos confiáveis. Casillas é o dono da vaga espanhola, mas não o coloco no mesmo nível dos goleiros italiano e brasileiro. O restante é souvenir

João Matheus disse...

Julio César concerteza pois a Internazionale na atualidade é o terceiro melhor time da atualide só perdendo para o Barcelona e o Real Madrid e arrebentar na liga Italiana uma das mais difíceis sem dúvidas é o melhor goleiro.

Anônimo disse...

Concordo plenamente com essa lista Julio vive bom momento, mas na copa os melhores goleiros vão ser Buffon e o San Iker