Quatro anos depois do primeiro empate em 0 a 0 da história das Copas, Brasil e Inglaterra se enfrentavam novamente. Dessa vez, entretanto, o placar foi bem diferente. O Brasil deu show, principalmente com Zito e Didi no meio-campo e Garrincha no ataque, que marcou o primeiro gol aos 32. Quatro minutos depois, os ingleses empataram com Hitchens, mas Vavá, aos 9 da segunda etapa, e Garrincha novamente aos 14, acabaram com as esperanças dos ingleses: Brasil 3 a 1.
Nos outros jogos das quartas de final, a Iugoslávia, campeão olímpica dois anos antes em Roma, venceu a Alemanha por 1 a 0; a Tchecoslováquia derrotou uma decadente Hungria pelo mesmo placar e os donos da casa eliminaram a União Soviética de Yashin por 2 a 1.
Nas semifinais, o encontro mais esperado: Brasil e Chile. Os anfitriões estavam empolgados com a vitória sobre os soviéticos e anunciavam uma comemoração da vitória regada a café brasileiro, produto muito exportado na época. Garrincha mais uma vez comandou o time e o Brasil venceu sem dificuldades, por 4 a 2. O Mané das pernas tortas abriu o placar logo aos 9 minutos e ampliou a vantagem aos 32. Toro diminuiu já perto do intervalo, mas tão logo reiniciou-se a segunda etapa, Vavá marcou mais um. Os chilenos voltaram a diminuir com o artilheiro Leonél Sanchéz, de pênalti, mas a 12 minutos do fim, Vavá sepultou qualquer esperança de um empate, ao aproveitar cruzamento de Garrincha. O Brasil estava na final novamente e os chilenos, mesmo derrotados, apoiariam o Brasil na final, tamanho era o deslumbramento que o futebol canarinho despertava nas pessoas.
O outro finalista seria a Tchecoslováquia, que derrotou os iugoslavos por 3 a 1 em um jogo de público fraquíssimo para uma semifinal: 5 mil pessoas. Os campeões olímpicos dominaram a maior parte das ações do jogo, mas os tchecos abriram o placar com Kadraba logo no início da segunda etapa. Jerkovic empatou e, quando o jogo já rumava para a prorrogação, Scherer marcou duas vezes para sacramentar a classificação theca.
Na decisão do terceiro lugar, os 67 mil chilenos que lotaram o estádio Nacional em Santiago vibraram com a vitória por 1 a 0 sobre a Iugoslávia, gol marcado por Rojas, aos 45 do segundo tempo. No dia seguinte, eles lotariam novamente o mesmo estádio, dessa vez para torcer para o Brasil, mesmo eles tendo sido eliminados pelos brasileiros.
O jogo foi movimentado, com chances para os dois times e marcação cerrada por parte dos tchecos no meio-de-campo. Mas Garrincha & cia conseguiram furar o bloqueio, embora tenha sido Masopust, aos 15 minutos, quem abriu o placar. Sem se abater, o brasil empatou dois minutos depois com Amarildo, virando o jogo na segunda etapa, com Zito e Vavá. O apito final do juiz soviético Nickolaj Latychev selou o bicampeonato do Brasil, que foi recebido com muita festa na volta para casa.
VII Copa do Mundo - 1962 - Chile
Campeão: Brasil
Vice: Tchecoslováquia
3º: Chile
4º: Iugoslávia
Período: de 30 de maio a 17 de junho de 1962
Total de jogos: 32
Gols marcados: 89
Média de gols: 2,78 por partida
Artilheiros Jerkovic (Iugoslávia), Leonel Sanchez (Chile), Albert (Hungria), Ivanov (URSS), Garrincha e Vavá (Brasil) - 4 gols
Público total: 896.363 pagantes
Média de público: 28.011 pagantes
O Brasil: CAMPEÃO - 6 jogos (5V e 1E), 14GP/5GC
Jogos: Primeira fase: Brasil 2x0 México (Zagallo e Pelé)
Brasil 0x0 Tchecoslováquia
Brasil 2x1 Espanha (Adelardo; Amarildo (2))
Quartas-de-final: Brasil 3x1 Inglaterra (Garrincha (2) e Vavá; Hitchens)
Semifinal: Brasil 4x2 Chile (Garrincha (2) e Vavá (2); Toro e Leonel Sánchez)
Final: Brasil 3x1 Tchecoslováquia (Amarildo, Zito e Vavá; Masopust)
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