Iniciamos hoje mais uma série de postagens especiais sobre a Copa do Mundo, falando agora dos grandes técnicos dos Mundiais. Começamos com aquele que dominou o futebol mundial na década de 30.
VITTORIO POZZO
Em apenas um período de quatro anos, Vittorio Pozzo levou a seleção italiana à conquista de duas Copas do Mundo e de uma medalha de ouro olímpica, transformando-se em um dos maiores técnicos de toda a história. Não só "o velho maestro", como era chamado, montou um dos melhores times de todos os tempos, como também foi o responsável por estabelecer várias características tradicionais do futebol italiano, como a forte marcação mesclada com ataques habilidosos.
Conhecido como um mago da tática, Pozzo era também um líder de sucesso. Autoritário, mas paternalista e atencioso, ele exigia de seus jogadores a vitória a qualquer preço, mesmo quando alguns de seus comandados não eram italianos. A conquista da Copa de 34 em casa foi um triunfo para I itália e para seu ditador, Mussolini. Mas provando que o time era realmente bom e que não havia vencido por favorecimentos, Pozzo levou a Itália ao bicampeonato na França.
Pozzo teve contato com o futebol pela primeira vez na Inglaterra quando jovem. Foi jogador de futebol entre 1905 e 1911, atuando pelo Grasshoppers da Suíça e pelo Torino. Em 1912 e 1924, dirigiu a seleção olímpica italiana, conquistando uma medalha de bronze em Paris. Em 1929, assumiu o comando da seleção principal.
Na Copa de 34, teve seu trabalho criticado após o empate com a Espanha nas quartas-de-final, mesmo tendo vencido os Estados Unidos na primeira fase por 7 a 1. Pozzo tratou de motivar seus jogadores, dizendo a eles que as críticas que o time recebera deveriam servir como incentivo para a vitória. E deu certo: a Itália avançou para as semifinais com a vitória de 1 a 0, quando enfrentou a temida seleção austríaca, considerada por todos o melhor time do Mundial. Pozzo usou o favoritismo austríaco em seu favor e conseguiu tirar o melhor dos jogadores, chegando à final. Após a vitória, o técnico calou seus críticos e recebeu o título de Commendatore, alta honraria italiana.
Após a conquista da medalha de ouro em 36, a Itália aparecia como favorita ao Mundial de 38, embora o time estivesse bastante diferente do campeão quatro anos antes. Pozzo convocou Piola e Colaussi, que juntos fizeram 9 gols e foram fundamentais na batalha do bicampeonato. A conquista fez dele um herói nacional, embora ainda assim tenha lutado contra adversários políticos para manter-se no cargo, de onde saiu em 48, aos 62 anos, aposentando-se. No total, dirigiu a Azzurra em 93 jogos, conquistando 63 vitórias, 17 empates e 15 derrotas. Tanto o número de jogos como o de vitórias são ainda hoje recordes nacionais.
Mas a carreira de Pozzo não foi só de alegrias: em 1949, a tragédia com o avião da delegação do Torino matou muitos amigos e colegas de profissão de Pozzo, que conhecia tão bem os jogadores que foi um dos escolhidos para identificar os corpos. Após a aposentadoria, ainda aventurou-se como jornalista esportivo, mas o regime fascista de Mussolini havia endurecido de tal forma que não poupava nem os comentários do velho mestre. Uma figura popular ou não, o lugar de Pozzo na história das Copas estará sempre guardado, juntamente com o do time que dirigiu.
TÁTICAS
Quando morava na Inglaterra, Pozzo observou o centro-médio Charlie Roberts do Manchester United e teve a idéia de formar um sistema com dois jogadores recuados e um centro-médio que armasse as jogadas. Inspirado pela Áustria do técnico Hugo Meisl, Pozzo desenvolveu sua própria formação tática, chamada de "Método". Os times dirigidos por ele (seja a seleção italiana ou o Torino, que comandou de 1912 a 1924) jogavam mais com os atacantes centrais Giuseppe Meazza e Giovanni Ferrari do que com os meias, conseguido furar os bloqueios das defesas com mais facilidade através da combinação de dois estilos típicos de jogo na época: o 2-3-5 e o WM.
Na década de 40, o centro-médio transformou-se em um desarmador de jogadas, e a estratégia, revisada, recebeu o apelido de "Sistema". Esse novo estilo foi o antecessor do típico modo de jogo italiano: defesas sólidas e rápidos contra-ataques, que se provaram eficientes ao longo do tempo no complexo mundo do futebol internacional.
Nome: Vittorio Pozzo
Data de nascimento: 12/03/1886
Local de nascimento: Turin, Itália
Data de morte: 21/12/1968
CARREIRA
Como jogador
1905 e 1906: Grasshoppers (SUI)
1906 a 1911: Torino
Como técnico
1912 a 1924: Torino e seleção olímpica da Itália
1929 a 1948: Seleção italiana
Títulos
1924: Medalha de bronze nas olimpíadas de Paris
1934: Copa do Mundo da Itália
1936: Medalha de ouro nas olimpíadas de Berlim
1938: Copa do Mundo da França
VITTORIO POZZO
Em apenas um período de quatro anos, Vittorio Pozzo levou a seleção italiana à conquista de duas Copas do Mundo e de uma medalha de ouro olímpica, transformando-se em um dos maiores técnicos de toda a história. Não só "o velho maestro", como era chamado, montou um dos melhores times de todos os tempos, como também foi o responsável por estabelecer várias características tradicionais do futebol italiano, como a forte marcação mesclada com ataques habilidosos.
Conhecido como um mago da tática, Pozzo era também um líder de sucesso. Autoritário, mas paternalista e atencioso, ele exigia de seus jogadores a vitória a qualquer preço, mesmo quando alguns de seus comandados não eram italianos. A conquista da Copa de 34 em casa foi um triunfo para I itália e para seu ditador, Mussolini. Mas provando que o time era realmente bom e que não havia vencido por favorecimentos, Pozzo levou a Itália ao bicampeonato na França.
Pozzo teve contato com o futebol pela primeira vez na Inglaterra quando jovem. Foi jogador de futebol entre 1905 e 1911, atuando pelo Grasshoppers da Suíça e pelo Torino. Em 1912 e 1924, dirigiu a seleção olímpica italiana, conquistando uma medalha de bronze em Paris. Em 1929, assumiu o comando da seleção principal.
Na Copa de 34, teve seu trabalho criticado após o empate com a Espanha nas quartas-de-final, mesmo tendo vencido os Estados Unidos na primeira fase por 7 a 1. Pozzo tratou de motivar seus jogadores, dizendo a eles que as críticas que o time recebera deveriam servir como incentivo para a vitória. E deu certo: a Itália avançou para as semifinais com a vitória de 1 a 0, quando enfrentou a temida seleção austríaca, considerada por todos o melhor time do Mundial. Pozzo usou o favoritismo austríaco em seu favor e conseguiu tirar o melhor dos jogadores, chegando à final. Após a vitória, o técnico calou seus críticos e recebeu o título de Commendatore, alta honraria italiana.
Após a conquista da medalha de ouro em 36, a Itália aparecia como favorita ao Mundial de 38, embora o time estivesse bastante diferente do campeão quatro anos antes. Pozzo convocou Piola e Colaussi, que juntos fizeram 9 gols e foram fundamentais na batalha do bicampeonato. A conquista fez dele um herói nacional, embora ainda assim tenha lutado contra adversários políticos para manter-se no cargo, de onde saiu em 48, aos 62 anos, aposentando-se. No total, dirigiu a Azzurra em 93 jogos, conquistando 63 vitórias, 17 empates e 15 derrotas. Tanto o número de jogos como o de vitórias são ainda hoje recordes nacionais.
Mas a carreira de Pozzo não foi só de alegrias: em 1949, a tragédia com o avião da delegação do Torino matou muitos amigos e colegas de profissão de Pozzo, que conhecia tão bem os jogadores que foi um dos escolhidos para identificar os corpos. Após a aposentadoria, ainda aventurou-se como jornalista esportivo, mas o regime fascista de Mussolini havia endurecido de tal forma que não poupava nem os comentários do velho mestre. Uma figura popular ou não, o lugar de Pozzo na história das Copas estará sempre guardado, juntamente com o do time que dirigiu.
TÁTICAS
Quando morava na Inglaterra, Pozzo observou o centro-médio Charlie Roberts do Manchester United e teve a idéia de formar um sistema com dois jogadores recuados e um centro-médio que armasse as jogadas. Inspirado pela Áustria do técnico Hugo Meisl, Pozzo desenvolveu sua própria formação tática, chamada de "Método". Os times dirigidos por ele (seja a seleção italiana ou o Torino, que comandou de 1912 a 1924) jogavam mais com os atacantes centrais Giuseppe Meazza e Giovanni Ferrari do que com os meias, conseguido furar os bloqueios das defesas com mais facilidade através da combinação de dois estilos típicos de jogo na época: o 2-3-5 e o WM.
Na década de 40, o centro-médio transformou-se em um desarmador de jogadas, e a estratégia, revisada, recebeu o apelido de "Sistema". Esse novo estilo foi o antecessor do típico modo de jogo italiano: defesas sólidas e rápidos contra-ataques, que se provaram eficientes ao longo do tempo no complexo mundo do futebol internacional.
Nome: Vittorio Pozzo
Data de nascimento: 12/03/1886
Local de nascimento: Turin, Itália
Data de morte: 21/12/1968
CARREIRA
Como jogador
1905 e 1906: Grasshoppers (SUI)
1906 a 1911: Torino
Como técnico
1912 a 1924: Torino e seleção olímpica da Itália
1929 a 1948: Seleção italiana
Títulos
1924: Medalha de bronze nas olimpíadas de Paris
1934: Copa do Mundo da Itália
1936: Medalha de ouro nas olimpíadas de Berlim
1938: Copa do Mundo da França
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