Quartas de final
Foi o melhor jogo do Brasil na Copa. A imprensa considerava a partida como uma vingança da derrota sofrida para Cruyff & cia em 74. O time brasileiro era o mesmo do jogo contra os Estados Unidos, a não ser a substituição de Leonardo, expulso, por Branco. O lateral do Fluminense teve sua convocação criticada, já que muitos consideravam Roberto Carlos em melhor fase no Palmeiras. Teria que marcar o veloz ponta-direita Overmars e sua condição física deixou todos com a pulga atrás da orelha. Mas ele provou ter seu valor.
Após um primeiro tempo truncado, o Brasil abriu 2 a 0 em dez minutos. Bebeto recebeu grande lançamento de Aldair, cruzou e Romário completou. Pouco tempo depois, Bebeto driblou o goleiro De Goeij e ampliou, homenageando seu filho recém-nascido na comemoração. Mas a Holanda não estava morta. Taffarel falhou e Bergkamp e Winter empataram com dois gols na seqüência. Foi aí que brilhou a estrela de Branco. Aos 36 minutos, falta para o Brasil um pouco para trás da meia lua da grande área. Branco manda um petardo, a bola passa pela barreira, quase resvala em Romário, que desvia, e morre no canto do gol holandês. Vitória. Estávamos na semifinal.
E a Suécia seria novamente nossa adversária. Em um jogo emocionante, os suecos eliminaram a Romênia de Hagi nos pênaltis por 5 a 4. Brolin abriu o placar aos 33 do segundo tempo e Radociou empatou a apenas dois minutos do fim. Ele mesmo virou o jogo para a Romênia na prorrogação, mas Kenneth Andersson tratou de igualar novamente o placar a cinco minutos do fim.
Já a Itália contou com a estrela de Roberto Baggio para, novamente, garantir a vitória no final. Dino Baggio abriu o placar contra a Espanha e Caminero empatou no segundo tempo. Quando todos achavam que o jogo ia para a prorrogação, Robbie dribla o goleiro Zubizarreta e põe a Azzurra na semifinal.
O adversário italiano seria a surpreendente seleção da Bulgária, comandada por Stoitchkov e Letchkov. Após um gol de pênalti de Matthäus no início do segundo tempo, a Bulgária não se intimidou e pressionou o time alemão, conseguindo uma virad espetacular em menos de cinco minutos. Stoitchkov empatou e Letchkov de peixinho, após cruzamento da direita de Kiriakov, fez 2 a 1 e eliminou os então campeões mundiais em uma das maiores zebras da história das Copas.
Semifinais
O Brasil tinha a Suécia, novamente, pela frente. Este jogo faria dos suecos o adversário mais comum do Brasil na história das Copas: os times se enfrentariam pela sexta vez.
Foi um jogo tenso, o duelo dos invictos. A Suécia, entretanto, adotou uma postura mais defensiva do que no jogo da primeira fase. Ainda assim, levou perigo ao gol de Taffarel. Mas o Brasil era superior, embora pecasse nas finalizações. Tanto isso era verdade que o fanfarrão goleiro sueco Thomas Ravelli dava pulinhos a cada chute para fora. Mas quem ri por último, ri melhor.
A Suécia parecia conseguir atingir seu objetivo de levar a partida para os pênaltis quando aos 35 do segundo tempo, Jorginho fez um cruzamento primoroso, caindo certinho na cabeça do baixinho Romário que, do alto de seus 1,68m, escorou de cabeça para o fundo do gol do atônio Ravelli. Romário tinha colocado o Brasil numa final de Copa do Mundo após 24 anos.
Na outra semifinal, um duelo esperadíssimo: Baggio versus Stoitchkov. A Itália começou melhor e o jogo era bem movimentado. Brilhou então a estrela do craque italiano, que marcou dois gols em cinco minutos e matou a Bulgária. Stoitchkov ainda descontou de pênalti no final do primeiro tempo, marcando seu sexto gol no torneio e terminando empatado na artilharia com o russo Salenko, que marcou cinco gols no jogo contra Camarões, um recorde. Aliás, outro recorde foi batido neste jogo: o camaronês Roger Milla foi o jogador mais velho a marcar um gol, aos 42 anos.
Apesar do gol e da pressão búlgara no segundo tempo, a Itália já havia sacramentado a vitória e a classificação para a final. Brasil e Itália repetiriam a final de 70. Se naquela ocasião quem vencesse se tornaria o primeiro tricampeão mundial, agora o vencedor seria o primeiro tetra.
Apos a derrota para a Itália, a Bulgária entrou abatida no estádio Rose Bowl em 16 de julho de 94 e foi goleada pelos suecos por 4 a 0, que fizeram todos os gols no primeiro tempo. Brolin, Mild, Larsson e Kenneth Andersson marcaram os gols que coroaram uma campanha excepcional.
A decisão
No dia seguinte, depois de 24 anos, a seleção brasileira voltaria a disputar a final de uma Copa do Mundo. A Itália seria a adversária, assim como na Copa de 70, a última em que o Brasil jogou a final. Desta vez, o apito final revelaria ao mundo um tetracampeão, pois cada país já tinha conquistado três Copas do Mundo (o Brasil em 58, 62 e 70 e a Itália em 34, 38 e 82). O Brasil entrou de mãos dadas, ato que repetiu em todos os jogos desde uma partida pelas eliminatórias.
Os esquemas defensivos de Brasil e Itália tiraram parte do brilho do espetáculo e, a exemplo da final do Mundial anterior, o jogo não teve os gols e a emoção de uma verdadeira final de Copa do Mundo.Quase não houve chances de gol e ao final de 90 minutos regulamentares e de 30 minutos de prorrogação, Brasil e Itália não tinham saído do 0 a 0, levando a decisão da Copa para os pênaltis pela primeira vez na história.
O capitão Baresi, da Itália, foi o primeiro a bater e desperdiçou a cobrança chutando para fora. Pelo Brasil, o zagueiro Márcio Santos chutou forte, mas em cima do goleiro Pagliuca, que não teve dificuldade em espalmar. Daí para a frente, Albertini e Evani converteram para a Itália. Romário e Branco também fizeram seus gols para o Brasil. O goleiro brasileiro Taffarel defendeu o pênalti cobrado por Massaro e o capitão Dunga colocou o Brasil em vantagem.
Faltando uma cobrança para cada lado, o placar mostrava Brasil 3 a 2. O ídolo da Itália, Roberto Baggio, foi encarregado da cobrança e bateu por cima do travessão dando o título ao Brasil. Éramos tetracampeões.
XV Copa do Mundo - Estados Unidos - 1994
Campeão: Brasil
Vice: Itália
Terceiro: Suécia
Quarto: Bulgária
Período: de 17 de junho a 17 de julho de 1994
Total de jogos: 52
Gols marcados: 141
Média de gols: 2,71 por partida
Artilheiros: Salenko (Rússia) e Stoitchkov (Bulgária) - 6 gols
Público total: 3.567.415 pagantes
Média de público: 68.604 pagantes
O Brasil: CAMPEÃO - 7 jogos, 5V e 2E (11GP/3GC)
Os jogos:
PRIMEIRA FASE:
Brasil 2x0 Rússia (Romário e Raí)
Brasil 3x0 Camarões (Romário, Márcio Santos e Bebeto)
Brasil 1x1 Suécia (Romário, Kenneth Andersson)
OITAVAS-DE-FINAL:
Brasil 1x0 Estados Unidos (Bebeto)
QUARTAS-DE-FINAL:
Brasil 3x2 Holanda (Romário, Bebeto e Branco; Bergkamp e Winter)
SEMIFINAL:
Brasil 1x0 Suécia (Romário)
FINAL:
Brasil 0x0 Itália (3x2 nos pênaltis)
Foi o melhor jogo do Brasil na Copa. A imprensa considerava a partida como uma vingança da derrota sofrida para Cruyff & cia em 74. O time brasileiro era o mesmo do jogo contra os Estados Unidos, a não ser a substituição de Leonardo, expulso, por Branco. O lateral do Fluminense teve sua convocação criticada, já que muitos consideravam Roberto Carlos em melhor fase no Palmeiras. Teria que marcar o veloz ponta-direita Overmars e sua condição física deixou todos com a pulga atrás da orelha. Mas ele provou ter seu valor.
Após um primeiro tempo truncado, o Brasil abriu 2 a 0 em dez minutos. Bebeto recebeu grande lançamento de Aldair, cruzou e Romário completou. Pouco tempo depois, Bebeto driblou o goleiro De Goeij e ampliou, homenageando seu filho recém-nascido na comemoração. Mas a Holanda não estava morta. Taffarel falhou e Bergkamp e Winter empataram com dois gols na seqüência. Foi aí que brilhou a estrela de Branco. Aos 36 minutos, falta para o Brasil um pouco para trás da meia lua da grande área. Branco manda um petardo, a bola passa pela barreira, quase resvala em Romário, que desvia, e morre no canto do gol holandês. Vitória. Estávamos na semifinal.
E a Suécia seria novamente nossa adversária. Em um jogo emocionante, os suecos eliminaram a Romênia de Hagi nos pênaltis por 5 a 4. Brolin abriu o placar aos 33 do segundo tempo e Radociou empatou a apenas dois minutos do fim. Ele mesmo virou o jogo para a Romênia na prorrogação, mas Kenneth Andersson tratou de igualar novamente o placar a cinco minutos do fim.
Já a Itália contou com a estrela de Roberto Baggio para, novamente, garantir a vitória no final. Dino Baggio abriu o placar contra a Espanha e Caminero empatou no segundo tempo. Quando todos achavam que o jogo ia para a prorrogação, Robbie dribla o goleiro Zubizarreta e põe a Azzurra na semifinal.
O adversário italiano seria a surpreendente seleção da Bulgária, comandada por Stoitchkov e Letchkov. Após um gol de pênalti de Matthäus no início do segundo tempo, a Bulgária não se intimidou e pressionou o time alemão, conseguindo uma virad espetacular em menos de cinco minutos. Stoitchkov empatou e Letchkov de peixinho, após cruzamento da direita de Kiriakov, fez 2 a 1 e eliminou os então campeões mundiais em uma das maiores zebras da história das Copas.
Semifinais
O Brasil tinha a Suécia, novamente, pela frente. Este jogo faria dos suecos o adversário mais comum do Brasil na história das Copas: os times se enfrentariam pela sexta vez.
Foi um jogo tenso, o duelo dos invictos. A Suécia, entretanto, adotou uma postura mais defensiva do que no jogo da primeira fase. Ainda assim, levou perigo ao gol de Taffarel. Mas o Brasil era superior, embora pecasse nas finalizações. Tanto isso era verdade que o fanfarrão goleiro sueco Thomas Ravelli dava pulinhos a cada chute para fora. Mas quem ri por último, ri melhor.
A Suécia parecia conseguir atingir seu objetivo de levar a partida para os pênaltis quando aos 35 do segundo tempo, Jorginho fez um cruzamento primoroso, caindo certinho na cabeça do baixinho Romário que, do alto de seus 1,68m, escorou de cabeça para o fundo do gol do atônio Ravelli. Romário tinha colocado o Brasil numa final de Copa do Mundo após 24 anos.
Na outra semifinal, um duelo esperadíssimo: Baggio versus Stoitchkov. A Itália começou melhor e o jogo era bem movimentado. Brilhou então a estrela do craque italiano, que marcou dois gols em cinco minutos e matou a Bulgária. Stoitchkov ainda descontou de pênalti no final do primeiro tempo, marcando seu sexto gol no torneio e terminando empatado na artilharia com o russo Salenko, que marcou cinco gols no jogo contra Camarões, um recorde. Aliás, outro recorde foi batido neste jogo: o camaronês Roger Milla foi o jogador mais velho a marcar um gol, aos 42 anos.
Apesar do gol e da pressão búlgara no segundo tempo, a Itália já havia sacramentado a vitória e a classificação para a final. Brasil e Itália repetiriam a final de 70. Se naquela ocasião quem vencesse se tornaria o primeiro tricampeão mundial, agora o vencedor seria o primeiro tetra.
Apos a derrota para a Itália, a Bulgária entrou abatida no estádio Rose Bowl em 16 de julho de 94 e foi goleada pelos suecos por 4 a 0, que fizeram todos os gols no primeiro tempo. Brolin, Mild, Larsson e Kenneth Andersson marcaram os gols que coroaram uma campanha excepcional.
A decisão
No dia seguinte, depois de 24 anos, a seleção brasileira voltaria a disputar a final de uma Copa do Mundo. A Itália seria a adversária, assim como na Copa de 70, a última em que o Brasil jogou a final. Desta vez, o apito final revelaria ao mundo um tetracampeão, pois cada país já tinha conquistado três Copas do Mundo (o Brasil em 58, 62 e 70 e a Itália em 34, 38 e 82). O Brasil entrou de mãos dadas, ato que repetiu em todos os jogos desde uma partida pelas eliminatórias.
Os esquemas defensivos de Brasil e Itália tiraram parte do brilho do espetáculo e, a exemplo da final do Mundial anterior, o jogo não teve os gols e a emoção de uma verdadeira final de Copa do Mundo.Quase não houve chances de gol e ao final de 90 minutos regulamentares e de 30 minutos de prorrogação, Brasil e Itália não tinham saído do 0 a 0, levando a decisão da Copa para os pênaltis pela primeira vez na história.
O capitão Baresi, da Itália, foi o primeiro a bater e desperdiçou a cobrança chutando para fora. Pelo Brasil, o zagueiro Márcio Santos chutou forte, mas em cima do goleiro Pagliuca, que não teve dificuldade em espalmar. Daí para a frente, Albertini e Evani converteram para a Itália. Romário e Branco também fizeram seus gols para o Brasil. O goleiro brasileiro Taffarel defendeu o pênalti cobrado por Massaro e o capitão Dunga colocou o Brasil em vantagem.
Faltando uma cobrança para cada lado, o placar mostrava Brasil 3 a 2. O ídolo da Itália, Roberto Baggio, foi encarregado da cobrança e bateu por cima do travessão dando o título ao Brasil. Éramos tetracampeões.
XV Copa do Mundo - Estados Unidos - 1994
Campeão: Brasil
Vice: Itália
Terceiro: Suécia
Quarto: Bulgária
Período: de 17 de junho a 17 de julho de 1994
Total de jogos: 52
Gols marcados: 141
Média de gols: 2,71 por partida
Artilheiros: Salenko (Rússia) e Stoitchkov (Bulgária) - 6 gols
Público total: 3.567.415 pagantes
Média de público: 68.604 pagantes
O Brasil: CAMPEÃO - 7 jogos, 5V e 2E (11GP/3GC)
Os jogos:
PRIMEIRA FASE:
Brasil 2x0 Rússia (Romário e Raí)
Brasil 3x0 Camarões (Romário, Márcio Santos e Bebeto)
Brasil 1x1 Suécia (Romário, Kenneth Andersson)
OITAVAS-DE-FINAL:
Brasil 1x0 Estados Unidos (Bebeto)
QUARTAS-DE-FINAL:
Brasil 3x2 Holanda (Romário, Bebeto e Branco; Bergkamp e Winter)
SEMIFINAL:
Brasil 1x0 Suécia (Romário)
FINAL:
Brasil 0x0 Itália (3x2 nos pênaltis)
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