quarta-feira, 2 de junho de 2010

Apresentação das seleções - Holanda

Com a Holanda, não existe meio termo: ou a equipe realiza uma boa campanha, ou fica anos sem brilhar. Na África do Sul, a seleção tentará acabar com essa irregularidade e subir um degrau em relação a 1974 e 1978, quando perdeu as finais respectivamente para a Alemanha, por 2 a 1, e para a Argentina, por 3 a 1, após dolorosa prorrogação. "Nós temos um objetivo pela frente. Queremos ser campeões mundiais", diz Frank de Boer, assistente técnico.

Desde a aposentadoria de Rinus Michels, com a conquista da Euro 1988, os inúmeros sucessores de Johan Cruyff nunca alcançaram uma grande glória. Por isso mesmo, o país ganhou a fama de ter um futebol vistoso, mas pouco eficiente para chegar a uma conquista de peso. É esta imagem que o treinador Bert van Marwijk vem tentando mudar desde que assumiu o cargo, após a campanha decepcionante na Euro 2008.

Nas eliminatórias, porém, a seleção liderada por Arjen Robben e Dirk Kuyt foi perfeita e agora pode se apoiar na história para sonhar com boa campanha na África do Sul. O último país a garantir vaga em uma edição da Copa sem perder pontos foi a Alemanha, em 1982, e os alemães chegaram à decisão do torneio. Os holandeses não escondem que as ambições são grandes para 2010 e, mais uma vez, possuem - ao menos no papel - as armas que permitem pensar desta forma.

O caminho à África do Sul
A Holanda encerrou a fase de classificação com 100% de aproveitamento: foram oito vitórias em oito partidas, com o ataque marcando 17 gols. Desde que assumiu o cargo, Van Marwijk segue invicto com a seleção, marca que chegou a 18 partidas com as vitórias recentes em amistosos, sobre México e Gana. Em um Grupo 9 que tinha Noruega e Escócia como maiores adversários na busca pela vaga, o país acabou levando os dois únicos gols das modestas Islândia e Macedônia. Em Oslo e em Glasgow, as vitórias vieram pelo placar mínimo, mas com excelentes atuações da defesa.

As estrelas
Sem poder contar com Edwin van der Saar e Ruud van Nistelrooy, que decidiram não mais jogar pela seleção, Van Marwijk precisou adaptar a equipe que herdou de Marco van Basten sem mexer radicalmente na base. Os líderes do grupo são Arjen Robben, que fez grande temporada com o Bayern de Munique, Mark van Bommel e Giovanni van Bronckhorst, que já estavam presentes sob o comando do antigo treinador. Rafael van der Vaart, Robin van Persie, Nigel De Jong e Wesley Sneijder, campeão europeu com a Inter, são outros destaques que compõem o time, muito forte ofensivamente, mas ainda com problemas na defesa.

O treinador
Com uma carreira pouco expressiva como jogador (uma única partida pela seleção), Van Marwijk possui um currículo bem mais respeitado como técnico. No comando do Feyenoord, ele conquistou a Copa da UEFA em 2002 e, mais tarde, a Copa da Holanda, após passagem apenas regular pelo Borussia Dortmund entre 2004 e 2006.

O treinador de 56 anos é também conhecido por ser um homem calmo, discreto e sempre disponível para conversar com os atletas. "Na seleção, o treinador normalmente não tem muito tempo para trabalhar o grupo, por isso gosto de otimizar o tempo que passo com os meus jogadores", explica. "Faço de tudo para ser um deles: participo dos treinos e faço exercícios específicos para tentar conhecê-los melhor".

Van Marwijk tem personalidade diferente de Marco van Basten, que comandou a Holanda entre 2004 e 2008, mas taticamente o trabalho de ambos é parecido. "Marco pôs em prática um esquema 4-2-3-1 e os jogadores se adaptaram bem a ele, por isso não pretendo fazer grandes mudanças", explica o treinador, que trouxe para a comissão técnica antigos craques da seleção, como Phillip Cocu e Frank de Boer. Escolha aparentemente certa, já que até agora o retrospecto é dos melhores, ainda que o time tenha atuado mais no 4-3-3 atualmente.

Participações anteriores
Em oito participações, os holandeses chegaram duas vezes à final, em 1974 e 1978. Outra boa participação veio na França em 1998, quando ficaram com o quarto lugar. Em 2006, caíram logo nas oitavas de final após uma verdadeira batalha contra Portugal, na partida que bateu os recordes de cartões na história dos Mundiais.

Time-base
Stekelenburg; Van der Wiel, Heitinga, Mathijsen e Van Bronckhorst; Van Bommel e De Jong; Kuyt, Sneijder (Van der Vaart) e Robben; Van Persie

Jogos
14/06 - 08h30 - Holanda x Dinamarca (Soccer City)
19/06 - 08h30 - Holanda x Japão (Moses Mabhida)
24/06 - 15h30 - Camarões x Holanda (Green Point)

Lista final de convocados

Goleiros
Maarten Stekelenburg (Ajax)
Michel Vorm (Utrecht)
Sander Boschker (Twente)

Defensores
Khalid Boulahrouz (Stuttgart/ALE)
Edson Braafheid (Celtic/ESC)
John Heitinga (Everton/ING)
Joris Mathijsen (Hamburg/ALE)
Andre Ooijer (PSV Eindhoven)
Giovanni van Bronckhorst (Feyenoord)
Gregory van der Wiel (Ajax)

Meiocampistas
Ibrahim Afellay (PSV Eindhoven)
Nigel de Jong (Manchester City/ING)
Demy de Zeeuw (Ajax)
Stijn Schaars (AZ Alkmaar)
Wesley Sneijder (Inter de Milão/ITA)
Mark van Bommel (Bayern de Munique/ALE)
Rafael van der Vaart (Real Madrid/ESP);

Atacantes
Ryan Babel (Liverpool/ING)
Eljero Elia (Hamburg/ALE)
Klaas Jan Huntelaar (Milan/ITA)
Dirk Kuyt (Liverpool/ING)
Arjen Robben (Bayern de Munique/ALE)
Robin van Persie (Arsenal/ING)