segunda-feira, 7 de junho de 2010

Apresentação das seleções - Costa do Marfim

Se existe uma seleção africana que recebe grandes apostas de que pode ir longe na Copa de 2010, provavelmente é a Costa do Marfim. Não é de se estranhar: o país é considerado o que tem mais jogadores de alto nível na África e, além disso, precisa se autoafirmar depois de ter sido eliminado na primeira fase na Alemanha, alem de uma campanha decepcionante na Copa das Nações Africanas. Em 2006, os marfinenses caíram em um grupo bastante difícil e perderam os dois primeiros jogos para as poderosas Argentina e Holanda por 2 a 1. Só venceram Sérvia e Montenegro, por 3 a 2, virando uma partida que perdiam por dois gols.

Agora, Didier Drogba e companhia estão mais experientes, mas a sorte na definição do grupo novamente não ajudou: de novo no chamado “grupo da morte”, os elefantes terão que se superar para eliminar ou Brasil ou Portugal, se quiserem avançar. Com Droga se recuperando de uma cirurgia no braço após fratura em amistoso às vésperas da estreia, as pretensões dos laranjas levaram um duro golpe.

Nos amistosos, a equipe demonstrou muita força física e versatilidade ofensiva, mas o que parece faltar mais é concentração na defesa – em jogos teoricamente mais fáceis, a falta de atenção facilita o trabalho dos adversários. Da mesma cor que os holandeses, a comparação é válida: os marfinenses possuem um dos mais vistosos estilos de jogo do continente, mas que não consegue ser competitivo.

O caminho à África do Sul
A Costa do Marfim fez jus à fama de ser uma das maiores forças do continente e passou pelas eliminatórias sem perder uma partida sequer. Com isso, ficou em primeiro lugar no grupo da fase final, superando Burkina Fasso, Malaui e Guiné.
Os marfinenses só passaram por sufoco quando estavam justamente prestes a se classificar, no jogo fora de casa contra Burkina Fasso. Mas, como de costume, Didier Drogba ajudou a seleção na hora em que ela mais precisou. O atacante do Chelsea marcou o gol decisivo aos 25 do segundo tempo, dando a tranquilidade necessária para os seus companheiros segurarem o 3 a 2. Ele também salvou a Costa do Marfim no empate com Malaui, depois de ter começado o jogo no banco. Drogba garantiu o ponto que faltava para a classificação e ainda terminou como artilheiro do selecionado, com seis gols em cinco jogos.

As estrelas
A Costa do Marfim conta com jogadores extremamente talentosos, como os atacantes do Chelsea Didier Drogba e Salomon Kalou, que formam uma excelente dupla de ataque. Drogba, entretanto, passou a segunda metade da temporada lidando com uma lesão no tornozelo, e dificilmente estará 100% no Mundial. Didier Zokora do Sevilla e Yaya Touré do Barcelona dão pegada ao meio de campo, ao lado do baixinho Bakary Koné, do Olympique de Marselha. Emmanuel Eboué e Kolo Touré, que atuam na Inglaterra, completam com Arthur Boka, do Stuttgart, uma das melhores defesas da África.

"Jogamos muito bem na última Copa do Mundo, mas tivemos azar porque caímos em um grupo muito difícil, com a Argentina e a Holanda, e fomos eliminados na primeira fase. Mas acho que, com essa experiência, será possível ir bem melhor na África do Sul. Talvez cheguemos às quartas-de-final ou às semifinais. Podemos perfeitamente conseguir isso", disse Drogba.

O técnico
Desde 2008, o bósnio Vahid Halilhodzic vinha no comando da seleção, mas a decepcionante participação na última Copa das Nações Africanas, em que parou ainda nas quartas de final, acabou precipitando sua demissão. Para seu lugar, nomes como Guus Hiddink, Bernd Schuster e Sven Goran-Eriksson foram cotados, e o sueco foi escolhido pelo retrospecto com a Inglaterra nas duas últimas Copas. Entretanto, o fracasso de Eriksson ao assumir o México, e as poucas mudanças que ele adotou na equipe desde que assumiu, colocam um enorme ponto de interrogação sobre as chances dos africanos, ou ao menos sobre o efeito que o sueco terá sobre o time.

Participação anterior
A primeira participação dos marfinenses no maior evento do futebol mundial aconteceu na Alemanha. Na ocasião, a Costa do Marfim foi a única seleção formada exclusivamente por jogadores que atuavam fora do país. Além disso, pela participação única, é o único selecionado que marcou gols em todos os seus jogos nas Copas - por mais que tenham sido apenas três partidas. A Costa do Marfim sofreu gols logo no início de todos os jogos em 2006, e os seis marcados pelo país aconteceram antes dos 40 do primeiro tempo.

Time-base
Barry; Demel, K. Touré, Bamba, Tiené; Tioté, Y. Touré, Zokora; Kalou, Drogba, Gervinho

Jogos
15/06 - 11h - Costa do Marfim x Portugal (Nelson Mandela Bay)
20/06 - 15h30 - Brasil x Costa do Marfim (Soccer City)
25/06 - 11h - Coreia do Norte x Costa do Marfim (Mbombela)

Lista final de convocados

Goleiros
Boubacar Barry (Lokeren, Bélgica)
Aristides Zogbo (Maccabi Netanya, Israel)
Daniel Yeboah (Asec, Costa do Marfim)

Defesa
Souleymane Bamba (Hibernian, Escócia)
Arthur Boka (Stuttgart, Alemanha)
Benjamin Brou Angoua (Valenciennes, França)
Guy Demel (Hamburg, Alemanha)
Emmanuel Eboue (Arsenal, Inglaterra)
Steve Gohouri (Wigan Athletic, Inglaterra)
Siaka Tiene (Valenciennes, França)
Kolo Toure (Manchester City, Inglaterra)

Meio-campo
Jean-Jacques Gosso Gosso(Monaco, França)
Abdelkader Keita (Galatasaray, Turquia)
Emmanuel Kone (International Curtea Arges, Romênia)
Gervinho (Lille, França)
Koffi N'Dri Romaric (Sevilla, Espanha)
Cheik Ismael Tiote (Twente Enschede, Holanda)
Yaya Toure (Barcelona, Espanha)
Didier Zokora (Sevilla, Espanha)

Ataque
Aruna Dindane (Lekhwiya, Qatar)
Didier Drogba (Chelsea, Inglaterra)
Salomon Kalou (Chelsea, Inglaterra)
Bakary Kone (Olympique Marseille, França)

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