A tricampeã mundial Alemanha viaja à África do Sul na condição de eterna favorita, mas cheia de dúvidas: a seleção comandada pelo técnico Joachim Löw, após uma Copa de 2006 renovadora e uma Euro 2008 excelente, perdeu vários jogadores importantes por contusão e tem, com um elenco jovem, a dura missão de viver à expectativa e à fama do futebol alemão.
A jovem equipe (apenas três atletas têm mais de 30 anos) combina disciplina tática e habilidade ofensiva pouco comum ao país. Os jogadores, muitos deles em sua primeira Copa, estarão motivados pela excelente campanha que fizeram nas Eliminatórias. Mas as últimas semanas têm sido desastrosas: depois do goleiro titular René Adler e do capitão Michael Ballack, que sofreu uma lesão no tornozelo, o substituto do camisa 13, Christian Träsch, e o polivalente Heiko Westermann também se machucaram e estão fora do Mundial.
As esperanças da seleção alemã - que também perdeu o meio-campista Simon Rolfes -, então, estarão nas costas de Miroslav Klose e sua já conhecida capacidade de crescer quando chega a Copa do Mundo, e da geração que estreou no último Mundial, como Philipp Lahm, Bastian Schweinsteiger e Lukas Podolski.
Com um grupo traiçoeiro (Austrália e Gana avançaram às oitavas de final em 2006 e são as melhores de seus continentes, e a Sérvia tem uma geração tão talentosa quanto perigosa), existem até mesmo dúvida quanto às chances dos baleados alemães passarem de fase - algo que, se não acontecesse, seria inédito.
O caminho à África do Sul
Com uma eficiência impressionante e muita combatividade, embora na maior parte das vezes sem muito brilho, os comandados de Löw se classificaram sem maiores problemas no Grupo 4 das Eliminatórias europeias. As únicas partidas que a Alemanha não venceu foram contra a Finlândia, que mostrou ser um osso duro de roer. Em Helsinque, os finlandeses ficaram três vezes em vantagem no placar, mas os alemães empataram em 3 a 3 graças a três gols de Klose. O jogo de volta em Hamburgo também terminou empatado, dessa vez por 1 a 1 com um gol salvador de Podolski no último minuto. Mas o segundo jogo foi apenas para cumprir tabela, pois a Alemanha já havia garantido a primeira colocação do grupo. Contra País de Gales, Azerbaijão e Liechtenstein os alemães tiveram 100% de aproveitamento.
Entretanto, foi nos duelos contra a principal concorrente do grupo, a Rússia, que a Alemanha comprovou a sua qualidade. Na partida de ida, em Dortmund, os alemães venceram por 2 a 1 e fizeram a sua melhor apresentação. Na penúltima rodada, em Moscou, os tricampeões mundiais conseguiram mais uma vitória crucial por 1 a 0 com um gol de Klose logo no início da partida. Foi a primeira derrota da Rússia em casa em toda a história das Eliminatórias. O renomado técnico da seleção russa, o holandês Guus Hiddink, falou após a derrota sobre a famosa força do futebol alemão e apontou a seleção germânica como uma das candidatas ao título na África do Sul.
As estrelas
Michael Ballack, jogador de 33 anos do Chelsea, era o capitão e tido como grande líder da Alemanha. Agora que o meio-campista está fora de ação, com uma lesão nos ligamentos do tornozelo, boa parte da responsabilidade está com Miroslav Klose, também é um dos líderes do selecionado, apesar de ser um tanto quanto reservado. O centroavante do Bayern de Munique já marcou 48 gols em 93 jogos pela seleção e é o terceiro maior artilheiro da história do país, atrás apenas do inesquecível Gerd Müller (68 gols) e de Joachim Streif (55 gols), que atuava pela Alemanha Oriental.
Resta saber se Philipp Lahm, eleito capitão, e Bastian Schweinsteiger, ambos do Bayern, e Lukas Podolski, que voltou recentemente para o Colônia, já estão maduros o suficiente para assumirem o papel que se espera deles. Schweinsteiger, em especial, terá ainda mais trabalho para controlar o meio-campo sem a presença de Ballack.
“A Alemanha conquistou muitos títulos no passado e essas conquistas inspiram as novas gerações. Basta nos lembrarmos do retrospecto da Alemanha nas grandes competições. Fomos campeões mundiais em 1954, 1974 e 1990 e campeões europeus em 1972, 1980 e 1996, além de também termos sido vice-campeões em várias ocasiões. De certa forma, aprendemos desde a infância que a Alemanha é sempre capaz de chegar à final. Certamente estamos entre os países com chances de brigar pelo título. Após ficarmos na terceira colocação na última Copa do Mundo e sermos vice-campeões europeus, o objetivo agora é chegar à final e conquistar a taça”, disse um resoluto Lahm, tentando mostrar-se à altura do desafio de capitanear uma das principais seleções do mundo.
O técnico
Já faz um bom tempo que Joachim Löw se libertou da sombra de Jürgen Klinsmann, de quem foi assistente técnico na última Copa – mas que era considerado o mentor da equipe que encantou atuando em casa. Quando assumiu o cargo em 26 de julho de 2006, o treinador, considerado um verdadeiro estrategista, estabeleceu como objetivos o título da Euro 2008 e a continuidade da filosofia de futebol ofensivo defendida por Klinsmann - mas até agora ele não conseguiu atingir nenhum dos dois, pelo menos não completamente. Entretanto, Löw conquistou o respeito dos jogadores e da imprensa graças à sua calma, simpatia e imparcialidade. "É preciso ser muito detalhista para ser bem-sucedido na nossa profissão", declarou o técnico, que fez carreira como atacante do Freiburg e é até hoje o maior artilheiro da história do clube.
Participações anteriores
- A Alemanha não só foi três vezes campeã mundial, em 1954, 1974 e 1990, como também chegaram a sete finais da Copa. É o país que chegou mais vezes à final, ao lado do Brasil – mas perdeu quatro delas.
- Os alemães estiveram presentes em todas as edições do maior evento do futebol mundial, exceto em 1930 e 1950, ocasiões em que não disputaram as Eliminatórias.
- A Alemanha precisou decidir quatro confrontos em mundiais nas cobranças de pênaltis e venceu os quatro.
Time-base
Neuer; Boateng, Mertesacker, Friedrich, Lahm; Khedira e Kroos; Trochowski, Özil e Podolski; Klose
Jogos
13/06 - 15h30 - Alemanha x Austrália (Moses Mabhida)
18/06 - 08h30 - Alemanha x Sérvia (Nelson Mandela Bay)
23/06 - 15h30 - Gana x Alemanha (Soccer City)
Lista provisória de convocados
Goleiros
Hans-Joerg Butt - Bayern Munich
Tim Wiese - Werder Bremen
Manuel Neuer - Schalke 04
Defensores
Arne Friedrich - Hertha Berlin
Dennis Aogo - Hamburger SV
Holger Badstuber - Bayern Munich
Andreas Beck - Hoffenheim
Jerome Boateng - Hamburger SV
Phillip Lahm - Bayern Munich
Per Mertesacker - Werder Bremen
Serdar Tasci - Stuttgart
Meiocampistas
Marcell Jansen - Hamburger SV
Sami Khedira - Stuttgart
Toni Kroos - Bayern Munich
Marko Marin - Werder Bremen
Mesut Ozil - Werder Bremen
Bastian Schweinsteiger - Bayern Munich
Piotr Trochowski - Hamburger SV
Atacantes
Cacau - Stuttgart
Mario Gomez - Bayern Munich
Thomas Mueller - Bayern Munich
Miroslav Klose - Bayern Munich
Stefan Kiessling - Bayer Leverkusen
Lukas Podolski - Koln
A jovem equipe (apenas três atletas têm mais de 30 anos) combina disciplina tática e habilidade ofensiva pouco comum ao país. Os jogadores, muitos deles em sua primeira Copa, estarão motivados pela excelente campanha que fizeram nas Eliminatórias. Mas as últimas semanas têm sido desastrosas: depois do goleiro titular René Adler e do capitão Michael Ballack, que sofreu uma lesão no tornozelo, o substituto do camisa 13, Christian Träsch, e o polivalente Heiko Westermann também se machucaram e estão fora do Mundial.
As esperanças da seleção alemã - que também perdeu o meio-campista Simon Rolfes -, então, estarão nas costas de Miroslav Klose e sua já conhecida capacidade de crescer quando chega a Copa do Mundo, e da geração que estreou no último Mundial, como Philipp Lahm, Bastian Schweinsteiger e Lukas Podolski.
Com um grupo traiçoeiro (Austrália e Gana avançaram às oitavas de final em 2006 e são as melhores de seus continentes, e a Sérvia tem uma geração tão talentosa quanto perigosa), existem até mesmo dúvida quanto às chances dos baleados alemães passarem de fase - algo que, se não acontecesse, seria inédito.
O caminho à África do Sul
Com uma eficiência impressionante e muita combatividade, embora na maior parte das vezes sem muito brilho, os comandados de Löw se classificaram sem maiores problemas no Grupo 4 das Eliminatórias europeias. As únicas partidas que a Alemanha não venceu foram contra a Finlândia, que mostrou ser um osso duro de roer. Em Helsinque, os finlandeses ficaram três vezes em vantagem no placar, mas os alemães empataram em 3 a 3 graças a três gols de Klose. O jogo de volta em Hamburgo também terminou empatado, dessa vez por 1 a 1 com um gol salvador de Podolski no último minuto. Mas o segundo jogo foi apenas para cumprir tabela, pois a Alemanha já havia garantido a primeira colocação do grupo. Contra País de Gales, Azerbaijão e Liechtenstein os alemães tiveram 100% de aproveitamento.
Entretanto, foi nos duelos contra a principal concorrente do grupo, a Rússia, que a Alemanha comprovou a sua qualidade. Na partida de ida, em Dortmund, os alemães venceram por 2 a 1 e fizeram a sua melhor apresentação. Na penúltima rodada, em Moscou, os tricampeões mundiais conseguiram mais uma vitória crucial por 1 a 0 com um gol de Klose logo no início da partida. Foi a primeira derrota da Rússia em casa em toda a história das Eliminatórias. O renomado técnico da seleção russa, o holandês Guus Hiddink, falou após a derrota sobre a famosa força do futebol alemão e apontou a seleção germânica como uma das candidatas ao título na África do Sul.
As estrelas
Michael Ballack, jogador de 33 anos do Chelsea, era o capitão e tido como grande líder da Alemanha. Agora que o meio-campista está fora de ação, com uma lesão nos ligamentos do tornozelo, boa parte da responsabilidade está com Miroslav Klose, também é um dos líderes do selecionado, apesar de ser um tanto quanto reservado. O centroavante do Bayern de Munique já marcou 48 gols em 93 jogos pela seleção e é o terceiro maior artilheiro da história do país, atrás apenas do inesquecível Gerd Müller (68 gols) e de Joachim Streif (55 gols), que atuava pela Alemanha Oriental.
Resta saber se Philipp Lahm, eleito capitão, e Bastian Schweinsteiger, ambos do Bayern, e Lukas Podolski, que voltou recentemente para o Colônia, já estão maduros o suficiente para assumirem o papel que se espera deles. Schweinsteiger, em especial, terá ainda mais trabalho para controlar o meio-campo sem a presença de Ballack.
“A Alemanha conquistou muitos títulos no passado e essas conquistas inspiram as novas gerações. Basta nos lembrarmos do retrospecto da Alemanha nas grandes competições. Fomos campeões mundiais em 1954, 1974 e 1990 e campeões europeus em 1972, 1980 e 1996, além de também termos sido vice-campeões em várias ocasiões. De certa forma, aprendemos desde a infância que a Alemanha é sempre capaz de chegar à final. Certamente estamos entre os países com chances de brigar pelo título. Após ficarmos na terceira colocação na última Copa do Mundo e sermos vice-campeões europeus, o objetivo agora é chegar à final e conquistar a taça”, disse um resoluto Lahm, tentando mostrar-se à altura do desafio de capitanear uma das principais seleções do mundo.
O técnico
Já faz um bom tempo que Joachim Löw se libertou da sombra de Jürgen Klinsmann, de quem foi assistente técnico na última Copa – mas que era considerado o mentor da equipe que encantou atuando em casa. Quando assumiu o cargo em 26 de julho de 2006, o treinador, considerado um verdadeiro estrategista, estabeleceu como objetivos o título da Euro 2008 e a continuidade da filosofia de futebol ofensivo defendida por Klinsmann - mas até agora ele não conseguiu atingir nenhum dos dois, pelo menos não completamente. Entretanto, Löw conquistou o respeito dos jogadores e da imprensa graças à sua calma, simpatia e imparcialidade. "É preciso ser muito detalhista para ser bem-sucedido na nossa profissão", declarou o técnico, que fez carreira como atacante do Freiburg e é até hoje o maior artilheiro da história do clube.
Participações anteriores
- A Alemanha não só foi três vezes campeã mundial, em 1954, 1974 e 1990, como também chegaram a sete finais da Copa. É o país que chegou mais vezes à final, ao lado do Brasil – mas perdeu quatro delas.
- Os alemães estiveram presentes em todas as edições do maior evento do futebol mundial, exceto em 1930 e 1950, ocasiões em que não disputaram as Eliminatórias.
- A Alemanha precisou decidir quatro confrontos em mundiais nas cobranças de pênaltis e venceu os quatro.
Time-base
Neuer; Boateng, Mertesacker, Friedrich, Lahm; Khedira e Kroos; Trochowski, Özil e Podolski; Klose
Jogos
13/06 - 15h30 - Alemanha x Austrália (Moses Mabhida)
18/06 - 08h30 - Alemanha x Sérvia (Nelson Mandela Bay)
23/06 - 15h30 - Gana x Alemanha (Soccer City)
Lista provisória de convocados
Goleiros
Hans-Joerg Butt - Bayern Munich
Tim Wiese - Werder Bremen
Manuel Neuer - Schalke 04
Defensores
Arne Friedrich - Hertha Berlin
Dennis Aogo - Hamburger SV
Holger Badstuber - Bayern Munich
Andreas Beck - Hoffenheim
Jerome Boateng - Hamburger SV
Phillip Lahm - Bayern Munich
Per Mertesacker - Werder Bremen
Serdar Tasci - Stuttgart
Meiocampistas
Marcell Jansen - Hamburger SV
Sami Khedira - Stuttgart
Toni Kroos - Bayern Munich
Marko Marin - Werder Bremen
Mesut Ozil - Werder Bremen
Bastian Schweinsteiger - Bayern Munich
Piotr Trochowski - Hamburger SV
Atacantes
Cacau - Stuttgart
Mario Gomez - Bayern Munich
Thomas Mueller - Bayern Munich
Miroslav Klose - Bayern Munich
Stefan Kiessling - Bayer Leverkusen
Lukas Podolski - Koln
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