domingo, 9 de maio de 2010

História das Copas - Espanha 1982 (parte II)

SEGUNDA FASE

A segunda fase reservava muitas surpresas para o Brasil, que caiu num grupo excepcionalmente difícil: Argentina e Itália. Era a terceira Copa seguida que a seleção canarinho enfrentaria seus vizinhos sul-americanos, que precisavam desesperadamente da vitória, pois haviam perdido de 2 a 1 para a Itália. Mais uma vez o Brasil jogou um futebol de sonhos e já aos 11 minutos, Zico abriu o placar. Serginho e Junior ampliariam no segundo tempo, com Diaz descontando já nos acréscimos. Brasil e Itália definiriam então uma vaga nas semifinais. O time brasileiro era franco favorito pelo futebol que vinha apresentando, enquanto a Itália sofrera muito para chegar até ali. O atacante italiano Paolo Rossi era muito criticado pela imprensa e pela torcida italiana, que consideravam-no incompetente demais. Entretanto, ele haveria de alcançar a sua redenção.

Foi um jogo movimentadíssimo. Rossi abriu logo aos cinco, assustando todos os brasileiros, que foram tranqüilizados sete minutos depois por Sócrates, que empatou. Rossi voltou a marcar aos 25 e Falcão empatou somente na segunda etapa. Quando o jogo caminhava para a prorrogação, numa falha da defesa Rossi não desperdiçou a chance e deu números finais ao placar faltando 15 minutos para o fim do jogo. O time de Telê Santana se abateu e nada pôde fazer. O que parecia impossível aconteceu: o Brasil estava eliminado da Copa.

Nos outros grupos, a Polônia eliminou a União Soviética no saldo de gols, pois ambas venceram a Bélgica e empataram entre si. Em outro grupo disputado, a Alemanha bateu os anfitriões espanhóis e empatou com a Inglaterra, também passando às semifinais. E a França de Platini não teve muitas dificuldades para vencer Áustria e Irlanda do Norte para ser a quarta seleção classificada.

SEMIFINAIS

As duas semifinais foram bem distintas: enquanto a Itália, empolgada com a classificação histórica, passou com facilidade pela Polônia por 2 a 0 (dois gols de Paolo Rossi), a Alemanha venceu a França na primeira decisão de pênaltis na história dos mundiais. Mas isso não significa que o jogo tenha sido fraco: foi considerado por muitos a melhor partida da Copa. Littbarsk e Platini marcaram os gols de seus times no tempo normal, que acabou em 1 a 1. na prorrogação, um show de gols: aos 3 minutos, Trésor virou para os franceses e Giresse ampliou aos 10.

A Alemanha parecia morta, mas Rummenigge diminuiu ainda no primeiro tempo extra. A dez minutos do final, Fischer empatou novamente, e aí não houve quem conseguisse marcar: a decisão foi para os pênaltis. Bossis errou e Hrubesch classificou a Alemanha para a disputa da final. A França, desanimada com a derrota, perdeu ainda a decisão de terceiro lugar para a Polônia de Lato. Girard abriu aos 14, mas os poloneses viraram para 3 a 1 e embora Couriol tenha descontado, a Polônia conseguira a terceira colocação pela segunda vez em três copas: ficara em 5º lugar em 78, e foi o máximo que a melhor geração de futebol do país conseguiu.

A DECISÃO

Após o apito final do árbitro brasileiro Arnaldo Cezar Coelho, o Brasil deixaria de ser o único tricampeão do mundo. Isso porque as duas seleções que se enfrentariam na final - que eliminaram as duas seleções de futebol mais bonito da Copa - já eram bicampeãs. E foi um jogo digno de toda pompa e circunstância.

Os 90 mil espectadores que lotaram o estádio Santiago Bernabeu em Madrid viram uma Itália alegre, de futebol envolvente, bem diferente do que apresentara na primeira fase. Aa confiança de Paolo Rossi crescia a cada jogo, e agora ele já era o artilheiro do Mundial, com 5 gols.

E a Itália começou pressionando, mas a forte defesa alemã não dava espaços, tornando o jogo tenso, até que o artilheiro Rossi abriu o placar aos 12 do segundo tempo. O time alemão viu-se obrigado a sair para o ataque e abriu espaços. Tardelli aumentou aos 24 e Altobelli sacramentou a vitória aos 36. A Itália ainda perdeu um pênalti com Cabrini antes da Alemanha descontar com Breitner sete minutos antes do fim. Os alemães não conseguiram demonstrar a mesma garra da semifinal e perderam o título para os italianos, que chegaram desacreditados e cresceram muito dentro da competição.

XII Copa do Mundo - 1982 - Espanha

Campeão: Itália
Vice: Alemanha
Terceiro: Polônia
Quarto: França

Período: de 13 de junho a 11 de julho de 1982
Total de jogos: 52
Gols marcados: 146
Média de gols: 2,80 por partida
Artilheiro: Paolo Rossi (Itália) - 6 gols
Público total: 2.064.364 pagantes
Média de público: 39.699 pagantes

O Brasil: 5º lugar - 5 jogos (4V e 1D) - 15GP/6GC
Primeira fase: Brasil 2x1 União Soviética (Sócrates e Éder; Bal)
Brasil 4x1 Escócia (Zico, Oscar, Éder e Falcão; Narey)
Brasil 4x0 Nova Zelândia (Zico (2), Falcão e Serginho)
Segunda fase: Brasil 3x1 Argentina (Zico, Serginho e Júnior; Diaz)
Brasil 2x3 Itália (Sócrates e Falcão; Paolo Rossi (3))

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