Depois do México, a Itália foi escolhida para sediar a Copa pela segunda vez, derrotando Inglaterra e União Soviética na disputa. A Bota provou ter sido a escolha certa, dando um show de organização, embora o futebol apresentado tenha deixado muito a desejar. A fórmula de disputa seria a mesma de quatro anos antes.
O Brasil passou por uma eliminatória conturbada: no último jogo, contra o Chile, no Maracanã, jogava por um empate para se classificar e o goleiro Rojas armou um teatro ao ser lançado um rojão em campo. A FIFA descobriu a farsa e suspendeu o time chileno das competições internacionais. Além do Brasil, Uruguai e Colômbia se classificaram.
Na Europa, a Holanda era favorita após conquistar a Eurocopa de 88 na Alemanha, que também era favorita, após perder duas finais seguidas. As sempre favoritas Espanha e Inglaterra também se classificaram, enquanto que a sensação de 86, Dinamarca, foi eliminada pela Romênia.
Na África, Egito e Camarões se classificaram, enquanto que Coréia do Sul e Emirados Árabes Unidos foram os representantes asiáticos. Na Concacaf, os já experientes México e Estados Unidos seriam acompanhados da estreante Costa Rica.
Primeira fase
Após duas eliminações trágicas, o futebol brasileiro abriu mão do espetáculo e jogava burocraticamente. O técnico Sebastião Lazaroni escalou o time no 3-5-2 e, não bastassem os problemas dentro de campo, havia brigas entre os jogadores e a comissão técnica. A CBF havia oferecido uma premiação pelo título e os jogadores não concordaram. Em protesto, cobriam o patrocinador da seleção nas fotos oficiais.
Problemas à parte, o Brasil venceu na estreia, contra a Suécia. Careca marcou os dois gols brasileiros e Brolin diminuiu. Foi um jogo ruim e, ainda assim, o melhor da seleção na primeira fase. Depois, vitórias magras contra Costa Rica e Escócia, ambas por um a zero, ambas com gols de Müller. O Brasil, muito criticado, chegava às oitavas de final com três vitórias nada convincentes. Seria o futebol de resultado o caminho certo?
O capitão Maradona puxava a fila de jogadores argentinos que adentravam o gramado do estádio San Siro, em Milão, na tarde do dia 09 de junho de 1990. O adversário seria o time de Camarões, que em sua primeira participação, em 82, foi eliminado de forma invicta na primeira fase. A prova de que tipo de futebol se veria neste Mundial foi dada logo no primeiro jogo: zero a zero no final do primeiro tempo. A Argentina tentava de todas as formas chegar ao gol, mas foi a seleção africana que marcou. Após cabeçada de Oman Biyik, o goleiro Pumpido não segurou e a bola morreu no fundo das redes. A Argentina deu a volta por cima e se classificou no sufoco, vencendo a União Soviética por 2 a 0 e empatando com a Romênia em 1 a 1. Camarões foi o primeiro do grupo.
No grupo A, a anfitriã Itália conseguiu uma classificação tranquila. Embora os resultados pareçam contradizer, o time jogava bem, comandado pelo meio-de-campo Donadoni. O atacante reserva Schilachi virou o talismã da equipe, entrando no segundo tempo das duas primeiras partidas e marcando gols decisivos. A Tchecoslováquia foi a outra classificada do grupo.
O Grupo D teve os placares mais dilatados, proporcionados pela defesa dos Emirados Árabes Unidos e pelo ataque da Alemanha. No encontro das duas seleções, 5 a 1 para os alemães, com dois gols de Völler. A Alemanha ainda goleou a Iugoslávia, que por sua vez goleou os Emirados Árabes. A Colômbia, alheia aos placares elásticos, conseguiu classificar-se em terceira no grupo, liderada pelo folclórico goleiro Higuita.
Já a Espanha empatou com o Uruguai na estréia e venceu Bélgica e Coréia do Sul para obter uma classificação tranquila. A Bélgica, quarta colocada em 86, também passou, acompanhada dos uruguaios. O grupo F, por sua vez, foi o que melhor traduziu o pobre futebol desta Copa: cinco empates em seis jogos. Somente a Inglaterra conseguiu vencer o Egito. Com Holanda e Irlanda empatados em pontos e gols, foi-se necessário um sorteio para definir quem seria o segundo colocado, sorteio vencido pela Irlanda. Chegavam as oitavas de final e, com ela, os pênaltis.
Oitavas de final
Brasil e Argentina entraram em campo no dia 16 de junho de 1990, em Turim, com espíritos bastante distintos. Enquanto a Argentina se classificou com dificuldades mas vivia em paz com a torcida por jogar bem e ser a atual campeã mundial, o Brasil obteve três vitórias nada convincentes na primeira fase.
Ironicamente, a partida contra a Argentina foi a melhor do time brasileiro no Mundial. Dominando o jogo, a seleção mandou três bolas na trave e Dunga anulava Maradona, não dando espaços para o craque. Em um momento de descuido do meio-campo da Fiorentina, Maradona partiu do meio campo, fez grande jogada e tocou para Canniggia nas costas da zaga brasileira. O atacante ainda deixou Taffarel no chão antes de completar para o gol vazio, faltando dez minutos para o fim. Água batizada à parte, o Brasil não reagiu e foi eliminado, perdendo pela primeira vez em Copas para sua maior rival.
Outro jogo de destaque das oitavas-de-final foi Camarões e Colômbia. Embora um jogo sonolento tenha ido para a prorrogação sem gols, o tempo extra reservou muitas surpresas. O veterano Roger Milla havia entrado no lugar de Mfede no segundo tempo e marcou o primeiro gol camaronês aos cinco do segundo tempo da prorrogação. Três minutos depois, o goleiro Huguita, que sempre saía jogando e até arriscava alguns perigosos dribles em cima dos atacantes adversários, tentou fintar Milla e, na intermediária, perdeu a bola. Milla só teve o trabalho de tocar para o fundo das redes, protagonizando a famosa dança. Redin ainda diminuiu de pênalti, mas Camarões era o primeiro país africano a chegar às quartas-de-final.
A Itália, mais uma vez com seu talismã Schillaci, venceu o Uruguai por 2 a 0, com dois gols no segundo tempo. Baggio havia conquistado uma vaga de titular e melhorara o toque de bola do time. A Alemanha venceu a Holanda por 2 a 1 em um jogo muito brigado. Völler desentendeu-se várias vezes com os holandeses, especialmente com Rijkaard, e ambos foram expulsos.
A Inglaterra venceu a Bélgica por 1 a 0 com um gol salvador de Platt no último minuto da prorrogação. Irlanda e Romênia não saíram do zero e decidiram a classificação nos pênaltis, com vitória dos irlandeses por 5 a 4. A Tchecoslováquia goleou a Costa Rica por 4 a 1 com três gols de Skuhravy e a Espanha foi eliminada pela Iugoslávia com dois gols do meia Stojkovic.
O Brasil passou por uma eliminatória conturbada: no último jogo, contra o Chile, no Maracanã, jogava por um empate para se classificar e o goleiro Rojas armou um teatro ao ser lançado um rojão em campo. A FIFA descobriu a farsa e suspendeu o time chileno das competições internacionais. Além do Brasil, Uruguai e Colômbia se classificaram.
Na Europa, a Holanda era favorita após conquistar a Eurocopa de 88 na Alemanha, que também era favorita, após perder duas finais seguidas. As sempre favoritas Espanha e Inglaterra também se classificaram, enquanto que a sensação de 86, Dinamarca, foi eliminada pela Romênia.
Na África, Egito e Camarões se classificaram, enquanto que Coréia do Sul e Emirados Árabes Unidos foram os representantes asiáticos. Na Concacaf, os já experientes México e Estados Unidos seriam acompanhados da estreante Costa Rica.
Primeira fase
Após duas eliminações trágicas, o futebol brasileiro abriu mão do espetáculo e jogava burocraticamente. O técnico Sebastião Lazaroni escalou o time no 3-5-2 e, não bastassem os problemas dentro de campo, havia brigas entre os jogadores e a comissão técnica. A CBF havia oferecido uma premiação pelo título e os jogadores não concordaram. Em protesto, cobriam o patrocinador da seleção nas fotos oficiais.
Problemas à parte, o Brasil venceu na estreia, contra a Suécia. Careca marcou os dois gols brasileiros e Brolin diminuiu. Foi um jogo ruim e, ainda assim, o melhor da seleção na primeira fase. Depois, vitórias magras contra Costa Rica e Escócia, ambas por um a zero, ambas com gols de Müller. O Brasil, muito criticado, chegava às oitavas de final com três vitórias nada convincentes. Seria o futebol de resultado o caminho certo?
O capitão Maradona puxava a fila de jogadores argentinos que adentravam o gramado do estádio San Siro, em Milão, na tarde do dia 09 de junho de 1990. O adversário seria o time de Camarões, que em sua primeira participação, em 82, foi eliminado de forma invicta na primeira fase. A prova de que tipo de futebol se veria neste Mundial foi dada logo no primeiro jogo: zero a zero no final do primeiro tempo. A Argentina tentava de todas as formas chegar ao gol, mas foi a seleção africana que marcou. Após cabeçada de Oman Biyik, o goleiro Pumpido não segurou e a bola morreu no fundo das redes. A Argentina deu a volta por cima e se classificou no sufoco, vencendo a União Soviética por 2 a 0 e empatando com a Romênia em 1 a 1. Camarões foi o primeiro do grupo.
No grupo A, a anfitriã Itália conseguiu uma classificação tranquila. Embora os resultados pareçam contradizer, o time jogava bem, comandado pelo meio-de-campo Donadoni. O atacante reserva Schilachi virou o talismã da equipe, entrando no segundo tempo das duas primeiras partidas e marcando gols decisivos. A Tchecoslováquia foi a outra classificada do grupo.
O Grupo D teve os placares mais dilatados, proporcionados pela defesa dos Emirados Árabes Unidos e pelo ataque da Alemanha. No encontro das duas seleções, 5 a 1 para os alemães, com dois gols de Völler. A Alemanha ainda goleou a Iugoslávia, que por sua vez goleou os Emirados Árabes. A Colômbia, alheia aos placares elásticos, conseguiu classificar-se em terceira no grupo, liderada pelo folclórico goleiro Higuita.
Já a Espanha empatou com o Uruguai na estréia e venceu Bélgica e Coréia do Sul para obter uma classificação tranquila. A Bélgica, quarta colocada em 86, também passou, acompanhada dos uruguaios. O grupo F, por sua vez, foi o que melhor traduziu o pobre futebol desta Copa: cinco empates em seis jogos. Somente a Inglaterra conseguiu vencer o Egito. Com Holanda e Irlanda empatados em pontos e gols, foi-se necessário um sorteio para definir quem seria o segundo colocado, sorteio vencido pela Irlanda. Chegavam as oitavas de final e, com ela, os pênaltis.
Oitavas de final
Brasil e Argentina entraram em campo no dia 16 de junho de 1990, em Turim, com espíritos bastante distintos. Enquanto a Argentina se classificou com dificuldades mas vivia em paz com a torcida por jogar bem e ser a atual campeã mundial, o Brasil obteve três vitórias nada convincentes na primeira fase.
Ironicamente, a partida contra a Argentina foi a melhor do time brasileiro no Mundial. Dominando o jogo, a seleção mandou três bolas na trave e Dunga anulava Maradona, não dando espaços para o craque. Em um momento de descuido do meio-campo da Fiorentina, Maradona partiu do meio campo, fez grande jogada e tocou para Canniggia nas costas da zaga brasileira. O atacante ainda deixou Taffarel no chão antes de completar para o gol vazio, faltando dez minutos para o fim. Água batizada à parte, o Brasil não reagiu e foi eliminado, perdendo pela primeira vez em Copas para sua maior rival.
Outro jogo de destaque das oitavas-de-final foi Camarões e Colômbia. Embora um jogo sonolento tenha ido para a prorrogação sem gols, o tempo extra reservou muitas surpresas. O veterano Roger Milla havia entrado no lugar de Mfede no segundo tempo e marcou o primeiro gol camaronês aos cinco do segundo tempo da prorrogação. Três minutos depois, o goleiro Huguita, que sempre saía jogando e até arriscava alguns perigosos dribles em cima dos atacantes adversários, tentou fintar Milla e, na intermediária, perdeu a bola. Milla só teve o trabalho de tocar para o fundo das redes, protagonizando a famosa dança. Redin ainda diminuiu de pênalti, mas Camarões era o primeiro país africano a chegar às quartas-de-final.
A Itália, mais uma vez com seu talismã Schillaci, venceu o Uruguai por 2 a 0, com dois gols no segundo tempo. Baggio havia conquistado uma vaga de titular e melhorara o toque de bola do time. A Alemanha venceu a Holanda por 2 a 1 em um jogo muito brigado. Völler desentendeu-se várias vezes com os holandeses, especialmente com Rijkaard, e ambos foram expulsos.
A Inglaterra venceu a Bélgica por 1 a 0 com um gol salvador de Platt no último minuto da prorrogação. Irlanda e Romênia não saíram do zero e decidiram a classificação nos pênaltis, com vitória dos irlandeses por 5 a 4. A Tchecoslováquia goleou a Costa Rica por 4 a 1 com três gols de Skuhravy e a Espanha foi eliminada pela Iugoslávia com dois gols do meia Stojkovic.
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